domingo, 17 de junho de 2012

Entre coleiras e asas...

Sexta-feira passei por uma experiência interessante. Tive que me submeter a um exame em que eu deveria permanecer por 24 horas com um medidor de pressão no braço e um aparelhinho que registrava as medições. Saí do hospital como um gato que coloca coleira pela primeira vez... só mexia os olhos. Parecia até que eu estava completamente imobilizada. Não estava. Fico imaginando como seria quebrar um braço ou uma perna e ter os meus movimentos limitados por um longo tempo. Tirei o tal medidor no sábado de manhã e a sensação de alívio fez parte, rapidamente, de mim. Uma bobagem, eu sei! Sei perfeitamente que eu não sou a única pessoa do mundo a passar por isso e, muito provavelmente, não será a única vez em que eu terei que fazê-lo! A questão é que somente quando não estamos totalmente bem conseguimos perceber o que é estar bem. Infelizmente!
Fiquei pensando no quanto dependemos de algum momento de "baixa" para perceber os momentos de "alta". Não damos o devido valor à saúde, à capacidade plena de movimentos, à facilidade de ir a todos os lugares. Precisamos ter, esfregados na nossa cara, histórias tristes e pessoas que passam por dificuldades reais, para perceber que não temos problemas de verdade!
Eu me considero privilegiada por conseguir perceber que sou uma pessoa que não tem problemas. Isto é tão raro de se ouvir de alguém, que causa, em um primeiro momento, uma reação de estranhamento, de prepotência. O primeiro pensamento que passa pela cabeça das pessoas é de que eu estou dando uma de superior, mas não é isso! A questão é que, para mim, problema é caso de saúde... e casos em que não dependem de nós mesmos para serem resolvidos. Uma gripe, uma dor de cabeça, ou uma unha encravada não são problemas reais. Quer ver uma coisa que eu odeio? Gente que tem sempre na ponta da lingua como resposta um "ah! Não tá bom não, mas vai ficar...". De modo geral, nem mesmo elas sabem o que não está bem. Já virou uma frase básica!
Há uma música que diz, lindamente, que "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que se é". Concordo, mas devo dizer que criamos muito mais empecilhos do que precisamos. É claro que cada um sabe a dor que se sente por não conseguir alguma coisa. Cada um sabe o tanto que sofre por não ter a vida que gostaria. Mas nessa, deixa de aproveitar os bons momentos. Conheço várias mulheres que gostariam de se casar e não encontram um par que lhes complete, e com isso, perdem as oportunidades de se conhecerem, de se divertirem com elas mesmas, de saberem realmente se querem estar com alguém ou apenas satisfazer a um desejo momentâneo e, muitas vezes, social.
Há um tanto de mulheres que desejam engravidar e não conseguem, e com isso, perdem os bons momentos com seus parceiros, não vislumbram a possibilidade de adotarem uma criança que só precisa de uma casa e um pouco de amor, ou de aceitarem o que a vida lhes reservou.
Em resumo, quando a gente não valoriza o que tem de bom, na hora em que acontece, a gente deixa escapar tantas oportunidades de ser feliz mais um pouquinho, que a coisa, em si, perde o sentido. E o que é a vida senão um amontoado de pequenos pedacinhos de alegria?
Por isso, pense realmente se você tem problemas ou se eles são apenas um argumento vazio para não levar a vida que você merece ter?

A vida não é uma conjunção de fatores perfeitos, mas um olhar inspirado que faz com que pareçam assim!

Inspire-se...

Até.

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