quinta-feira, 30 de maio de 2013

Apenas considerações...

Neste momento estou em Portugal e, disso, muita gente sabe. O que talvez muita gente não saiba é que apesar das tantas diferenças entre nós, temos lá nossas muitas semelhanças. Se você pensou no idioma como primeira opção, talvez tenha se enganado. Tudo bem, falamos a mesma língua, mas a verdade é que muitas vezes me peguei tentando entender o que falavam bem ao meu lado. Não só a pronúncia, mas igualmente o emprego de algumas palavras, não lembra em nada que possuímos o mesmo princípio linguístico! Hoje mesmo em uma loja o vendedor nos perguntou se o objeto comprado era "oferta". Fiz cara de quem não entendeu, pois se o produto estava em oferta não era eu, mas ele mesmo, a informar. Mas a sua pergunta era somente se aquele objeto era "presente para alguém"! Ou quando ouço falar de restauração quando estão falando sobre restaurantes... E por aí vai como a bebida fresca ao invés de gelada e os "cêntimos" para  substituir os nossos centavos.
Quando penso nas semelhanças estou falando mesmo é da alma. Do desejo de agradar, da alegria que torna o lugar acolhedor. Estou falando das cores que contagiam os olhos, do céu azul, do jeito falastrão e lamurioso que só pode ter aquele que também é capaz de sentir - e nomear - a saudade! O português é apegado às suas raízes e é lindo ver como ele valoriza seus produtos, dizendo sem constrangimento das suas imensas qualidades. É um povo vibrante, apaixonado e consciente de suas penúrias.
Se somos descendentes deles, podemos ficar felizes por herdarmos marcas indeléveis dessa "latinidade" que torna a nós, brasileiros, um povo que se identifica onde quer que vá, que é bem recebido onde chega e que deixa seu traço por onde passa... E para isto, devemos um "muito obrigado" aos portugueses... Com toda certeza!

Até a volta!

terça-feira, 14 de maio de 2013

Amanheceu...

O dia está só começando. Tenho receio de não dar conta de tudo o que preciso fazer. Acho mesmo que não vou dar conta.
Acordo, me levanto, vou rápido para o banho. Os quarenta minutos que me dou o direito de usar entre o "pular da cama" e o "sair de casa" passam muito rápido.
Saio do banho. Os cabelos desalinhados me lembram que o secador está a espera.
Vou para a cozinha, arrumo alguma coisa para comer... talvez beber, afinal toma menos tempo.
A televisão ligada ajuda a controlar o tempo gasto. O jornal mostra as últimas notícias, sobretudo as trágicas. Impressionante a vocação que os telejornais têm de mostrar o pior lado da vida!
Escolho uma roupa dentre as tantas que já me acompanharam até o trabalho em outras ocasiões. Nessa hora identifico meu humor e decido a imagem que quero (e preciso!) passar com aquela roupa. Penso rapidamente em todas as tarefas do dia e elejo um sapato. O tempo corre. Tenho menos 25 minutos do que tinha quando acordei.
Vou me atrasar. Sei que vou. Tento, em vão, manipular o relógio.
Volto ao banheiro. Desta vez para melhorar a aparência do rosto que precisava de uma hora a mais de sono.
Blush, delineador, máscara para os cílios. Pronto. Estou mais apresentável. O cabelo, agora arrumado e seco, completam a boa imagem.
Confiro os pertences. Computador, celular, chaves, maçã para o intervalo, batom. Esqueci o batom!
Lembro do perfume e o coloco também.
Pego a bolsa. Pego o computador. Chaves do carro.
Saio.
Entro no carro e lembro que a maçã ficou para trás. Por um segundo penso em voltar, mas confiro o relógio e percebo que, como previa, já estou atrasada.
Ligo o rádio do carro e começo a cantarolar junto com a música.
Busco na bolsa os óculos escuros. Não encontro. Relembro que o vi em cima da cômoda na noite anterior. Tento me esquivar do sol, procuro "apertar" os olhos para evitar a luminosidade. Quando chego em frente ao trabalho, ao tirar o cinto, percebo que os óculos estavam todo o tempo presos ao decote da blusa.
Respiro fundo. Rio de mim mesma. Diante do lapso compreendo que é hora de DE-SA-CE-LE-RAR.
Entro no trabalho caminhando devagar, rindo das bobagens da vida, procurando fazer uma coisa de cada vez.
Tomo uma xícara de café e prometo que as coisas agora serão diferentes.

(...)

Pelo menos até o relógio despertar novamente!

Até logo.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Tempo de plantar... Tempo de colher...

Um dia a gente cansa. E isso não é necessariamente ruim. Quantas coisas deixamos acontecer simplesmente porque dá trabalho ter que mexer nelas? E aí vamos levando, "empurrando com a barriga", virando os olhos para o outro lado só para não ver o que está estampado em neon! E aí vamos trabalhando só para cumprir hora ou trabalhando demais só para não encarar a relação falida dentro de casa. Há quem use toda a energia nos assuntos da família para esquecer de seus fracassos pessoais. Que tal comprar roupas maiores para fazer caber um corpo que nem de longe lembra o de outros tempos? Esta então, é clássica!
Mas, como eu disse, um dia a gente cansa. Encosta o pé no fundo do poço e dá impulso para subir novamente. Do ponto de vista psicológico é mais ou menos isso que acontece mesmo... se não chegamos até o fundo, acabamos vivendo no meio do caminho até nos afogarmos de vez. Cansar significa dar um basta na situação posta e é incrível a força que se ganha quando isso acontece! Quando nos cansamos de alguma coisa abrimos a possibilidade para o novo entrar na nossa vida. Quando nos cansamos é sinal de que o sol começará a brilhar novamente. E aí ficamos pensando como conseguimos viver na sombra por tanto tempo! Entrar nesse processo é uma condição absolutamente particular. Não se pode apressar o tempo do outro. Não se pode, nem de si mesmo, exigir a mudança. Não acontece quando queremos, mas quando estamos prontos. Assim como um fruto qualquer que tem sua temporada, seu momento de ser colhido, o "basta" de cada um acontece no instante em que se amadurece. E se engana quem pensa que uma vez que isso ocorre será para sempre assim. Da mesma forma que todos os anos os ciclos da terra se renovam, renova também a nossa capacidade de nos reinventar. E então, estaremos prontos novamente. É hora de sair para a vida. E nessa hora não há desculpa ou argumento que nos impeça de fazer o que precisa ser feito. Não há como se fazer vítima de si mesmo porque nem por você as suas tentativas de desistência serão ouvidas. O melhor é arregaçar as mangas e ver no que dá. Traçar um plano, ter um ponto de partida e, sobretudo, um alvo para alcançar. O resto, vai pensando no caminho!

Eu estou pronta! E você?

Até lá!