domingo, 8 de março de 2015

Janelas virtuais...

Recentes pesquisas* afirmam que as pessoas que passam muitas horas no Facebook tendem a ficar deprimidas, pois têm a sensação de que a vida dos outros é melhor do que a sua própria. É aquela máxima de que a grama do vizinho é sempre mais verdinha. Essa informação vem ao encontro do que eu mesma observava um dia desses, não pelo fato de querer a vida de outra pessoa, mas de perceber que a vida se maximiza nas redes sociais. O que antes ficava guardado no íntimo da vida de cada um ou, no máximo, era dividido entre as pessoas mais próximas como um amigo ao telefone, agora é escancarado, com lentes de aumento nas páginas das redes sociais. 
Pela internet vemos a vida ser exposta de uma forma que não há cérebro humano capaz de processar tantas informações. No ambiente virtual vemos pessoas nascendo e morrendo o tempo todo, ficando doentes ou precisando de ajuda, animais sendo maltratados, perdidos, abandonados. Na internet a vida real toma contornos de grande produção. A saturação das cores cansam a retina. Já experimentou observar o que se sente quando vê algo que não te agrada? O mal estar é físico! Feliz, ou infelizmente, basta deletar a publicação ou, simplesmente, escolher não ver mais. Será que não estamos fazendo isso no dia a dia também? Será que não estamos supervalorizando o que não importa e descartando aquilo que deveríamos realmente considerar?
O que me assusta nas redes sociais é o excesso. O que faz alguém achar que o outro vai se interessar pelo prato mal raspado e os ossos do animal que foi comido no almoço? Ao contrário disso, estão as histórias. Aquelas que ilustram as imagens que eu citei. O problema não é expor. O problema é não ter uma justificativa, um motivo para aquela exposição. Quem me conhece sabe que eu costumo postar as fotos das viagens que faço, e muitas vezes (acreditem!) fico me questionando se devo ou não continuar fazendo isso. Mas eu sinto um prazer danado quando "escuto" de alguém que as minhas postagens são diferentes, que eu não simplesmente mostro um lugar. Que é visível a minha intenção em trazer uma informação relevante ou dar oportunidade de outras pessoas conhecerem o que eu, na ocasião, estou vendo de perto! Isso me incentiva a continuar. Fora isso, me reservo o direito de observar mais do que falar. O facebook não precisa de mais uma pessoa postando as sandices que vê e vive todos os dias.
Gosto das coisas bonitas, divertidas, que ensinam, que enfeitam, que inspiram.
Gosto da capacidade de mobilização, da motivação.
Mas é só!
As janelas prefiro de madeira, com cortininhas fofas e uma bela paisagem do lado de fora.

Até!

* A pesquisa citada foi feita pela Universidade Utah Valley. Fonte - Revista Superinteressante.