Mais uma vez fui convidada por uma amiga a contar minhas aventuras religiosas mundo afora para o jornal da sua paróquia.. Desta vez, embora decorrido um ano de lá para cá, o relato foi a minha experiência em Fátima - Portugal. Segue o texto.
Uma procissão e muito tempo de espera
Quando pequena mudei para
Teresópolis. Um dia, assim que cheguei lá, soube que haveria uma procissão. Quis acompanhá-la após a missa, mas minha mãe, cautelosa pelo excesso de
pessoas, decidiu que seria melhor apenas observá-la. Eu nunca esqueci isso! Queria
ter ido. O dia era 13 de maio de 1983. A procissão era de Nossa Senhora de
Fátima.
Exatos 30 anos depois disso surge
na minha vida, também em maio, a possibilidade de visitar Portugal. Um dos
destinos pretendidos era exatamente a cidade de Fátima. Fui sem muitas expectativas,
pois apesar de conhecer a história, nunca fui devota. A procissão de outros
tempos representara no momento muito mais um evento que despertou minha
curiosidade do que, propriamente, uma questão religiosa.
Chegando a Fátima não pude deixar
de notar o imenso pátio ligando as duas basílicas. Entre elas a capela que foi
construída no local das aparições. Porém o que, de fato, me chamou atenção foi
a quietude do lugar. Como as festividades em sua homenagem já haviam acontecido
semanas antes, tudo o que preenchia aquele imenso espaço era silêncio.
Quem me acompanhava já conhecia a
cidade. Disse-me que precisávamos voltar à noite para participar do Rosário. E
assim foi. Chegamos à capela pouco antes das 21 horas. Sentamos em um dos
bancos que, ainda vazios, nos davam muitas possibilidades de escolha. A noite
fria não dava sinais do que iria acontecer em breve. Poucos minutos mais tarde
o espaço começou a encher de tal forma que os bancos já não davam mais conta de
tantas pessoas. A capela aberta e convidativa a toda gente já se mostrava
saturada. Começa o rosário. Alguns peregrinos de várias partes do mundo são
convidados a rezar no microfone a primeira parte da Ave Maria em sua língua
materna. Confesso que alguns idiomas não oferecem qualquer pista sonora de que
o trecho rezado está terminando. Em seguida, na segunda parte da oração, cada
pessoa presente reza em voz alta, cada um em sua língua e todos juntos. É de
arrepiar! Fico emocionada só de lembrar. Não há palavra capaz de explicar o que
se sente. Não fosse o suficiente, ao final do Rosário todos os presentes são
convidados a participar da procissão das velas. Uma volta em torno do pátio,
todo iluminado pelas velas dos peregrinos, cantando o hino que me recordava
desde Teresópolis... “A treze de maio na Cova da Iria, no céu aparece a Virgem
Maria...”

E aquela participação frustrada
na procissão de 30 anos atrás tomou outro sentido, afinal eu estava agora no
lugar onde tudo isso começou...
Indescritível! Inesquecível!
Se quiser saber um pouquinho do
que eu vi, acesse:
Até a próxima...
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