quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Magia e Encantamento!

O ar estava de congelar. O dia havia começado bem bonito, com o céu tingido de azul claro e mesclas brancas. A praça, frequentemente cheia, era o lugar escolhido por alguém muito sensível para o que iria acontecer. Paramos para ouvir um grupo de artistas de rua que tocava algo entre o jazz, o blues e uma música do animado repertório negro dos anos 20 ou 30. Muitos pararam para apreciar o momento. Os homens, mostrando sua arte e convidando os turistas a participarem com eles daquele espetáculo, faziam juntar pessoas que se encantavam com o som que vinha dos instrumentos nem sempre convencionais. A música era alegre e fazia dançar. Deixei-me envolver pela atmosfera.
Enquanto meu namorado andava de maneira inquieta de um lado para o outro tentando clicar os melhores ângulos, eu fiquei estática (ou quase! Porque marcar a batida com o pé era inevitável!) contemplando a cena. Pessoas vindas dos mais distantes lugares, falando as mais diversas línguas, se deixavam levar pela linguagem universal da música. Ao fundo, duas torres pontiagudas de uma igreja do século XIV traziam a certeza de que muitos outros olhos já haviam testemunhado cenas como aquela. A alegria era contagiante. 
Não fosse perfeito o suficiente tudo o que estava presenciando, nessa hora, inesperadamente (e inexplicavelmente!) flocos de neve começaram a cair de forma desordenada, criando espirais de uma poeira leve e branca que cobria a paisagem de maneira suave. Fiquei extasiada de ver a perfeição do acaso. Parecia estar vivendo em um filme de fantasia, quando o toque da magia acontece a partir de uma imagem assim. Congelei aquele instante onde, apesar do movimento natural dos passantes, tudo parecia estar imóvel, eternizado. Um verdadeiro presente da vida para mim. 
É difícil identificar um único momento, dentro de uma viagem tão especial quanto esta, como sendo o mais incrível de todos, mas certamente este dia eu não vou esquecer, jamais!


Ps.: Pensei muito se deveria postar fotos do momento. Decidi não colocá-las para que cada um pudesse criar na sua imaginação o cenário que quisesse...

Até

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Como é bom viajar!

Todas as vezes que eu viajo fico louca para contar aqui no blog as novidades, as dicas, as histórias legais. Mas aí o tempo vai passando, muita coisa vai acontecendo e eu começo a me perder. Fico tentando colocar os assuntos na ordem em que aconteceram, mas nem sempre a inspiração é para falar sobre o primeiro deles. Aí começo uma batalha interna entre fazer o que eu desejo e o que eu devo. Como não chego a nenhuma conclusão, acabo paralisada. Hoje resolvi me descongelar! Achei que introduzindo o assunto a partir da minha "angústia", talvez fosse mais fácil entrar no clima novamente. Quem sabe?
Esta viagem teve um caráter diferente das anteriores. Como me foi possível desta vez, eu acabei criando quase uma "fotonovela" dos lugares que eu ia visitando, das coisas que eu ia conhecendo e vivenciando. Meus amigos próximos acompanharam e se manifestaram a cada foto ou comentário postado. Isso foi muito legal! Foi como se junto comigo estivessem viajando todos eles. Como se eu pudesse dividir a emoção do momento com todos aqueles que me são caros. É claro que isto acaba tirando um pouco da expectativa, no entanto sei que há muito ainda por contar, mostrar, comentar. Difícil, como eu disse, é colocar ordem na casa. Por isso, resolvi seguir meus instintos e começar por onde me der vontade... 
Só para esclarecer e situar quem estiver lendo, a ordem dos lugares que eu visitei foi: Munique, Viena, Praga  e, finalmente, Londres. De resto, as histórias serão permeadas pela minha emoção em contá-las e na minha vontade (maior ou menor) de partilhá-las. Foram 17 dias de intensa programação, muito frio, comidas gostosas, línguas estranhas e muito desejo de desvendar o desconhecido. Aliás, viajar é algo que traz uma coragem e uma vontade de fazer coisas (que normalmente você não faria) que chega a ser surpreendente. Quer conhecer seus limites e capacidades? Viaje! É como se fôssemos revestidos de uma personalidade nova. O anonimato nos confere isto. Posso dizer que é, de certa forma, libertador!
Viajar para a Europa, especificamente, é uma aula de História permanente. É tudo tão antigo que a energia que move aquele lugar é o resultado das tantas pessoas que passaram por ali. Eu costumo ter uma facilidade grande de captar isso e, por esta razão, evito os lugares que me causam desconforto. Eu gosto das emoções positivas, onde até mesmo um toque de magia faça parte do momento. Desta vez experimentei uma sensação nova: a de perceber como é a neve. Não aquela acumulada no chão que torna as paisagens meio iguais, tingidas de branco e um escuro das árvores sem folhas, mas aquela neve que cai inesperadamente, ainda que a despeito do céu azul que faz na hora. Aquela neve que não planeja o próprio voo e cai em espiral tornando a atmosfera um cenário de fantasia. Esta viagem foi mesmo especial. Vivenciei tantas novidades que fica difícil catalogá-las... mas para quê? O bom é vivê-las... Decidi, inclusive, tirar muito menos fotos do que nas viagens anteriores. Elas não traduzem o momento. Elas podem, no máximo, convidar o espectador a conhecer a mesma coisa, mas certamente a sua impressão também será diferente da minha. Há muitas formas de ver, sentir, perceber, conhecer algo. Há muitos ângulos a explorar e muito o que compreender. Por isso desejo, acima de qualquer coisa, que os próximos textos que eu colocar aqui sobre a viagem da qual eu acabei de retornar, sirvam como um despertador, não como uma verdade absoluta. 
Neve e Céu Azul! (Praga - República Tcheca)

Saia. Veja. Viva.

Até!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Justificando...

Quero avisar aos meus queridos leitores que eu não desisti do blog... falta mesmo tempo para falar sobre tantas coisas. Prometo, assim que retornar para casa, colocá-lo em dia! Por agora peço, apenas, que não me abandonem (rs)... quem sabe há algum post que desejam reler, ou então, colocar em dia as leituras atrasadas. Na semana que vem haverá muita novidade, posso garantir! Há tanto o que falar sobre os lugares que estou visitando que vai até faltar espaço...

Aguardem!

Até mais...

domingo, 6 de janeiro de 2013

Schönbrunn: Que bela nascente!

Ano passado quando estive em Paris mencionei aqui que tudo aquilo que aprendemos nas aulas de História temos o prazer de ver ao vivo quando visitamos estas bandas do Velho Mundo. Estar na Europa é como respirar a história que fez parte dos nossos tempos de escola... e que normalmente não valorizamos! Pois hoje foi mais um desses dias em que a gente aprende um tantão em pouco tempo! Saímos do hotel de maneira quase despretensiosa, pois a chuva constante não nos deixava fazer muitos planos. O ar estava nos congelando. Embora a temperatura não estivesse assim tão baixa, o serviço de meteorologia apontava para uma sensação térmica perto de zero grau. Na verdade nem precisávamos que nos dissessem isso... sentíamos na pele! Pegamos o metrô com destino ao centro histórico (sabe aquela máxima de que o transporte público na Europa é super eficiente e que ela é movida a trens? Pois é! É exatamente isso!). Não podemos esquecer que Viena é uma capital e, como todas as outras, uma grande cidade. Com isso, temos uma área condensada onde encontramos a maior parte dos monumentos e prédios importantes que ajudam a contar a história do lugar. 
Saímos do metrô com destino ao Palácio Schönbrunn. Na verdade não sabíamos nada dele além de que ele era um dos principais daqui. Como já havíamos visto em fotos, ele guardava certa semelhança com o Palácio de Versailles (para ler sobre ele vá ao post "E viva o Rei!"). Mas era só! Entramos no Castelo e optamos pelo "audio guide", aquele aparelhinho que vai contando o que aconteceu em cada sala. Ficamos encantados não só pela suntuosidade do palácio, mas também por sua conservação e, sobretudo, por sua história. Descobri que aquele lugar fora cenário não só das decisões de um rei, mas curiosamente, de uma rainha. Na verdade, foram duas delas. A primeira, Maria Teresa, era simplesmente a mãe de Maria Antonieta, casada com Luis XVI, aquele de Versailles. Maior coincidência ainda foi descobrir que a Imperatriz Leopoldina, primeira esposa de D. Pedro I e sobrinha-neta da que viveu na França, era bisneta desta Imperatriz Maria Teresa. Ela não só nasceu naquele palácio, como viveu lá até ser enviada ao Brasil após seu casamento por procuração. Descobri ainda, que a igreja onde tudo aconteceu ainda está de pé. É a igreja de Santo Agostinho, que pretendo visitar amanhã.
É muito significativo constatar que tudo isto é vivo na memória desse povo. Histórias como esta nos ajudam a compreender quem nós somos e de onde viemos.
A outra Imperatriz foi a Elizabeth, última de sua família, e verdadeiramente adorada pelos vienenses. Há coisas sobre ela por toda parte, desde exposições, até memoriais e souvenirs. O que soube dela é que era uma mulher a frente do seu tempo, muito vaidosa e atenta ao que acontecia ao seu redor. Os austríacos, carinhosamente, mantiveram seu apelido Sisi (le-se Sissi), como comumente encontramos nos relatos sobre ela.
Quando estiver em Viena, não deixe de visitar este museu. Vale muito a pena. É fácil chegar lá. A linha do metrô é a U4 e a estação tem o mesmo nome do palácio.

Frente do Palácio

Jardim dos fundos

Qualquer semelhança com Versailles é mera coincidência!
Ps.: As fotos são do meu namorado / fotógrafo oficial da viagem!

Até.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Auf Wiedersehen

Adoro viajar! Parece chover no molhado, mas há quem não goste! Talvez minhas razões para isto sejam diferentes das razões dos outros. Gosto das viagens para aprender aquilo que os livros não contam e que nós, de uma maneira desavisada, não pensamos que possa existir ou acontecer. O destino desta vez é a cidade de Munique, na Alemanha. Todo mundo já ouviu falar em Munique. Quem mora em Petrópolis então, por ser uma cidade colonizada por alemães, certamente tem muita opinião a dar.
Então vamos lá... o que se sabe sobre o assunto? Sabemos, ou pensamos que sabemos, que eles são frios, fechados, porém muito modernos. Bebem cerveja sem gelo, e comem salsichas e batatas. Alemães são loiros e, como na maior parte da Europa, já têm uma certa idade. Mas o que é mito e o que é exatamente verdade nestas crenças? Bem, do pouco que observei em apenas uma cidade, pude constatar que é verdade apenas a questão das salsichas e batatas. O resto? Puro mito. Nunca pensei que os alemães pudessem ser tão corteses e acolhedores. Estão sempre com um sorriso no rosto e se desdobram para nos atender bem. Educação é mesmo o "forte da casa". Ainda há pouco presenciei uma cena que se fosse em outra parte do mundo o desfecho teria sido diferente. Uma ciclista imprudente entrou na contramão de uma rua guiando sua bicicleta quando encontrou bem de frente um ônibus. O motorista parou imediatamente, esperando que ela conseguisse desviar e só então seguiu seu caminho. Embora sua expressão não fosse das mais agradáveis ele não falou uma única palavra, tampouco  acionou a buzina. Outra situação que beira o ridículo é a travessia de ruas. Ninguém põe o pé na rua até que o sinal esteja verde para pedestre. Parece óbvio, mas não é. As ruas são estreitas e o fluxo de carros não é grande. Pode não estar mais passando nada que mesmo assim eles não atravessam até que lhes seja permitido. É muito engraçado. Cheguei a brincar dizendo que se eles fizessem isso no centro do Rio não atravessariam, já que não daria tempo (rs).
Nem sempre os alemães são loiros. Fiquei bastante surpresa, inclusive, de perceber que as mulheres que são loiras, em geral têm os cabelos pintados. Algumas, porém têm o cabelo incrivelmente negro e volumoso, bem "desgrenhado" mesmo. A cerveja por aqui também é outra atração. Dificilmente vemos copos com menos do que 500ml de capacidade e, ao contrário do que imaginava, é servida geladinha. Curiosamente ela parece não embriagar tanto quanto as brasileiras... só não me pergunte porquê. Outra impressão equivocada que eu tinha era sobre a idade dos moradores. Vi muitos jovens casais e a grande maioria tinha filhos. Aliás, devo dizer que são muito lindinhos com seus casacos e botas em tamanho reduzido. 
É claro que um lugar não se conhece por apenas um dia. Amanhã tem mais. Há muito ainda por dizer.
Desejo que embarque comigo nesta viagem que está só começando. Depois de Munique teremos Viena, Praga e Londres... 
Árvore de Natal na Marienplatz

Até a próxima parada!