domingo, 19 de julho de 2015

Dois polos...

Tenho observado casais por aí. Fico imaginando o que fez aquele homem ou aquela mulher escolherem-se mutuamente. Penso nos meus critérios para uma escolha dessas e tento imaginar o que eles pensam quando me veem acompanhada. No mundo animal há uma série de explicações para a formação dos pares, para a reprodução e a perpetuação das espécies. Nós, humanos, sofisticamos isso um pouco mais! Há um sem número de códigos e pormenores, que uma simples reunião de características biológicas está longe de ser suficiente. Como somos produtores de cultura e, por isso mesmo, criadores de códigos próprios, somos muito mais exigentes ao escolher as pessoas com quem nos relacionamos. O curioso disso tudo é que mesmo com todos os critérios, nem sempre escolhemos corretamente. Será por que nossas necessidades mudam à medida que o tempo passa ou simplesmente por que os relacionamentos têm data de validade? Não sei se acredito que haja um par perfeito para todas as pessoas nesse mundo. Acredito muito mais numa predisposição a fazer dar certo. É claro que assim como água e óleo não se misturam, um mínimo de compatibilidade é importante. Se pensarmos bem, até com as amizades o que une as pessoas são as afinidades e não as diferenças.
Já deu para perceber que eu não acredito nos opostos né? Na verdade, eu acho até que eles se atraem, mas como digo sempre, eles não se sustentam. Não há amor que resista a uma "corda" que puxa para lados diferentes. O que observo muitas vezes é que as pessoas insistem em relacionamentos fadados ao fracasso pelo simples fato de se acostumarem com isso ou de acreditarem que amor e sofrimento devem sim andar juntos. E o que faz as pessoas atrairem sempre os cafajestes, ou os ciumentos, ou ainda os desapegados que fogem de relacionamentos sérios? O fato de, no fundo, no fundo, desejarem isso. Louco né? Mas é assim que a nossa cabeça funciona. E assim vamos, sem perceber, construindo uma sequência de relações frustradas, baseadas em vícios de comportamento que levam ao um fracasso desanimador. Nenhuma relação é perfeita, mas se há de convir que algumas são bem mais imperfeitas que outras. Alguns agem absolutamente por impulso, na tentativa insana de ter sempre um par. Ora, se tem uma verdade que carrego comigo é: a sua melhor companhia é você mesmo! - isso quer dizer que eu devo sempre ficar sozinho? Não! Quer dizer que é preciso estar bem consigo mesmo antes de estar com o outro. Você deve ser uma pessoa inteira que busca outro inteiro para compartilhar. E aí, só aí, é que se pode construir uma relação de verdade, sem quebrar a cada discordância.
Às vezes achamos que o relacionamento dos outros é bom simplesmente porque não há desentendimento. No entanto, os desentendimentos, nesses casos, podem não ocorrer simplesmente porque não há relacionamento!
(...)
Desejo ao mundo mais relacionamentos verdadeiros e construtivos!
Desejo mais confiança e compatibilidade...
"Mais amor, por favor"

Até mais.

2 comentários:

  1. Que engraçado, Cris! Essa semana eu conversava com uma amiga justamente sobre essa questão dos inteiros. Não consigo acreditar na metade da laranja, mas em duas laranjas inteiras... Acho que é um pouco daquela história de que a gente só dá aquilo que tem, não é?!
    Adorei o texto e adorei o exemplo da corda, vou adotar!!! Fazia tempo que não passava por aqui...
    Beijos, Gisele.

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  2. Que delícia de comentário, Gisele! É, na verdade acho que esse assunto povoa nossa cabeça volta e meia, né? E isso independe de ter ou não um relacionamento estável! Bom vc estar aqui novamente e saiba que é sempre muito bem-vinda! bjs com carinho...

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