Sabe quando você tem certeza de que algo não te faz bem, mas mesmo assim insiste em manter um determinado hábito? Isto acontece porque a motivação para a mudança pode não ser tão grande quanto o trabalho que isso vai dar! Ocorre um certo "boicote", uma "autossabotagem" que se é cômodo, não é confortável. Enquanto o comodismo de não ter que mexer, não ter que pensar no assunto faz com que simplesmente o tempo passe, o desconforto faz com que uma pontadinha fique cutucando seus pensamentos. É como aquela "bolinha de costura da meia sobre o dedinho mindinho" que não te deixa pisar direito.
Ando vivendo isso de certa forma.
Estou de dieta. E fiz tudo direitinho. Com nutricionista, mudança de alimentação, reeducação e disciplina. E não é que nos últimos tempos, talvez cansada de tanto policiamento e de todas as tarefas que envolvem o quase esgotamento pré-férias, eu tenho me deixado levar por todas as coisas que eu não devo comer? E por que eu permito isso se eu sei que eu não devo? Por que eu estou em uma espécie de "relação tóxica".
Já parou para pensar a quantas relações tóxicas você se expõe? Que atire a primeira pedra quem nunca se viu em uma situação dessas! Chamo assim toda relação com você mesmo, com a comida, com o outro, com a tecnologia, dinheiro ou qualquer coisa que te faça mal apesar de parecer fazer bem. Todas são difíceis de lidar, mas acho que a pior é aquela que envolve outras pessoas. E por que? Porque além de você ter que administrar os efeitos da "dita cuja" em você, ainda é necessário romper com o outro. Neste caso há duas formas diferentes de toxicidade. Tem aquela que a outra pessoa não vale grande coisa, mas por alguma atração estranha você não consegue se desvencilhar, mesmo sabendo do quanto é prejudicial; e tem aquela quando a outra parte envolvida é boa, te trata bem, te valoriza e traz boas coisas, mas por alguma razão esquisita você não consegue retribuir. Isso faz igualmente mal! A melhor solução em ambos os casos é "cortar o mal pela raiz". Não há sofrimento que dure mais do que o doloroso arremedo de uma relação. E se ela não é inteira, é apenas uma sombra do que poderia ser. Não existe fórmula para resolver a situação, mas é seguro que ela precisa ser resolvida. O que se pode dizer é que uma vez que isto acontece, o alívio é quase instantâneo. E isto vale para qualquer uma das situações. Quando você consegue se dominar e não comer o que não deve, quando você consegue não gastar aquele dinheiro com mais um objeto inútil, quando você deixa de passar mais uma hora no computador para estar com pessoas queridas... o alívio é o mesmo. E, como todos aqueles hábitos que faziam parte da relação tóxica, os bons costumes também se tornam rotineiros. É uma questão de prática!
Não sei dizer a quantas destas relações ainda me envolverei pela vida afora, mas ter a consciência de que elas existem é o primeiro passo para cortá-las...
Que comecemos, então, a cultivar as boas relações.
As que nos fazem crescer, florescer, frutificar.
Que cultivemos arco-íris ao invés de tempestades.
Que iniciemos agora!
Até breve...