terça-feira, 28 de agosto de 2012

O que me importa?

Eu me importo com muitas coisas. Talvez eu me importe com coisas demais. Importo comigo, com quem eu amo, com o outro. Eu me importo até com quem não se importa consigo... e muito menos comigo!
Eu me importo se chove demais, se falta água em alguns lugares, me importo com o protetor solar durante o dia e se nas noites frias as pessoas têm com o que se aquecerem. Eu me importo com a minha vontade, com a sua, me importo com o bem estar do mundo. Eu me importo com o que me dizem e principalmente com aquilo que não é dito. Acho até que o velado me importa mais do que o declarado!
Eu me importo com o que pensam sobre mim e com o que eu penso sobre os outros. Eu me importo com as palavras que eu vou usar, com o efeito que as minhas palavras têm por aí. Importo com tudo aquilo que importa para quem me rodeia. Eu me importo se você está feliz ou se aquele não foi o seu melhor dia. 
Há quem diga que eu deveria me importar menos. Se faço isso, deixo de ser eu. Se me decepciono por não ter retorno da minha atitude, me incomoda muito mais não poder fazê-la. Eu me importo quando mostro e quando não mostro. Talvez eu não seja a pessoa mais declaradamente cuidadosa que eu conheça... e também me importo com isso! Eu tomo conta, eu cobro, eu dou suporte, eu verifico. E se eu percebo que não surte efeito, eu também me importo. 
A paz mundial, a tranquilidade do meu vizinho, a saúde do planeta também são coisas com as quais eu me importo, mas para estas talvez eu não faça muito. Certamente me importo muito mais se o pouco que eu faço traz alguma diferença. Eu me importo com as coisas que eu posso modificar, e me importo ainda mais com aquilo que eu não posso. Eu me importo com você que está lendo agora este texto e me pergunto por qual razão você veio até aqui. Eu me importo se você vai gostar do que encontrou e se voltará em outro momento... me importo com o certo, me importo com o errado.
Gostaria de me importar menos com as coisas do mundo, mas não posso.
Simplesmente porque eu me importo com o fato de me importar!

Até.

domingo, 26 de agosto de 2012

Pequenas atitudes, grande diferença!

Algumas atitudes fazem diferença. Estava em um restaurante no Rio de Janeiro, quando entrou um casal e suas duas filhas, todos japoneses. Falavam um português bastante precário, mas pareciam ser residentes da cidade, além de clientes habituais do local. No instante em que chegaram, um dos garçons se prontificou a dar um pratinho para cada uma das meninas com o que parecia ser um pão redondinho. Por um milésimo de segundo pensei: Por que não ganhamos? Até que o garçom se afastou e eu pude ver com mais clareza do que se tratava. Era um pedaço de massa crua de pizza, como se fosse uma massinha de modelar para que as crianças se distraíssem enquanto esperavam o jantar. Achei aquilo extremamente atencioso e, porque não dizer, carinhoso! Gosto de atitudes que excedam o convencional, o esperado. Prosseguimos com o nosso jantar enquanto ouvia o diálogo incompreensível entre os pais e as meninas. Por alguns momentos uma delas, a mais velha, arriscava uma palavra em português e prontamente era "corrigida" pelos pais que dominavam melhor o idioma. E assim a noite seguiu, quando de repente eu ouvi algo que fazia sentido para mim. A menina pequena cantava uma música do Seu Jorge. Fiquei encantada e em um gesto automático, sorri para ela. Como uma legítima japonesinha ela ficou sem graça e passou a me olhar de cantinho de olho apenas. Uma graça! 
Mas não era este o foco da conversa... (retornando!)
As meninas brincaram, modelaram, criaram bichinhos e quando me distraí, percebi que o garçom retornava à mesa com as massinhas assadas. Fiquei encantada. E tenho certeza de que as meninas também. É este tratamento especial que faz o nosso povo ser tão especial.
Quem já viajou para outros países sabe o quanto é difícil encontrar pessoas dispostas a prestarem um bom atendimento. Como isso é difícil por aí! Quando muito, limitam-se a um serviço padrão. Cordialidade, sorrisos, boa vontade e um "algo a mais" são artigos de luxo por outras bandas. Não saberia dizer em qual lugar atendem pior, pois não viajei para tantos lugares assim, mas o fato é que nós brasileiros temos um hábito quase provinciano de nos sentirmos íntimos! Tudo bem que é irritante aquele motorista de táxi que se sente seu amigo de infância sobretudo quando não se está em um bom dia, mas de modo geral, eles acertam na dose. Dizem que os latinos, como nós, gostam de tratamento personalizado. Já os anglo-saxões preferem a impessoalidade. Talvez isto explique a forma como cada um destes grupos lida com o outro, sobretudo nos serviços prestados. Mas a verdade é que o mundo anda tão impessoal, tão confuso, que um pouquinho de "afago e colo" não fazem mal a ninguém. Receber um carinho a mais ou uma atitude inesperada acalentam a alma. Somos humanos e independente da origem, necessitamos de contato. E o mais bacana disso é que uma atitude que traz aconchego atinge não só as pessoas diretamente envolvidas, mas a todos que de uma forma ou de outra participam do acontecimento. Ainda que não tenha sido agraciada com o carinho, me senti tocada pela singela brincadeira das massinhas. Tenho certeza, inclusive, que estas memórias serão parte da história daquelas meninas, pois o que nos atinge afetivamente fica para sempre impresso em nós.
Que possamos, então, ter muitos momentos como este para lembrar...

Até mais!

sábado, 25 de agosto de 2012

Outros olhos...

Esta foi uma semana especial. Uma semana em que as relações foram o grande diferencial. Tudo bem que meu humor ajudou bastante. Já diz o ditado: "Quer mudar tudo? Mude sua atitude!". Quando a gente se permite olhar as coisas de modo diferente, tudo muda. Não porque temos o poder de alterar o universo, mas porque não nos incomodamos com o que não interessa. Quando passamos a enxergar a mesma realidade com outros olhos, tudo se torna mesmo diferente, ainda que só aos nossos olhos. Não dizem que "quem ama o feio, bonito lhe parece"? É por aí...
Esta semana eu decidi que não mais me deixaria agredir por coisas sobre as quais eu não tenho domínio. E se isso, para você, soa "Pollyanna" demais, posso assegurar que funciona. A partir disso, usei o tempo que eu gastava com estas coisas, para atividades mais produtivas. Tenho o péssimo hábito de alimentar sofrimento, mas já cheguei à conclusão de que faço isso até torná-los conscientes! Depois que isto acontece, não consigo mais me desgastar pelas mesmas coisas. Não é fácil, e (acho), cada pessoa tem um tempo diferente para conseguir se desvencilhar dos seus incômodos. O que eu sei é que depois de resolvido, dá um alívio!
Esta semana estive com pessoas muito significativas na minha vida. É claro que há muito mais pessoas importantes no meu mundinho, mas estas são algumas das que eu não encontrava há tempos. Como me fez bem reservar um pequeno espaço do meu dia para estar com elas! O engraçado disso é que não dá vontade de ir embora. E aí eu penso: Por que demoro tanto a fazer isso? Eu sei, eu sei, o tempo é corrido, há muito por fazer, os compromissos não param. Mas a verdade é que tempo é uma questão de prioridade e se a saudade permanece viva, de certa forma, sua passagem na vida daquelas pessoas cumpriu o seu papel. Com isso vai se deixando levar, o tempo passar, e outras prioridades vão tomando o seu lugar. Porém, quando fazemos o que precisa ser feito, parece que o mundo para de girar um pouquinho e o resto dos compromissos tornam-se menores, porque o importante no momento é estar naquele local, com aquelas pessoas. E quando nos permitimos viver estas pequenas experiências, zeramos o cronômetro e começamos uma nova etapa na vida. Estar com pessoas que fazem diferença na sua vida é como fazer um resgate de si mesmo, já que sua imagem, congelada na memória de outros tempos, traz nos relatos um retrato de quem você era. Nos modificamos tão lentamente que as próprias mudanças se tornam imperceptíveis aos nossos olhos. E aí quando ouvimos coisas como "nossa, você está tão bonita" ou "puxa, como você mudou!" percebemos, então, que a vida andou e nós andamos junto com ela. Que bom!
Tudo é significativo nessas horas. A gargalhada que você ainda provoca com suas histórias, os abraços saudosos, as expressões de surpresa diante da sua presença, as crianças que cresceram, o carinho que nem sabíamos receber! Nada é mais gratificante do que fornecer elementos para continuar sendo lembrado! Soa egocêntrico, mas é um movimento de mão dupla, já que a cada encontro também reabastecemos nossa memória com novas vivências. Quem são aquelas novas pessoas? O que elas representam na sua nova vida? Sem dúvida, a possibilidade de reconhecer nelas um pouquinho de si mesmo!
Esta foi uma semana especial. Uma semana onde o carinho, o afeto, a alegria e o desejo sincero de felicidade estiveram lado a lado comigo!

Por que você não liga agora mesmo para alguém que você não vê há tempos e que é importante na sua vida?

Experimente!

Até breve.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Sensações a venda!

Estive em Buenos Aires no ano passado e disso todo mundo que acompanha o blog, sabe. É do conhecimento de quem vem aqui, igualmente, que estive no mundo "mágico e paralelo" do Mercado San Telmo. Na viagem deste ano, me senti na obrigação de voltar a aquele lugar. Em parte para saborear o indescritível sanduíche de lomito, em parte para apreciar as coisas que não foram vistas da outra vez. Resolvemos ir de uma ponta a outra da rua que mede aproximados 2 quilômetros. O encantamento da última temporada permanece porém agora um vento gelado e cortante se faz presente em cada esquina. O mercado, propriamente, é uma pequena parte da feira. O barato do local é a mistura de ideias, cores, sons, formas, sabores e gente... muita gente! Encontra-se de tudo um pouco. Artigos de couro, semijoias, coisas para casa, vestidos, enfeites, música ao vivo, bichinhos, quadros, performances das mais variadas, dançarinas de tango e bandoneon.


Encontra-se muita animação, além de vendas em dupla, empanadas, sanduiches, cervejas de todos os tipos. Tem também igrejas, meias coloridas, barganha.



Antiguidades, peças raras, homens se fingindo de estátua. Tem Charlie Chaplin, garrafas coloridas, bonecos, até brigadeiro tem. Brasileiros, argentinos, e quem mais quiser fazer parte desta grande festa.


Casas antigas, moradores de outros tempos, céu azul e restaurantes famosos. Fila para entrar, cafeteria da moda, tem sapatos e botas também. Tem música clássica, garçons apressados, amendoim com casca.



Muitas câmeras também tem, para clicar o óbvio, o inusitado, a Mafalda e qualquer momento que se queira memorável.


San Telmo é uma festa para os sentidos. Talvez eu já tenha dito isto, talvez outra pessoa. É duro evitar o chavão quando se vive um, já dizia Lulu Santos*. San Telmo é assim! Fazer o quê?


No fim do passeio e de tantos estímulos de todos os lados, vimos uma estátua imponente, parecendo se destacar em uma praça. Resolvemos ir até lá, afinal era mesmo o fim da rua. Qual não foi nossa surpresa? A praça era, tão somente, a Praça de Maio... aquela mesmo, da Casa Rosada. Pode? Conclusão: o Mercado San Telmo que para nós, até então, era do outro lado da cidade, ficava bem ali, perto do hotel. Caminhamos  por uns 25 minutos e lá estávamos nós, novamente, no ponto de partida. Ah! Se nós soubéssemos disso antes...

Quando puder, vá lá também. Não há como não se contagiar com a vibração colorida daquele lugar!

Até mais...

Ps. * Olhos de Jabuticaba é a música que contém esta frase.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O mágico poder do não

Insubordinação. Gosto desta palavra. Tenho usado-a com certa frequência. Detesto seu emprego enquanto atitude. Sou do tipo que questiona, reivindica, reclama. Mas também sou a pessoa mais obediente que existe. Ser obediente não é dar razão a quem manda. É entender que mesmo não concordando naquele momento não é você quem manda. Obedecer é uma questão de respeito. A insubordinação, para mim, é uma ação, nem sempre verbal, de mostrar ao outro que não se submete ao seu poder, ou, em outras palavras, que se é mais importante do que aquilo que vem do outro. A insubordinação acontece em vários níveis diferentes e é o simples ato de não legitimar a posição de quem dá as ordens. 
Uma situação que me causa profunda indignação e exemplifica bem o que eu estou dizendo é uma cena que eu tenho visto nos últimos tempos com mais frequência do que há tempos atrás. O avião para e a comissária informa aos passageiros que só poderão levantar de seus assentos e pegar seus pertences quando apagado o aviso dos cintos, pois só assim se chegou ao destino final da aeronave. O mesmo se aplica aos celulares, que só devem ser ligados no saguão do aeroporto. O que acontece? Mal o avião toca o chão, todos os passageiros se apressam em levantar para ter o privilégio de sair em primeiro lugar. Ligam seus celulares e , por conta própria, abrem os bagageiros buscando finalizar rapidamente a tarefa.  Ora, ora, não ficou claro o aviso dado? Alguém não entendeu o recado? Das últimas vezes em que presenciei esta cena a comissária viu-se obrigada a avisar novamente e advertir os passageiros que descumpriram a regra. Mas o que é isso afinal? Um caso claro de insubordinação. 
Hoje vivi uma situação dessas. Fiquei, certamente, muito mais aborrecida do que os desobedientes em questão. A história me deixou tão incomodada que cheguei até mesmo a questionar se o meu tempo em sala de aula já não estaria vencendo. Avisei na última aula que hoje eu passaria um filme e que por conta disso, os alunos não deveriam se atrasar. O filme era bacana, do tipo comercial, que interessaria a eles. Hoje cheguei antes do horário da aula, encontrei uns dois ou três alunos pelo caminho e reforcei a solicitação. Mostraram-se compreensivos da necessidade de tal pedido e eu aguardei até o momento de ir para a sala. No horário marcado ninguém apareceu na porta. Fui até a responsável pela chave do salão, encontrei mais uns e outros, que só de me verem por ali, já deveriam ter ligado o desconfiômetro e ido para o local combinado. Subi novamente, já com a chave, e apenas metade da turma estava a minha espera. O que eu fiz? Simplesmente proibi a entrada dos que vieram atrasados. Devo confessar que doeu meu coração. Acabei me sentindo meio mãe que, diante da "palmada", sente mais as dores que o próprio filho. Como doeu em mim não poder permitir que os alunos entrassem! Como doeu em mim ter que dizer aquele não. É bem verdade que eu estava muito irritada no momento, mas a questão é que me agride o fato de proibir alguém de aprender um pouco mais, de participar de um momento tão enriquecedor. Uma coisa, apenas, me deixa intrigada: a falta de percepção da perda. Nenhum comentário, reclamação ou cara feia no corredor mais tarde. Fico assustada com a apatia que faz parecer tudo uma grande bobagem. Tenho certeza de que a atitude de hoje não se encerrou ali. Isto precisa ser trazido à tona, para que possam entender o tamanho e o significado da minha atitude.

O que eu espero, de verdade, é que o "não" de hoje possa resultar em uns minutos a mais na cadeira do avião que acaba de pousar...

Até!

sábado, 18 de agosto de 2012

Poder de decisão

A vida é feita de escolhas. Quando assume o controle você escolhe os rumos que deseja tomar, mas se você se omite, ela se encarrega de escolher em seu lugar. Considerando a primeira opção, já imaginou como estaria sua vida se ela tivesse tomado um caminho diferente? Bem, o que passou, passou, é verdade, mas sempre é possível (ainda bem!) começar de novo e dar um passo diferente. Ando em uma fase bem assim. No texto anterior, classifiquei a minha "angústia" como mau humor. Posso dizer, porém, que com o passar dos dias, o incômodo tomou forma e a nova designação para o meu estado seria "tensão pré-decisão". Minhas questões não são tão complexas nem determinantes do tipo não-sei-se-caso-ou-compro-uma-bicicleta, mas são umas pequenas decisões que podem mudar algumas coisinhas no meu futuro imediato. É bem verdade que nós mulheres conjecturamos demais! Olhamos tanto para frente, pensamos tão antecipadamente o que irá acontecer nos próximo momento que até para escolher um esmalte levamos um bom tempo, como se o mesmo fosse durar muito na unha ou como se isto fosse ser motivo de um arrependimento real no futuro. Escolhemos uma roupa e um acessório como se precisássemos usá-los por meses seguidos. Não é bem assim, mas diante de um mundo de opções nos vemos, frequentemente, confusas.
Voltando à tensão pré-decisão, digamos que a sensação seja, como diz minha irmã, de embotamento. Embotamento é, segundo o dicionário, um torpor intelectual ou dos sentidos. Mas dentro do contexto que eu estou falando, seria um momento em que a gente se "resguarda" para ganhar força e agir novamente. Seria um momento de "standby". Funções básicas ativadas, porém em modo de espera para novas atividades. É uma forma de ir à tona para respirar quando muitas coisas acontecem. O mundo atual exige de cada um de nós um volume tão grande de ações e, igualmente, uma rapidez tão grande na tomada de decisões que muitas vezes não temos tempo de simplesmente parar. As coisas vão se atropelando de tal forma que é vital dar uma parada de vez em quando. O curioso disso é que não somos nós que escolhemos a hora desta pausa. O próprio organismo se encarrega da tarefa. De uma hora para outra nos vestimos de um tom que se confunda conosco, e nos "fechamos para balanço". É isso...
É um casulo. Sem ele não é possível alçar os belos voos que nos reservam as paisagens mais surpreendentes. Embora a sensação de impotência nos tire momentaneamente a capacidade de escolher e trilhar os caminhos que a vida nos exige, logo esta fase passa e voltamos a buscar o que nos é significativo. Se você estiver se sentindo como eu descrevi, não fuja disso assim como não force uma decisão. Espere o momento certo. Espere estar inteiro para, então, fazer a roda da vida girar novamente... para o lado que você desejar!

Ps.: Comecei a escrever este texto há 2 dias. Por várias razões não consegui terminá-lo naquela ocasião. Eu estava no auge do meu desconforto, mas, curiosamente, hoje o incômodo já passou. Viu só como é rápido? Fique firme... logo passa...

Até breve.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Mau humor

Sou uma pessoa declaradamente bem humorada. Eu me considero assim e várias pessoas dizem o mesmo. Digo também por aí que sou alguém que não tem problemas. Não, eu não sou uma extraterrestre, só acho que problema de verdade é doença. Porque doença não depende da gente para ser resolvida, então, isso sim é um problema real. Não é o meu caso, graças a Deus. Entretanto, com tudo isso, ando em uma fase, digamos, difícil. Ando sem paciência, irritada, ficando nervosa por qualquer coisa. Tenho um grande defeito e, acho eu, compartilhado por muita gente, que é o de querer resolver as coisas do meu jeito, no meu tempo. Espero demais, desejo demais, quero coisas demais. Quando só depende de mim, é fácil! Eu arrumo uma maneira de dar conta, e fazer o que eu quero e preciso. Mas quando eu dependo de outras pessoas, a coisa se complica... como mostrar para alguém que a sua necessidade é real, legítima? Como mostrar para alguém a importância vital que esta resolução tem para você? Tenho mais um grave defeito que é insistir nas coisas enquanto eu acredito e abandoná-las quando percebo que não podem se realizar. Acredito que isto seja uma defesa, mas eu mudo de ideia como quem muda de roupa. Quando percebo que o barco vai afundar, pulo antes e embarco na primeira lancha que aparecer! Isto me torna uma pessoa intolerante, ou, ao contrário, eu já faça isso por ser uma pessoa intolerante. Paradoxalmente, costumo dizer também que sou capaz de aceitar quase tudo, desde que eu entenda. Eu só preciso entender o que acontece para aceitar. Isto é uma medida que, quando adotada, me torna mais paciente. Acredito que explicar o que quer que seja é uma atitude respeitosa. Ninguém é obrigado a passar por cima da própria vontade para satisfazer a minha, mas eu tenho o direito de saber quais razões o levam a não compartilhar comigo daquele desejo. Assim posso definir por conta própria qual rumo tomar. Assim posso decidir se quero mudar de desejo para adequá-lo ao outro ou insistir no meu sem acompanhamento. Acho que passei tempo demais da minha vida tomando conta de mim. Talvez eu não saiba mais não fazer isso... quando vejo, já tomei uma atitude. Muitas vezes deixo só a poeirinha na estrada. Quando dão falta, já estou longe! Mas isto é só uma metáfora... não sou tão radical quanto gostaria, nem tão desapegada, nem tão livre. Assim como eu sei que isto é uma fase e, como todas, também vai passar. Talvez eu esteja só em um mau dia, ou em uma semana ruim...

Ofereceram-me uma casa ampla e arejada com varandas em frente ao mar, mas eu sou capaz de ficar com um pequeno quarto e sala de fundos... basta que eu entenda o porquê!

Até.

domingo, 12 de agosto de 2012

Um pai para cada filho...

Existem vários tipos de pai. Acho até que diferentes filhos geram diferentes pais. Sim, você não leu errado. Aquela história de que “filho de peixe, peixinho é” se inverteu. Ou melhor, se inverte a cada novo filho. Pais são homens que em determinado momento da vida abrem mão de si mesmos para cuidar do outro. As mães também são assim, mas o fato é que as mulheres, de uma forma ou de outra, encaram mais naturalmente a tarefa de cuidar do que os homens. Talvez porque elas têm nove meses de intensa convivência para aprender o que fazer com o filho depois que ele nasce. Os pais não. Os pais um dia se descobrem assim. De uma hora para outra a noite passa a não ser inteira de sono, uma ida a praia passa a ser um verdadeiro ritual de sacolas e preparativos, o futebol do fim de semana é trocado por um especial infantil na televisão. Mas certamente, também é de uma hora para outra, que os pais são dominados por um amor que não se sabia possível de sentir. Um dia as músicas do carro passam a ser as trilhas sonoras dos desenhos animados, e aquele programinha do sábado a noite passa a ser a três... ou quatro! 
O pai moderno não se deixa abater por estas questões. Muito pelo contrário ele quer ser reconhecido como figura de igual importância em relação à mãe. Ele divide tarefas, ele curte os momentos de brincadeira, ele brinca também. Dizem que se com as mães os filhos aprendem a se comportar, é com os pais que eles mais se divertem. São os pais que fazem as brincadeiras onde o contato físico é mais evidente, são os pais que inventam as coisas mais legais. É claro que ainda encontramos aquele pai que não pode estar presente o tempo todo, que deixa o filho dormindo para ir trabalhar e o encontra da mesma forma a noite quando volta, mas atualmente ele é minoria. Os pais são aqueles que deixam as marcas mais profundas, que levamos para toda a vida e que ajudam a moldar o nosso caráter. Os pais educam na mesma proporção que aliviam o lado dos filhos quando as mães estão irredutíveis. São eles que carregam o filho sonolento no colo, que distraem o pequeno enquanto as mães olham as vitrines, são eles que dão a bronca mais doída. 
A figura do pai mudou muito de uns tempos para cá. Dá gosto de ver o orgulho que os pais têm carregando as fotos de família no celular ou simplesmente expondo-as na mesa do escritório. É lindo ver a reunião de pais na escola não ser só de mães. É tocante ver o esforço de um homem para dar banho, comida e aconchego a alguém que é pouco maior do que a palma de sua mão. É bonito ver a relação de pais e filhos que se entendem, que caminham juntos, que dividem pequenos prazeres. 
Como disse, para cada filho, há um pai diferente, pois é este pequenino que transforma um homem comum em um SUPER PAI! 

sábado, 11 de agosto de 2012

Mística

Acredito verdadeiramente em conexões. Há quem diga que é coincidência, sincronismo ou qualquer outro nome que se queira dar. Ontem, em uma reunião profissional que, na verdade reúne várias amigas, surgiu uma proposta para comemorar o aniversário de 7 anos do nosso trabalho. A ideia em questão é uma mística. Adorei o nome, a ideia mais ainda, mas fiquei curiosa para saber qual seria a definição de "mística". Se todo mundo sabe o que é e a ignorância é só minha, peço desculpas, mas realmente não sabia do que se tratava, e até agora não estou bem certa se já sei o significado, mas, ao menos, eu tenho uma ideia. Mística, místico, misticismo sempre me remeteu a algo escondido, misterioso. Qual não foi a minha surpresa quando encontrei a resposta em uns sites católicos! Descobri que a mística é perceber algo que é real, porém invisível. Algo que se sente, mas não é tangível. Mas por que eu comecei o texto falando sobre conexões? Porque a mística pretende algo que sempre foi o meu objetivo com o blog... sensibilizar as pessoas para as coisas que não podemos ver, mas que estão aí, em algum lugar. É mostrar que precisamos nos tornar capazes de  perceber que o bem gera o bem. Na mística católica, fala-se da presença de um Deus que se sente. Eu acredito nisso, mas para quem prefere usar outra definição, pode chamar de energias positivas, boas vibrações e auras claras. A minha intenção com o blog é despertar a sensibilidade, exercitar o olhar de contemplação para que se possa admirar as coisas bonitas da vida. Quando escrevo um texto quero expor aos outros o que eu penso, mas acima disso quero tentar ajudar de alguma forma. Se eu consigo fazer com que algumas pessoas parem para pensar em seus atos, parem de lamentar o que deu errado e comecem a ver a vida de uma maneira mais positiva, todo mundo sai ganhando. Nada me deixa mais feliz, e eu já disse isso outras vezes, do que receber de alguém o reconhecimento de que o que eu escrevi serviu para ele como um alerta para refletir. Acho que o propósito passa por aí. Chega de ligar o piloto automático e sair por aí fazendo as coisas de forma mecânica. Somos humanos, pensamos, sentimos e afetamos o outro a cada pequena atitude. Quem nunca se sentiu tocado ao ouvir uma história emocionante de alguém que nem se conhece? Isso é a prova de que quando nos permitimos entrar em sintonia com o outro, coisas maravilhosas acontecem. É impossível sair ileso de uma relação, seja ela qual for. Relação presume troca, e não há como trocar o que quer que seja e com quer que seja, sem deixar um pouco de si e levar um pouco do outro. Se antes mesmo disso acontecer eu coloco à minha frente uma barreira de proteção, eu não permito que a troca aconteça. O que tiver que vir, bate e volta. Já parou para pensar que quando você rebate o que o outro está dizendo você nem mesmo está ouvindo o que ele está falando? Portanto, antes de dizer que não concorda, escute. Mais do que isso, ouça! Parece a mesma coisa, mas não é. Escutar é apenas captar os sons que vêm até você. Ouvir é transformar estes sons em sentido. Antes de dizer que mesmo assim você não concorda, procure entender qual foi o pensamento de quem falou e só então, emita a sua opinião. Não é para sair achando tudo lindo. É para desligar o piloto automático... simplesmente!
Tome o controle dos atos, mas permita-se sentir fragilizado...
Não perca a sensibilidade... Apenas se conscientize!

Até breve

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Viagem e cultura

A cultura de um povo está estampada nas pequenas coisas, nos pequenos detalhes que tornam aquele conhecimento único, peculiar. É bem verdade que com a "falta de sossego" do ser humano, o que era próprio de um grupo passou a ser de outros através dos movimentos que definiram as populações geograficamente distribuídas como encontramos hoje. Sabemos aqui e ali como funcionam determinados costumes, mas a verdade é que não existe melhor maneira de conhecer outras culturas senão viajando! Viajar dá a possibilidade de conhecer melhor a nós mesmos, ter capacidade de analisar, através do parâmetro dos outros, a nossa própria realidade.
A cultura se faz no jeito particular de lidar com as coisas do cotidiano. O que se come, veste, fala... A cultura se expressa na arte, nas roupas, danças, músicas e tantos outros elementos que trazem a identidade daqueles que a criam, absorvem e a transformam. A forma como um povo valoriza a sua cultura define o conhecimento que se tem de si mesmo e o orgulho que torna aquele povo forte, inteiro, lutador. É bem verdade que temos o péssimo hábito de achar que a grama do vizinho é sempre mais verde, mas se isso serve como motivo de admiração, igualmente serve de inspiração para ser tão bom quanto!
Para mim, o valor de uma viagem está no conteúdo cultural que ela pode me proporcionar. É tão importante vivenciar aqueles momentos que, até muito pouco tempo atrás, eu mal tirava fotos dos lugares por onde eu passava. O que foi vivido por mim não é transferível para quem quer que seja, sobretudo através de uma foto. Hoje, porém, eu já compreendi que fotografar um lugar é eternizar-se num instante. E por isso, embora não sejamos capazes de congelar o momento nem, tampouco, transmitir a sua emoção a quem observa a imagem impressa, a fotografia é a história contada através de um piscar de luzes.
A cultura dos lugares que eu já visitei se apresenta nas feiras livres, nos trens de um metrô, na fala incrivelmente deliciosa das crianças locais, nos acessórios ostentados pelos moradores. Nas minhas andanças descobri que as mulheres francesas não costumam fazer as unhas, os paraenses são educados e acolhedores, os vendedores do Mercado San Telmo andam em duplas, e os mineiros são receptivos. Descobri que as barreiras do idioma não são assim tão intransponíveis, que os problemas existem em todos os lugares, que nem sempre é preciso sair do lugar para viajar. Descobri que adoro o inverno em qualquer lugar do mundo, que plumas de ganso esquentam mais do que lã, que o frio seco é mais cruel do que o úmido. Descobri que em outras partes do mundo o sol não fica no ponto mais alto ao meio dia e que não dei a devida atenção às aulas de História. Confirmei que andar é muito bom, que visitar só pontos turísticos não te credencia a profundo conhecedor de uma realidade qualquer e que é preciso conhecer o que está aqui ao lado antes de explorar outros lugares.
A cada viagem descubro um pouco mais que somos um cisco na multidão e que o roteiro perfeito é aquele que toca fundo na alma de cada um.

Portanto, na próxima vez que for viajar, dispa-se dos seus conceitos e mergulhe naquilo que faz pulsar o coração do lugar que você escolheu!

Boa viagem...

Até a volta!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Vaidade

Alguns sentimentos são socialmente proibidos, condenados. A inveja é um deles. Não é permitido pensar ou falar nela. Nem ao menos senti-la é permitido! É o tipo do sentimento que rapidamente retiramos da cabeça como se espalhássemos uma poeirinha cada vez que ela vem nos habitar. Cortamos tão sumariamente dentro de nós que a condenação social nem chega a acontecer. A inveja é tão proibida que, frequentemente, substituímos seu nome por "ciúme", numa tentativa de torná-la menos pesada. Mas não é por aí. Não estou aqui fazendo uma apologia à inveja, absolutamente! Só não quero fazer um julgamento, neste momento, de sua pertinência ou validade. Na verdade este texto não é, nem mesmo, para falar sobre ela! Quis apenas exemplificar.
Outro sentimento condenado é a vaidade. Aceitamos aquela vaidade que, sob o pretexto de ser saudável, torna-se benéfica. Aquela vaidade estética, que nos faz olhar nos espelhos, cuidar do corpo, da saúde e de outras coisas que a transformam em um "mal necessário". Acho divertido quando alguém pergunta ao outro se ele é  vaidoso e recebe como resposta um "sou vaidoso dentro do limite!". Resposta genérica e subjetiva já que o limite varia de pessoa para pessoa. Mas por que é permitido ser esteticamente vaidoso quando o mesmo não acontece em outras áreas? Sempre me considerei uma pessoa vaidosa. Sempre me preocupei com a estética das coisas, em me apresentar bem, em cuidar de mim. O que eu não sabia é que a minha vaidade também se mostrava de outras formas. Se ela é ou não um sentimento ruim, eu não sei. Acho até que ela se torna ruim quando prejudica alguém. Enquanto ela funciona apenas como um balãozinho que vai enchendo dentro da gente e tomando conta de todas as células é só uma sensação boa que nos mostra que fizemos o trabalho bem feito! Confesso que tenho experimentado esta sensação algumas vezes ultimamente. Não sei se agora o resultado das minhas ações aparece com maior evidência ou se eu deixei de focalizar no que eu não conseguia e passei a me concentrar nas minhas conquistas. Para quem ainda não entendeu eu estou falando do meu trabalho. Seja ele relacionado à minha profissão, diretamente, seja relacionado aos meus hobbies. Descobri que fico muito vaidosa quando alguém me diz que sente falta da minha presença. Fico vaidosa quando dizem que eu sou engraçada, quando dizem que eu escrevo bem, quando recebo um elogio por um prato que eu fiz. Fico vaidosa quando sei que o trabalho que eu criei continua sendo seguido mesmo sem eu estar por perto e quando sei que a minha ideia mudou os rumos de alguma situação. Percebo que me encho de orgulho quando ajudo alguém a encontrar uma luz no fim do túnel apenas com uma orientação. Adoro saber que crianças que passaram por mim na escola se tornaram adultos honestos, felizes e trabalhadores. Gosto de ajudar meus amigos e ser reconhecida por isso... como fico vaidosa! (rs)... Fico orgulhosa quando acerto no presente, quando digo as palavras certas, quando falam para mim que valeu a pena ter esperado. Pode existir orgulho maior do que saber que adolescentes esperaram quase 4 horas só para ter aula comigo? Como não me sentir vaidosa com isso? 
Fico extremamente vaidosa quando me contam que vieram ao blog - e gostaram! - e fico ainda mais vaidosa quando comentam que aquele texto, que eu escrevi tão despretensiosamente no meu computador, serviu como uma luva para a sua vida! 
A sensação que tenho é a de que cumpro minha missão diariamente... e isso não tem preço!
Não quero dizer que estou certa por isto, mas desejo, de verdade, que você tenha muitos e muitos motivos para se sentir vaidoso tanto quanto eu!

Faça a sua parte... o resto vem!

Até!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

De mentirinha...

Acho que nem preciso dizer o quanto se come estando em Buenos Aires. É de conhecimento geral que a carne por lá é algo do outro mundo. Se falarmos em doces, não podemos esquecer do alfajor. Aliás, ele é típico também no Uruguai. Devo confessar que não é dos meus prediletos, mas comer um, de vez em quando, é gostoso. 
Olhando o blog, percebi que nos últimos tempos quase não tenho postado receitas, mas é que eu gosto de escrevê-las somente quando faço, para poder fotografar. Acontece que no retorno das férias, ao entrar em sala, uma aluna comentou que havia feito uma receita dada por mim. Devo confessar que nem eu sabia que havia falado no assunto, mas pela explicação percebi que, de fato, a receita era minha! Pois não é que, coincidentemente, era de alfajor? Ora, ora... eu acabei de chegar da terra deste docinho e minha aluna comenta sobre ele mesmo sem saber da minha viagem? É ou não é a hora de divulgar esta delícia?
A receita é da categoria "muito-fácil-fácil-mesmo-qualquer-um-faz"! Portanto, nada de desculpas esfarrapadas. Essa é para fazer! Vale lembrar, no entanto, que a minha foto eu fico devendo!
Bem, quem já comeu alfajor talvez ache um pouco diferente, afinal ele é de "mentirinha". Mas uma coisa posso garantir: É o melhor que eu já comi!

Então aí vai...

Alfajor de mentirinha

1 pacote de biscoito Maria (aquele redondo)
1 lata de leite condensado
400g de chocolate ao leite (pode ser o meio amargo ou o branco, se preferir)

Cozinhe a lata de leite condensado por cerca de 30 minutos na panela de pressão. Para quem não tem habilidade (ou panela), sugiro comprar uma lata de leite condensado lançado recentemente que é clarinho como o comum, mas consistente como o cozido, portanto, vai funcionar. Caso opte pelo cozimento, para os desavisados de plantão, deixe esfriar totalmente a lata antes de abri-la, pois ela "explode" se abrir com o conteúdo ainda quente. Faça bloquinhos de 3 biscoitos recheando-os com o leite condensado como se fosse um sanduíche, porém com 3 camadas. Quanto mais recheado, mais gostoso fica. Apenas tome cuidado para não escorregarem os biscoitos, pois o creme liso faz com que isso aconteça Repita até terminar o pacote. Derreta o chocolate no micro-ondas ou em banho-maria e banhe os "sanduíches". Deixe secar em uma assadeira ou prato na geladeira até o chocolate endurecer. Retire da geladeira e deixe descansar. Quando feito de véspera fica mais gostoso pois o biscoito absorve a umidade do creme, estufa e fica bem parecido com o bolinho do alfajor verdadeiro. O difícil é conseguir esperar até o dia seguinte!
É só comer. Posso assegurar que é "tudo de bom".

Foto "roubada" de outro blog, mas é assim que fica!

Até mais.


domingo, 5 de agosto de 2012

Água de Colônia

Como eu disse no texto anterior, nesta visita a Buenos Aires aproveitamos para dar um "pulinho" no Uruguai. Apesar do meio de transporte até lá ser um barco e eu, confesso, não sou muito fã, estava realmente empolgada para o passeio. O bilhete foi comprado pela internet uns dias antes da viagem. Algumas empresas oferecem o serviço. Nós optamos, por indicação e por ter um preço compatível, pela Seacat. A travessia leva, em média, 1 hora de duração, pelo Rio da Prata. Ele é imenso e por várias vezes durante o dia eu troquei o nome de "rio" por "mar". As tarifas variam, mas custam no máximo 170 pesos argentinos cada trecho, o que equivale a aproximadamente R$70,00 no câmbio de hoje. Se você se interessar, escreva "barco Buenos Aires Colônia" no Google que você terá todas as informações como: companhias, horários tarifas e disponibilidade de vagas. Os barcos são grandes e têm estrutura de banheiros, cafeterias e até free shop. Os argentinos compram como se fosse liquidação... uma loucura!
Após uma hora de viagem chegamos a Colonia del Sacramento, no Uruguai. Confesso que não sabia muito bem o que encontraria por lá, nem se as distâncias eram muito grandes, se faríamos passeios a pé ou se precisaríamos de algum transporte. Fomos com a cara e a coragem! Ainda no terminal hidroviário, fomos a um caixa eletrônico para trocar algum dinheiro.
R$130,00

Vale lembrar que a moeda de lá, nesta ocasião, estava custando cerca de R$0,10, ou seja, para cada real, você comprava quase 10 pesos uruguaios. Nós passamos o dia com esse dinheiro. Eu sugiro que você separe cerca de 2000 pesos de lá, afinal nós usamos o cartão de crédito também. Alguns lugares aceitam reais, dólares e pesos argentinos, mas podendo trocar em moeda local, é melhor! Como a moeda lá vale muito pouco, a gente se assusta quando vê os preços, mas deve-se lembrar que o valor que a gente vê no cardápio deve ser dividido por dez, o que dá um alívio muito grande.
Colônia é uma cidade pequena e encantadora. O passeio mais comum é pelo centro histórico. Saindo do terminal hidroviário, você encontrará um centro de informação ao turista, onde pode-se conseguir o mapa da cidade e algumas informações importantes. Dá para fazer tudo a pé. Segundo eu soube este foi o único lugar para aquelas bandas, colonizado por portugueses. Vale a curiosidade que a cidade foi descoberta no final do século XVII pelo então governador do Rio de Janeiro. O lugar é um encanto. O Rio da Prata circunda a "vila" e em alguns pontos é possível vê-lo ao mesmo tempo, de um lado e do outro. A sensação que dá é que para qualquer lado que você mire a sua câmera, boas fotos sairão dali. Não há foto feia naquele lugar. Como visita eu sugiro o farol, pois de lá se pode ter uma visão geral da cidade. É muito bonito! Para quem tem alguma dificuldade com escadas e com altura sugiro cautela. Para o primeiro patamar, são 70 degraus em escada caracol. Para o segundo, são necessários mais 30 degraus e finalizar a subida com uma escadinha daquelas que você precisa descer de costas. Confesso que dá um pouco de medo, mas não sei se chego a servir de parâmetro, afinal, tenho medo de muita coisa! (rs)


O ingresso ao farol custa 20 pesos uruguaios, ou seja, cerca de R$ 2,00. Ao menos até o primeiro patamar vale a pena subir para tirar algumas fotos panorâmicas.
Do alto do Farol

Rio da Prata visto do Farol
O forte de Colônia, em termos de produtos, se assemelha à Buenos Aires. Come-se bem, e há com bastante fartura carnes, vinhos, queijos e outros derivados de leite. Em cada esquina encontramos cafeterias e restaurantes charmosos onde é bastante comum ver as pessoas se demorarem na gostosa conversa com amigos enquanto dividem a atenção com uma xícara de café. As ruazinhas de pedra, as casas bastante antigas e conservadas dentro de sua história longínqua, tudo parece meticulosamente programado para encantar o visitante. A vida parece passar em outro ritmo e, como no centro histórico, tirando os trabalhadores o resto é turista, o tempo acaba não sendo mesmo um elemento com que se preocupar, a não ser para não perder o horário do próximo barco para voltar à Argentina. Em Colônia há pousadas para quem deseja ficar mais um tempo. Estou longe de ser profunda conhecedora do local, mas penso que um dia é suficiente para a visita. Nós retornamos no último barco, cujo horário era às nove da noite. Chegamos à conclusão de que poderíamos ter voltado no anterior, que sai de lá às 17. Vale lembrar, apenas, que assim como nos embarques aéreos é necessário chegar com uma hora de antecedência para passar pelo serviço de imigração, afinal você estará trocando de país.
Só para dar um gostinho, aí vão mais algumas fotos de Colonia del Sacramento - Uruguai.






Lindo, né? Vale a pena conhecer!

Até a próxima

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Em terras portenhas...

Há cerca de oito meses atrás, estava eu em Buenos Aires quando encontrei em um letreiro luminoso e uma fatia de pizza a razão que eu precisava para aceitar a ideia maluca de criar um blog. Quando me deram a missão de escrevê-lo, não sabia muito bem como seria isso nem sobre o que falaria. Até que um taxista da cidade deu uma dessas dicas que não se encontram nos guias de viagem, e me mostrou que apesar de tantas pessoas falarem do mesmo assunto sempre havia um jeitinho de imprimir a minha marca pessoal nos relatos. Surgia então o "Kika por aí"! Você deve estar pensando que já leu sobre esta história e deve estar se perguntando por que eu estaria contando-a novamente. Eu explico: Neste último fim de semana o blog, ou melhor, a sua autora, voltou às origens. Cheguei em terras portenhas para escrever uma segunda parte dessa história. E desta vez, com um "plus": um pulinho ao Uruguai. 
Sou do tipo que gosta de ver filmes mais de uma vez, reler livros já conhecidos, e obviamente, visitar mais de uma vez um determinado lugar. Acredito que desta forma damos oportunidade ao exercício do olhar. Um olhar que não é mais de novidade, mas não é menos deslumbrado! Um olhar que se treina a buscar o desconhecido dentro de um universo do qual já se sente proprietário.
A cidade é um organismo vivo e como não podia deixar de ser, se molda e se reinventa a cada momento. Outra coisa interessante é ver o mesmo ambiente sob as diferentes luzes das estações. Da outra vez estive lá na primavera, e as árvores em sua plenitude eram de um verde que emoldurava as ruas. Desta vez, no inverno, as árvores já sem folhas e se fortalecendo para ressurgirem na próxima temporada, deixam as ruas sem cor e enaltecem o vento cortante e frio que dá o tom da estação. Cada época com a sua beleza. O céu de Buenos Aires parece não permitir que as nuvens se prendam a ele. Tanto em novembro quanto agora não se via, absolutamente, qualquer sinal que tirasse do azul, vivo e profundo, a beleza e a graça tão próprias dos dias de inverno.
Desta vez tive oportunidade de conhecer algumas coisas novas, andar de metrô, barco e fazer muitos passeios a pé. Acho que os dias em Paris me mostraram, definitivamente, que uma cidade se conhece no vagarosos passos de uma caminhada. Uma cidade se conhece no ouvir de conversas entrecortadas dos pedestres que passam ao nosso lado na calçada. Uma cidade se define pelos moradores que andam num ir e vir frenético de ternos, saltos, sacolas e crianças que vivem o dia a dia que passa alheio por aquele que está de visita. Sugiro sempre, inclusive, que se possa separar em uma viagem alguns dias de semana e outros de fim de semana, caso seja possível, afinal, de turistas não se faz a cultura de um lugar. 
Nos próximos dias, voltarei a contar as aventuras vividas nesta temporada por lá. Foram apenas alguns dias, mas de uma grande riqueza de experiências. Como de costume, vou dar algumas dicas de passeios e outras coisinhas divertidas para se fazer por lá. Você está convidado a embarcar comigo nesta viagem.
Só para dar um gostinho aí vão umas fotos!
Jardim Japonês - Buenos Aires

Rio da Prata - Colonia del Sacramento


Até breve!

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

É agosto!

Como diz o ditado: Agosto, mês do desgosto! Ouvi isso a minha vida inteira, porém nunca soube se a descrição se devia ao simples fato das palavras rimarem ou por ser agosto o mês profissionalmente mais longo do ano. Confesso que sempre tive uma "birrinha" deste mês porque ele me tirava do sossego das férias e não oferecia como indenização nenhum feriado. Isto me dava a sensação de que levaria muito tempo até que, finalmente, eu pudesse ter algum descanso merecido em meio ao trabalho estressante de levantar cedo todos os dias, produzir exaustivamente e ver perpetuar uma rotina que soa "burra" porque não nos permite pensar sobre ela, apenas agir. Até que vem o tão esperado 07 de setembro e então se pode respirar aliviado novamente... mas isso é outra história!
O mês de agosto para mim, atualmente, tem outro peso. É o mês em que se comemora o aniversário de uma das pessoas mais importantes da minha vida. Alguém que de tão amado não conhece a dimensão do patrimônio afetivo que lhe cabe. Alguém que faz parte de mim há tanto tempo que eu não saberia compreender quem sou, conhecer a minha história, sem que nela estivesse a sua marca. Uma pessoa que é especial não somente porque o vejo assim, mas por ser assim! Alguém que de tão humano quase esconde o "coração" para que não o atinjam sem que se prepare para isso. Um golpe certeiro seria fatal!
Agosto para mim, hoje, tem gostinho de fim de ano, de reta de chegada, de contagem regressiva. Digo sempre (e confesso que todas as vezes que falo acho, no fundinho, um exagero!) que acabou agosto, acabou o ano. No fim das contas, é mesmo o que acontece. Hoje, escrevendo a data em um papel, me dei conta de que este já é o mês de número 8. Ora, ora, se o ano tem somente 12 meses estamos mesmo no fim (do fim) do ano! Não quero me antecipar, mas é hora de começar a se programar... o Natal já está próximo... acredite!
Agosto é mês dos ventos, diz uma pessoa cuja sabedoria se construiu ao longo dos seus muitos anos de idade. Certamente já viveu muitos ventos para saber do que fala! É uma pena que hoje, com o clima tão "virado" talvez esta informação já não seja mais tão confiável. Mas, que tal aproveitarmos os bons ventos de agosto para espalhar boas sementes por aí?
Existe um ritual, que se não me engano é budista, do qual eu gosto bastante, onde se monta um "varal" de mensagens positivas. Pedaços de papel ou tecido são escritos com coisas boas para se desejar ao mundo e são pendurados em um varal para deixar que o vento leve-as para todos os cantos. Se você acredita ou não, eu não sei, mas que é um simbolismo lindo, eu não tenho dúvida!
Então, concebendo a internet como um ventinho virtual, uso agora este espaço para mandar ao mundo toda a energia boa que eu desejo. Que agosto entre com a força de um tufão, a serenidade de um vento leve e o cheirinho de novidade de uma brisa de verão!

Que agosto passe a ser, a partir de agora, o mês do "BOM GOSTO"!

Parabéns às pessoas queridas que, junto com o meu amor, fazem aniversário neste mês...

Até breve.