sexta-feira, 6 de junho de 2014

Uma procissão e muito tempo de espera

Mais uma vez fui convidada por uma amiga a contar minhas aventuras religiosas mundo afora para o jornal da sua paróquia.. Desta vez, embora decorrido um ano de lá para cá, o relato foi a minha experiência em Fátima - Portugal. Segue o texto.

Uma procissão e muito tempo de espera

Quando pequena mudei para Teresópolis. Um dia, assim que cheguei lá, soube que haveria uma procissão. Quis acompanhá-la após a missa, mas minha mãe, cautelosa pelo excesso de pessoas, decidiu que seria melhor apenas observá-la. Eu nunca esqueci isso! Queria ter ido. O dia era 13 de maio de 1983. A procissão era de Nossa Senhora de Fátima.
Exatos 30 anos depois disso surge na minha vida, também em maio, a possibilidade de visitar Portugal. Um dos destinos pretendidos era exatamente a cidade de Fátima. Fui sem muitas expectativas, pois apesar de conhecer a história, nunca fui devota. A procissão de outros tempos representara no momento muito mais um evento que despertou minha curiosidade do que, propriamente, uma questão religiosa.
Chegando a Fátima não pude deixar de notar o imenso pátio ligando as duas basílicas. Entre elas a capela que foi construída no local das aparições. Porém o que, de fato, me chamou atenção foi a quietude do lugar. Como as festividades em sua homenagem já haviam acontecido semanas antes, tudo o que preenchia aquele imenso espaço era silêncio.
Quem me acompanhava já conhecia a cidade. Disse-me que precisávamos voltar à noite para participar do Rosário. E assim foi. Chegamos à capela pouco antes das 21 horas. Sentamos em um dos bancos que, ainda vazios, nos davam muitas possibilidades de escolha. A noite fria não dava sinais do que iria acontecer em breve. Poucos minutos mais tarde o espaço começou a encher de tal forma que os bancos já não davam mais conta de tantas pessoas. A capela aberta e convidativa a toda gente já se mostrava saturada. Começa o rosário. Alguns peregrinos de várias partes do mundo são convidados a rezar no microfone a primeira parte da Ave Maria em sua língua materna. Confesso que alguns idiomas não oferecem qualquer pista sonora de que o trecho rezado está terminando. Em seguida, na segunda parte da oração, cada pessoa presente reza em voz alta, cada um em sua língua e todos juntos. É de arrepiar! Fico emocionada só de lembrar. Não há palavra capaz de explicar o que se sente. Não fosse o suficiente, ao final do Rosário todos os presentes são convidados a participar da procissão das velas. Uma volta em torno do pátio, todo iluminado pelas velas dos peregrinos, cantando o hino que me recordava desde Teresópolis... “A treze de maio na Cova da Iria, no céu aparece a Virgem Maria...” 

E aquela participação frustrada na procissão de 30 anos atrás tomou outro sentido, afinal eu estava agora no lugar onde tudo isso começou...
Indescritível! Inesquecível!

Se quiser saber um pouquinho do que eu vi, acesse:


Até a próxima...

terça-feira, 3 de junho de 2014

Bandeirinhas ou Bandeirões?

Junho chegou... e com ele muitas promessas! Promessa de dias mais frios e ao mesmo tempo mais quentes perto das pessoas queridas.
Promessa de céus mais azuis e muitas nuvens de chuva. Mudanças de estação sempre trazem esses contrastes!
Promessa de riso fácil durante os encontros de amigos. 
Promessa de diversão com os jogos da Copa do Mundo e de muita confusão pelo excesso de gente e programas.
Junho chegou com gostinho de férias, mesmo para quem terá que trabalhar agora. Veio com cheirinho de amendoim, mas veio também com o som de cornetas.
Sou feliz tendo festas juninas para ir, mas agora quero mesmo é me divertir em frente à TV.
Este junho, sem dúvida, não será como os outros. Somos os donos da festa. Discute-se por aí se haverá comida para todos e se os nossos muitos quilômetros quadrados darão conta de tantos convidados. Agora não é hora para isso! A data já está marcada e os convites enviados. Agora é hora, simplesmente, de tomar um banho, colocar uma roupa bonita - verde e amarelo são as tendências da estação! - enfeitar a casa e preparar a mesa para receber. Se somos especialistas em grandes festivais, como o Carnaval, a JMJ e tantos outros, não podemos decepcionar. Não agora!
Deixe para "lavar a roupa suja" depois que os convidados saírem. Deixe para decidir o que você quer para o país quando for consultado em outubro. Não se discute relação na frente de visitas. É feio!
Espero que a partir do dia 12 de junho o brasileiro faça o que ele sabe fazer de melhor... comemorar! Somos festeiros por natureza! Gostamos da brincadeira. E se pensarmos apenas no evento, e não em tudo o que o o envolve, haveria país mais gabaritado para promover a festa? Claro que não. O Brasil tem muitos problemas e disso sabemos bem, mas não é com um evento a mais ou um a menos que os resolveremos. Tampouco este texto tem o propósito de fazer protesto. Gosto de Copas do Mundo independente de onde elas acontecerão. Eu me lembro que na Copa do Japão, em 2002, eu e minha avó acordávamos de madrugada para assistir aos jogos. Nosso código era telefonar para a outra quem acordasse primeiro. E assim foi. Assistíamos a tudo e comentávamos depois. Isso é memória pessoal. Faz parte da minha história! Não dá para não lembrar de episódios vividos durante as Copas. Lembro da primeira em que eu participei, 1982, que descíamos para a praça com uma bandeira enorme quando o Brasil vencia, ou em 1986 que, empolgada com as vitórias, minha amiga Daniele comprou um monte de bandeirinhas de plástico que seriam rasgadas horas depois de penduradas em função de uma derrota. E assim foi, até que em 2014, veremos da janela o futuro da seleção. Se perderemos ou seremos hexacampeões só o tempo dirá! Mas uma coisa é certa: temos condições de fazer uma festa sem precedentes! Como temos...! Se as nossas falhas na organização são enormes, nossa hospitalidade pode ser ainda maior... basta querermos!

Que venham os gringos...

Fair Play

Até mais!