segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Entre Armanis e Michelangelos...


Foro Romano
A memória é cruel, implacável. Dizem que a minha é de elefante, mas ultimamente ela tem funcionado parcialmente. Eu me lembro de fatos detalhadamente, porém estes se misturam entre lugares, datas e outros acontecimentos alheios aos que eu deveria estar processando. Gostaria de ter escrito sobre cada sensação, lugar ou sabor no momento em que foram vividos durante a viagem, mas eu tinha que escolher entre experimentar ou registrar. Quem viaja para lugares tão espetaculares como os lugares que visitei sabe que não há tempo - e muitas vezes energia! - para dar conta de tudo. E entre estas duas coisas, optei por saborear cada minuto de novas experiências que me foram oferecidas. E quase como um pedido de desculpas a você, leitor que me acompanha, deixo aqui registrado que se hoje tenho o que escrever, ainda que de forma confusa e desordenada, é graças a tudo o que testemunhei durante as últimas duas semanas.
Resquícios da Casa de São Francisco de Assis
Ainda ontem, conversando com minha família, discutíamos as atrações que a Europa poderia oferecer durante uma viagem. Eu, particularmente, gosto de lugares que tenham um "quê" de história, não só pelo conhecimento que vá me agregar, mas sobretudo pela alma do lugar. Quando passeio pelas ruas de qualquer cidade europeia, não há como não evocar as memórias de tempos nem mesmo vividos por mim. Quantos outros olhos testemunharam aquelas mesmas cenas, intocáveis, idênticas? Não há como não se impressionar, ao caminhar em um lugar qualquer de Roma, com as paredes que emolduram as ruas celebrando centenas ou milhares de anos. Se as construções são frias, as pessoas que as idealizaram eram de verdade. Casamentos, famílias, nascimentos e mortes foram testemunhados por aquelas paredes. Histórias de amor, de felicidade ou de tristezas e saudades foram encenadas naquele espaço, e é possível sentir esta aura. É por causa dela que vou até lá. A vida é feita de acontecimentos. São eles que fazem a vida ter sentido. Neste ou em qualquer outro tempo é a história de um lugar que me desperta a vontade de conhecê-lo. Lugares estéreis, como já diz o nome, não geram nada. São vazios, ocos, sem cheiro, cor ou movimento. É claro que cada um decide para onde quer ir de acordo com o que busca. É possível, até mesmo, ir para um lugar fantástico e não absorver nada do que ele pode oferecer. Há quem veja Paris como um grande mercado de grifes... e também é! O que determina a tônica do seu passeio é o que você busca. É você quem decide se a Itália é "Giorgio Armani" ou "Michelangelo". Há espaço para os dois. Só não permita que os apelos da modernidade, do consumo e da futilidade se sobreponham à história e a genialidade de nossos antepassados, pois a cidade que conhecemos hoje é resultado de tudo isso!
Palácio de Versailles


Até mais!


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