domingo, 18 de agosto de 2013

Preocupações...

Quantos segundos, minutos ou horas do seu dia você gasta com preocupações? Eu? Muitos! Um absurdo, eu sei... gostaria de não ter preocupação, mas quando vejo ela invade a minha cabeça como um bichinho intrometido e faz casa lá dentro. E veja bem: não ter preocupação não é sinônimo de não ter problemas. Pode-se ter uma coisa sem, necessariamente, ter a outra. E isto vale daqui para lá e de lá para cá! Se há algo do que sinto inveja é de quem não se preocupa. Mas não daqueles que fingem que não se preocupam. Daqueles que verdadeiramente não estão muito aí para o que vai acontecer! Que vivem ao sabor do vento sem saber muito bem em qual direção vão parar. Somos tão cobrados desde cedo a termos um rumo, um norte, um destino certo, que não cai bem simplesmente não refletir sobre o assunto. Invejo as pessoas que conseguem não pensar no depois, no "e-se-der-tudo-errado" ou até mesmo, as pessoas que mesmo no "e-se-der-tudo-errado" ainda conseguem sair ilesos. 
Será que há uma maneira de aprender a ser assim, ou simplesmente se nasce deste jeito? Na minha profissão às vezes o descaso é tão presente por parte de algumas famílias, que chego a me perguntar se esta visão simplista das coisas não é a mais correta?
Sou de natureza inconformista e confesso que é difícil para mim ver que alguém não se importa com determinada coisa. Certamente este alguém sofre bem menos a falta do que se perdeu... ou do que nunca teve! Tragédias pessoais parecem não ter vez nestas cabeças. Elas simplesmente acontecem e são deixadas de lado. A dureza da vida faz com que ajam assim. Sofisticamos tanto o nosso modo de pensar e fazer as coisas que temos cada vez mais dificuldade em lidar com os fracassos, inclusive aqueles que não são causados por nós mesmos.
Certa vez tentei meditar. Consegui... por 4 minutos. Depois disso as costas começaram a doer, as pernas a ficarem dormentes e a necessidade de me mexer e sair do lugar se tornou quase tão vital quanto correr mais do que as próprias pernas para fugir de um leão. Um dos princípios da meditação é ter a mente vazia. Mas como esvaziar uma cabeça que parece ter vida própria? Ensinam a não evitar os pensamentos, mas não retê-los, igualmente. Eles vêm e você simplesmente os deixa ir... assim, ilesos e sem resistência. Sinto como se minhas mãos entrassem momentaneamente na minha cabeça e com a  força de uma "garra mecânica" segurassem cada milésimo das ideias que surgem. E elas ficam ali estáticas, cristalizadas, grifadas em neon com o objetivo de me fazerem lembrar de cada uma delas. Assim são os pensamentos na minha cabeça, assim são as preocupações.
Dia desses minha irmã comentou sobre este assunto depois de ouvir o sermão da missa de domingo. Dizia o texto que tudo é vaidade. Que dedicar horas do nosso dia às preocupações é vaidade. Custei a entender, mas faz sentido. Nos preocupamos porque consideramos que só nós podemos encontrar soluções. Fixamos o pensamento em nossos problemas porque achamos que não há um Ser Supremo capaz de resolvê-los. Ora, o que é isto senão a vaidade, a crença falsa de termos um poder ilimitado? Isto me fez pensar. Continuo me preocupando com um monte de coisas, mas hoje, como um ensaio para a meditação, simplesmente deixo meus pensamentos seguirem seu rumo.

Até breve!