quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Meus cabelos brancos

Dizem que um dia a gente fica velha. E isso não tem nada de agradável. Perceber a mudança do corpo, cada ruga ou cabelo branco só é divertido pra quem ainda não passa por isso e tenta fazer parecer que é legal. Não é!
Você tem uma escolha: ou tenta maquiar a situação para supostamente revertê-la ou bate no peito e deixa que a velhice chegue com tudo! Não é fácil nem de um jeito, nem do outro. Se tento parecer mais nova, entro numa briga insana com o tempo tentando disfarçar o que o espelho insiste em mostrar. Se me entrego à mudança encaro diariamente a tarefa de lidar com cada nova limitação.
Até nisso o tempo é mais cruel para nós, mulheres, do que para nossos parceiros homens. Em nós os fios brancos são desleixo, desistência da vida. Neles, um charme reconhecido.
E se é difícil pra mim que sou casada, que bem ou mal envelheço ao lado de quem amo, o que dirá para as mulheres que são solteiras, muitas não por opção, tendo que conviver e "ir à luta" num mundo onde a juventude é supervalorizada, onde meninas de 30 anos já usam botox? (ps: descobri recentemente que boa parte das minhas amigas utiliza!).
Por que é tão importante se manter jovem? Por que não podemos simplesmente ser quem somos? Por que o velho parece uma ideia tão ruim? Lamento dizer, mas para fugir disso só morrendo antes!
Buscando fugir dos clichês nossos de todo dia, surgem termos como o queridinho "ageless" (sem idade), que promete não rotular pessoas de acordo com a sua data de nascimento. Seria uma maneira de provar que idade não importa quando a alma difere dos números do corpo, ou mais uma tentativa de fugir da famigerada e inexorável velhice?
Por que não posso ser a melhor versão de uma mulher de 43 ao invés de ter que parecer uma mulher de 37? 
Uma das primeiras perguntas que me fazem (nos últimos tempos) aqueles que têm mais intimidade é: Resolveu assumir o cabelo branco? - Assumir? Por acaso é namoro proibido a relação com os fios cor de prata (maneira poética de tratar os indesejáveis sinais do tempo nos cabelos!) para ter que assumi-los? Acaso alguém não sabe que já passei dos quarenta? E se você já passou desta idade e não os tem, tirando umas raras exceções, é porque está pintando as madeixas! Simples assim.
Vivemos os tempos da complicação. Não posso apenas não ter tingido os cabelos? Tenho que ter um conceito, uma bandeira por trás disso? No meu caso a resposta é não! Se querem mesmo saber porque parei de usar tonalizante, eu explico: PREGUIÇA! Nada mais... um dia eu acordo com vontade de ser loira (ou de ter cabelo roxo!) e mudo. Ou talvez a vontade nunca chegue. Vai saber!?
O que me interessa nesse momento da minha vida é tão somente entrar de peito aberto na onda da vez. Usar óculos para ver de perto, fazer musculação para não travar os joelhos quando me abaixo, escolher a melhor roupa para o corpo que me veste no momento. Sem maiores pretensões!
No mais, é vida que segue, porque a menopausa daqui a pouco vai bater na porta...

Até a próxima!


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