quarta-feira, 29 de novembro de 2017

O modismo nosso de todo dia

Ovo faz mal! Não, espera! Ovo agora faz bem. Gordura é a principal causa dos problemas de saúde. Ou ela não seria tão ofensiva assim?
Toda semana o queridinho da vez muda. Um dia a manteiga faz mal, noutro é melhor do que a margarina. Como saber o que devemos seguir? Como comer adequadamente se a cada dia ficamos sabendo de novas maneiras de nos alimentar? A grande questão é que nos tornamos, pouco a pouco, neuróticos à mesa. Perdemos a capacidade de, simplesmente, comer!
Devoramos rótulos com os olhos antes mesmo de dar a primeira mordida em qualquer coisa. Deixamos de compartilhar momentos de prazer para analisar as calorias, gorduras, carboidratos e fibras. Ah! Porque as fibras são realmente muito importantes. E a água? Como ser feliz não tomando ao menos 2 litros por dia, mesmo que não tenhamos sede? Em contrapartida nunca vimos tantas embalagens, suplementos, pozinhos mágicos e capsulas milagrosas. Onde vamos parar? Por que não podemos descomplicar o que fazíamos tão bem, para atingirmos uma performance que nem sei se desejamos algum dia?
Não estou querendo aqui dizer que comer uma torta de chocolate todos os dias, ou exceder drasticamente o tanto de calorias que precisamos diariamente sejam atitudes adequadas, mas muito antes de pensarmos nas calorias ou no tipo de alimentos que estamos ingerindo, esquecemos que comer é um ato de partilha, prazer e, por consequência, de nutrição do corpo. Nem tanto o céu, nem tanto a terra. Nem só de arroz integral ou vegetais orgânicos vivemos os nossos dias.
Viva o bom senso, o prazer de nos sentirmos bem, o brigadeiro que remete à infância de cada um de nós.

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