sábado, 24 de maio de 2014

Autorresgate

Há tempos atrás decidi que queria virar "mulherzinha". Isso soa mal para a maioria das pessoas. Parece pejorativo, depreciativo, menor. Na ocasião queria dizer que estava cansada da mulher profissional que havia me tornado. Queria cuidar da casa, daquele que escolhi para passar o resto da minha vida junto, queria cozinhar e me dedicar aos afazeres domésticos. E assim foi! Porém as exigências do cotidiano me fizeram dar as costas para a minha casa e voltar a caminhar fora dela. Na verdade eu nunca consegui me dedicar somente à casa. Acho que nem conseguiria porque não se muda uma essência da noite para o dia, mas queria poder usar mais tempo com isso. No entanto quando dei por mim já estava novamente esquecendo do que havia escolhido como felicidade. Foi aí que um comentário simples, porém doloroso, me fez ver o que já sabia, mas não estava dando a devida atenção. Disseram-me: Antes você fazia questão das refeições elaboradas e agora nem à mesa nos sentamos mais! - Talvez isso tenha sido dito assim meio sem propósito quase como uma provocação. Para mim caiu como uma bomba...
Desde então voltei a tomar o gosto pelas coisinhas do fogão e tudo tomou outro sentido na minha vidinha louca. Fazer aquilo que dá prazer deve ter sempre espaço garantido na nossa rotina. Seja o que for!
Com isso, então, resolvi compartilhar aqui uma receitinha espetacularmente gostosa e fácil, cujo nome (e algumas partes da receita!) foi alterado por mim.
Apresento agora a você, meu leitor e fiel escudeiro, a receita do momento.

Quase Brownie

Ingredientes:

120g de manteiga
1 barra de chocolate meio amargo (150g)
3 ovos
1/2 xícara de açúcar
1 colher cheia de farinha de trigo
1 pitada de sal
1 punhado de nozes picadas (opcional)

Coloque a manteiga em uma panela e derreta em fogo médio. Desligue o fogo e acrescente o chocolate em pedaços. Cubra com um guardanapo e reserve. Coloque em uma tigela grande os ovos e o açúcar. Bata até ganhar volume. Esta parte pode ser batina na mão ou na batedeira, você escolhe! Misture o chocolate com a manteiga para ficar uniforme e acrescente aos ovos batidos com o açúcar mexendo com uma colher. Acrescente o sal, a farinha, as nozes. E coloque em uma assadeira untada com manteiga e polvilhada de farinha. Asse em forno médio (180°) pré-aquecido por cerca de 18 a 20 minutos. É tão gostoso que nem precisa de cobertura.
Importante: Como a receita é pequena convém colocar em uma assadeira não muito grande. Entretanto é um bolo para ficar bem baixinho.
A sugestão é comer junto com sorvete, mas é bom de qualquer jeito. Não deixe de experimentar. É fácil, delicioso e rápido! Não leva mais do que 30 minutos para ficar pronto.

Este é o meu...



Até mais!


domingo, 4 de maio de 2014

Autocolantes

Letrinhas douradas
Qual é a graça de montar álbum de figurinhas? Só faz esta pergunta quem nunca teve um! Como acontece sempre, lançaram recentemente o álbum da Copa do Mundo. Participando da vida dos meninos na família, comecei também a me envolver no troca-troca e na expectativa de encontrar aquelas figurinhas mais difíceis. Meu amado, criança grande, resolveu também fazer a sua coleção e o meu papel tornou-se ainda mais ativo. Agora me vejo procurando números, trocando jogadores e escudos, observando os times e suas particularidades. Durante minha infância fui uma grande fã dos álbuns de figurinhas e todo tipo de diversão em papel. Colecionava, trocava e me enchia de alegria cada vez que estava perto de completar o álbum.
Consegui apenas uma vez! E já foi na adolescência. Entretanto isso nunca foi motivo de desânimo, pois na infância frustração não tem lugar por muito tempo. Logo é substituída por coisa mais interessante. Não gostaria de ser criança para sempre, mas conservar alguns hábitos seria de grande utilidade. Pena que na vida adulta a gente substitua as coisas com a mesma rapidez, no entanto, não por coisas mais legais. Simplesmente somos empurrados por aquilo que vem pela frente... só isso!
Os desenhos eram lindos!
Quando somos crianças corremos sem parar, tudo parece mágico e o tempo não é o senhor das coisas, nós somos! Eu me lembro das férias renderem e, depois de tantos anos, as aulas ficaram mesmo no esquecimento. As brincadeiras e visitas recebidas hoje fazem muito mais sentido. Como fui criada em apartamento minhas histórias talvez não sejam em quintais ou coisas do tipo, mas quem precisa de um quando se tem a escada do edifício para se fazer piquenique? Sim, eu e uma amiga comprávamos todo tipo de besteiras à venda e comíamos escondidas nas escadas entre um andar e outro. Quem nunca brincou de detetive em uma aula vaga? No colégio em que eu estudava, em Teresópolis, fazíamos isso na capela, que era um espaço livre no corredor das salas de aula. Lembro que era um vão, com uma imagem de Jesus Cristo (ou talvez algum santo que já não me lembro), um tocos que serviam de bancos e um carpete azul royal. Tinha ainda uma porta sanfonada que às vezes fechávamos para nos esconder. Lugar sagrado? Ah, crianças não se preocupam com isso! Apesar do "mau uso" a energia que corria ali era absolutamente do bem! Éramos crianças...
Brincávamos de pique esconde com os meninos da mesma rua, acreditávamos em príncipes encantados, dávamos uma voltinha na rua antes, durante e depois das chuvas de verão. Tínhamos amores platônicos, colecionávamos papeis de carta (sim, porque trocávamos cartas!) e nos imaginávamos muito adultos aos dezoito.
Este eu completei...
Minha infância foi feliz! Talvez não oferecesse muitos atrativos para as crianças de hoje, mas acredito que cada coisa tenha seu tempo. E se perguntarem aos mais velhos estes dirão, igualmente, que a deles é que era boa.
(...)
Ainda bem que os álbuns de figurinhas permaneceram...

Até mais!