domingo, 15 de novembro de 2015

Bento... Que Bento!

A ideia era fazer uma viagem curta. Em tempo e distância. Nada de outras línguas ou culturas estranhas. Dispunhamos de uma semana e o roteiro escolhido foi o Sul do Brasil. Muito bem! Clichês a parte achamos que era hora de conhecer o que tanta gente já comprovou ser imperdível. O destino era Bento Gonçalves no Rio Grande do Sul. O objetivo da aventura, desbravar o Vale dos Vinhedos. 
Para começar reservamos um hotel bem no meio de uma vinícola*. Se é para sentir a temperatura da água não adianta molhar a pontinha dos dedos. O mergulho, de corpo inteiro, é a melhor forma de se descobrir. E assim fizemos. 
Estávamos ansiosos por saber o que de tão encantador poderia haver lá após conhecermos tantos outros lugares espetaculares mundo afora. No entanto, quando se viaja muito, fica claro o quão diversificadas podem ser as experiências. Sendo assim, não há novidade que se esgote.

Nossa viagem foi no mês de setembro, o que parece ser perfeito para a região. Um pouco de frio, céu azul intenso, poucas nuvens.
O Vale dos Vinhedos é uma região fora da cidade de Bento, que concentra mais de trinta vinícolas, boa parte delas familiares. A colonização italiana é presente em cada cantinho, desde as construções antigas, do fim do século XIX, até os nomes familiares nas placas em frente às propriedades. Tudo é lindo! 
Cada pequena vinícola guarda consigo uma história. Pessoas que, assim como as da minha família, largaram suas vidas em seu país de origem e vieram tentar a sorte em uma terra que lhes parecia mais promissora. Hoje, orgulhosos, seus descendentes resgatam os hábitos de seus antepassados preservando o plantio e colheita das uvas, bem como a fabricação artesanal do vinho. Ao serem questionados sobre os rótulos desconhecidos de quem mora um pouquinho mais longe, dão como resposta um "somos pequenos e queremos continuar assim! Não queremos perder nossa essência!". Entendemos. Apenas lamentamos.

Além do vale, Bento Gonçalves ainda oferece o roteiro Caminhos de Pedra**, que em cada estação há um atrativo local, indo desde lã de ovelha, até restaurantes e uma pousada. Todo o percurso apresenta lindas casas antigas, como as dos imigrantes, que contam a história de sua construção, seus proprietários e outras curiosidades. Algumas delas, inclusive, eram de outras localidades, foram desmontadas e remontadas no atual percurso. Se der a sorte de um dia bonito e frio, perfeito!
De qualquer forma, visitar esta região do país é ver um Brasil em outra rotação. Os dias passam lentos, o tempo é nosso aliado e o objetivo é, sem dúvida, a contemplação.
Desejo que você tenha muitos motivos para viajar...
Que cada roteiro te traga uma mala cheia de boas lembranças!

Até a próxima.


* A vinícola onde nos hospedamos só aceita pessoas acima de 15 anos, portanto, quem tem crianças não pode optar por ela. Não sei dizer se outros hotéis da região aceitam.
** Se quiser conhecer antes de ir, aí está o site do roteiro:
www.caminhosdepedra.org.br


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