sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Golpe de sorte

Sabe aquela sensação de que você é a pessoa mais sortuda? Não é daquela sorte como ganhar na mega sena ou conseguir o emprego dos sonhos que estou falando, mas daqueles pequenos acontecimentos que tornam a nossa vida mais alegre, ainda que por poucos instantes. Quem não se sente um pouquinho mais feliz ao...
- Receber no meio de uma tarde qualquer a ligação de uma pessoa especial, principalmente se você não fala com ela há tempos?
- Descobrir por acaso que o seu filme favorito, aquele que você já viu outras 456 vezes, está passando bem na hora que está a toa em casa.
- Ver uma borboleta dançando no seu entorno, em pleno voo, como se quisesse te dizer alguma coisa.
- Ouvir de alguém que você está bonito, cheiroso, ou que você emagreceu.
- Encontrar aquele objeto que você está procurando há semanas bem na loja que você frequenta.
- Comer um brigadeiro no auge da irritação.
- Ouvir a chuva cair e sentir o cheirinho de terra molhada.
- Brincar com um bebê e arrancar dele muitas gargalhadas.
- Encontrar amigos e rir das bobagens da vida.                                 
- Ver fotos antigas.
- Fazer uma comida perfeita e servir para pessoas queridas.
- Ver o seu gato fazer festinha quando você chega.
- Acordar cedo com um dia lindo de sol.
- Ligar o rádio e estar tocando justamente a música que mais adora.
- Ver um esquilo atravessar o seu caminho.
- Achar um objeto que você já havia dado como perdido.
- Rir de chorar.
- Ter feriado quando todos estão trabalhando.
- Descobrir que o professor faltou justamente no dia que você decidiu não ir à aula.
- Ver um arco-íris depois da chuva.
- Receber a visita de passarinhos na sua varanda.
- Perceber que sua planta está cheia de botões de flor.
- Receber um cartão de agradecimento de quem menos se espera.
- Ouvir de alguém que você serve de inspiração para ela.
(...)

Poderia passar o dia aqui falando dos golpes de sorte que vivemos todos os dias. É uma pena que a maioria das pessoas nem notam. Estão tão presas às suas reclamações rotineiras que nem percebem as maravilhas que vemos acontecer... bem diante de nossos olhos.

Por isso desejo que sua sensibilidade floresça e você comece a perceber mais e mais os momentos pequenos, porém muito especiais, que fazem a nossa vida ter mais sentido!

Experimente... 

Até mais.


 

domingo, 15 de novembro de 2015

Bento... Que Bento!

A ideia era fazer uma viagem curta. Em tempo e distância. Nada de outras línguas ou culturas estranhas. Dispunhamos de uma semana e o roteiro escolhido foi o Sul do Brasil. Muito bem! Clichês a parte achamos que era hora de conhecer o que tanta gente já comprovou ser imperdível. O destino era Bento Gonçalves no Rio Grande do Sul. O objetivo da aventura, desbravar o Vale dos Vinhedos. 
Para começar reservamos um hotel bem no meio de uma vinícola*. Se é para sentir a temperatura da água não adianta molhar a pontinha dos dedos. O mergulho, de corpo inteiro, é a melhor forma de se descobrir. E assim fizemos. 
Estávamos ansiosos por saber o que de tão encantador poderia haver lá após conhecermos tantos outros lugares espetaculares mundo afora. No entanto, quando se viaja muito, fica claro o quão diversificadas podem ser as experiências. Sendo assim, não há novidade que se esgote.

Nossa viagem foi no mês de setembro, o que parece ser perfeito para a região. Um pouco de frio, céu azul intenso, poucas nuvens.
O Vale dos Vinhedos é uma região fora da cidade de Bento, que concentra mais de trinta vinícolas, boa parte delas familiares. A colonização italiana é presente em cada cantinho, desde as construções antigas, do fim do século XIX, até os nomes familiares nas placas em frente às propriedades. Tudo é lindo! 
Cada pequena vinícola guarda consigo uma história. Pessoas que, assim como as da minha família, largaram suas vidas em seu país de origem e vieram tentar a sorte em uma terra que lhes parecia mais promissora. Hoje, orgulhosos, seus descendentes resgatam os hábitos de seus antepassados preservando o plantio e colheita das uvas, bem como a fabricação artesanal do vinho. Ao serem questionados sobre os rótulos desconhecidos de quem mora um pouquinho mais longe, dão como resposta um "somos pequenos e queremos continuar assim! Não queremos perder nossa essência!". Entendemos. Apenas lamentamos.

Além do vale, Bento Gonçalves ainda oferece o roteiro Caminhos de Pedra**, que em cada estação há um atrativo local, indo desde lã de ovelha, até restaurantes e uma pousada. Todo o percurso apresenta lindas casas antigas, como as dos imigrantes, que contam a história de sua construção, seus proprietários e outras curiosidades. Algumas delas, inclusive, eram de outras localidades, foram desmontadas e remontadas no atual percurso. Se der a sorte de um dia bonito e frio, perfeito!
De qualquer forma, visitar esta região do país é ver um Brasil em outra rotação. Os dias passam lentos, o tempo é nosso aliado e o objetivo é, sem dúvida, a contemplação.
Desejo que você tenha muitos motivos para viajar...
Que cada roteiro te traga uma mala cheia de boas lembranças!

Até a próxima.


* A vinícola onde nos hospedamos só aceita pessoas acima de 15 anos, portanto, quem tem crianças não pode optar por ela. Não sei dizer se outros hotéis da região aceitam.
** Se quiser conhecer antes de ir, aí está o site do roteiro:
www.caminhosdepedra.org.br


domingo, 8 de novembro de 2015

Somos o que somos?

Mas afinal: Somos o que somos? Ou somos o que os outros dizem que somos?
(...)
Certamente você está pensando que não precisa que os outros digam o que pensam sobre você, porque afinal de contas você não se importa com isso!
No entanto muitas vezes precisamos que os outros nos digam que somos algo para enfim acreditar que somos mesmo, já que tantos o dizem.
É possível construir uma imagem sobre si mesmo sem depender da imagem que os outros fazem de nós? Temos um espelho interno que é capaz de nos dar a exata dimensão de nós mesmos? Tenho minhas dúvidas!
Quem tem uma autoestima elevada em geral não se deixa levar pelas outras opiniões que não as próprias, porém é exatamente isso, as outras opiniões, que o tornam tão autossuficiente! Se não temos onde refletir nossa imagem não temos como nos ver. A relação entre o que somos e o que dizem que somos é tão estreita e intensa que cresce conosco e, por isso mesmo, não observamos onde começa uma e onde termina a outra.
Dia desses mesmo ainda estava pensando nisso! Na ideia de mudar a cor dos meus cabelos de forma radical me deparei com o limite entre a minha ousadia e a minha preocupação sobre o juízo que fazem de mim. É, eu me importo com isso! E atire a primeira pedra quem, no mais fundo de si mesmo, não pensa duas vezes ao vestir aquela roupa que alguém, um dia, sugeriu que você parecesse mais "cheinho" com ela. Muitas vezes você até enfrenta o "mau pensamento" e sai corajosamente com ela, mas ao menor esboço de dúvida no olhar alheio, você já se penaliza por ter ido em frente. Claro que isso depende se o tamanho do seu corpo é um problema para você!
Somos bombardeados de informações a nosso respeito o tempo todo. E com isso vamos nos modelando, aqui e ali, descartando o que consideramos absurdo, absorvendo o que nos convém ou nos parece de acordo, e um dia BAM! viramos o que somos... ou o que os outros dizem!
Não vejo possibilidade de separar as duas coisas. Na verdade nem somos uma coisa só! O barato de se construir é exatamente a brincadeira de ser e não ser à medida que as situações se apresentam. O que sou de mim, o que sou a partir do outro? Não sei dizer.
Quantas opiniões sou capaz de ser? 
Quantos "eus" cabem em mim? 
Hoje sou.
Hoje não.
Amanhã, quem sabe?
Eu. O outro. 
Simples assim. 


Até mais.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Não há...

Nos dias de hoje não há mais conversas na varanda!
Não há mais nem varandas baixas daquelas de frente para calçada com cadeiras de ferro e assentos acolchoados. Não há mais passeio de fim de tarde e a visita sem hora marcada dos vizinhos.
Nos dias de hoje não há mais refrigerante no fim de semana, nem presentes nas datas importantes. Não há mais dificuldade ou suspiro de felicidade pela conquista.
Não há mais palavra que valha, nem honestidade a qualquer prova.
Não há sacolas de papel, balanças de peso, vitrolas.
Eu tive uma dessas!
Os ruídos foram substituídos pelo silêncio incômodo da perfeição.
Nos dias de hoje não há mais papel, coisa física. Tudo é virtual, digital, visual. A textura foi trocada pela imagem.
Não há mais espaço, quintal. Não há mais paralelepípedo ou ruas de terra.
Não há portas sem trancas, janelas sem tela.
Nos dias de hoje não há mais o olho no olho, a autoridade.
Não há paciência para escutar. Nem tempo de espera.
Não há inverno ou verão, Não há loja fechada e nem descanso.
Nos dias de hoje não há bons cantores, músicas inesquecíveis ou inspiração.
Não há cabelos crespos, nem pretos.
Nos dias de hoje não há pele sem tatuagem, orelha sem fone.
Não há interesse pelo outro.
As roupas não são mais de "fazenda". Não há mais costureiras.
O "made in brazil" agora é "made in china".
Não há mais brigadeiro como antes. A simplicidade deu lugar à sofisticação disfarçada de coisa-de-todo-dia.

Nos dias de hoje há que se reavaliar condutas.
Nada é sim. Nada é não. Tudo é talvez, a confirmar.
Não há carinho desinteressado. Não há boa intenção.
Não há muito do que se orgulhar.
Não há.

Até.

Ps: Fui buscar alguma foto na internet para ilustrar o assunto e não encontrei qualquer fotografia de uma conversa de vizinhas em alguma varandinha no interior. Deve ser porque antes as pessoas se preocupavam menos em registrar e mais em viver!

domingo, 19 de julho de 2015

Dois polos...

Tenho observado casais por aí. Fico imaginando o que fez aquele homem ou aquela mulher escolherem-se mutuamente. Penso nos meus critérios para uma escolha dessas e tento imaginar o que eles pensam quando me veem acompanhada. No mundo animal há uma série de explicações para a formação dos pares, para a reprodução e a perpetuação das espécies. Nós, humanos, sofisticamos isso um pouco mais! Há um sem número de códigos e pormenores, que uma simples reunião de características biológicas está longe de ser suficiente. Como somos produtores de cultura e, por isso mesmo, criadores de códigos próprios, somos muito mais exigentes ao escolher as pessoas com quem nos relacionamos. O curioso disso tudo é que mesmo com todos os critérios, nem sempre escolhemos corretamente. Será por que nossas necessidades mudam à medida que o tempo passa ou simplesmente por que os relacionamentos têm data de validade? Não sei se acredito que haja um par perfeito para todas as pessoas nesse mundo. Acredito muito mais numa predisposição a fazer dar certo. É claro que assim como água e óleo não se misturam, um mínimo de compatibilidade é importante. Se pensarmos bem, até com as amizades o que une as pessoas são as afinidades e não as diferenças.
Já deu para perceber que eu não acredito nos opostos né? Na verdade, eu acho até que eles se atraem, mas como digo sempre, eles não se sustentam. Não há amor que resista a uma "corda" que puxa para lados diferentes. O que observo muitas vezes é que as pessoas insistem em relacionamentos fadados ao fracasso pelo simples fato de se acostumarem com isso ou de acreditarem que amor e sofrimento devem sim andar juntos. E o que faz as pessoas atrairem sempre os cafajestes, ou os ciumentos, ou ainda os desapegados que fogem de relacionamentos sérios? O fato de, no fundo, no fundo, desejarem isso. Louco né? Mas é assim que a nossa cabeça funciona. E assim vamos, sem perceber, construindo uma sequência de relações frustradas, baseadas em vícios de comportamento que levam ao um fracasso desanimador. Nenhuma relação é perfeita, mas se há de convir que algumas são bem mais imperfeitas que outras. Alguns agem absolutamente por impulso, na tentativa insana de ter sempre um par. Ora, se tem uma verdade que carrego comigo é: a sua melhor companhia é você mesmo! - isso quer dizer que eu devo sempre ficar sozinho? Não! Quer dizer que é preciso estar bem consigo mesmo antes de estar com o outro. Você deve ser uma pessoa inteira que busca outro inteiro para compartilhar. E aí, só aí, é que se pode construir uma relação de verdade, sem quebrar a cada discordância.
Às vezes achamos que o relacionamento dos outros é bom simplesmente porque não há desentendimento. No entanto, os desentendimentos, nesses casos, podem não ocorrer simplesmente porque não há relacionamento!
(...)
Desejo ao mundo mais relacionamentos verdadeiros e construtivos!
Desejo mais confiança e compatibilidade...
"Mais amor, por favor"

Até mais.

domingo, 31 de maio de 2015

Curtinhas...

Crianças são engraçadas, são como bichinhos curiosos. Entendem tudo diferente, criam tumulto por nada, fazem carnaval com o que nem nos chama atenção. Dia desses um menininho carregando orgulhoso (e tentando jogar!)  o seu io-io foi questionado por um adulto desconhecido sobre o seu magnifico "porta io-io" pendurado ao pescoço. Mais que depressa, não identificando o que aquela palavra "porta" queria dizer naquele contexto, disse: Não "importa" que eu não sei jogar, porque eu estou aprendendo!!!... (rs) Ah! Como é bom ter 5 anos... pena que a gente só descobre isso lá pelos trinta!
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Quem nunca conviveu com gatos não sabe a delícia que é ver todo aquele ar de desprezo que eles carregam. São como pessoas da família, que nem sempre estão com vontade de dividir o espaço e os "pensamentos" com os outros. Há quem não consiga lidar com o fato deles deliberadamente não dependerem de nós humanos. Isso é o que me encanta neles. O que vale é que minutos apreciando o seu sono preguiçoso ou sua diversão indo atrás de pontinhos de luz é o que nos apaixona.

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Apenas 30 segundos são necessários para criarmos a imagem de alguém. Olha que responsabilidade ter somente este tempo para provocar no outro a reação certa? Como mostrar a nosso melhor "ângulo" tão rapidamente? Como não transparecer os defeitos que, por vezes tão evidentes, insistem em chegar antes de nós? Não sei. O jeito é sermos autênticos. O que vão pensar de nós é só um modo de ver as coisas!

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Sempre tive dificuldade de persistir nas coisas. Qualquer coisa! Vivo para aquilo, me empenho, dou o meu melhor... por uma semana! Depois tudo vai se diluindo na loucura dos dias e o que era vital agora não é, sequer, importante. Aff! Como é difícil ser aquariana...

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Tudo depende do jeito que a gente vê. Precisa dizer mais? Se quiser mudar tudo à sua volta é só mudar a forma como observa as coisas. A beleza, a solução, a alegria estão nos olhos, na alma e na maneira de pensar. Esta é a melhor coisa que você pode fazer por você e pelos outros ao seu redor.

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Sábados deviam ser sempre ensolarados. Domingos, sempre chuvosos. Se é para ter preguiça, que seja no melhor estilo: debaixo do edredom, vendo os mesmos filmes pela milésima vez, dormindo entre um bloco e outro, ou lendo um livro. Quer coisa melhor? (...) Que venham as nuvens, as baixas temperaturas e todos os motivos para dias assim...

                                                                   
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Até!



terça-feira, 19 de maio de 2015

O projeto

A quantos projetos você tem se dedicado? Nenhum? Alguns? E quantos deles você concluiu?
Estou falando de coisas que fazemos pelo simples prazer de fazê-las. Estou falando daquelas atividades que de tanto argumentarmos sobre a nossa eterna necessidade de produção vão ficando ali empoeiradas na gaveta, amassadinhas e esquecidas num cantinho qualquer da nossa vida. Como projeto vale qualquer coisa. Um blusa de tricot para o inverno ou um cachecol (acabei de me lembrar que comecei uma almofada há exatos 2 anos e até agora não concluí!). Aquela visita esporádica a um parque da cidade só para contemplar o tempo passando, ou o encontro com as amigas de dias melhores e mais ociosos. Cozinhar também pode ser um projeto. A receita tirada da revista ou daquele restaurante fabuloso pode ser um bom começo. Por que não hoje?
Nada me irrita mais do que ouvir de alguém um "não tenho tempo!". Ora, ninguém tem! E se isso já é uma realidade constatada em nossos dias, vamos nos render, assim, passivamente? Ah! Outra coisa me irrita bastante também: as pessoas que têm filhos dizerem que eu tenho tempo porque não os tenho! Isso não é desculpa. Concordo que há que se ter um planejamento maior, e talvez, algumas atividades não comportem nos anos iniciais das crianças, mas continuo dizendo que quem quer, consegue!
(Nesse momento, metade das pessoas que estavam lendo este texto pararam aqui e, indignadas, foram embora...)
Mas vamos voltar aos projetos porque eles sim me interessam no momento.
A onda entre as mocinhas de plantão são os livros de pintar. Confesso que também me rendi a eles e nem foi com o intuito prometido na capa de ser antiestresse. Até porque não acho que seja o meu caso. Comprei mesmo porque gosto da doce e descompromissada tarefa de pintar. É algo que me remete à infância e, consequentemente, a correria, gritos, gargalhadas, amigos, sol da manhã. É incrível, mas pode estar chovendo lá fora (aliás é um ótimo momento para pintar!) que nos breves momentos a que me entrego ao meu livrinho, parece sempre manhã ensolarada de sábado. (Para entender o que quero dizer com isso leia manhã de sábado).

Este blog também é um projeto, que em outras épocas foi bem mais presente na minha vida, foi motivo de orgulho e satisfação por compartilhar meus pensamentos e saber que era "ouvida". Hoje meio "abandonado" tento de alguma forma resgatar o ânimo de outros tempos e trazer de volta aqueles que cotidianamente vinham me visitar. Um espaço tão meu, autoral, quase introspectivo, mas ao mesmo tempo tão de todo mundo. Não fico ressentida por ter parado de escrever. Fico ressentida por não sentir vontade disso, de não conseguir traduzir em palavras o que está aqui... em algum lugar!
Por isso é que nesta semana decidi começar um projeto novo: o da persistência. Aquele que me leva a concluir o que eu começo. O blog, a dieta, a frequência dos exercícios, o desejo de ser uma pessoa melhor. Será que eu consigo?
Vamos começar!

(...)

Quem me acompanha?

Até breve.

domingo, 8 de março de 2015

Janelas virtuais...

Recentes pesquisas* afirmam que as pessoas que passam muitas horas no Facebook tendem a ficar deprimidas, pois têm a sensação de que a vida dos outros é melhor do que a sua própria. É aquela máxima de que a grama do vizinho é sempre mais verdinha. Essa informação vem ao encontro do que eu mesma observava um dia desses, não pelo fato de querer a vida de outra pessoa, mas de perceber que a vida se maximiza nas redes sociais. O que antes ficava guardado no íntimo da vida de cada um ou, no máximo, era dividido entre as pessoas mais próximas como um amigo ao telefone, agora é escancarado, com lentes de aumento nas páginas das redes sociais. 
Pela internet vemos a vida ser exposta de uma forma que não há cérebro humano capaz de processar tantas informações. No ambiente virtual vemos pessoas nascendo e morrendo o tempo todo, ficando doentes ou precisando de ajuda, animais sendo maltratados, perdidos, abandonados. Na internet a vida real toma contornos de grande produção. A saturação das cores cansam a retina. Já experimentou observar o que se sente quando vê algo que não te agrada? O mal estar é físico! Feliz, ou infelizmente, basta deletar a publicação ou, simplesmente, escolher não ver mais. Será que não estamos fazendo isso no dia a dia também? Será que não estamos supervalorizando o que não importa e descartando aquilo que deveríamos realmente considerar?
O que me assusta nas redes sociais é o excesso. O que faz alguém achar que o outro vai se interessar pelo prato mal raspado e os ossos do animal que foi comido no almoço? Ao contrário disso, estão as histórias. Aquelas que ilustram as imagens que eu citei. O problema não é expor. O problema é não ter uma justificativa, um motivo para aquela exposição. Quem me conhece sabe que eu costumo postar as fotos das viagens que faço, e muitas vezes (acreditem!) fico me questionando se devo ou não continuar fazendo isso. Mas eu sinto um prazer danado quando "escuto" de alguém que as minhas postagens são diferentes, que eu não simplesmente mostro um lugar. Que é visível a minha intenção em trazer uma informação relevante ou dar oportunidade de outras pessoas conhecerem o que eu, na ocasião, estou vendo de perto! Isso me incentiva a continuar. Fora isso, me reservo o direito de observar mais do que falar. O facebook não precisa de mais uma pessoa postando as sandices que vê e vive todos os dias.
Gosto das coisas bonitas, divertidas, que ensinam, que enfeitam, que inspiram.
Gosto da capacidade de mobilização, da motivação.
Mas é só!
As janelas prefiro de madeira, com cortininhas fofas e uma bela paisagem do lado de fora.

Até!

* A pesquisa citada foi feita pela Universidade Utah Valley. Fonte - Revista Superinteressante.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

#14 coisas que a gente aprende quando visita a Europa no inverno

Que a Europa é um museu em forma de continente e que nossa vidinha louca encontra sentido nas muitas histórias que conhecemos naquele lugar, todo mundo sabe. Entretanto há um monte de coisinhas que você só aprende estando lá. Quer saber o quê?
#1 - Você é capaz de tirar e colocar casacos e luvas com uma velocidade que nem sabia ser possível, até porque no nosso país quando faz frio a gente apenas põe as roupas... e chora para tirá-las.
#2 - Encontrar uma cafeteria em cada esquina não é questão de luxo, mas de necessidade. Um bom café quente faz toda diferença quando a sua boca está congelada e anestesiada.
#3 - Encontrar uma cafeteria (com banheiro!) em cada esquina é quase como encontrar um oásis no deserto. Lembre-se que no inverno quase não suamos, logo, banheiros são essenciais.
#4 - O sol nem sempre está no topo ao meio-dia. Ou melhor, lá nunca está! O sol, quando aparece, dá uma voltinha quase horizontal. No ápice ele fica em uma posição que, por aqui, equivaleria às 9 da manhã. E depois ele volta a cair.
#5 - Beleza e aquecimento dificilmente andam juntos. Você deve fazer uma escolha.
#6 - Frio não é desculpa para não fazer exercícios. Mesmo debaixo de chuva você verá inúmeras pessoas correndo na rua. Algumas, até, vestindo shorts.
#7 - Quando disserem que na Torre Eiffel faz muito frio, ou que em Versailles o vento é cortante, acredite! E reforce (bastante!) os casacos.
#8 - Cachecóis, pashminas e golas de lã são acessórios fundamentais. Além de protegerem o pescoço eles servem para cobrir a cabeça, o rosto e, principalmente, para dar uma incrementada no visual.
#9 - Cores berrantes, em geral, são para turistas. Os europeus variam entre o preto, o bege, o cinza, o preto, o marrom e, ah! Já falei preto?
#10 - A neve cai de diferentes formas de acordo com a temperatura, altitude, umidade, cósmica, quântica e dialética... brincadeira! Não faço ideia da razão, mas o fato é que isso acontece. Assim como pode nevar com o céu azul.
#11 - Falando em céu azul, em geral os dias ensolarados são mais frios que os nublados.
#12 - Casacos com capuz são recomendados, pois chove sem aviso prévio e, em caso de sol, protege do frio. Ninguém lá tem vergonha de andar de capuz mesmo com sol. Desde que o frio esteja pegando, por que não?
#13 - Você aprenderá a dar valor a cada hora dos dias, pois são bem curtos. Amanhece tarde, por volta de 8:30 e escurece bem cedo, em torno de 16:30. Vai ser fácil acreditar que existe um tipo de depressão relacionado à falta de sol.
#14 - Alguns lugares não abrem no inverno e você vai desejar estar lá em outra estação do ano. Pode ser um bom motivo para voltar... 

O que posso dizer é que a Europa é maravilhosa independente da época que escolha para visitar. Muito além de um passeio bacana, é uma oportunidade de resgatar uma parte da nossa história particular.

E então? Animado a fazer as malas?

Até mais.