terça-feira, 18 de junho de 2013

Nas nuvens...

Viajava de volta para casa. Depois de dez dias estava retornando ao ponto de partida. Para mim o caminho  da segurança, do conhecido, do que me pertencia. Para alguém na poltrona a frente da minha, uma aventura. Era a primeira vez em um país novo, capaz de despertar todas as expectativas... as melhores expectativas! Durante o voo pais e mães caminhavam com seus pequenos, pelo corredor, tentando fazer das longas horas de viagem um piscar de olhos. E há quem consiga fazer parecer apenas um piscar de olhos. Como um menininho, no alto de seus 4 anos, se mostrando muito surpreso por já termos chegado uma vez que acabáramos de decolar! Só para situar, o voo durou exatas onze horas e vinte e cinco minutos, escritos minuciosamente por extenso para dar a dimensão do tempo interminável que aquilo durou.
Enquanto o avião cruzava o céu, fiquei pensando que naquele espaço tão pequeno havia um sem número de motivos e histórias que serviam como pano de fundo para tantos deslocamentos. Se fosse ouvir de cada passageiro seu relato, seria pouco tempo para absorver tanta informação. Quem eram aquelas pessoas? O que estariam fazendo compartilhando de seus momentos com tantos desconhecidos?
Fiquei pensando em quantos daqueles bebês estariam visitando os avós pela primeira vez. Quantos daqueles passageiros estariam prestes a começar vida nova em uma terra distante? E quantos outros estariam, como eu, regressando?
O ser humano exercita cada vez mais e, sem pudor, o seu direito de ir e vir. Neste exato momento, enquanto escrevo este texto, quantas pessoas estão nos aeroportos mundo afora esperando por um sinal para embarcar em um sonho? Seja ele o sonho que for... de recomeçar, de sair ou chegar, de conhecer novos destinos, de buscar uma vida melhor. Todos separados por um voo de distância!
Na ida para Portugal encontrei, por exemplo, um grupo de jogadores de futebol sub-17 que havia saído de Pelotas com destino à Itália. A expressão de nervosismo era nítida no rosto de alguns deles. Talvez estivessem viajando de avião pela primeira vez. Talvez fosse a primeira grande viagem sem a família. Todos carregavam em si um misto de ansiedade com cansaço e muita vontade de chegar. Não é fácil iniciar uma longa viagem!
Já disse algumas vezes que tenho medo de avião. Não me envergonho disso! Apesar do pânico, consigo me controlar a ponto do medo não tomar conta de mim. Se quero conhecer outros mundos, não posso deixar que isto me domine!
Viajar é um ato de desprendimento e muita curiosidade. É preciso ter capacidade de se despir de seus conceitos para conhecer outros tantos. Se você não tem sede de aprender coisas novas, é melhor nem sair de casa.
Longe ou perto, rápido ou demorado, voar significa o primeiro passo para se chegar longe... literalmente!

Aventure-se...

Até a próxima!

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