quinta-feira, 17 de julho de 2014

Em terras colombianas...

É apenas mais um comercial da televisão. O produto que ele vende é uma cidade. Começo a prestar atenção no anúncio e solto, quase como um pensamento alto, um "quero ir lá!". Assim começou o planejamento da minha mais recente viagem. O destino, desta vez, é um lugar que antes da propaganda jamais havia chamado a minha atenção. Cartagena de Índias, na Colômbia, ganhou outro sentido após descobrir suas ruazinhas bem cuidadas e sua história tão bem cultivada ao longo de todos esses anos, segundo a promessa mostrada na televisão. Todas as vezes que dizia a alguém que estava indo para lá, podia ler em seus rostos (e algumas vezes em palavras!) um "o que você vai fazer na Colômbia?"
E assim embarquei, sem saber muito bem o que veria por lá. Pesquisei aqui e ali os pontos turísticos e, carregava comigo o desejo de conhecer os cenários tantas vezes lidos e criados na minha imaginação, através das histórias do meu escritor favorito: Gabriel Garcia Márquez.
Sempre disse, sobre seus livros, que sua descrição era tão bem feita que eu conseguia sentir até os vapores das terras colombianas.
Cheguei a Cartagena após uma longa e cansativa viagem. O voo, que passava pelo Panamá, levava 7 horas para concluir o primeiro trecho e mais 1 hora até o destino final. Após esperar o "tempo regulamentar" exigido pelos hotéis (até as 3 da tarde) entrei no quarto e dormi até o dia seguinte. Sim, o cansaço era tanto que o primeiro dia foi todo de descanso. No dia seguinte, no entanto, estava nova em folha.
Saí animada para conhecer o que a cidade me oferecia. Caminhei até o portal que dividia o mundo real daquele que havia parado no tempo e, por isso mesmo, meu principal objetivo turístico.
Cartagena é um misto das cidades coloniais brasileiras com uma grande cidade qualquer. Podemos observar dois espaços bastante distintos no mesmo território: o Bairro de Boca Grande com seus edifícios altíssimos e modernos, e o Centro Amuralhado, que concentra todos os monumentos históricos.
São 11 quilômetros de muralha protegendo a história que povoa cada rua estreita. Em vários locais parece uma cidade cenográfica, com fachadas muito coloridas e bem cuidadas. Quase se espera encontrar o vazio por trás delas, mas são de verdade. O passeio é de puro encantamento. A vontade é de clicar cada casa, cada rua, cada pé de bougainville que orna as entradas. Do primeiro ao último dia da viagem agradeci mais e mais a ousadia de ir aonde quase ninguém vai!
Há muito para contar sobre a viagem, mas neste momento as imagens falam melhor!



                                                




Até!



domingo, 6 de julho de 2014

Caminhos...

Os desvios é que tornam a nossa vida interessante. Ouvi esta frase e fiquei pensando no que ela representava. Buscamos o caminho reto. De preferência aquele que podemos ver longe. Assim podemos nos programar, pesar prós e contras de tudo, tomar a melhor decisão. Os desvios, em geral, são imprevisíveis e por isso mesmo causam desconforto em uma primeira olhada. Mas será que faríamos as mesmas coisas se tivéssemos oportunidade de escolher sempre? Acho que não! Deixar que a vida se encarregue de ditar todas as regras é imprudente, despretensioso ao extremo, mas não permitir também que ela use de seus artifícios e artimanhas é medíocre. Medíocre porque não nos damos a oportunidade de pensar "fora da caixinha". E, desta forma, vamos mostrando a nós mesmos nossa incapacidade de ver além. 
Já reparou que as melhores histórias, daquelas que temos prazer em contar depois de algum tempo, são fruto de situações não planejadas? São especiais exatamente pelo "fator surpresa". 
Pessoas entram em nossas vidas por causa de um trabalho, por causa do colégio. Por causa de um infortúnio conhecemos outras tantas. Temos filhos sem planejar, saímos apenas por uma obrigação social, nos comprometemos sem querer. Casamos e nos separamos. Depois descobrimos que era o melhor que poderíamos ter feito. Era um presente de nós para nós mesmos. Mudamos o percurso sem motivo como se algo nos induzisse a fazer desta e não daquela forma, e no fim das contas o resultado é melhor que o esperado.
Sempre gostei dos desvios. Sempre fui de optar pelos caminhos secundários. Acertei todas as vezes? Claro que não! E que bom que é assim... Digamos que exista uma "linha mestra". Aquela que define o roteiro principal. Assim como as novelas a vida é uma obra aberta. Ou seja, é conduzida para um lado ou para outro de acordo com os acontecimentos. E, assim como as novelas, tem fim. Porém não podemos escolher de que maneira ele será. O importante, no caso da vida, é não resistir às mudanças de percurso. Isso custaria energia demais e, muito provavelmente, seria em vão.
Para se acostumar com as mudanças é preciso exercitar. Sim! Não se aprende a lidar com as mudanças sem vivenciá-las. Por isso provoque as modificações antes que elas venham sem aviso.
Sempre que tiver oportunidade desvie seu caminho! Não hesite em conhecer um novo lugar, ou uma nova forma de fazer as coisas. Ouse passar por algum percurso desconhecido. Gaste algum tempo experimentando. O que é o mundo senão um grande laboratório? Não se aprende a ser mãe lendo livros. Não se aprende a dirigir vendo filmes. Não se aprende a se conhecer apenas ficando sozinho. A gente se constrói nas tentativas, nos erros, nos desvios. Nada é mais experimental do que conhecer suas reações frente ao imprevisto! Quem nunca passou pela situação de encontrar a resposta perfeita 5 segundos depois de ter dito a primeira coisa que veio à cabeça? Quem sabe na próxima você a utilize...
Depois de tantas palavras reafirmo a primeira frase. São realmente os desvios que tornam a vida interessante. Todas as mudanças de casas, todos os amigos que fiz - e continuo fazendo! - , todas as ousadias que já me permiti hoje fazem com que eu seja quem eu sou.
De desvio em desvio vou colocando, aqui e ali, as pedrinhas do meu caminho... e também as flores, as casinhas, cercas e árvores... vou construindo minha paisagem.
Se sentir vontade eu paro para apreciá-la.
Se for preciso, construo outra passagem.
E assim sigo a minha trilha.

Até mais!