domingo, 8 de novembro de 2015

Somos o que somos?

Mas afinal: Somos o que somos? Ou somos o que os outros dizem que somos?
(...)
Certamente você está pensando que não precisa que os outros digam o que pensam sobre você, porque afinal de contas você não se importa com isso!
No entanto muitas vezes precisamos que os outros nos digam que somos algo para enfim acreditar que somos mesmo, já que tantos o dizem.
É possível construir uma imagem sobre si mesmo sem depender da imagem que os outros fazem de nós? Temos um espelho interno que é capaz de nos dar a exata dimensão de nós mesmos? Tenho minhas dúvidas!
Quem tem uma autoestima elevada em geral não se deixa levar pelas outras opiniões que não as próprias, porém é exatamente isso, as outras opiniões, que o tornam tão autossuficiente! Se não temos onde refletir nossa imagem não temos como nos ver. A relação entre o que somos e o que dizem que somos é tão estreita e intensa que cresce conosco e, por isso mesmo, não observamos onde começa uma e onde termina a outra.
Dia desses mesmo ainda estava pensando nisso! Na ideia de mudar a cor dos meus cabelos de forma radical me deparei com o limite entre a minha ousadia e a minha preocupação sobre o juízo que fazem de mim. É, eu me importo com isso! E atire a primeira pedra quem, no mais fundo de si mesmo, não pensa duas vezes ao vestir aquela roupa que alguém, um dia, sugeriu que você parecesse mais "cheinho" com ela. Muitas vezes você até enfrenta o "mau pensamento" e sai corajosamente com ela, mas ao menor esboço de dúvida no olhar alheio, você já se penaliza por ter ido em frente. Claro que isso depende se o tamanho do seu corpo é um problema para você!
Somos bombardeados de informações a nosso respeito o tempo todo. E com isso vamos nos modelando, aqui e ali, descartando o que consideramos absurdo, absorvendo o que nos convém ou nos parece de acordo, e um dia BAM! viramos o que somos... ou o que os outros dizem!
Não vejo possibilidade de separar as duas coisas. Na verdade nem somos uma coisa só! O barato de se construir é exatamente a brincadeira de ser e não ser à medida que as situações se apresentam. O que sou de mim, o que sou a partir do outro? Não sei dizer.
Quantas opiniões sou capaz de ser? 
Quantos "eus" cabem em mim? 
Hoje sou.
Hoje não.
Amanhã, quem sabe?
Eu. O outro. 
Simples assim. 


Até mais.

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