terça-feira, 31 de dezembro de 2013

2014 bate à porta!

Pensei em escrever um texto sobre a virada do ano. A inspiração, no entanto, não acompanhou o meu desejo. Vasculhei os textos do fim dos anos anteriores, mas eles não me ajudaram muito. Fim do ano é aquele período em que a maioria das pessoas está predisposta a reavaliar a vida e mantêm um bom astral ainda que as circunstâncias nem contribuam para isso. O amor e a generosidade pairam no ar e parece que todos os incômodos se dissipam. Não sei dizer se isso acontece pela passagem do ano ou se porque, estando quase todos de férias, surge um certo clima de tranquilidade e vontade de ficar bem. Nesta época, a correria das primeiras semanas do mês de dezembro dá lugar à preguiça gostosa do começo de férias. Não sei se seria igual caso o ano novo chegasse em pleno junho. Acho que seria uma questão de costume, mas como conhecemos as coisas assim desde que chegamos neste mundo, seria muito estranho ter que se habituar à ideia de que a ordem cronológica dos fatos mudou. Imagine que estranho comemorar a virada no ano no meio daquilo que hoje conhecemos como ano? Para falar a verdade, o ano civil que temos hoje é resultado de uma convenção criada pelo Papa Gregorio XIII para corrigir falhas do então calendário Juliano, proposto por Julio Cesar. Em dado momento da história o calendário iniciou no mês de março, questão que explica o fato de nono mês do ano ter um nome que lembra o sétimo (setembro) e assim, sucessivamente até dezembro que, ao invés do que o nome sugere não é o décimo, mas o décimo segundo - e último! - mês do ano.
Pelo sim, pelo não, o fato é que neste período todo mundo fica bonzinho, os desejos são os melhores possíveis e a atmosfera é de paz e esperança. Há quem não goste da virada do ano. Há quem diga que é um dia como outro qualquer, ou crie teorias sobre a besteira que é comemorá-lo uma vez que cada parte do mundo celebra a virada em momentos diferentes em virtude do fuso horário. O ano novo, no entanto, é muito maior que isso, já que está dentro de cada um. Pode não ser celebrado com festa e nem todo mundo é obrigado a gostar, mas acho que não há outra coisa capaz de trazer tanta esperança quanto o recomeço. Seja ele agora, no seu aniversário, depois de ter a vida ameaçada ou na descoberta de um novo amor, recomeçar é tudo o que se precisa quando as forças já se foram, o vigor já não é o mesmo, o corpo e a mente precisam de um descanso, um refresco.
De todas as frases que li sobre a virada do ano, sem dúvida a que mais gosto é aquela que diz que o ano novo traz 365 oportunidades!
Que saibamos aproveitá-las...

Feliz 2014! Que suas energias se renovem, seus sonhos prevaleçam, seus dias sejam mais felizes... sempre!

Até.

sábado, 28 de dezembro de 2013

É festa! É cor! É ano novo!

Já virou tradição! Todo ano me perguntam com qual cor cada um deve passar a noite da virada do ano. Isto porque as pessoas, por menos supersticiosas ou curiosas que sejam, acabam querendo saber de que maneira podem potencializar as boas vibrações para o ano que está começando. E não tem jeito! Não conheço uma só pessoa que não se sinta tocado pela possibilidade de recomeçar... e não há tempo melhor para isso do que a virada do ano. Para definir a cor que deve fazer parte do figurino, o cálculo é feito através da numerologia. Como não sou numeróloga ou coisa que o valha, eu vasculho a internet em busca de informações. Se isto tudo funciona eu não sei, mas como todo mundo tem que vestir alguma coisa por que não apostar na cor que pode ser favorável? O branco é a cor universal para a festa em questão, mas nada impede de abusar do colorido para dar vida e alegria ao figurino.
Como se faz a conta? Você deve somar o dia e o mês do seu aniversário, e acrescentar o número 8. O somatório, que dará um número de dois dígitos, deve ser somado até reduzir a um único algarismo de 1 a 9. Complicado? Vamos a um exemplo: Seu aniversário é no dia 16 de abril. Então, você deve somar 1+6+4+8=19, aí você reduz o 19 a um algarismo, da seguinte forma: 1+9=10 e novamente, 1+0=1. Neste caso, o número será 1. Outro exemplo: Seu aniversário é no dia 23 de julho. O cálculo será: 2+3+7+8=20, aí reduzindo o resultado, ficará 2+0=2. O seu número para a virada será o 2.
Com o exemplo fica simples, não é? Que tal agora, traduzir os números para as cores correspondentes?

Número 1 - Vermelho - Esta noite será ideal para pensar no futuro e traçar projetos para o novo tempo. Dinamismo não falta e a energia estará em alta para tomar as decisões necessárias. Confiança, ousadia e coragem devem fazer parte de você nesta noite. Você terá oportunidade de se desvencilhar de todas as amarras. Comece o ano com os sentimentos de convicção e capacidade. Dê o primeiro passo para conseguir o que deseja. Será um dia para tomar decisões e agir. O vermelho colabora com a energia dinâmica e a força, trazendo garra para começar 2014.

Número 2 - Laranja - A virada será para viver o amor e a cooperação. A Lua, associada a este número favorece o romantismo. Por isso as ceias a dois, com velas e muitas promessas de amor, são os programas mais indicados. Se tiver uma companhia neste momento desejará viver com ela para sempre. Minutos antes e após a virada deverão ser vividos de mãos dadas. Compartilhar os momentos de alegria é o que mais importa nesta noite. A criatividade também é favorecida a quem ficou com o número 2. A cor laranja traz acolhimento e emoção de troca e encontro. Comece 2014 buscando o entendimento.

Número 3 - Amarelo - A noite é de otimismo, alegria e muita vibração. É momento de festa, de reunir os amigos e comemorar, se possível com muita gente. Cuide do visual, pois você será o centro das atenções. Uma viagem também pode ser uma boa opção. Faça novos amigos e nesta noite não se isole. O amarelo aumenta a alegria de viver e o entusiasmo. Comece 2014 com muita vitalidade e vontade de realizar seus desejos.

Número 4 - Verde - Você começa o ano com o desejo de ter mais controle sobre a sua vida. Por isso, nesta noite, esteja na companhia de pessoas em quem confia, como amigos mais próximos e família. Dê preferência a lugares conhecidos e comemorações intimistas, ao invés de festas de arromba. Nada de grandes surpresas. O verde limpa, purifica, refresca e recupera sua energia. Comece 2014 buscando a solidez, a estabilidade, com bastante equilíbrio e serenidade.

Número 5 - Azul Claro - O clima para esta noite é de movimento. Por isso nada de programas comuns ou roupas comuns. A ordem é ousar, procurar lugares inusitados e comemorações que sejam fora do convencional. Lugares movimentados, com muitas pessoas interessantes é a pedida para a virada. Vale estar em um navio, uma praia, ou em qualquer festa exótica. O azul claro remove bloqueios, diminui o caos e aumenta o fluxo de energia vital. Comece 2014 com uma energia de paz.

Número 6 - Azul Royal - O clima da noite estará voltado para assuntos relacionados ao amor. Passe a virada com pessoas que você ama, como seu parceiro e familiares. Tecidos finos, leves e confortáveis trazem a energia ideal para as pessoas de número 6. Busque ambientes que favoreçam o clima de intimidade e calor humano. Flores, músicas românticas, champagne e velas trazem a paixão que deve fazer parte desta noite. O azul royal favorece a atmosfera de entendimento e aumenta a sensibilidade das emoções. Comece 2014 com muito amor no coração.

Número 7 - Lilás - Nesta noite você vai preferir ambientes mais silenciosos que permitam a introspecção necessária para fazer um balanço do ano que está terminando e traçar novos planos para o período que se inicia. Isto não significa ficar sozinho. Apenas escolha bem as pessoas que estarão com você neste momento. Ambientes exotéricos, mergulhos no mar, ou apenas contemplar as estrelas podem ser as melhores opções para as pessoas de número 8 na virada. Conecte consigo mesmo e visualize sua mente, criando situações positivas para a concretização de seus desejos. O lilás ajuda a aumentar a intuição e enxergar o que não é visível aos olhos. O importante é conectar-se a si mesmo. Comece 2014 com bastante autoconfiança.

Número 8 - Bege a Marrom - Nesta noite você se sentirá capaz de tomar grandes decisões. Você tem muitos planos para o próximo ano e vários sonhos possíveis de realizar. Busque um ambiente sofisticado com bom serviço e pessoas interessantes. Seu desejo de realização estará em alta. Os tons de bege a marrom favorecem a energia de autoconfiança e poder. Comece 2014 com grande vitalidade, certeza de realizar seus desejos e confiança no futuro.

Número 9 - Rosa - Esta noite será um momento importante para tomar decisões na sua vida. Você está com vontade de resolver todas as pendências do passado. Visite lugares e pessoas que fizeram parte da sua vida. Reúna amigos de outros tempos, rompa com as amarras que te impedem de avançar, perdoe. Esclareça os fatos mal resolvidos e promova reencontros. O rosa contribui para que você libere todo o amor que existe em você. Comece 2014 permitindo abrir seu coração.

A dica está dada. Seguindo ou não, permita-se começar do zero, reavaliar posturas, mudar de comportamento se ele já não serve mais!
Que 2014 venha cheio de boas promessas, que este ano possa ser o melhor de nossas vidas e que Deus nos abençoe a cada dia!

Até o próximo ano...

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A vida ensina

Uma amiga está passando por uma situação peculiar. A filha, talentosa bailarina, precisa deixar o ninho para alçar voos mais altos. A notícia da partida traz a dor da mudança, porque uma separação a esta altura nem se cogita, já que a pequena bailarina (nem tão pequena assim!) não tem ainda autonomia de voo para migrar sozinha.  O simples ato de falar sobre o assunto causa tamanha comoção que leva ao choro a mãe aflita. Por sua vez, tolher os planos da filha, tão dedicada e segura de suas escolhas, parece ser a garantia de um futuro de arrependimentos, afinal carreira como esta não se pode fazer parar até o melhor momento. O que fazer? O que você faria?
Tentamos fugir de situações assim como se fosse possível evitar que as coisas aconteçam. A corda bamba, que causa a desestrutura, incomoda tanto que é melhor não pensar nisso. Mas aí a vida, que é caprichosa e serve para nos ensinar coisas, vem e nos atropela com as suas mudanças de humor. 
O curioso disso é que a mãe, que por tantas vezes confessou desejar um abandonar-se de suas tarefas, se apresenta agora, diante da possibilidade concreta,  com um "não-sei-o-que-fazer" que mostra o tanto que suas palavras não deviam ser acolhidas pelos anjos que vivem entre nós. Sempre escutei aquele ditadinho que diz: "Cuidado com o que deseja! Ele pode virar realidade." E é bem por aí. 
Por que em situações como estas nos prendemos às tragédias nossas de cada dia ao invés de nos alegrarmos com a possibilidade da vida nova? Vivemos demais o princípio da inércia. Bom, ou não muito, é mais fácil ficarmos onde estamos. Mexer dá trabalho, cansa, dá medo, gera desconforto. Ora, mas e o desconforto que existia antes? Será que, de certa forma, provocamos ainda que inconscientemente as condições para que as mudanças aconteçam? E quando elas finalmente acontecem, por que é tão difícil aceitá-las? O galho, que é rígido, quando recebe o vento quebra porque sua inflexibilidade não lhe permite dançar. Por sua vez, aquele que é flexível permite que o mesmo vento, impiedoso com o outro galho, dance por entre suas folhas resultando num lindo ballet. O vento, uma hora, chega para todo mundo. E assim como vem, vai embora. O que fica depois de sua passagem depende de que maneira nos comportamos durante a rajada. 
Que venham os ventos. Que saibamos dançar!

Ps: Vejo você nos palcos do mundo...

Até lá.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

É tóxico!

Sabe quando você tem certeza de que algo não te faz bem, mas mesmo assim insiste em manter um determinado hábito? Isto acontece porque a motivação para a mudança pode não ser tão grande quanto o trabalho que isso vai dar! Ocorre um certo "boicote", uma "autossabotagem" que se é cômodo, não é confortável. Enquanto o comodismo de não ter que mexer, não ter que pensar no assunto faz com que simplesmente o tempo passe, o desconforto faz com que uma pontadinha fique cutucando seus pensamentos. É como aquela "bolinha de costura da meia sobre o dedinho mindinho" que não te deixa pisar direito.
Ando vivendo isso de certa forma.
Estou de dieta. E fiz tudo direitinho. Com nutricionista, mudança de alimentação, reeducação e disciplina. E não é que nos últimos tempos, talvez cansada de tanto policiamento e de todas as tarefas que envolvem o quase esgotamento pré-férias, eu tenho me deixado levar por todas as coisas que eu não devo comer? E por que eu permito isso se eu sei que eu não devo? Por que eu estou em uma espécie de "relação tóxica". 
Já parou para pensar a quantas relações tóxicas você se expõe? Que atire a primeira pedra quem nunca se viu em uma situação dessas! Chamo assim toda relação com você mesmo, com a comida, com o outro, com a tecnologia, dinheiro ou qualquer coisa que te faça mal apesar de parecer fazer bem. Todas são difíceis de lidar, mas acho que a pior é aquela que envolve outras pessoas. E por que? Porque além de você ter que administrar os efeitos da "dita cuja" em você, ainda é necessário romper com o outro. Neste caso há duas formas diferentes de toxicidade. Tem aquela que a outra pessoa não vale grande coisa, mas por alguma atração estranha você não consegue se desvencilhar, mesmo sabendo do quanto é prejudicial; e tem aquela quando a outra parte envolvida é boa, te trata bem, te valoriza e traz boas coisas, mas por alguma razão esquisita você não consegue retribuir. Isso faz igualmente mal! A melhor solução em ambos os casos é "cortar o mal pela raiz". Não há sofrimento que dure mais do que o doloroso arremedo de uma relação. E se ela não é inteira, é apenas uma sombra do que poderia ser. Não existe fórmula para resolver a situação, mas é seguro que ela precisa ser resolvida. O que se pode dizer é que uma vez que isto acontece, o alívio é quase instantâneo. E isto vale para qualquer uma das situações. Quando você consegue se dominar e não comer o que não deve, quando você consegue não gastar aquele dinheiro com mais um objeto inútil, quando você deixa de passar mais uma hora no computador para estar com pessoas queridas... o alívio é o mesmo. E, como todos aqueles hábitos que faziam parte da relação tóxica, os bons costumes também se tornam rotineiros. É uma questão de prática!
Não sei dizer a quantas destas relações ainda me envolverei pela vida afora, mas ter a consciência de que elas existem é o primeiro passo para cortá-las... 
Que comecemos, então, a cultivar as boas relações. 
As que nos fazem crescer, florescer, frutificar.
Que cultivemos arco-íris ao invés de tempestades.
Que iniciemos agora!

Até breve...

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Apenas um retrato da última semana...

Quero escrever, mas não consigo! Quero, preciso! Sinto o desejo de produzir um texto, mas não me sinto inspirada.
Consumismo
Comportamento
Homens x Mulheres
Felicidade
Histórias da minha vida
Penso em muitas coisas, mas nenhuma me desperta a vontade de falar um pouco mais.
Estou em crise de criatividade e nem é de hoje!
Infância
Amores
Dias coloridos
Nada me vem à cabeça! Nada que mereça registro.
Não é por falta de experiência, pois tenho feito demais nos últimos tempos. Talvez tenha feito demais e não tenha tempo de digerir tudo.
Está todo mundo na mesma. Isto não é novidade.
Fim de ano
Natal
Decoração
Bolos
O que falar? O que fazer?
Encerrar por aqui. Já enrolei muito.
Talvez surja algo que preste. Talvez não.
Confusão mental? É isto o que está acontecendo comigo no momento.
Respiro fundo. Penso mais um pouco
Pensar ou sentir? Eis a questão!
Comida
Viagem
Dica
Minhas sugestões não estão servindo nem para mim!
Vazio
Branco
Silêncio.
Acho que é melhor assim.
A simplicidade é o que nos torna humanos. Esta é a nossa essência...
Então para que complicar inventando assuntos?
Deixa para amanhã.

Até!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Nunca tão sem sentido...

Vivemos tempos de tristeza! Sim, vivemos. No plural. Como coisa coletiva mesmo! Não acho que seja pessoal. O cinza diante dos meus olhos, relatado no último texto, até então interpretado como exclusivo de mim, não o é! E eu me dei conta disso apenas recentemente. A "letargia" que tomou conta das pessoas talvez seja o resultado do excesso de estímulos. Estamos cansados. Mais que isso! Estamos esgotados. O que fizemos de nós mesmos? O que fizemos dos outros e do mundo à nossa volta? Os tempos do "produzir é preciso" geraram dias mais longos, noites mais curtas e muitos remédios para aguentar o tranco. Para uns o alívio vem em forma de farras, para outros, esportes. Para outros ainda um simples desligar da máquina humana. Seja como for, é triste! Triste e desnecessário. Não precisaríamos de válvulas de escape (ou segurança!) se não tivéssemos criado a pressão. A sociedade pressiona, a modernidade pressiona, a globalização pressiona. O que é isso tudo senão produto de nós mesmos? Vivemos tempos de tristeza! Não podemos perder tempo, não podemos ficar ociosos, não podemos fazer o que queremos, não podemos ser quem somos. Na certa, você que está lendo, pensa que não sucumbiu aos apelos de "mexa-se"! Ledo engano. Talvez você seja dos mais absorvidos pelos gritos da multidão. Não sabemos dividir, não sabemos parar, não sabemos girar a máquina ao contrário. Se você dedica horas demais do seu dia a uma única atividade (seja ela qual for!) já está fazendo parte "do clube".
Queria desacelerar. Mas nem sei se sei como fazer isso. Lamento pelos dias não vividos, pelas horas desperdiçadas com as coisas que nem queria fazer, ressinto pelos minutos de preocupação experimentados intensamente na insana busca pelo ideal.
A partir de hoje eu quero me comprometer mais com a minha respiração. Ela é tão importante, nunca me deixou na mão e eu, sequer, me dou conta de sua existência.
Cansei de ser politicamente correta porque o mundo me quer assim. É de amor que o mundo precisa. E de desapego. Entramos na "Era de Aquário" e seu sentido se perdeu. A generosidade, a fraternidade e o amor desinteressado nunca pareceram tão distantes de nós. Lamentável.
Não sou eu que estou vendo o mundo cinza. O mundo está cinza... chumbo! Pesado, feio, perdido. Não quero mais isso! Chega de protesto, chega de achar que temos que lutar com tudo para que as coisas, enfim, comecem a melhorar. Não vão melhorar! Ou a gente freia a mundo ou ele vai passar por cima de nós como um rolo compressor. 

Aceite. 

Seja compassivo.

Simplesmente viva.

Até!


domingo, 3 de novembro de 2013

Borboletas...

Meu olhar mudou. Sinto falta das cores que via antes. Não, eu  não estou com problemas de visão. Graças a Deus continuo enxergando perfeitamente! Mas o brilho de antes eu não tenho visto há tempos. Não sei como aconteceu, assim como não sei de que modo eu posso restabelecê-lo. Só sei que está me fazendo falta. Eu costumava ter um olhar despretensioso, quase infantil, de deslumbramento diante das coisas todas. Quem ou o que terá sido capaz de sequestrar o brilho dos meus olhos? Olhos embotados definitivamente não combinam com quem eu sou! Olhar viciado no mesmo, incapaz de tornar mais colorida a paisagem, me causa incômodo. 
O que terá feito de mim refém do cinza? Não quero isso para mim! Quero poder me inspirar nas coisas simples, usar o otimismo exagerado de outros tempos, ser chatinha de tão "pra cima"!
Hoje aconteceu, porém, uma coisa engraçada. Quem me conhece sabe o quanto tenho medo de bichos voadores. Andando na rua, curtindo o ventinho em meio ao sol, eis que surge na minha direção uma borboleta. Elas não escapam ao meu medo! Curiosamente não me esquivei de seu voo. Continuei seguindo meu caminho. Não satisfeita, ela começou a me rondar e quando me dei conta, ela pousou em mim, no meu peito, bem do lado esquerdo. Talvez quisesse tocar meu coração aparentemente endurecido. Então, ela pousou na minha mão por um instante. Eu sorri. Naquele momento eu me senti especial. E aí, ela se foi.
Atribuo significados especiais a coisas deste tipo. Pode ser apenas coincidência, ou um sinal do universo, uma energia ou a presença de Deus. Não senti medo e até desejei que permanecesse por mais tempo. Ela era linda e, sinceramente, não tinha me dado conta do quanto aquilo foi significativo até escrever sobre isso agora. De certa forma, neste momento, meus olhos parecem deslumbrados novamente com a visita inesperada. 
Que a sensação de paz sentida hoje cedo possa trazer de volta as imagens iluminadas que meus olhos viam antes. 
Que a inspiração retorne e a alegria de sempre se manifeste facilmente!
Que eu consiga transbordar como antes! Que eu não caiba mais em mim...

Que seja logo! Que seja para sempre.

Até breve...

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Cara de paisagem

Estava pensando como isso é possível. Meu maior defeito é, ao mesmo tempo, minha maior qualidade. Ou seria ao contrário? Estou falando de transparência. Sou transparente como vidro que alguém acabou de limpar. Por que a hipocrisia não nos permite ser assim? Certa vez ouvi dizer que o mundo gosta de sinceridade, mas as pessoas não estão preparadas para a verdade. E sabe que é bem por aí? Nos cobram a honestidade, a verdade acima de tudo, mas quando resolvemos fazer isto, somos criticados porque uma mentirinha social sempre cai bem! Aliás, tenho uma grande dificuldade com mentiras. Indo e vindo. De mim para os outros e deles para mim. Digo sempre, em tom de piada (claro!), que nunca colei na escola. Por uma questão moral? Não! Por incompetência. Eu não sei mentir. Fica estampado na minha testa quando estou desconfortável socialmente. E sempre foi assim. Eu até inventava uma historinha, mas diante do meu incômodo acabava confessando a verdade dolorosa. Por que então que hoje em dia isto é visto muito mais como um defeito do que como uma qualidade? Se gosto, gosto! Se não gosto, não disfarço. Pode até ser imaturo da minha parte, mas a questão é que eu já me coloquei em situações embaraçosas pelo simples fato de falar a verdade. E todas as vezes em que tentei mentir para me "safar", me dei mal! É impressionante...
Sobre a minha insistente mania de ser "honesta a toda prova", acabo me indispondo com pessoas queridas porque teimo em dizer o que me desagrada. Não sei fazer de conta que está tudo bem se não está! Não sei fazer cara de paisagem quando na verdade eu estou com vontade de dizer poucas e boas. Tudo bem, tento ser polida, mas as vezes a raiva me impede de pensar em palavras melhores para dizer. Vou mais longe ainda: as palavras são educadas, mas o tom... não deixa dúvida de que estou realmente aborrecida!
Será que há maneira de mudar isso? Será que uma boa dose de indiferença talvez seja a solução? Mais do que a dificuldade em mudar é a dificuldade em aceitar que isto precise ser diferente! Eu me recuso a aceitar que para ser vista como uma pessoa de convivência desejável eu tenha que ser hipócrita. Pode isso? E a honestidade que antes era tão valorizada? Onde foi parar a coitadinha?
Tenho que aprender a lidar com isso, ou simplesmente evitar situações em que eu tenha necessidade de mentir. Como isto é imprevisível serei obrigada a fantasiar-me de qualquer outra coisa. Ausentar-me momentaneamente de mim mesma. Coisa difícil!
Quem sabe um dia me aceitem como eu sou, apreciem a nobreza por trás das minhas atitudes "ásperas" e assim, talvez, eu possa ser da maneira que acredito ser correta. Talvez um dia, também, eu aprenda a não me importar com as coisas e elas, como passe de mágica, deixarão de me incomodar. E aí, neste dia, não vou mais precisar aprender a mentir, porque não vai fazer diferença para mim se estou ou não como as pessoas desejam... serei eu mesma!

Apenas!

Até lá...

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Por um instante...

O que cabe em um instante? Tudo. Desde que recortado em minúsculos fragmentos de tempo.
Imagem, som, cheiro, sensação... um instante pode conter tantas coisas quanto puder acontecer.
O instante de um abraço traz entre o espaço dos corpos o calor e a energia que se deseja passar ao outro. Pode durar segundos ou minutos dependendo de quem abraça e do que se quer dizer.
O instante de um rodopio contém o vento que resulta do movimento, o barulho do giro, a tontura leve da brincadeira. Tem cheiro o rodopio. Cheiro de folha.
O instante em que se suspende a criança ao colo carrega a alegria da risada infantil, o afeto de quem a acalenta, traz em si o impulso de subir. É morno como as mãos que dão suporte ao corpo sustentado no ar. A criança, por sua vez, sente o instante do voo. Aquele segundo exato em que sai do chão e gira com as pernas esticadas até alcançar o corpo que a segura.
O instante do tempo é o que nos cabe. É neste segundo, ou fração dele, que se pode decidir tantas coisas quanto nos parecem necessárias. Um instante divide a vida da morte. Não mais que isso.
A soma dos instantes é o gerúndio da vida. Um instante que se segue de outro e outro e outro até formar uma cena completa.
O estouro de um balão, o aroma repentino do café da casa vizinha, o toque de uma melodia que nos transporta para outra dimensão. Tudo é feito de instantes...
É apenas em um instante que ficamos entre a ignorância e o conhecimento de qualquer coisa. O tempo que precede a notícia se cobre de expectativa anunciada ou de leve displicência. O corpo, antes mesmo de ser inundado de som, de ser cuidadosamente afetado através dos ouvidos, pressente o novo. Bom ou ruim. Mas após o ocorrido, já nem nos lembramos mais dos sentimentos anteriores. Tudo agora é digestão.
O nascer do dia acontece em um instante. Ou vários. O apontar do sol, a percepção da retina, o despertar para uma nova oportunidade de viver outros tantos instantes. Cabe em um instante também o som da aurora. 
Se ficarmos atentos, perceberemos que a vida passa em câmera lenta. Parece que ela está em um turbilhão de acontecimentos velozes. Mas não se pensarmos no instante. Este segue vagarosamente seu rumo. Preciso, lento, detalhado, único. O instante não volta, tampouco se apressa.
(...)
Enquanto escrevo este texto milhares de instantes passaram e foram percebidos por todos nós de maneiras distintas.
O instante é tudo o que temos... Urgente, imediato...
ES-PE-TA-CU-LAR!

Até...

domingo, 29 de setembro de 2013

Só e bem acompanhado!

O que você sente quando vê alguém sozinho fazendo um programa que "deveria" ser coletivo? Pena, tristeza, medo de pensar se isto acontecesse com você? Há quem admita que não faz determinadas coisas sem companhia, mas a maioria das pessoas diz que não vê problema nisso. No entanto não costuma colocar a ideia em prática.
Dia desses eu saí sozinha. E não foi a primeira vez. Não estou falando de ir a um evento onde você encontrará outras pessoas conhecidas. Estou falando de sair e voltar para casa tendo como companhia apenas você mesmo! Se pudesse resumir em uma palavra esta sensação, seria como "libertador". É triste depender de outras pessoas para tornar o seu dia mais significativo. Como disse o poeta "É impossível ser feliz sozinho". Concordo em gênero, número e grau, mas em lugar nenhum ele disse que isto dizia respeito às 24 horas do seu dia. Na minha compreensão, isto faz referência a uma vida solitária e não a uns poucos momentos de uma solidão requerida.
Se você que está lendo agora faz parte do grupo que se compadece de quem sai sozinho e sem rumo por aí, saiba que a solidão está muito mais dentro de nós mesmos do que no mundo do lado de fora. Prega a outra máxima, que a sua melhor companhia é você mesmo. Se nem eu gosto de estar comigo, quem irá? É claro que ter com quem dividir as emoções e experiências, rir das coisas que acontecem ou tecer um simples comentário sobre o que se vê fazem parte da tarefa social de se mover para fora dos limites de casa, mas a grande questão é: Até que ponto se deixa de viver um pouquinho a cada dia pelo simples fato de não ter alguém para dar o braço?
Na minha trajetória já experimentei ir sozinha ao cinema, a um show, ao shopping, museu e parque. Já andei sozinha de patins, bicicleta e corri. Já sentei em um jardim para ler, já sentei em um banco para observar os pedestres, já caminhei por aí. Acredite! Sair sozinho é a melhor oportunidade de se conectar consigo e com seus pensamentos. Tomar a iniciativa de começar uma jornada (seja ela qual for!) por conta própria dá a sensação de que se pode tudo, se pode qualquer coisa.
A solidão é uma questão de estado de espirito e não de número de pessoas. É possível estar em uma multidão e se sentir a pessoa mais solitária do mundo, quem nunca ouviu isso? Ser solitário é não ter com quem contar, é não ter com quem dividir as alegrias e angústias, e se sentir mal sendo assim. Solitário é o rabugento, o que está sempre de mal com a vida, o que prefere o cinza aos dias de sol. Ser solitário depende de cada um. Depende de como se vê o mundo, os problemas e as adversidades. Porque ser solitário é não compartilhar das belezas da vida e das pessoas a despeito de seus erros e defeitos.
Ser solitário é isso! Curiosamente é quase a mesma palavra que solidário! O engraçado é que se aquele promove o isolamento, este agrega!
Se você é o tipo de pessoa que sente solidão, procure desfrutar da sua própria companhia. Invista em você mesmo. Entenda que você é avulso e independente, não sozinho!
Tenho certeza de que os seus momentos nunca mais serão vistos da mesma forma. Sejam eles sós ou acompanhados!


Até breve...

domingo, 15 de setembro de 2013

Cabeça vazia...

"Cabeça vazia, oficina do diabo!" Minha avó dizia isso. Quando era mais jovem não entendia muito bem o que isto representava. Na verdade, a frase em questão quer dizer mais do que o seu simples significado. Além do sentido em si, entra em questão a crença, a espiritualidade. Se você não acredita no divino, não acredita, igualmente, naquilo que não é! Aí, entra uma outra frase dela, minha avó: "A maior façanha do diabo é nos convencer de que ele não existe". Mais uma daquelas frases que eu não alcançava o significado. Com o passar dos anos, a vida adulta, as preocupações, os medos e problemas me fizeram compreender as colocações da minha avó. E em cada momento que eu me pego pensando bobagens, criando confusões onde não existem, ou me sentindo fraca sobre as coisas que preciso decidir, eu me lembro destas frases. E aí, faço uma oração (qualquer uma!), procuro perceber porque me sinto deste jeito e, aos poucos, vou me desfazendo do meu incômodo! Por que isto acontece? O que isto tem a ver com as frases no começo do texto? É simples! Todas as vezes que você deixa sua cabeça sem ocupação dá espaço para o mal se aproximar. Temos tanta consciência de nossa fragilidade humana que vivemos em uma corda bamba. Isto nos torna suscetíveis à toda sorte de acontecimentos. É mais fácil povoarmos nossa cabecinha com maus pensamentos do que bons, porque sabemos que em algum momento seremos surpreendidos por alguma coisa ruim, e não queremos isso! O único antídoto para isto é ocupar o tempo. Não estou falando de se entupir de trabalho, até porque canalizar toda a energia em uma coisa só também é sinal de que algo não vai bem! Mas manter a mente ocupada com coisas produtivas, e que trazem prazer, é fundamental para não permitirmos que os pensamentos negativos se instalem. Segundo a crença da minha avó, que também é a minha, isto é o diabo agindo na nossa vida. Quando estamos com Deus tudo parece claro, ordenado e feliz. Não há lugar para tristeza, preocupação ou baixo astral. Por isso, pensei em algumas coisas que eu faço para não permitir que a minha cabecinha louca entre em parafuso de vez!

Vá além - não acredite que você é capaz de controlar tudo, porque você não é! Quando colocamos em um Ser Supremo a nossa vida, fica mais fácil levá-la. Não é pedir que Ele faça todas as nossas vontades, porque isto é "mimo". É compreender que alguém possa cuidar de você melhor do que você mesmo. Não precisa acreditar no mesmo Deus que eu. Pode ter vários deuses, energias, luzes ou qualquer outro nome que te faça bem! Vale do mesmo jeito.

Ocupe-se! - encontre coisas que te tragam felicidade como cozinhar para alguém, fazer um jardim, dar banho no cachorro, fazer artesanato, passear no sol, cuidar de outras pessoas. Este último, em particular, costuma trazer mais benefícios do que qualquer outro.

Conheça você mesmo - aprenda a lidar com seus próprios limites. Observe aquilo que te traz algum incômodo e evite passar por situações que causam mais estresse. Não é necessário ficar caçando aborrecimentos, embora façamos isto sem perceber muitas vezes. Fique atento a isto, pois em geral, a maioria é evitável.

E para finalizar, procure o lado bom das coisas, ria de si mesmo e entenda que viver é isto! Não há bem que dure para sempre, mas não há mal que nunca acabe... é assim vamos! Um dia após o outro...

Até mais.

domingo, 18 de agosto de 2013

Preocupações...

Quantos segundos, minutos ou horas do seu dia você gasta com preocupações? Eu? Muitos! Um absurdo, eu sei... gostaria de não ter preocupação, mas quando vejo ela invade a minha cabeça como um bichinho intrometido e faz casa lá dentro. E veja bem: não ter preocupação não é sinônimo de não ter problemas. Pode-se ter uma coisa sem, necessariamente, ter a outra. E isto vale daqui para lá e de lá para cá! Se há algo do que sinto inveja é de quem não se preocupa. Mas não daqueles que fingem que não se preocupam. Daqueles que verdadeiramente não estão muito aí para o que vai acontecer! Que vivem ao sabor do vento sem saber muito bem em qual direção vão parar. Somos tão cobrados desde cedo a termos um rumo, um norte, um destino certo, que não cai bem simplesmente não refletir sobre o assunto. Invejo as pessoas que conseguem não pensar no depois, no "e-se-der-tudo-errado" ou até mesmo, as pessoas que mesmo no "e-se-der-tudo-errado" ainda conseguem sair ilesos. 
Será que há uma maneira de aprender a ser assim, ou simplesmente se nasce deste jeito? Na minha profissão às vezes o descaso é tão presente por parte de algumas famílias, que chego a me perguntar se esta visão simplista das coisas não é a mais correta?
Sou de natureza inconformista e confesso que é difícil para mim ver que alguém não se importa com determinada coisa. Certamente este alguém sofre bem menos a falta do que se perdeu... ou do que nunca teve! Tragédias pessoais parecem não ter vez nestas cabeças. Elas simplesmente acontecem e são deixadas de lado. A dureza da vida faz com que ajam assim. Sofisticamos tanto o nosso modo de pensar e fazer as coisas que temos cada vez mais dificuldade em lidar com os fracassos, inclusive aqueles que não são causados por nós mesmos.
Certa vez tentei meditar. Consegui... por 4 minutos. Depois disso as costas começaram a doer, as pernas a ficarem dormentes e a necessidade de me mexer e sair do lugar se tornou quase tão vital quanto correr mais do que as próprias pernas para fugir de um leão. Um dos princípios da meditação é ter a mente vazia. Mas como esvaziar uma cabeça que parece ter vida própria? Ensinam a não evitar os pensamentos, mas não retê-los, igualmente. Eles vêm e você simplesmente os deixa ir... assim, ilesos e sem resistência. Sinto como se minhas mãos entrassem momentaneamente na minha cabeça e com a  força de uma "garra mecânica" segurassem cada milésimo das ideias que surgem. E elas ficam ali estáticas, cristalizadas, grifadas em neon com o objetivo de me fazerem lembrar de cada uma delas. Assim são os pensamentos na minha cabeça, assim são as preocupações.
Dia desses minha irmã comentou sobre este assunto depois de ouvir o sermão da missa de domingo. Dizia o texto que tudo é vaidade. Que dedicar horas do nosso dia às preocupações é vaidade. Custei a entender, mas faz sentido. Nos preocupamos porque consideramos que só nós podemos encontrar soluções. Fixamos o pensamento em nossos problemas porque achamos que não há um Ser Supremo capaz de resolvê-los. Ora, o que é isto senão a vaidade, a crença falsa de termos um poder ilimitado? Isto me fez pensar. Continuo me preocupando com um monte de coisas, mas hoje, como um ensaio para a meditação, simplesmente deixo meus pensamentos seguirem seu rumo.

Até breve!

sábado, 27 de julho de 2013

Comida = aconchego

Que sou de família italiana todo mundo que me conhece sabe. O tipo físico, o sobrenome e os gostos não negam. O que muita gente não acredita é que eu goste (e saiba!) cozinhar. Não adianta! Minha cara não convence... 
Mas voltando às raízes, acho que nenhuma comida no mundo é mais aconchegante do que a italiana. É uma comida com cara de casa-de-vó, uma comida que aquece, conforta e remete a boas sensações. Não conheço ninguém que não goste de, pelo menos, um prato da cozinha italiana. Eu adoro! Há quem não viva sem um arroz com feijão. Eu não vivo sem macarrão. 
Quando associamos massas com o frio fica ainda mais perfeito. Foi por isto que hoje, neste inverno gostoso que não dá vontade nem de abrir a janela ainda que tenha sol, resolvi fazer um risotto para acompanhar a beleza do dia. Para quem não sabe, o risotto verdadeiro precisa de um arroz específico (arbóreo ou carnaroli) para ser feito. Por conter mais amido do que o arroz-nosso-de-cada-dia ele torna o prato muito mais cremoso. A receita é muito simples, como a de qualquer risotto. Basta os ingredientes certos, uma dose de paciência, dedicação e voilà, seu risotto está pronto! Dá para impressionar bem com esta receita... mãos a obra!

Risotto de Gorgonzola

2 xícaras de arroz arbóreo* (ou carnaroli) sem lavar
130g de queijo gorgonzola
1 cebola pequena cortada em cubinhos
1 dente de alho picado
1 colher de sopa de azeite
1 colher de sopa de manteiga
1/2 taça de vinho branco seco
1,5 litro de caldo de legumes
2 colheres de sopa de queijo parmesão ralado
sal a gosto
pimenta do reino a gosto
cheiro verde a gosto

Faça o caldo de legumes. O ideal é fazer o caldo com ingredientes naturais, mas se não puder ou não souber dissolva um cubinho de caldo de legumes na água fervente. Como o cubinho já tem muito sódio eu optei por temperar um pouco mais apenas com ervas finas desidratadas e pimenta do reino. Se preferir, coloque 2 cubinhos.
Em uma panela aqueça o azeite. Frite a cebola e o alho. Acrescente o arroz e mexa sempre até fritar levemente. Acrescente umas duas conchas do caldo, que deve estar fervendo, e continue mexendo. Acrescente o vinho e mexa mais um pouco. O ideal é usar o fogo baixo. Coloque a gorgonzola picada, mas reserve um pouquinho para acrescentar no final do preparo. Vá acrescentando o caldo de legumes mexendo sempre. O arroz demora a cozinhar, portanto a quantidade sugerida do caldo deve ser toda utilizada para esta quantidade de arroz. Quando o arroz estiver no ponto ideal de cozimento, que deve ser aldente (nem muito cru, nem muito cozido), acrescente o restante da gorgonzola. Mexa e, se necessário, corrija o sal. Em seguida desligue o fogo e coloque a manteiga e o parmesão. Acrescente o cheiro verde, mexa e tampe a panela. Deixe descansar por uns 3 minutos. Sirva a seguir.

Importante: O risotto é um prato que deve ser consumido na hora em que é feito. Não fica bom se deixar guardado. O arroz carnaroli é tão apropriado quanto o arbóreo, porém é mais difícil de ser encontrado. Esta receita serve bem de 2 a 3 pessoas. Pode ser consumido como prato único ou ser acompanhado de carne vermelha ou salada.

Experimente! Será um sucesso com certeza...

Bom Apetite.

Até a próxima.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Boa Ação!

Assim como há um sem número de canais de televisão - e programas - destrutivos, há os que nos brindam diariamente com belas imagens. Só para situar, quem convive comigo já me ouviu comentar nos últimos tempos que não assisto mais os canais abertos. E por que? Bem, primeiro porque eu gosto bastante daqueles programas que não acrescentam muito à vida de ninguém, entretanto não interferem negativamente. E segundo porque a tevê aberta, exatamente por ter um público que dá eco aos acontecimentos, explora de maneira massacrante qualquer mísera notícia que aparece. E eu estou simplesmente farta disto. Estou me tornando uma alienada por gosto e opção. Estou cansada de más notícias e optei por viver no "país das maravilhas". Se estou certa ou errada eu não sei, no entanto também não estou esperando aprovação da minha atitude.
Voltando ao começo desta história, tenho visto algumas coisas bastante interessantes, principalmente nos intervalos dos programas. São pequenas demonstrações de pessoas que pensam exatamente como eu! Pessoas que se cansaram de esperar por dias melhores e resolveram, por conta própria, fazer alguma coisa para mudar isto. A historinha que, na verdade, preenche os intervalos comerciais chama-se "Cenas Urbanas". Ele mostra pessoas comuns com ideias um tanto incomuns. Devo dizer que sinto até uma "invejinha" por eles terem coragem de fazer o que eu só tenho no pensamento. O episódio que acabei de assistir falava de uma mulher que aprendeu a fazer tricô com sua avó e faz capas para os postes de São Paulo. Louco, né? Mas foi a forma que ela encontrou de despertar reação nas pessoas. Foi uma maneira de desligar o piloto automático de quem passa por ali. O interessante é que ela mesma teve que aprender a lidar com a frustração de ver arrancada sua peça por alguém que não compreendeu a beleza do gesto. Talvez ela também tenha que ter ligado o seu piloto automático para continuar insistindo na ideia. A questão é que de fato a paisagem fica mais bonita e colorida. Achei importante ela explicar que como o tricô é feito para vestir remete ao cuidado, ao carinho que se deve ter, também, com a cidade.
O meio utilizado para transmitir a mensagem que se deseja nem sempre é a melhor, mas neste caso acho que o fim justifica. Um casal espalha pela cidade, embaixo dos viadutos e nos muros abandonados, gigantescos cartazes com a frase "Mais amor, por favor!". Simplesmente genial. Transmite duas mensagens em uma só. Fala do sentimento que é tão amplo que abraça a todos os seres do mundo, e fala da gentileza que é a única coisa capaz de fazer mudanças neste mundo tão louco em que estamos vivendo. E por fim, mas não menos interessante, um outro episódio que mostra um grupo de educadores que sai pelas ruas da cidade cantando e distribuindo rosas. O curioso disto é que quando eles entregam as flores deixam claro que ela deve ser dada a outra pessoa. E esta pessoa deve ser desconhecida. Quem não gosta de ser presenteado com uma flor? Ainda mais gratuitamente, sem motivos aparentes! Eles ainda explicam que o gesto de ganhar a rosa deixa a pessoa feliz, porém, a alegria de quem passa o presente adiante é maior e mais duradoura.
Fico realmente tocada por estas ações...
Que possamos ter muito mais exemplos como estes mundo afora.
 
 
Até...

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Top 5 - Portugal

Às vezes me surpreendo com a quantidade de pessoas que me pedem dicas de viagem. Primeiro porque eu não viajei tanto assim e segundo porque acham que eu já viajei tanto que me pedem informações de lugares até que eu nunca fui. Mas pensando nisso eu resolvi fazer um "top 5" de Portugal. Já tem um tempinho que voltei de lá, mas algumas coisas são memoráveis.
É claro que as coisas que agradam a uma pessoa nem sempre vão agradar a todas. Isto depende da circunstância, do gosto, da sorte... de modo geral separei algumas situações que são comuns a todos os turistas. Então, aí vão 5 coisas que eu considero interessantes por lá.
#5 - Transporte - O transporte em Portugal é bastante eficiente. Ônibus, taxis, metrô - no caso de Lisboa - e os charmosos "elétricos", que se assemelham aos nossos bondes de "Santa Tereza", são ótimos meios de se chegar onde quiser. Para os mais aventureiros tem até os "tuk-tuk", aqueles carrinhos indianos que sobem e descem as ladeiras do Porto e de Lisboa levando os turistas. É só escolher a melhor opção de acordo com o trajeto, o espírito de aventura e o bolso.
#4 - Pastel de Nata - São docinhos tipicamente portugueses feito de massa folhada assada e recheada com um creme de ovos e natas. Eu não sabia, até ir para lá, que o Pastel de Nata e o Pastel de Belém são a mesma coisa. O que torna o nome diferente é a região de procedência, sendo o segundo mais usado em Lisboa. O tal pastelzinho é uma das coisas imperdíveis por lá. Mesmo quando é ruim, ainda é bom! Facilmente encontrados em qualquer loja de comida, os pastéis de nata encantam os visitantes - e os moradores -  tornando os passeios pela cidade muito mais saborosos (e calóricos, claro!). Altamente recomendados...
#3 - Banheiros - Nas minhas andanças europeias nenhum outro lugar ofereceu tantos banheiros públicos como as cidades que visitei em Portugal. Tanto na rua quanto nos parques, shoppings e monumentos em geral, os banheiros por lá são um caso a parte. Tudo bem que não se trata de uma atração turística, mas só quem viaja e passa o dia todo na rua sabe a sensação de encontrar um banheiro limpo depois de beber muita água (ou até uma cervejinha!). Os banheiros de Portugal (e coloco o país todo porque nas cidades que visitei a situação foi a mesma) estão sempre limpos, com papel, sabonete e muitos deles com protetor de assento. Aliás, isto me chamou tanto a atenção que resolvi escrever este post quando saía do banheiro do Castelo dos Mouros em Sintra. É claro que não entrei em todos os banheiros do país, e pode acontecer de você que está lendo este texto tenha vivido situação diferente, mas a questão é que na maioria dos lugares que visitei encontrei condições bastante favoráveis no quesito "banheiro"!
#2 - Frutas - Sou uma confessa apaixonada por frutas vermelhas e silvestres de todo tipo. Quase enlouqueço com um punhado de morangos, cerejas, framboesas, amoras ou mirtilos. A Europa é o paraíso para estas frutas e seus admiradores, como eu. Pois em Portugal isso ganha um significado ainda mais especial. Morangos e cerejas lá são vendidos por peso. Sim, há bancas destas frutas e você escolhe as que quer comprar como se fossem laranjas ou tomates. Além de lindas, enormes e cheirosas, têm um sabor espetacular. Enquanto caminhava nas ruas do Porto sempre carregava comigo um saco de morangos que ia comendo pelo caminho. Alguns deles chegavam quase ao tamanho da palma de minha mão.
Além destas, havia um monte de outras frutas, mais comuns por aqui, mas igualmente bonitas e bem cuidadas à disposição de quem quisesse levá-las para casa. O  melhor disso tudo é que o preço de algumas é infinitamente mais convidativo do que aqui. Lembro-me de um exemplo que era uma caixa de 2 kg de cereja pelo equivalente a R$10,00. É ou não é para se fartar de comer?

#1 - Passeios de barco - Os rios em Portugal são um atrativo a parte. São limpos, de cor azulada e representam um verdadeiro convite a um passeio. Para se ter uma ideia, a Torre de Belém, que é tão famosa, fica à beira do Rio Tejo, e não do mar como muita gente imagina. Há passeios para todos os gostos e bolsos. Eu experimentei uma voltinha no Rio Douro, na cidade do Porto e outra, mais demorada, no Tejo em Lisboa. Achei que os dois valeram a pena. Mas se me permite um conselho: leve um bom casaco, pois o vento é cortante. E se ficar na área descoberta, um bom protetor solar também é recomendado.

De um jeito ou de outro, em Portugal há programa para todo tipo de pessoa.

Faça seu roteiro e divirta-se!

Até mais...

domingo, 23 de junho de 2013

Dos relacionamentos...

Você já parou para pensar no quanto filtra as suas relações? Então vamos lá! Que todo mundo (ou quase!) é dependente de tecnologia ninguém duvida. Observe como se sente paralisado cada vez que a energia elétrica acaba! Ficamos como que engessados, sem saber muito bem o que fazer. Mas isto nem é o pior. Estamos habituados a ter uma casa totalmente dependente desta energia. Televisão, forno, batedeira, chuveiro e tantas outras coisas que precisam dela para funcionar, então é normal que fiquemos sem saber como agir.
A questão a que me refiro, e que me assusta, é a facilidade que as pessoas vem tendo, cada vez mais, para se relacionar com máquinas e menos com outras pessoas. Hoje vemos mais aparatos tecnológicos e menos famílias. É claro que quando escolhemos nossos pares, sejam eles amigos ou amores, optamos pelas afinidades, pelos iguais. O que não podemos perder de vista é que ser igual o tempo todo, além de monótono é impossível. E é aí, quando nos tornamos diferentes aos olhos do outro, que as relações começam a ficar difíceis. Mas o que é a relação senão a negociação das diferenças? Desconfio de quem fala que nunca briga. Para mim é muito mais uma desistência de se relacionar do que uma relação perfeita! E é neste momento que as pessoas estão desistindo de quem está ao seu lado para ficar com quem está do outro lado da tela de um computador. Quando damos prioridade a elas em detrimento das pessoas reais, do nosso mundinho real, estamos optando pelo que é confortável. Relacionar-se assim é abrir mão do conflito. É mais fácil jogar palavras na "rede" e esperar que alguém que pense como nós possa se pronunciar, curtindo ou comentando alguma coisa. Dificilmente fala alguma coisa aquele que discorda! Em geral se aproximam de nós aqueles que pensam do mesmo jeito. E com isso vamos evitando nos indispor, vamos fazendo com que as relações pareçam mais fáceis do que são. 
Será que esta é a melhor maneira de lidar com nossas dificuldades? Será que crescemos como pessoas quando deixamos de testar nossas próprias limitações? Sinceramente acho que não. Para crescer é preciso discordar, argumentar, brigar, se entender novamente, ter um outro ponto de vista, se desculpar e ser desculpado. É preciso compreender (e se sentir bem com isso) que divergências fazem parte da vida e que somente através da negociação construimos relações. Se o grande barato da vida é aprender a cada dia, é nos relacionando que aprendemos a conviver. Cedendo, nos impondo quando necessário, querendo estar com o outro, querendo fazer com que dê certo... isso é viver!

Relacione-se mais com quem está por perto. Ouça o que tem a dizer e acrescente à sua vida quando for bom para os dois lados! Desafie-se...

Até mais.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Nas nuvens...

Viajava de volta para casa. Depois de dez dias estava retornando ao ponto de partida. Para mim o caminho  da segurança, do conhecido, do que me pertencia. Para alguém na poltrona a frente da minha, uma aventura. Era a primeira vez em um país novo, capaz de despertar todas as expectativas... as melhores expectativas! Durante o voo pais e mães caminhavam com seus pequenos, pelo corredor, tentando fazer das longas horas de viagem um piscar de olhos. E há quem consiga fazer parecer apenas um piscar de olhos. Como um menininho, no alto de seus 4 anos, se mostrando muito surpreso por já termos chegado uma vez que acabáramos de decolar! Só para situar, o voo durou exatas onze horas e vinte e cinco minutos, escritos minuciosamente por extenso para dar a dimensão do tempo interminável que aquilo durou.
Enquanto o avião cruzava o céu, fiquei pensando que naquele espaço tão pequeno havia um sem número de motivos e histórias que serviam como pano de fundo para tantos deslocamentos. Se fosse ouvir de cada passageiro seu relato, seria pouco tempo para absorver tanta informação. Quem eram aquelas pessoas? O que estariam fazendo compartilhando de seus momentos com tantos desconhecidos?
Fiquei pensando em quantos daqueles bebês estariam visitando os avós pela primeira vez. Quantos daqueles passageiros estariam prestes a começar vida nova em uma terra distante? E quantos outros estariam, como eu, regressando?
O ser humano exercita cada vez mais e, sem pudor, o seu direito de ir e vir. Neste exato momento, enquanto escrevo este texto, quantas pessoas estão nos aeroportos mundo afora esperando por um sinal para embarcar em um sonho? Seja ele o sonho que for... de recomeçar, de sair ou chegar, de conhecer novos destinos, de buscar uma vida melhor. Todos separados por um voo de distância!
Na ida para Portugal encontrei, por exemplo, um grupo de jogadores de futebol sub-17 que havia saído de Pelotas com destino à Itália. A expressão de nervosismo era nítida no rosto de alguns deles. Talvez estivessem viajando de avião pela primeira vez. Talvez fosse a primeira grande viagem sem a família. Todos carregavam em si um misto de ansiedade com cansaço e muita vontade de chegar. Não é fácil iniciar uma longa viagem!
Já disse algumas vezes que tenho medo de avião. Não me envergonho disso! Apesar do pânico, consigo me controlar a ponto do medo não tomar conta de mim. Se quero conhecer outros mundos, não posso deixar que isto me domine!
Viajar é um ato de desprendimento e muita curiosidade. É preciso ter capacidade de se despir de seus conceitos para conhecer outros tantos. Se você não tem sede de aprender coisas novas, é melhor nem sair de casa.
Longe ou perto, rápido ou demorado, voar significa o primeiro passo para se chegar longe... literalmente!

Aventure-se...

Até a próxima!

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Apenas considerações...

Neste momento estou em Portugal e, disso, muita gente sabe. O que talvez muita gente não saiba é que apesar das tantas diferenças entre nós, temos lá nossas muitas semelhanças. Se você pensou no idioma como primeira opção, talvez tenha se enganado. Tudo bem, falamos a mesma língua, mas a verdade é que muitas vezes me peguei tentando entender o que falavam bem ao meu lado. Não só a pronúncia, mas igualmente o emprego de algumas palavras, não lembra em nada que possuímos o mesmo princípio linguístico! Hoje mesmo em uma loja o vendedor nos perguntou se o objeto comprado era "oferta". Fiz cara de quem não entendeu, pois se o produto estava em oferta não era eu, mas ele mesmo, a informar. Mas a sua pergunta era somente se aquele objeto era "presente para alguém"! Ou quando ouço falar de restauração quando estão falando sobre restaurantes... E por aí vai como a bebida fresca ao invés de gelada e os "cêntimos" para  substituir os nossos centavos.
Quando penso nas semelhanças estou falando mesmo é da alma. Do desejo de agradar, da alegria que torna o lugar acolhedor. Estou falando das cores que contagiam os olhos, do céu azul, do jeito falastrão e lamurioso que só pode ter aquele que também é capaz de sentir - e nomear - a saudade! O português é apegado às suas raízes e é lindo ver como ele valoriza seus produtos, dizendo sem constrangimento das suas imensas qualidades. É um povo vibrante, apaixonado e consciente de suas penúrias.
Se somos descendentes deles, podemos ficar felizes por herdarmos marcas indeléveis dessa "latinidade" que torna a nós, brasileiros, um povo que se identifica onde quer que vá, que é bem recebido onde chega e que deixa seu traço por onde passa... E para isto, devemos um "muito obrigado" aos portugueses... Com toda certeza!

Até a volta!

terça-feira, 14 de maio de 2013

Amanheceu...

O dia está só começando. Tenho receio de não dar conta de tudo o que preciso fazer. Acho mesmo que não vou dar conta.
Acordo, me levanto, vou rápido para o banho. Os quarenta minutos que me dou o direito de usar entre o "pular da cama" e o "sair de casa" passam muito rápido.
Saio do banho. Os cabelos desalinhados me lembram que o secador está a espera.
Vou para a cozinha, arrumo alguma coisa para comer... talvez beber, afinal toma menos tempo.
A televisão ligada ajuda a controlar o tempo gasto. O jornal mostra as últimas notícias, sobretudo as trágicas. Impressionante a vocação que os telejornais têm de mostrar o pior lado da vida!
Escolho uma roupa dentre as tantas que já me acompanharam até o trabalho em outras ocasiões. Nessa hora identifico meu humor e decido a imagem que quero (e preciso!) passar com aquela roupa. Penso rapidamente em todas as tarefas do dia e elejo um sapato. O tempo corre. Tenho menos 25 minutos do que tinha quando acordei.
Vou me atrasar. Sei que vou. Tento, em vão, manipular o relógio.
Volto ao banheiro. Desta vez para melhorar a aparência do rosto que precisava de uma hora a mais de sono.
Blush, delineador, máscara para os cílios. Pronto. Estou mais apresentável. O cabelo, agora arrumado e seco, completam a boa imagem.
Confiro os pertences. Computador, celular, chaves, maçã para o intervalo, batom. Esqueci o batom!
Lembro do perfume e o coloco também.
Pego a bolsa. Pego o computador. Chaves do carro.
Saio.
Entro no carro e lembro que a maçã ficou para trás. Por um segundo penso em voltar, mas confiro o relógio e percebo que, como previa, já estou atrasada.
Ligo o rádio do carro e começo a cantarolar junto com a música.
Busco na bolsa os óculos escuros. Não encontro. Relembro que o vi em cima da cômoda na noite anterior. Tento me esquivar do sol, procuro "apertar" os olhos para evitar a luminosidade. Quando chego em frente ao trabalho, ao tirar o cinto, percebo que os óculos estavam todo o tempo presos ao decote da blusa.
Respiro fundo. Rio de mim mesma. Diante do lapso compreendo que é hora de DE-SA-CE-LE-RAR.
Entro no trabalho caminhando devagar, rindo das bobagens da vida, procurando fazer uma coisa de cada vez.
Tomo uma xícara de café e prometo que as coisas agora serão diferentes.

(...)

Pelo menos até o relógio despertar novamente!

Até logo.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Tempo de plantar... Tempo de colher...

Um dia a gente cansa. E isso não é necessariamente ruim. Quantas coisas deixamos acontecer simplesmente porque dá trabalho ter que mexer nelas? E aí vamos levando, "empurrando com a barriga", virando os olhos para o outro lado só para não ver o que está estampado em neon! E aí vamos trabalhando só para cumprir hora ou trabalhando demais só para não encarar a relação falida dentro de casa. Há quem use toda a energia nos assuntos da família para esquecer de seus fracassos pessoais. Que tal comprar roupas maiores para fazer caber um corpo que nem de longe lembra o de outros tempos? Esta então, é clássica!
Mas, como eu disse, um dia a gente cansa. Encosta o pé no fundo do poço e dá impulso para subir novamente. Do ponto de vista psicológico é mais ou menos isso que acontece mesmo... se não chegamos até o fundo, acabamos vivendo no meio do caminho até nos afogarmos de vez. Cansar significa dar um basta na situação posta e é incrível a força que se ganha quando isso acontece! Quando nos cansamos de alguma coisa abrimos a possibilidade para o novo entrar na nossa vida. Quando nos cansamos é sinal de que o sol começará a brilhar novamente. E aí ficamos pensando como conseguimos viver na sombra por tanto tempo! Entrar nesse processo é uma condição absolutamente particular. Não se pode apressar o tempo do outro. Não se pode, nem de si mesmo, exigir a mudança. Não acontece quando queremos, mas quando estamos prontos. Assim como um fruto qualquer que tem sua temporada, seu momento de ser colhido, o "basta" de cada um acontece no instante em que se amadurece. E se engana quem pensa que uma vez que isso ocorre será para sempre assim. Da mesma forma que todos os anos os ciclos da terra se renovam, renova também a nossa capacidade de nos reinventar. E então, estaremos prontos novamente. É hora de sair para a vida. E nessa hora não há desculpa ou argumento que nos impeça de fazer o que precisa ser feito. Não há como se fazer vítima de si mesmo porque nem por você as suas tentativas de desistência serão ouvidas. O melhor é arregaçar as mangas e ver no que dá. Traçar um plano, ter um ponto de partida e, sobretudo, um alvo para alcançar. O resto, vai pensando no caminho!

Eu estou pronta! E você?

Até lá!

segunda-feira, 29 de abril de 2013

{Des}ordem

Mudanças são difíceis. São necessárias e dolorosas. Mudanças causam desconforto mesmo quando acontecem para melhor. São processos de desapego e troca. As mais complexas são aquelas que acontecem dentro de cada um. Porque até as mudanças de lugar exigem antes uma mudança interna. Somos, por natureza, agregadores. Somos acumuladores. Acumulamos bens, lixos, sentimentos, relações. E quando é preciso mudar nos vemos mergulhados em um emaranhado de coisas inúteis que estão ali pelo simples fato de não termos mexido nelas. E é aí que percebemos o que, ao longo de tanto tempo, não quisemos nos ocupar. Certa vez vi um japonês especialista em alguma coisa que eu não lembro, defendendo uma teoria muito interessante. Pena que não colocamos em prática cotidianamente. Ele dizia que fazer bagunça é perda de tempo, porque em algum momento, as coisas terão que ser arrumadas, então é mais fácil colocá-las sempre em seus devidos lugares. Tão ridículo quanto genial! Tenho certeza de que se fizéssemos disso um hábito, guardaríamos muito menos coisas imprestáveis. O mais absurdo disso é que sabemos o quanto estes objetos nos são inúteis. Porque se valessem alguma coisa já os teríamos trocados por algo que realmente tivesse sentido. Então, por que não os jogamos na lixeira sem dó nem piedade? Acho que temos preguiça de pensar. Vivemos tão focados em coisas que julgamos importantes, que pensar naquele folheto do supermercado nos parece sem razão. E aí, ele fica ali, em cima da mesa ou em um canto qualquer, até o dia em que nos munimos de força de vontade, tempo e uma boa dose de tédio para,enfim, descartá-lo. Se todos os acúmulos que carregamos conosco fossem folhetos de supermercado nem seria tão grave. Os piores tipos são aqueles que não vemos. Não têm uma forma física, não ocupam espaço em casa, mas têm um peso tão grande que são capazes de nos manter imóveis, tamanha dificuldade de nos movermos para além deles. São os acúmulos de relações frustradas, sentimentos negativos e tarefas inacabadas. Por que estes são pesos tão difíceis de tirar dos ombros? Como são muito grandes, vão descendo pelas costas e percorrendo todo o corpo, até chegarem nas pernas impedindo que estas caminhem livremente. É assim que acontece. E da mesma forma que os entulhos que podemos tocar, os intangíveis vão entrando em nossas vidas, endurecendo os músculos e tornando a visão de um céu azul em tenebrosas nuvens de chumbo. Não é de uma hora para a outra, mas como estamos voltados para as "questões nossas de cada dia", vamos deixando a porta aberta, permitindo que isso aconteça. Por isso, quando decidir pela mudança, comece pelas pequenas. Aos poucos provocará uma grande mudança. E se for preciso optar por uma que seja mais radical, não se esqueça antes de se desvencilhar daquilo que não serve.
A vida não precisa de mais peso. O alívio que se sente quando nos livramos do que já não cabe mais em nós é sem tamanho.

Livre-se e seja livre!

Até breve.

sábado, 27 de abril de 2013

Adultos são chatos...

Adultos são chatos. Os que não são é porque conservam a alma infantil. Adultos são responsáveis, sensatos, sérios, maduros. Ou deveriam. Quando nos tornamos adultos? Será quando casamos ou saímos de casa? Quando deixamos de ser filhos para sermos pais? E que espécie de adulto somos quando nos recusamos a crescer? Problemáticos, diriam os especialistas. Crescer é inevitável. Somos arrastados pelas mudanças e se nos desviamos delas na próxima esquina elas nos atropelam. Não tem jeito. O destino de uma criança feliz é se tornar um adulto chato. Bom mesmo é ser adolescente. Nem lá, nem cá. Pena que eles não saibam disso. Ser adolescente é ter uma energia inesgotável, um futuro infinito, uma imortalidade momentânea. O adolescente pode tudo, e o que ele não pode, ele dribla. Ser adolescente é ter uma capacidade imensa de rir da vida, de dar de ombros para os conselhos dos mais velhos, é achar que nada o atinge. Eles são capazes de mergulhar de cabeça tão intensamente nas coisas que isso lhes permite declarar estar em um relacionamento sério quando este tem apenas uma semana de vida. E assim será, até o próximo relacionamento sério. O que, para eles, nem é constrangedor!
Faço questão de, dentro da minha chatice de adulta, conservar alguns hábitos que mais se parecem com os de uma adolescente. Talvez o intenso contato que mantenho com eles me facilite. Continuo cantando muito, sobretudo enquanto dirijo, e nem me importo se passo como louca que fala sozinha. Rio mais do que a maioria das pessoas que conheço. Choro na mesma proporção. Falo o que penso, ainda que com jeitinho. Gosto de piadas bobas, seriados de TV, deitar na cama e não fazer nada por uma tarde inteira e me sentir ótima com isso. Tenho mania de achar que dou conta de tudo, que está tudo errado em volta, que os romances são tudo o que realmente importa na vida. Aliás, a palavra "TUDO" deve ter sido inventada por um adolescente, afinal, os extremos fazem parte dessa etapa. 
Não posso negar que tenho meus momentos adultos. Sou obrigada a tê-los. Não gosto, mas tenho. Trabalho, respondo por meus atos, cuido de outras pessoas. Preciso ser mais que adulta em certas situações. Essa é a vida. 
Que possamos então ser adultos com uma alma mais colorida. 
Que no fim de semana possamos tirar a fantasia e voltar a ser docemente irresponsáveis.
Que o mundo seja cada vez mais repleto de crianças e que os problemas nos deem as costas.

Que seja agora! Que seja sempre...

Até mais.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Muito além das listras brancas...

Há tempos venho observando. A vontade de escrever sobre o assunto não é de hoje. Estou falando dos pedestres quando atravessam na faixa. Tudo bem que essa história de usar a faixa de pedestres da forma adequada é recente no país. Até pouco tempo atrás, as notórias listras brancas no asfalto cinzento eram tão somente uma decoração. Mas foi então que de uns anos para cá os brasileiros descobriram porque elas estavam ali. E começaram, então, a se adaptarem à sua função de sinalizar para quem queria cruzar para o outro lado da rua. Há quem pense que a travessia é simplesmente um andar para a margem oposta, mas não é bem assim.
Para quem não sabe, os motoristas só tem obrigação de parar para os pedestres em locais onde a faixa fica distante dos sinais de trânsito. Quando a faixa se localiza abaixo do semáforo é necessário esperar até que este sinalize que o caminho está fechado para os carros. Entretanto, há pedestres que pensam que bastou colocar o pé na faixa e todos se congelam esperando o seu lento caminhar. 
Mas o meu assunto aqui não é analisar o comportamento politicamente (in)correto do trânsito. Estou falando mesmo é de como as pessoas atravessam a faixa. Muitas vezes estamos tão absorvidos pelo excesso de coisas que não prestamos atenção, mas chega a ser hilário em alguns casos. Tem o pedestre tímido que é aquele que atravessa de cabeça baixa, com vergonha de estar em evidência enquanto carros de um lado e de outro param para admirar sua caminhada. Tem o "calouro do Chacrinha", que é aquele que levanta os braços e acena festivamente para os carros parados como se estivesse entrando no palco pra cantar alguma música brega. Tem o pedestre "celebridade" que aproveita os seus 15 segundos de fama para caprichar no desfile. Tem o indeciso que, mesmo com os dois lados parados e esperando por ele, fica pensando se deve mesmo ir. Tem o prepotente que empina o queixo e, antes mesmo do carro parar, já começa a travessia com ar de superioridade, de que é obrigação do motorista dar passagem a ele. E só para finalizar, tem o pedestre "facebook" que ao caminhar sobre a faixa dispara um "curti" com a mão em sinal de agradecimento. Fico pensando, quando atravesso, qual destes tipos sou eu quando exposta à mesma situação. Sim, porque mesmo estando a bordo de um carro na maioria das vezes e parando para estes pedestres inusitados, em alguns momentos eu também estou do lado de lá. Vai saber o que os motoristas da vez estão pensando sobre mim?
(...)
Aposto que depois de ler este texto você também começará a prestar mais atenção nas pessoas quando atravessam a faixa de pedestre. É uma diversão!

Até.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Um dia estranho

Alguns dias são simplesmente estranhos. Nem sempre os motivos que os tornam assim são nítidos. Eles simplesmente são. De modo geral a resposta está muito mais dentro de nós do que fora. Por que permitimos que isso aconteça? Talvez porque ficar sempre feliz exija um esforço sobre-humano. Talvez porque nosso organismo precise de uma certa dose de introspecção para não sair voando e cometendo loucuras eufóricas por aí. Talvez ainda porque o estranhamento vez por outra contribua para nos desvencilharmos da mesmice nossa de todo dia. Na verdade estes dias são chatos. E a chatice é tão forte que dificilmente algum acontecimento legal tenha vez nesse período "das 24 horas esquisitas".
Os dias estranhos são aqueles em que não vemos graça em muita coisa, a paisagem se reveste de cinza e uma chuvinha passa a ser até providencial para completar o cenário. Afinal, dia estranho e céu azul não combinam!
O perigo de um dia assim é ele ser seguido de outro e outro e outro dia estranho. Há pessoas que vivem assim. Eu só me permito viver um desses de vez em quando. Hoje é um deles! E olha que até começou com a promessa de ser mais um dia legal como tantos outros, mas não foi. Ele passou por mim e eu deixei. Eu não fiz qualquer esforço para que ele não tomasse conta de mim. Eu apenas deitei na minha cama e deixei. Não dormi, não saí, não me diverti. Eu tão somente permiti que este dia estranho se instalasse. 
Definitivamente não é agradável viver um dia assim, mas ele serve para que possamos dar mais valor à normalidade tantas vezes vista como "incômoda". Aí vemos que o habitual às vezes é melhor do que o extraordinário. Vemos que não receber notícias às vezes é tudo o que precisamos. Vemos que chegar à exaustão de tanta atividade é melhor do que não ter nenhuma. 
Às vezes a rotina é a melhor forma de entender o quanto se é feliz!
Mas hoje é só um dia estranho... 
Amanhã tudo volta ao normal...

Ainda bem!

Até amanhã.


quarta-feira, 17 de abril de 2013

Cravo e Canela

O outono finalmente chegou. Para ser mais correta, já se vai quase um mês. Há quem torça o nariz só de pensar no tempo esfriando um pouquinho. Eu, do meu lado, não vejo a hora para que isto aconteça. Sou do tipo que acredita que cada coisa tem seu tempo. Que há momento para o frio, assim como para o calor. Há o momento do agito e o da calmaria. Não podemos negar que as pausas e mudanças são necessárias para tudo. Sou mais adepta das baixas temperaturas, mas confesso que um dia mais quentinho de vez em quando é bom para dar um descanso. Depois o termômetro pode despencar novamente.
A ebulição do verão ganha aconchego no frio que embala as noites de outono. Se o calor é micareta, o frio é música clássica. O calor é efervescente, colorido, barulhento. O frio, paz e tranquilidade. O calor é desapego. O frio é abraço. No verão ficamos expansivos, alegres, exuberantes. Já no outono nos permitimos a intimidade, o envolvimento.
É no outono que experimentamos as longas conversas banhadas a meia luz, em torno de algo que aqueça, conforte e agregue. É também nesta época que nos alimentamos, por dentro e por fora, nos preocupando muito mais com o conteúdo do que com a embalagem. Só na primavera nos daremos conta dos estragos provocados. No tempo do frio não nos importa esculpirmos nossos corpos. Parece que resgatamos a nossa essência mais "encorpada" de outras eras. Somos um pouquinho mais "nós mesmos" e menos "os outros". No frio estamos mais fechados para as novidades, mas consolidamos nossas ideias. Se as paixões são mais evidentes no calor, é no frio que os grandes romances florescem. O outono é a cara do amor. Não é a toa que o dia dos namorados é nesta estação!
Esta semana o ventinho gelado começou a dividir a paisagem com o céu incrivelmente azul.Típico da época. Como são lindos os dias do outono! Como são indescritivelmente envolventes! Sinto como se a natureza convidasse à contemplação. Uma pequena parada para admirar as tardes lindas e frias que o tempo seco produz.  As noites, cada vez mais longas, remetem ao repouso necessário para a próxima floração. É tão insano quanto inútil fugir dos sinais que a natureza nos dá. É o ciclo da vida! Animais e plantas respeitam isso muito mais do que nós. Logo os seres humanos, tão evoluídos, não conseguem perceber o que há de mais essencial!
Por isso, no frio, curta o que ele tem a oferecer!
Durma, coma, crie, aconchegue, contemple, fortaleça, compartilhe, abrace, sinta, veja, amadureça, viva e aproveite...
...depois o verão chega novamente!


Ps.: O titulo? O cheiro e a temperatura do outono me reportam a Cravo e Canela. Delícia!

Até!


quinta-feira, 11 de abril de 2013

Apenas mais uma de amor...

Gosto de quem me faz rir. E olha que isso nem é difícil! Pessoa de riso fácil como sou, posso concluir, a partir disso, que gosto de muitas pessoas. Em geral as faço rir também. E como isso é fantástico! Não sei se é melhor fazer rir ou simplesmente dar gargalhadas com as coisas mais banais da vida.
Em um homem o senso de humor é das coisas que mais aprecio. Claro que não posso deixar de mencionar a inteligência, mas já ouvi dizer que eles andam de mãos dadas. Algo como ser preciso ter inteligência aguçada para tornar as coisas simples, engraçadas.
Meu amor é alguém que me faz rir. Não sei se lamento por ele não mostrar muito isso por aí ou se me sinto privilegiada por ser brindada com suas "palhaçadas". Sim, ele é do tipo que faz essas coisas. Costuma me dizer que faz isso para mim porque eu rio. Precisa de plateia para que a coisa aconteça! E eu rio mesmo... ah! Como eu rio...
Meu amor também é tímido. Não é dado aos grandes agradecimentos, elogios ou declarações explícitas de amor e admiração. Talvez preferisse até que eu não escrevesse nada disso. Mas se deixo de fazê-lo, deixo um pouquinho de ser eu também. E, sinceramente, acho que no seu silêncio interior, se saber amado, se saber descaradamente amado é se sentir especial de certa forma... no fundo, acho que ele gosta!
Talvez eu faça o que gostaria que ele fizesse. Não sei explicar o que me fez  vir até aqui dizer estas palavras, mas senti uma irresistível necessidade de dizer ao "mundo" que o que vivo é real. Que é possível ser feliz de maneira simples. É possível ser feliz todos os dias, ainda que não o dia todo. É possível querer acordar ao lado da mesma pessoa para sempre, ainda que as contrariedades surjam aqui e ali. É possível sentir-se apaixonado por mais tempo do que acreditam as pesquisas. Vim dizer que é permitido sonhar com o real e que o possível nem sempre é se contentar com pouco. Às vezes, o possível é providencial.
Sonhamos com a perfeição, mas é a imperfeição que torna as relações desafiadoras e, por isso mesmo, deliciosas. Perfeição é coisa pronta. Gosto dos processos. O resultado é consequência.
Meu amor é alguém que me acolhe e me lança ao desconhecido quando percebe que uma coisa é mais importante que a outra naquele meu momento. Talvez saiba mais de mim do que eu mesma. Talvez eu seja um pouquinho mais eu quando estou com ele. Talvez porque veja nele o espelho de mim. Nem sempre a imagem é nítida, mas se olhar atentamente posso identificar muito de mim naquele que é, por isso mesmo, tão diferente.
Por este texto posso concluir que gosto de quem me faz rir, de quem não se expõe gratuitamente, gosto de quem me acolhe e me desafia.

Gosto de quem me traz tudo isso...

Ainda bem que ele também gosta de mim!

Até.


domingo, 7 de abril de 2013

Querido diário!

Nunca pensei que o blog me seria útil para isto, mas acabei de me dar conta de que ele serve como um registro da minha história. Sim, um diário eletrônico que mostra não só as coisas que eu vivo a cada texto, mas um resgate de quem eu era tempos antes. De vez em quando dou uma olhada nos arquivos em busca de algum post esquecido, algo que eu gostaria de compartilhar novamente, experiências que foram descritas de maneira interessante ou até mesmo a memória sobre algum assunto já falado. Houve um tempo em que eu me recordava facilmente de tudo o que era escrito aqui. Hoje isso já não é mais possível...
Fazendo uma busca, resolvi voltar ao dia 07 de abril de 2012, ou seja, exato 1 ano atrás. Quem era eu naquele momento? O que havia acontecido recentemente na minha vida e o que, afinal, eu tinha para contar? Descobri uma pessoa feliz, de bem com a vida, cheia de alegria. Muito diferente de hoje? Acho que não, mas certamente a minha vida mudou muito de lá para cá. Quantas coisas aconteceram? Quantas novas expectativas foram criadas e vêm sendo concretizadas desde então!? Tive momentos bons e outros nem tanto... coisas da vida. Conheci gente nova, novos lugares, venci meus medos, me testei, reformulei antigas crenças. O saldo, certamente, foi muito positivo!
Naquela ocasião, há um ano atrás, eu havia acabado de assistir a um filme que me inspirou e me encheu os olhos de belas imagens. Eu celebrava a sensação de bem-estar e relatava o quanto estes pequenos momentos me traziam novas forças. Descrevi um mundo ingênuo e cor-de-rosa, onde o que valia era a delicadeza da fantasia e não a crueldade da vida real. Percebo hoje que a minha visão do mundo, que insisto em manter mais coloridinha do que cinza, permanece igual. Vejo que apesar de qualquer tristeza, a alegria prevalece e insiste em fazer sua casinha por perto. Ainda acredito nos contos de fadas, nas princesas (que me recuso a ver apenas como carinhas bonitas e alienadas), nas histórias de amor e que o bem sempre vence no final. Acredito que "o beijo de amor verdadeiro" é mesmo a coisa mais poderosa do mundo!
Engraçado que o texto do ano passado finalizava falando do filme "Encantada", que eu já assisti milhares de vezes e adoro cada vez que o faço. Coincidentemente (ou não!) este filme passou novamente na televisão hoje. Considerei um presente do "acaso" para mim... talvez para me dizer que não importa o que haja, existe um monte de motivos para acreditar que dias melhores sempre vêm e que o amor e a alegria devem ser os combustíveis que movem os nossos dias. 
Assim como há um ano atrás, certamente o restinho deste domingo ficou mais leve... 

Desejo uma delícia de semana para você que está lendo este texto!

Até breve!

Ps.: O texto de 07 de abril de 2012 chama-se "Bem-estar-bem!"