domingo, 26 de janeiro de 2014

Il Colosseo

Quando soube que a viagem desta vez seria para a Itália minha cabeça foi povoada por um sem número de ideias e pensamentos soltos. Não há como não pensar em identidade quando se trata daquele país. Sendo 50% cidadã italiana, já que tenho dupla cidadania, não há como não ficar empolgada com a possibilidade de sentir na viagem uma sensação de "voltar para casa", ainda que nunca tenha pisado lá. (Será que não?) Mas além da identificação imediata comecei a pensar no tempo, na contagem do tempo. Quando viajamos para lugares históricos no Brasil nos surpreendemos com os duzentos, trezentos, quatrocentos anos que as igrejas ou monumentos têm. Quando viajamos para Paris, Praga ou outra cidade próxima, começamos a falar em oitocentos ou mil anos de existência. Mas na Itália, tomando "emprestada" a história prévia do Império Romano, a contagem passa a outro patamar, (acredito eu!) somente comparado ou superado pela Grécia, Oriente Médio e alguns países da Ásia. Estamos falando de dois milênios ou mais... Quando pensamos nisso não há como não considerar a nossa pequenez diante de um universo inteiro.
Dia desses algumas pessoas comentavam fotos minhas no Facebook, onde questionava-se uma imagem do Coliseu de Roma, "Il Colosseo" para os italianos. Até ver de perto, o Coliseu que eu conhecia era do meu livro de italiano, fotos de turistas ou dos filmes. Obviamente uma obra grandiosa, mas nada que se comparasse ao que ele é de perto. Não falo apenas das dimensões físicas. Interessa muito mais a mim a grandiosidade "não tangível" daquele lugar. É uma mistura de perplexidade e encantamento o que se sente lá dentro. Há quem veja apenas ruínas no lugar de uma arena de dimensões descomunais. Eu vejo além. Recorro a conhecimentos que nem mesmo sei de onde surgiram, buscando em meus arquivos pessoais toda sorte de informações que me auxiliem a compreender melhor tudo o que estou vendo. Cada passo dado lá dentro me transporta para outra era. Não há como precisar o que, de fato, acontecia nos intermináveis anos em que o Coliseu serviu de palco para todo tipo de espetáculo, mas certamente a alma dos que o utilizavam como cenário está ali presente, enchendo de significado cada centímetro daquele grande teatro. Muitos não sabem, mas seu nome é Anfiteatro Flaviano em homenagem ao Imperador que ordenou sua construção, Flavio Vespasiano. Mesmo restando apenas uns poucos resquícios de suas arquibancadas, estima-se que em tempos áureos o Coliseu acomodava mais de 50000 espectadores.
Sim! O Coliseu foi um grande estádio, assim como os que hoje conhecemos sendo palco dos torneios de futebol. Isso há 2 mil anos atrás. Só que ao invés de jogadores, os astros da arena eram gladiadores lutando entre si ou contra animais, em geral felinos grandes como leões. É ou não é digno de estupefação?
É lugar obrigatório estando em Roma, mas é muito importante chegar cedo. O ideal é visitá-lo antes mesmo das 10 da manhã, pois logo após isso criam-se filas intermináveis. O ingresso não precisa ser comprado com antecedência. Custa cerca de 12 euros e vale também para o Foro Romano que fica bem pertinho. Para ir até lá é só pegar o metrô. A estação "Colosseo" fica exatamente em frente ao monumento.

Bom passeio!

Até lá!

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