terça-feira, 30 de outubro de 2012

Entre páginas e perfumes...

Ontem uma aluna me fez uma pergunta. Certamente me escolheu para fazê-la porque considerava que eu estaria apta a respondê-la. Seu questionamento, de tão simples, me deixou sem resposta. Disse ela que iria a uma feira de livros e gostaria de uma indicação sobre quais títulos deveria comprar. Fiquei sem palavras. Em parte por não conseguir organizar na minha cabeça o sem número de histórias que vieram de pronto. Em parte pelo constrangimento de perceber que há muito não exercito minha leitura franca, pelo simples e maravilhoso prazer de ler. 
Livros são como perfumes, na minha opinião. São particulares, pessoais e escolhidos de acordo com a personalidade de cada um. Assim como as fragrâncias, os livros bons são do tipo que ficam impregnados. Entram no corpo de uma forma tão intensa e arrebatadora que ficam como uma marca registrada. É difícil não mudar a forma de pensar depois de ler alguma coisa que lhe seja significativo. Já os livros ruins intoxicam assim como os perfumes baratos, de qualidade duvidosa. Muitas vezes classificamos as pessoas de acordo com o estilo literário com o qual se identificam. Assim também são os cheiros. Um perfume agradável atrai, traz para perto as pessoas que valorizam as boas coisas. Os textos interessantes têm o mesmo poder agregador. Através deles conhecemos melhor as pessoas, iniciamos conversas, compartilhamos ideias.
Os bons livros despertam memórias. Os bons perfumes também. O olfato tem uma relação direta com o afeto. Olfato = Afeto. Até as palavras combinam. E falando neles, que delícia é sentir o cheirinho daquele livro que estava guardado e que nem nos lembrávamos mais. É o resgate de outro tempo que remete a vivências tão significativas quanto o conteúdo do próprio livro encontrado. 
Uma boa história desperta sorrisos, lágrimas, reflexões. Um bom perfume desperta paixões, boas lembranças, aconchego.
Para que um livro seja envolvente é preciso que seja capaz de abrir um portal que conduza o leitor a um mundo de imaginação. Para que um perfume se torne parte de alguém, é preciso que ele traduza em aroma o momento vivido. Eis aí a dificuldade em responder a pergunta que me foi feita. Porque os cheiros e as histórias são como passaportes mágicos, prontos para imprimir em cada um a sua marca... indelével!

Até.

sábado, 27 de outubro de 2012

Bom dia? Só se for para você!

Ontem lancei um "desafio" aos meus alunos do 1º ano do ensino médio. Perguntei a eles sobre o que havia ficado deste ano, uma vez que a entrada neste segmento impõe ao aluno uma postura diferente daquela dos anos anteriores. Para mim, surpreendentemente, um dos alunos respondeu: Nada! Esta resposta caiu como uma bomba na minha cabeça. Não por ter feito parte de um ano que pareceu nulo para ele, mas por pensar em como podem 365 dias passar em vão. Dias estes que não retornarão nunca mais! Isto é pesado demais para mim. 
É claro que existe uma certa preguiça de pensar na pergunta que foi feita. Muitas vezes um período ruim faz com que a gente apague todo o resto, por defesa, bloqueio ou coisa que o valha. Mas a questão é que passar um ano em branco é de se parar para pensar! O que eu tenho feito dos meus dias?
No dia dos professores li um texto postado por uma amiga minha no site da Allere* e, depois de ter sentido uma pontinha de inveja por não ter sido escrito por mim (rs!), fez com que eu parasse para analisar um pouco mais as coisas. (Talvez eu analise demais. Ontem esta foi uma das palavras que meus alunos usaram para me definir: pensativa, analítica...). O texto em questão trazia uma pergunta ao mesmo tempo simples e crucial. Dizia: O que valeu a pena hoje?
Há dias com tantos acontecimentos que temos até dificuldade em selecionar as coisas que fizeram aquele dia valer a pena. Já outros, tão improdutivos e mornos, nos fazem acreditar que foram realmente inúteis. Mas dentro de um ano, qual o balanço que você faz sobre o valor dos seus dias? Já se fez esta pergunta? O que você tem feito para que os seus dias valham a pena? Será que só os grandes acontecimentos merecem registro ou o simples fato de acordar se sentindo bem seria um motivo para isso? De modo geral, e eu já falei isso aqui, só damos o devido valor ao estar bem quando não estamos!
Não é por acaso que existe uma grande corrente de pessoas que, nas redes sociais, deseja bom dia aos amigos, como se isso fosse quase uma intimação ao prazer de viver! É como se estas pessoas já tivessem despertado para isto e se sentissem no dever de passar adiante a sua ideia. Acho bacana e acho ainda mais bacana usar um canal assim para expressar sentimentos que, muitas vezes, pessoalmente não conseguimos.
Se mesmo depois de ler isso você ainda achar que a maioria dos seus dias não têm valor, observe como o horário de verão tem deixado as tardes mais longas e lindas. E se der para assistir ao por-do-sol, não perca esta oportunidade. É mágico!
Observe crianças brincando em um parquinho, como se o movimento em volta ficasse em câmera lenta. Parecem bichinhos testando a própria capacidade do corpo em se esticar, encolher, saltar. Perceba como eles caem e se levantam com uma facilidade que não devíamos perder ao longo dos anos.
Tome um sorvete de um sabor novo. Há tantas opções hoje em dia que é um crime permanecer nos mesmos gostos de sempre e aí, no fim do dia, você vai poder dizer que valeu a pena experimentar algo novo... mesmo que seja para não repeti-lo nunca mais!
Visite um site de algum assunto interessante para você. Demore-se nisso. Planeje uma viagem que provavelmente você nem vá fazer um dia, ou programe-se para torná-la real.
Faça um elogio a alguém e perceba a reação que a pessoa tem ao seu comentário. É engraçado como a maioria das pessoas não se sente confortável com isso e tenta se justificar em contrário. Diga a ele que elogios devem ser apenas agradecidos, não justificados. (Meu irmão me ensinou isso!)
Tome um banho demorado, cante no chuveiro ou faça outra coisa que você não tenha tido muito tempo ultimamente. Traz um bem-estar inigualável.
E se puder, caminhe, corra, ande de bicicleta, fique em um parque por um tempo. Se der, vá com alguém. Fica muito mais divertido. Mas se não puder, vá sozinho mesmo e exercite o prazer de sua companhia. A maioria das pessoas que eu conheço não sabe ter prazer com isso. Vá ao cinema sozinho alguma vez... é libertador.
E quando se deitar, no fim do dia, não se esqueça de trazer à tona tudo o que aconteceu. Por menor que seja. Sempre há um motivo para que seu dia tenha valido a pena. Se não encontrar, tente no dia seguinte. Aos poucos se pega o jeito...

Depois disso seus dias nunca serão como simples datas no calendário.

Até breve!

*Allere Estimulação Pedagógica (www.allere.com.br)

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Os opostos se atraem. Atraem?

Os opostos se atraem, diz o ditado. Eu o complemento dizendo que podem até se atrair, mas não se sustentam. Se tem uma coisa que eu aprendi é que muito mais do que as diferenças, são as semelhanças que fazem um casal permanecer junto... nem que seja a concordância entre cada um fazer o que gosta sem "perturbar" o outro. Mas, "começando do começo", é claro que similaridades não são uma regra quando se trata de vida a dois. Já começa pela forma de pensar que é muito diferente entre homens e mulheres. Além disso tem a criação dada pelos pais, a formação acadêmica, a carreira escolhida e tantas outras coisas para se definir. O que vemos muitas vezes, no entanto, é que apesar de todas as condições adversas, alguns casais têm muitos gostos parecidos e, na minha opinião, é isso o que mais une as pessoas.
Hoje ouvi uma frase interessante a este respeito: "A relação começa na discordância!". Ao ouvir, parei um minuto para processar a informação. Ora, a relação começa nas afinidades, não? - Pensei em um primeiro momento. Porém, em seguida, entendi o que isto queria dizer. O significado da sentença é que quando discordamos é que começamos a nos relacionar, de fato, no sentido de "negociar" nosso papel naquele espaço. Enquanto concordamos fica fácil conduzir-se lado a lado com alguém. Quando começamos a divergir é que exercitamos a relação verdadeira. E, nestas horas, muitas não sobrevivem. Aí entra a questão dos opostos! Uma relação não se faz entre pessoas que concordam em absolutamente tudo. Ela acontece quando temos a capacidade de ceder sem nos agredir, enquanto fazemos feliz quem está conosco. Mas é um caminho de ida e volta. É preciso que ambos estejam dispostos a abrir mão de algumas coisas pelo bem-estar do outro, sem para isto, se submeter aos caprichos alheios. Eu sempre fui contra a ideia de me doar em uma relação. Eu achava que deviam me aceitar do jeito que eu sou e ponto final. Hoje eu aprendi que estar com o outro é saber verdadeiramente o que o faz feliz e ter prazer nisso. Ao contrário do meu pensamento de outros tempos, hoje eu vejo que as relações bacanas são aquelas onde ambos são companheiros e ao invés de tentarem impor seus desejos, ficam felizes pela simples presença do outro. Seja pela razão que for, ceder não é se anular. É dar ao outro maior importância do que a coisa que se almeja.
Eu escolhi ser feliz com a pessoa por quem esperei toda a minha vida. Confesso que somos bem parecidos, de certa forma até fisicamente, e isto facilita um bocado as coisas. Mas a questão é que ao seu lado eu exercito a doação com o maior prazer do mundo. Não existe imposição, tampouco submissão. Existe respeito, cumplicidade, companheirismo, dedicação, alegria em estar juntos e amor, muito amor. O sentimento, sozinho, não faz uma relação durar. É preciso, além disso, querer que dê certo.

Sobre a minha história, especificamente, fico muito emocionada ao perceber a torcida sincera das pessoas que me conhecem e se sentem tocadas por ela. É surpreendente ver os rostos perplexos e esperançosos de viverem o mesmo conto de fadas.

Desejo a todas elas, portanto, a oportunidade de experimentar não uma relação perfeita, mas a possibilidade de construi-la assim!

Até mais.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Andar com fé eu vou...

Muitas pessoas atribuem a palavra fé a um Deus, a uma religião, a um ser supremo. No dicionário, ela significa crença, fidelidade a compromissos, convicção de uma verdade. É difícil definir o que é invisível. Aquilo que é intangível e abstrato, é igualmente difícil de compreender porque inexplicável! Como criar argumentos para defender o que nem mesmo sabemos dimensionar? Como mostrar a outra pessoa que aquilo que te faz levantar todos os dias pode ser sentido? Como apenas duas letrinhas podem conter tamanho significado? A palavra fé vem do Latim FIDES que significa o mesmo que em português. O curioso disso é que a palavra fiel vem da mesma origem. Se fé e fiel derivam do mesmo lugar, que ligação estas duas palavras têm? Para mim, ter fé é acreditar em algo muito maior do que a minha própria capacidade de gerenciar meus atos. Ter fé é confiar no poder de algo ou alguém muito grande que me protege, me guarda, me salva. Não existe fé sem confiança. Não existe confiança sem fidelidade. Esta é uma via de mão dupla. Se falamos da fé em Deus, isso se torna muito evidente. É claro que eu acredito em um Deus que é misericordioso, muito mais do que o Deus punitivo que muitas vezes me foi mostrado. Mas eu também acredito que é preciso fazer a nossa parte. Dia desses eu li uma frase que eu achei linda e carrego comigo. Dizia "quando você não vai à igreja Deus não se aborrece. Ele sente saudade.". Acho que Ele tem sentido saudade de mim em sua casa, mas posso assegurar que nos falamos frequentemente. Quem me conhece bem costuma dizer até que eu tenho uma ligação direta com Ele. E eu me orgulho disso! Acho bonito quem tem a capacidade de colocar verdadeiramente a sua vida nas mãos de Deus. Minha mãe, quando temos uma decisão a tomar, costuma falar: Entrega para quem resolve! Nem sempre é fácil. Às vezes é difícil aceitar o que vem para nós, sobretudo quando é diferente do que desejamos, mas isso é fé. Isso é acreditar verdadeiramente que os planos traçados para a nossa vida nem sempre passam pelo trajeto que nós criamos. Muitas vezes, só lá na frente enxergamos o porquê das coisas terem acontecido de um jeito e não de outro. Ter fé é aceitar. A aceitação é o ato de compreender e parar de agir momentaneamente sobre uma situação que foge ao nosso desejo. 
A fé é o sentimento que nos torna fortes para ir atrás dos nossos objetivos. Pode ser na vida, em si mesmo, naquela ideia maravilhosa, no projeto que se sonhou. Ter fé é saber, com toda a convicção do mundo, que o dia de amanhã será melhor do que todos os anteriores. Ter fé é colocar toda a sua energia em algo que se acredita. E quando as coisas não saírem como desejado, acreditar que o que é seu, em algum momento, virá. 

Que possamos renovar a fé no bem, nas coisas certas, nos dias iluminados.

Que a minha fé em Deus possa te contagiar...

Até breve!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Entre Carminhas e Ninas...

Se tem uma coisa que reúne as pessoas das mais diferentes classes, idades, grupos sociais e opiniões é a última semana de uma novela de sucesso. É exatamente o que tem acontecido com Avenida Brasil. Poucas novelas mobilizaram tanto o público quanto esta. Até pessoas que declaradamente não são noveleiras estão envolvidas na trama. Seja por gosto, por raiva ou por massificação, o fato é que o assunto do momento nas rodas de conversa, nas tevês das lojas ou até nas redes sociais internet afora, é tentar "adivinhar" como, afinal, terminará o folhetim.
Confesso que achei desnecessário incluir mais um vilão na história que já trazia, desde o começo, lados opostos, e muito bem definidos, para mocinhos e bandidos. Como era de se esperar, no meio da novela eles trocaram de papeis e transitaram livremente entre os bons e os maus. Mas colocar a responsabilidade em uma terceira pessoa que acabou de aparecer como justificativa para as insanidades da Carminha, é o mesmo que retirar dela a própria culpa. Eu acredito que pessoas possam ser "conduzidas" por uma moral tortuosa e elástica em função de uma criação inadequada, entretanto, se fosse assim, filho de bandido seria sempre bandido, e sabemos muito bem que várias pessoas que cresceram em condições absolutamente adversas, conseguiram dar a volta por cima e se tornarem gente de bem! Eu, particularmente, prefiro ver na trama as pessoas cujo posicionamento sempre foi bem definido. Gosto mais de ver aqueles que parecem com qualquer um que temos por perto, na vida real. Gosto do Tufão cuja honestidade e compaixão chegam a ser tocantes. Gosto da Monalisa que tem suas loucuras saudáveis, que trabalha, que tem seus desafetos como qualquer gente normal, como eu ou você. Entendo, porém, que fazer uma novela só com pessoas comuns não dá muita audiência, por isso a necessidade de incluir as personagens que sacodem a história.
O que é curioso nesses casos é que assistir a uma novela, muitas vezes é colocar uma lente de aumento sobre si mesmo. É quase inevitável pensar de que modo agiríamos quando na mesma situação. Ficamos como loucos pensando e repensando se faríamos da mesma forma. É uma pena que o irreal, ou o surreal, seja o que nos chama atenção. Ficamos tão pasmos com as atitudes dos vilões, que os mocinhos quase funcionam como pano de fundo para as suas confusões. Parece também uma tendência nas novelas atuais, abordar a vida das pessoas economicamente menos favorecidas e suas vidas que figuram alheias aos cartões postais da cidade. Com maior ou menor realidade, as novelas refletem, de certa forma, o que vemos do lado de fora das telas: ricos, pobres, jovens, velhos, lugares bonitos, comunidades desestruturadas. As novelas trazem para o grande público o que nem todo mundo conhece na prática. Elas trazem o bom e o ruim da nossa sociedade, e, como obra aberta, muda com os ventos dos comentários nas ruas. As novelas lançam modas, tendências, comportamentos. Fazem pensar ou apenas distraem a cabeça. E falando especificamente de Avenida Brasil, o assunto principal deste post, temos que render aplausos ao escritor e sua imensa capacidade de surpreender o tempo todo. Concordo que em determinados momentos a trama amorna, enrola e faz apenas passar o tempo, mas o fato é que nas últimas semanas todo dia parece capítulo final. Há uma surpresa atrás da outra. Sabemos que no último capítulo muitos casarão, muitas ficarão grávidas e surgirão pares perfeitos para os bonzinhos que ficaram sozinhos. 
De uma forma ou de outra, este é o momento de fazermos as apostas, pois semana que vem, o assassino do Max já não nos fará parar nossas atividades para grudar na telinha.

Afinal, quem matou o Max? (Será que ele morreu?)

A seguir cenas dos próximos capítulos... (quem tem mais de 30 anos sabe o que isso significa...)

Até a próxima novela

domingo, 14 de outubro de 2012

A insustentável leveza do ser

Há pessoas que insistem em trazer um peso à sua existência. Concordo que viver não é fácil e se pensarmos muito nisso, não fazemos a metade do que precisamos, já que a vida é tão frágil. O caso é que não sabemos onde e quando a nossa trajetória por aqui terá fim e, por isso mesmo, o negócio é fazer valer cada minuto. Então, se é para aproveitar, que seja de uma maneira leve, agradável, divertida, alegre. Por que perder tempo com o que não interessa? Se tem algo que me ressinto é a incapacidade de esquecer algumas coisas. Nós seres humanos deveríamos ter compartimentos diferentes para cada tipo de lembrança. As boas, seguem à direita... as necessárias, à esquerda, e as ruins? Ah! Lá atrás, no cantinho que sobrar. Aí eu penso: será que, de certa forma, não somos nós que controlamos isso? Será que nós não temos como escolher por quanto tempo vamos sofrer por alguma coisa? Não posso dizer que seja algo com precisão matemática, mas de modo geral, de maneira insana, escolhemos sofrer mais do que o necessário. Por tudo e qualquer coisa. 
Tenho escolhido, ultimamente, não prolongar os meus sofrimentos. Busco a leveza e a serenidade. Não é um caminho fácil, mas tenho tentado. Conhecer-se é um passo importante para atingir este estágio. Quando nos conhecemos, sabemos até onde temos que ir. Não fujo do sofrimento, mas não o alimento. Sei o meu limite, sei o que me faz bem e sigo por este lado. O curioso disto é que eu sempre fui ao contrário. Sempre fui de ficar maquinando na minha cabeça as coisas que me incomodavam, fosse por raiva, tristeza, dor, inveja,  medo, ciúme ou qualquer outro sentimento. De vez em quando eu ainda me pego remoendo desconfortos, mas estou aprendendo que deixá-los passarem. Percebo que faço um bem para a alma e para o corpo. É saudável saber lidar com as emoções. Adoecemos menos, nos cansamos menos, vivemos mais. 
Por isso eu sugiro que ao invés de ficar caçando problemas que limitam, construa asas. Exercite a inesgotável capacidade de inventar coisas que puxem para cima, para o alto. Do alto vemos melhor. Do chão só vemos poucos centímetros. Quando voamos temos oportunidade de nos distanciar da realidade em que estamos frequentemente imersos, e isso nos impede de enxergar o problema sob diferentes ângulos. Visualize um labirinto. Se você andar por ele, será difícil encontrar a saída. Agora veja o mesmo labirinto por cima. É tão fácil enxergar o caminho. Tão simples. Assim acontece quando temos asas. 
Enxergar a vida de forma leve é irresistivelmente contagiante. Você agrega boas pessoas ao seu redor, distribui sorrisos gratuitamente, enfrenta as batalhas com um exército muito mais forte. 

Por isso, voe... voe alto! Aí, quando valer a pena, você desce... só para se divertir!

Porque a leveza é tudo o que a gente precisa para ir longe...


Até breve!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Escolhas: difíceis, mas necessárias!

O ano estava acabando. Com ele, o prazo para decidir o que fazer da vida. O desejo de ir embora do lugar ao qual pertenceu por toda a vida se tornava cada vez maior. A vontade era estudar em outra cidade, ganhar independência, caminhar com as próprias pernas. A ruptura se fazia necessária. Não havia porque, nem como, desistir agora que estava tudo tão favorável. Naquele momento tudo parecia tão perfeitamente encaixado que não fazia sentido voltar atrás. O que poderia ir contra isso? Aparentemente nada! O que não se contava era sentir falta das menores coisas, ter que trabalhar em dobro para sustentar a própria vida, nem sacrificar-se tanto por algo que agora não parece significar tanto. O que aconteceu com o desejo irremediável de fazer tudo aquilo? Por que a certeza de outros tempos já não mais fazia parte de seus pensamentos? 
Histórias como esta acontecem todo o tempo com muitas pessoas. O desejo de conseguir algo se mostra tão forte que muitas vezes nem pensamos no caminho para consegui-lo, e indo mais longe, não pensamos, sequer, porque queremos! Seja estudar fora, trocar de emprego, mudar de cidade, casar, terminar um relacionamento, comprar um objeto de desejo... a questão é que parece que a vontade de alcançar o objetivo é tão grande que acaba sendo um querer esvaziado no próprio ato de conseguir. Isso acontece porque toda ação exige uma série de outras que interferem na vida como um todo. Ficamos tão presos ao fim do trajeto que desconsideramos o caminho até lá. Quando paramos para pensar em todas as modificações que temos que fazer, percebemos, muitas vezes, que não queremos tanto assim. Comprar algo muito caro exige que se deixe de comprar tantas outras coisas... às vezes por um longo tempo! Ir embora para outro lugar significa deixar para trás pessoas queridas, o conforto da família, a segurança de pertencer a aquele grupo. Casar, ou descasar, envolve desprendimento, maturidade, autoconhecimento. São tantas as mudanças que caem de "paraquedas" na nossa cabeça, que é realmente necessário pensar se vale a pena investir tanto. Fazer escolhas não é fácil... mas é necessário. Para facilitar quem está vivendo um impasse neste momento, aí vão algumas dicas:
1- Escreva de forma clara qual é o seu objetivo - isto ajuda a dar corpo ao seu pensamento. Queremos tantas coisas que não definimos exatamente o que queremos.

2 - Identifique as razões pelas quais você quer atingir este objetivo - esta etapa serve para você perceber se você realmente quer isto, qual é a real importância deste objetivo para você, ou se é apenas um desejo vazio.

3 - Liste os meios para alcançar o seu objetivo - neste ponto você deve fazer uma relação de tudo o que será necessário, enquanto planejamento, para você conseguir o que deseja.

4 - Relacione as vantagens e desvantagens do seu objetivo - este item serve para verificar se o seu objetivo tem mais prós ou contras. Se a segunda lista for maior, é necessário ter cuidado. Mas lembre-se que é necessária honestidade, porque quando desejamos algo temos uma tendência a só enxergar os pontos positivos e não é bem assim que funciona!

5 - Imagine-se vivendo o que você deseja - projete-se para o futuro e imagine que você já está vivendo a situação que deseja... com os prós e os contras. Tente perceber como se sente! Talvez você se descubra menos feliz do que imaginava.

Fora isso, converse com pessoas de várias idades e experiências para ouvir suas opiniões. Procure saber mais sobre o assunto, pesquise, analise e tire suas conclusões. Às vezes é apenas uma questão de tempo. O que pode não dar certo agora, pode ser a melhor opção mais tarde. Às vezes é uma questão de postura, algumas mudanças no próprio comportamento para que a coisa dê certo. Nada é totalmente certo, nem totalmente inadequado... é apenas uma questão de ponto de vista.

Faça sua escolha e seja feliz! Eu já fiz as minhas...

Até!

Ps.: Dedico este texto a todos os meus alunos que vivem este tipo de dilema todos os anos... que eles tenham discernimento, serenidade e boas oportunidades... sempre!


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

É de chocolate...

Estava pensando em quanto o mundo anda politicamente correto... e chato! Importante que se diga que a retidão é muito mais "para inglês ver" do que para ter algum efeito real. Por isso mesmo é chato! Que devemos ter respeito pelas diferenças, não julgar pelas aparências nem pré-julgar por uma impressão, eu não tenho dúvida, mas mudar os termos da nossa língua por conta de um pretenso direito igualitário que não sai do papel, é hipocrisia. Pretenso não porque os direitos não sejam iguais, mas porque vem de uma intenção vazia. É uma questão tão arcaica, tão provinciana que já está pra lá de fora de moda. Isto nem deveria mais fazer parte de uma discussão... já deveria estar internalizado em todos nós. Costumo dizer que muito mais significativo do que a palavra que é dita, é a forma como é dita. Um exemplo que eu dou sempre é que vale mais um "sai da frente" educado, do que um "dá licença" impregnado de grosseria. E assim vale para tantos outros termos que de proibidos  tornaram-se quase palavrões, porque estão longe de obsoletos.
Acabei de me dar conta de que toda esta introdução se deveu, simplesmente, ao fato da minha cabecinha louca pensar demais. O que eu vim aqui escrever nada tinha a ver com isso, mas talvez você, leitor, entenda um pouco mais adiante...
Como é de conhecimento geral, decidi que este espaço não teria uma cara única, o que o torna particularmente meu, mas que dá um trabalhão, porque quando se percebe caindo na mesmice, precisa de supetão mudar seu rumo. Então, estava pensando no quão reflexivos têm sido os últimos textos e decidi que era a hora de uma receitinha. Neste mês que comemoramos, entre outras coisas, o dia das crianças, pensei que seria interessante postar a primeira receita (de verdade!) que me recordo de ter executado, quando tinha ainda 10 ou 11 anos. Só que ao me lembrar do nome, veio toda esta discussão. A receita em questão é de um bolo. O nome? Nega Maluca... ou teria que ser "Afrodescendente com transtornos psíquicos"? Definitivamente não tem a mesma graça. Definitivamente a forma original não agride, nem desmerece a quem quer que seja. E se querem saber? Por que eu ser chamada de branquela não é, igualmente, ofensivo? A mim, soa tão pejorativo quanto o contrário. O que muda não é a palavra dita... é a forma como é usada...
Mas, chega de divagações, porque eu estou aqui para passar a receita. É para fazer (e comer!) amanhã mesmo. E nem precisa de batedeira... tudo de bom!

Bolo Nega Maluca

Massa:

1 xícara de água fervendo
2 xícaras de farinha de trigo
2 xícaras de açúcar
2 xícaras de Nescau ou chocolate em pó
1 colher (sobremesa) de fermento em pó
1 pitada de sal
4 ovos
1/2 xícara de óleo

Cobertura:

10 colheres (sopa) de leite
1 colher (sopa) de margarina
4 colheres (sopa) de açúcar
2 colheres (sopa) de chocolate em pó

Misture todos os ingredientes fazendo um furo no meio para jogar a água fervendo. Mexa com uma colher ou espátula até incorporar toda a água ao restante da massa. Coloque em um tabuleiro untado com margarina e polvilhado com farinha. Asse em forno médio. Para fazer a cobertura, leve todos os ingredientes ao fogo, misture bem e deixe ferver até engrossar. Com o bolo ainda quente, coloque a cobertura.



Simples assim! Este não tem desculpa de que é difícil ou que dá errado, porque não tem como... Experimente! Tem gostinho de infância...

Até

Ps.: Esta foto eu "roubei" da rede. Ando preguiçosa. Mas vou fazer em breve e posto aqui. O resultado é bem parecido com este. Vale lembrar que não é um bolo para desenformar, porque ele esfarela. 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Oktober...

E não é que outubro chegou? Para nós ele já é o décimo mês do ano, entretanto seu nome se deve ao calendário romano, onde ele era apenas o oitavo, já que o ano começava em março. Nas minhas pesquisas por informações curiosas e absolutamente inúteis, descobri que outubro começa sempre no mesmo dia da semana que janeiro, exceto quando o ano é bissexto. Como nesses anos fevereiro passar a ter 29 dias, altera o resto do ano. 
Outubro para mim já tem carinha de lazer. As férias se aproximam, há alguns feriados e apesar do cansaço ganhamos um incentivo pela vizinhança do fim do ano. É ainda neste mês que o comércio comemora as duas  últimas festas antes do Natal. Até pouco tempo atrás, era apenas o dia da criança que movimentava o mês, mas com o dia das bruxas caindo no gosto dos brasileiros, esta também passou a ser uma das comemorações temáticas do ano. Passando isso, "tchantchan"... é Natal!!!
Eu sempre gostei do mês de outubro. Acho um mês festivo, alegre, colorido, vivo. Em outubro planejamos a viagem do fim do ano, começamos a pensar nas mudanças que desejamos para o ano seguinte. É também nesta época que buscamos rever as coisas que não saíram como planejadas e prometemos não repeti-las no futuro. Os ares já estão diferentes e os dias já apontam para um clima de confraternização. Há quem só veja o lado ruim das coisas e já começa a sofrer por antecedência com todo o caos que se torna a nossa vida no fim do ano. O trânsito tumultuado, os gastos excessivos, as filas quilométricas e a falta daqueles produtos que antes eram tão fáceis de encontrar. Mas se olharmos pelo lado positivo, parece que as noites ficam mais bonitas e convidativas, os sorrisos mais largos, o colorido das sacolas preenchem os espaços vazios entre um pedestre e outro da calçada. 
Outubro ainda traz uma mudança que eu, particularmente, adoro! É nessa época que começa o horário de verão. Tudo bem que os primeiros dias são um pouco mais sacrificantes, quem acorda muito cedo passa a acordar no meio da noite, mas tudo isso vale a pena quando o que está em questão é ter mais umas horinhas de sol todos os dias. Para ser mais exata, este ano ele começa na madrugada do dia 20 para o dia 21. Passado o período de adaptação, o horário de verão é a própria cara da alegria. Ficamos mais bem dispostos, produzimos mais, aproveitamos mais a vida. Parece que o período de 24 horas ganha um tempinho a mais. Ficamos mais animados, otimistas e felizes. 
Sugiro então, que se você não é muito fã deste "movimento", procure encará-lo como algo passageiro, pois se não podemos competir com o "rival", devemos nos unir a ele. Ao invés, então, de resmungar por 4 meses sobre o seu inconformismo pela mudança do horário, tente aproveitar para fazer algo que não costuma fazer quando o avançar da noite chega mais cedo. Vá caminhar, dar uma volta, encontrar algum amigo... qualquer coisa que tire o foco do que você não considera bom. Desta forma, tenho certeza que ele passará ainda mais rápido... 

O que eu desejo mesmo é que neste mês, que está apenas começando, os seus dias sejam recheados de surpresas maravilhosas e de bons ventos que possam trazer a magia que torna a nossa vida espetacular!...
... Com, ou sem, horário de verão.

Até mais.