domingo, 24 de fevereiro de 2013

Mangia che ti fa bene!*

Sempre que viajamos para algum lugar distante, com uma cultura diferente da nossa, pensamos automaticamente em elementos do cotidiano como o idioma, os costumes e, principalmente, a comida. É claro que o mundo globalizado torna as distâncias menores e, com isso, o que antes era típico de um lugar passa a ser facilmente encontrado em outros. Entretanto as particularidades de um local, como as condições climáticas e os hábitos, fazem com que cada país tenha algo de novo a oferecer. É por razões como esta que torna-se tão divertido e interessante conhecer os lugares. Uma simples garrafa de água mineral pode dizer muito sobre um lugar. A forma da garrafa, o rótulo, a quantidade, um sem número de informações é encontrado com a compra de algo assim. Isso sem contar com a maneira de pedi-la, já que alguns idiomas são tão diferentes do nosso que não trazem qualquer semelhança na forma de escrever. A sorte é falar alguma coisa em inglês, pois sempre se encontra algum outro ser que também interaja naquela língua. Sobre a comida, eu não sabia muito bem o que eu iria encontrar por aquelas bandas onde estive. Sabia de alguns pratos quentes e do apreço daqueles povos por carnes e outras coisas mais pesadas, mas era só. Foi um grande espanto, para mim, ver a quantidade de restaurantes italianos que encontramos por lá. Se o inglês é o idioma mais popular no mundo, sem dúvida a comida italiana é o "inglês" dos cardápios!
Para quem deseja viajar para os mesmos lugares que eu fui, segue abaixo a listinha de restaurantes que eu recomendo visitar. Uns são mais sofisticados enquanto outros são mais simples. Todos servem comida italiana e têm cardápios em inglês. Se você souber falar alguma coisa no idioma "macarronesco" pode até arriscar fazer o pedido assim mesmo, pois eles também entendem!

Ristorante Fratelli - Viena/Áustria - O restaurante é lindo, com um ambiente um pouco mais sofisticado, mas devo dizer que fui jantar de jeans e tênis. Os garçons falam italiano e o cardápio é mesmo tentador. É o tipo do restaurante para quem quer comer uma comida mais elaborada e, consequentemente, gastar um pouco mais de dinheiro, mas nada que fuja muito aos valores cobrados pelos restaurantes daqui. Um casal paga por um jantar com sobremesa em torno de 50 euros. O site não é muito esclarecedor, mas é possível conhecer um pouco. Acesse www.fratelli.at

Ristorante Longiano - Praga/República Tcheca - De longe este é o meu preferido. Estive lá por duas vezes e repeti o cardápio (em time que está ganhando não se mexe!). É um restaurante pequenininho, na beira da rua e apesar do ambiente "descolado fino" é um restaurante mais para quem quer comer e ir embora, e não para ficar curtindo e tendo longas conversas. A comida é muito saborosa e a porção é bem servida. A massa é fresca e a sobremesa é um convite ao retorno. O preço é mais acessível do que o primeiro, até porque em Praga as coisas são mesmo mais baratas para nós. A minha escolha foi "bruschetta al pomodoro" como entrada, "spaghetti al pesto con gamberi" (espaguete com molho pesto e camarão), sendo que a massa pode ser trocada e, como sobremesa, "crepe con gelato e lamponi" (crepe de sorvete com calda quente de frutas vermelhas). O almoço para um casal sai por 35 a 40 euros em média. Para saber mais, acesse: www.longiano.cz


















Pasta Fresca - Praga/República Tcheca - Este também traz um ambiente descontraído embora refinado. O cardápio é tão impecável quanto o do Longiano, mas além de ser muito maior tem o charme de ser um verdadeiro labirinto terminando no subsolo. Os garçons são jovens e ao contrário do anterior as pessoas costumam permanecer lá dentro mais tempo, embora o serviço não seja demorado. O preço equivale ao outro, em torno de 50 euros o casal. Resolvi experimentar uma das sobremesas e posso assegurar que é uma das coisas mais deliciosas que eu já comi. Tratava-se de um caneloni de abacaxi recheado de mascarpone aerado, decorado com flocos de coco e calda de caramelo. Lindo e gostoso! Se for até lá, sugiro que experimente. Para saber mais, acesse: pastafresca.ambi.cz

Pineapple Caneloni
Spaghetti House - Londres/Inglaterra - O mais popular e descontraído de todos os que eu citei. Loja de rede sem perder o charme de um restaurante italiano. A comida é gostosa, o local é fácil de achar. Você terá a sensação de que já esteve ali, mas provavelmente foi em outra loja com o mesmo nome. Há várias delas pela cidade. O cardápio é bem variado dentro das especialidades italianas, claro! Na loja em que estive fui atendida em português, já que o garçom era da "terrinha". Como sou fã de doces, experimentei a panna cotta com frutas vermelhas. Não sou profunda conhecedora no assunto, mas recomendo... muito gostoso! Os preços não mudam muito quando comparados com os restaurantes anteriores. Acredito que em outro país ele fosse mais barato porém, em se tratando de Londres, comer é mesmo uma tarefa cara, por isso, fico com a média dos 40 euros por casal. Para saber mais, acesse www.spaghettihouse.co.uk

Fiquei com fome e, sem dúvida, com muita saudade de tudo isso!!!

*O título quer dizer "Come que te faz bem"! - lembrando que para os italianos a comida é muito mais do que alimento para o estômago... é alimento para a alma, para curar os seus males e te reconectar com suas raízes, portanto... Mangia che ti fa bene.

Até a próxima.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Happy Valentine's Day!

Que o Brasil agrega à sua história vários elementos de outros povos não é novidade, até porque nós mesmos somos o somatório desses costumes. Dos mais recentes está o dia de São Valentim como mais uma data para se comemorar o dia dos namorados. Em outros países como França, Inglaterra e Estados Unidos, o dia 14 de fevereiro é o eleito para a celebração dos amantes, bem diferente do nosso tradicional 12 de junho. Mas você sabe por que esse dia começou a ser considerado assim? Reza a lenda que Valentim era bispo de Roma. Na época o governo acreditava que os jovens solteiros se alistavam mais facilmente no exército e, por isso, proibia os casamentos. Entretanto, Valentim continuou celebrando-os, o que o levou à prisão e, posteriormente, a uma morte trágica. Estando na prisão ele conheceu a filha do carcereiro que era cega. Os dois se apaixonaram e por causa desse amor ela voltou a enxergar. Mais tarde, ele foi considerado santo e protetor dos namorados. No Brasil há quem diga que o dia dos namorados é comemorado no dia 12 de junho por ser a véspera do dia de Santo Antônio, conhecido como santo casamenteiro, mas a ideia mais difundida é a de que a data foi criada com fins comerciais já que junho é um mês de vendas fracas. De um jeito ou de outro, é difícil não se deixar afetar pela data. Quem tem um par, gosta de celebrá-la com juras de amor e comemorações dos mais diferentes tipos. Quem está sozinho prefere, na maioria das vezes, riscar o dia do calendário! O que me impressiona quando se fala de amor é a relação direta que se faz dele com as tragédias. Romeu e Julieta, Píramo e Tisbe, e o próprio São Valentim. Que feitiço é esse que não permite às pessoas terem não um final feliz, mas uma relação feliz? Algo que se possa comemorar não só nas datas feitas para isso, mas que permita ter um pouquinho de felicidade todos os dias? Por que as histórias de amor são sempre tão permeadas de drama sugerindo que ser feliz com alguém é coisa tão impossível quanto a imortalidade? Os próprios contos de fadas, os filmes e as novelas reproduzidas todos os dias enfocam o sofrimento como sendo parte do processo amoroso. Somente no fim de tudo é que se encontra a felicidade, o que, por sua vez, também não é mostrado já que o "felizes para sempre" acontece no dia do casamento. Como seria a vida da Cinderela no dia seguinte? No ano seguinte? A convivência com o príncipe, os filhos, os problemas na escola ou no trabalho... É claro que isso não passa de uma brincadeira, mas há que se pensar! O mundo não é feito de Príncipes Encantados e beijos de amor poderosos, mas de pessoas comuns que se encontram, se perdem, se acham de novo e constroem a própria história. Que possamos, então, celebrar o amor, os romances, as histórias felizes não só no dia 14 de fevereiro ou 12 de junho, mas em todos os momentos que merecerem uma comemoração. Por que não todos os dias? Se hoje está bom, comemore... simples assim! 
Desejo a proteção de São Valentim a todos os casais apaixonados. 
Desejo a proteção de São Valentim para aqueles que buscam seus pares.
Desejo a proteção de São Valentim para você, para mim, para que o amor vença sempre!

Feliz dia dos Namorados...
Ame... ame muito e celebre isso.

Até mais

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O mundo está acabando!

O mundo está de cabeça para baixo! Está? Não sei.. talvez agora ele esteja virando novamente a cabeça para cima. Mudanças irreversíveis estão em curso e acho que disso ninguém duvida. Há tantas coisas acontecendo que dá medo até de pensar sobre elas. Tem tanta coisa errada por aí que fico me perguntando o que é certo, em alguns momentos! Para onde estamos indo? Será que as grandes batalhas de outros tempos eram menos cruéis que as batalhas urbanas de hoje em dia? Não sei dizer. O massacre de tantos índios na América antes de Colombo, os cristãos perseguidos, as guerras santas ou não... o que há de diferente entre isso e as atrocidades que vemos todos os dias nos jornais? A banalização da vida não é assunto do momento. De uma forma ou de outra ela sempre fez parte da humanidade. Como acreditava Maquiavel, a natureza do Homem é má antes de ser boa. É triste, mas é verdadeiro! 
A notícia da renúncia do Papa traz a tona tantas questões relativas à credibilidade da Igreja e causa tanto "frisson" que começa a carregar consigo um sem número de teorias relacionadas ao futuro da humanidade. Sem exagero, citei a humanidade e não só a população católica porque considero que todas as vezes que uma figura pública de grande expressão, como é o caso, toma uma atitude que foge ao protocolo, muitas outras coisas começam a entrar em questão. Por falar em questionamentos, tenho a nítida sensação de que independente das reflexões que são feitas o mundo está tomando um rumo próprio. Acredito em Deus, acredito no Seu imenso poder, mas acredito também na capacidade que Ele nos deu de fazer escolhas. O que o ser humano às vezes se esquece é que não lhe foi tirado, no entanto, a responsabilidade de pagar pelas consequências. Sem querer ser catastrófica, até porque o que eu digo é apenas mais uma ideia, acredito verdadeiramente que o mundo está acabando. E é assim mesmo, no gerúndio: A-CA-BAN-DO. Processo em curso, não finalizado. E na minha cabeça será deste jeito, ao contrário dos jeito apocalíptico com que alguns filmes abordam o tema. E o grande sofrimento do ser humano, neste caso, é tomar consciência de cada infeliz acontecimento que torna mais evidente tudo isso. Este é o papel da mídia. Cada pequena tragédia pessoal que acontece, seja em que parte do mundo for, tomamos conhecimento. Este é o nosso castigo e a nossa redenção. Todos os dias são mostrados pequenos exemplos da nossa "penúria" para que possamos buscar o crescimento. Não falo pessoalmente de uns e outros, mas da humanidade, como um todo. Falo desse rumo maluco que estamos tomando.
Se as mudanças que vem ocorrendo se acalmarão em algum momento não sabemos. Se o mundo vai tomar jeito e as futuras gerações vão ter um pouco mais de paz, também não. O que sabemos é que somos um grãozinho de nada no meio de uma História que começou muito antes de nós, que existe independente de nós e que continuará sendo escrita. O que nos cabe, neste momento, é fazer a nossa parte. Viver o agora, aprender o que importa, mudar o que não serve mais e deixar que o resto se encarregue de si mesmo... 


Bom começo de ano a todos... já que o carnaval não dura para sempre!

Até.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Cozinha & carnaval

Quem me conhece sabe o quanto eu gosto de carnaval... já falei isso inúmeras vezes. Outra coisa da qual gosto muito é de cozinhar, o que também é de conhecimento de muita gente! Há tempos não exercitava tanto a minha capacidade culinária como hoje. Unindo duas paixões então, não tenho como explicar! Ainda mais agregando o elemento "pessoas queridas" a esta mistura. 
Conversei com a minha irmã dia desses sobre usar um dos dias do carnaval, uma vez que não iríamos viajar, para cozinhar. Ano passado fiz um monte de empanadas argentinas na casa dela e ela adorou. Na ocasião uma próxima rodada ficou programada, mas o tempo que corre com uma pressa sem limites não permitia colocar em prática a ideia. Foi então que sugeri fazermos isso agora. Mas, já que faríamos as empanadas, por que não fazer mais alguma coisa? Incluí nesta brincadeira a Challah (pão judaico) e o enrolado de queijo e presunto, receita que aprendi com ela e que há muito não executava. Estava feita a "festa". A empreitada era ousada uma vez que demandaria um bom punhado de tempo, materiais e disposição. Como trabalho não nos mete medo, começamos a bagunça. O primeiro passo foi listar todos os ingredientes necessários e dar uma chegadinha ao mercado. Em seguida fizemos o que precisava de mais etapas para ficar pronto, no caso a Challah que, como qualquer pão, necessita de tempo para crescer. Depois foram os recheios que precisavam estar frios para colocar sobre as massas, as outras massas mais simples e, por ultimo, a junção de tudo. Foram quatro horas de muito trabalho, muitas piadas, gargalhadas e imensa alegria, bem ao estilo do carnaval. Ao fundo, o som das marchinhas de um CD maravilhoso que ganhei de presente. Tudo perfeito!
A minha tarde não pode ser descrita ou reproduzida em outra situação, mas as receitas, essas sim podem ser repetidas por aí e, quem sabe, até gerarem momentos tão espetaculares como os meus de hoje.
O pão judaico e as empanadas já têm suas receitas escritas aqui. Para fazê-las, acesse os posts "Quem quer pão?" e "Você tem fome de quê?", respectivamente. Ambos são de novembro de 2011.
Já a receita do enrolado de queijo e presunto, também conhecido em alguns lugares como "joelho", eu revelo aqui embaixo. É tão fácil de fazer que eu sugiro aproveitar o último dia do carnaval para experimentar.

Enrolado de Queijo e Presunto

1 kg de farinha de trigo
100 g de fermento biológico fresco (4 envelopes de fermento biológico seco)
2 xícaras de leite morno
2 xícaras de óleo
1 colher de chá de açúcar
2 ovos
1 colher de chá de sal
300 g de mussarela
200 g de presunto
2 tomates picados sem semente
Orégano a gosto

Misture o fermento, o leite morno e o açúcar. Deixe o fermento começar a ativar (vai criar uma esponja, aumentando um pouco de volume. Isto leva alguns minutos). Acrescente o óleo, os ovos, o sal e a farinha. Como tem muito óleo, ela não gruda nas mãos. Caso seja necessário, acrescente um pouco mais de farinha, porém lembre-se que a massa é esponjosa e bastante oleosa, portanto não exagere na quantidade. Divida em 3 ou 4 partes, dependendo do tamanho dos pães que deseja fazer. Abra a massa e coloque fatias de mussarela, presunto, tomate, orégano e salpique uma pitada de sal por último. Enrole como um rocambole e feche as bordas para o recheio não sair. Pincele com gema por cima e coloque em uma assadeira em forno médio até ficar dourado. Repita o mesmo processo com as outras partes de massa. Esta quantidade de queijo e presunto é suficiente para toda a receita. Caso prefira pode ser recheado com frango desfiado, calabresa, peito de peru e, em qualquer destas opções, pode ser acrescentada cebola refogada em rodelas. É uma delícia!

Para que você tenha vontade de fazer também, aí vai uma foto do que foi feito hoje...



Bom apetite!

Até mais.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A prima "tímida" de Paris - Parte I

Quando decidimos planejar uma nova viagem tínhamos algumas certezas e um bom punhado de dúvidas. Sabíamos que queríamos conhecer Praga e que terminaríamos a viagem em Londres. De resto, apenas suposições e ideias. Quanto tempo devíamos ficar em cada lugar ou quais eram as atrações imperdíveis, tudo parecia ser um mistério, um detalhe a combinar. 
Diz-se por aí que a propaganda é a alma do negócio. Quem se vende melhor ganha! Sabemos que Paris é espetacular, que Londres é uma das capitais do mundo e que Praga é um dos mais badalados roteiros da atualidade, mas o que sabemos sobre Viena? Muito pouco. Portando esta informação (ou a falta dela!) optamos por reservar para ela apenas 3 dias... ou quase. O que Viena poderia nos oferecer além de uns poucos prédios antigos? Qual seria sua história, seus personagens e peculiaridades? Tudo bem, estou assumindo aqui a minha ignorância, mas sinceramente eu não conhecia ninguém que já tivesse estado em Viena além daqueles pacotes em que você visita 98 lugares em 15 dias! E quer saber? Acho que nem assim! Não me lembro de ter tido qualquer relato, de quem quer que fosse, sobre as maravilhas vistas por lá! Viena para mim, até então, era um lugar que eu sabia que existia, mas que não merecia maiores esforços para conhecer. Não estou menosprezando a cidade, mas a relação com ela parecia ser distante, quase como de quem para em frente a uma vitrine e apenas a observa.
Chegamos à cidade em um domingo, frio e cinzento como quase todos os domingos são (em tese!). Se em viagem perdemos a noção do tempo, o domingo certamente é um dia fácil de identificar por sua quietude em qualquer lugar do mundo. Expectativa não existia já que a informação era pouca. O primeiro desafio era encontrar algum lugar aberto para comer já que a noite começava a aparecer. Vindo de metrô até o hotel, percebi que na estação Stephansplatz muita gente havia descido. Imaginei então que lá fosse o lugar mais movimentado da cidade. Com esta simples observação arriscamos ir até lá. Não deu outra! Saímos em um grande calçadão, ainda com decoração de Natal e rodeado de lojas e restaurantes e comércio de todo tipo. Apesar do estranhamento de quem chega pela primeira vez em qualquer lugar, após darmos uma volta resolvemos entrar em um restaurante italiano, lindo e aconchegante. Descobriríamos nos dias que se seguiram que aquela praça era exatamente o lugar para onde todos os caminhos parecem se conduzir. Dormimos aquela noite sem saber muito bem o que nos esperava. Pesquisamos os pontos principais da cidade na internet e traçamos o itinerário do dia seguinte. Fomos ao mais famoso palácio de lá: o Schönbrunn (para saber mais sobre ele, leia o post "Schönbrunn: Que bela nascente!"). Mal sabíamos que este passeio fosse gerar os outros, uma vez que sua história dá início à nossa, brasileira. A partir dali começamos a investigação acerca do nosso passado. E no dia seguinte, em que fomos em busca dos outros monumentos que têm representatividade para nós, descobrimos uma nova Viena. Com os olhos curiosos de quem procura uma identidade, passamos pelo Volksgarten, pelas inúmeras e belíssimas igrejas, alguns outros museus até chegarmos novamente a Stephansplatz que traz no coração da praça a mais importante e uma das mais antigas igrejas da cidade: Stephansdom (Catedral de São Estêvao). Quanta semelhança ela carrega na sua arquitetura com as tantas outras construções góticas! Ela é ainda mais antiga que Notre Dame de Paris e porque isto não é tão divulgado? 
A Viena das valsas, do Danúbio e dos grandes representantes da música clássica acabou por não ser devidamente visitada em virtude do pouco tempo, lamentavelmente. 
Desejo em breve ter a oportunidade de retornar a aquela cidade que, apesar de ser uma capital, conserva o ar provinciano dos bons costumes e da tranquilidade. Nos próximos posts eu conto um pouquinho mais sobre ela.
Para dar um gostinho, aí vão algumas fotos!

Uma rua qualquer...

Sisi's Museum

Augustiner Kirche - D. Pedro I se casou aqui!
 
Stephansdom


Escola de Música



Ps.: Para quem não entendeu bem a razão do título, é porque na minha humilde interpretação, Viena lembra muito Paris, só não é tão famosa...

Até breve!


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

God save the Queen!

Sempre tive um fascínio pela realeza. Gosto dos objetos luxuosos e dourados, gosto dos palácios que têm uma grandiosidade que é quase opressora, gosto do ar aristocrático da nobreza. Em virtude da modernidade, estar nestes locais é como voltar ao passado. Os historiadores mais sérios não gostam de tocar nos detalhes obscuros da vida dos monarcas, entretanto, como humanos que são (ou eram!) não há como não se deixar levar pelos seus aspectos menos, digamos, nobres. Londres concentra até hoje esta atmosfera. Muito mais do que os outros lugares visitados, lá a realeza é coisa viva. O que me chamou atenção de forma curiosa - e vale lembrar que não traz em nada qualquer comprovação! - é a diferença de comportamento da família real britânica e das outras. A sensação que eu tenho é que a nobreza nos outros países não fazia tanta questão de manter as aparências ou servir de exemplo para quem quer que fosse. Os britânicos conservam um ar austero onde os erros não são permitidos e todas as sujeiras são varridas para debaixo do tapete antes do nascer do sol. Se estes são mais respeitados, aqueles são, sem dúvida, muito mais divertidos.
A família real britânica está presente em todos os lugares de Londres. Seja em estampas, rituais, menções ou placas nas ruas, o fato é que sua presença dá o tom do passeio. Estando por lá é imprescindível visitar "Tower of London". O castelo (ou conjunto deles!) concentra um belo museu que conta a história de todas as dinastias que governaram o Reino Unido assim como traz as curiosidades militares e territoriais da cidade que nasceu bem ali. Um dos prédios abriga as joias da Coroa Britânica. Até quem não é apaixonado por História se encanta com o tanto de informações. 
"Tower of London" é um castelo medieval que data aproximadamente do ano 1100. É impressionante a solidez que ele transmite com sua gigantesca estrutura de blocos de pedra. Outra curiosidade do local são os corvos soltos pelos jardins. Reza a lenda que eles são o símbolo da realeza e que no dia em que eles forem embora de lá o império ruirá. Para evitar o infortúnio, os pobres bichinhos têm suas asas cortadas não lhes permitindo alçar voos longos. Desta forma, eles alternam entre a grama, os bancos e as grades mais baixas. Hoje na Torre existem umas poucas aves que são protegidas por decreto real.
Histórias menos glamourosas também têm lugar na "Tower of London" que foi além de fortaleza, prisão e local de tortura. Alguns dos instrumentos utilizados estão expostos lá. 
Sem dúvida, ainda que não se tenha maiores interesses na história britânica, não há como não se encantar com o acervo do museu, com as joias expostas e a riqueza de detalhes que ajudam a compor o cenário que envolve toda a cidade.
Se o dinheiro for "curto" para fazer todos os passeios legais que a cidade oferece, reserve algum pelo menos para esta visita, pois o retorno vale o investimento.
Só para dar um gostinho, aí vão algumas fotos...





 Até a próxima!


domingo, 3 de fevereiro de 2013

Ô abre alas que eu quero passar...

Sou, em geral, uma pessoa alegre, mas se tem uma coisa que me remete a quem eu sou, de fato, a toda a alegria contida em mim, é o carnaval. Irônico isso, uma vez que é exatamente no carnaval que as pessoas menos são verdadeiras. Carnaval é o tempo em que todas as fantasias são possíveis. Particularmente me assusta um pouco o caráter que a festa ganhou sobre permitir todas as loucuras do mundo. Perder o controle, o limite e o senso geral nunca fizeram parte dos meus planos. E quer saber? Nunca me diverti menos por causa disso! Eu me lembro muito bem dos meus bailes de carnaval serem regados a água mineral. Acredite se quiser, mas a minha teoria era a de que carnaval era sinônimo de dançar até os pés criarem bolhas e, para isso, nem refrigerante servia, já que pesaria demais no estômago! Nunca fui santa e nem tenho a pretensão de passar esta ideia. Simplesmente eu não via necessidade de me embriagar para me divertir. A alegria já era, por si só, inebriante. E assim percorri todas as formas de folia que eram oferecidas. Baile de salão, carnaval de rua, bloco, trio elétrico, desfile. Cada uma com suas particularidades, porém com a mesma diversão. Sinto, até hoje, um "foguinho" que me consome cada vez que a festa de Momo começa. Não consigo conceber a ideia de que alguém possa não gostar de carnaval. Gosto até quando não faço nada! Gosto do feriado, do clima quente ainda que faça frio, gosto do mês, gosto da atmosfera. No meu carnaval, na realidade paralela que se instala nesse momento, não há espaço para tristezas, acontecimentos ruins ou situações indesejadas. Apenas a emoção boa, o som da bateria, os brilhos e as plumas, sejam elas reais ou imaginárias, têm lugar. O carnaval que, para muitos, é visto como uma ilusão vazia dada por poucos instantes a um povo sofrido é, para mim, a grande expressão de agradecimento aos "deuses da folia" por mais um momento de felicidade explícita, gratuita, espontânea, contagiante.
Por isso, neste carnaval, desejo que a vontade de brincar seja maior que a de criar problemas. Que os tamborins tragam o ritmo que embala os corpos, que convida a dançar, que faz remexer o mais duro dos quadris. Que o sorriso esteja estampado na cara e reflita o que vem do coração. Que o sol brilhe mais do que tudo e que, caso chova, seja apenas para riscar um imenso arco-íris no céu.

Que na próxima semana tudo acabe em samba...(até a quarta-feira!)

Até breve!

Fast Food

Sempre soube que em termos de comida rápida os Estados Unidos eram imbatíveis. Não é à toa que as maiores cadeias de lanchonetes do tipo são originárias de lá. É bem verdade que no ano passado quando estive em Paris descobri que o hábito de comer sanduíches era tão comum por lá quanto na terra do Tio Sam, entretanto os ingredientes e os acompanhamentos eram muito mais sofisticados na cidade luz. Entre baguetes, croissants e queijos nobres, em qualquer esquina de Paris é fácil comer um sanduíche, mas atenção: se você não tem a intenção de quebrar algum dente, sugiro pedir para aquecê-lo antes, porque os pães são absurdamente duros, principalmente as baguetes. Tirando as redes típicas da Europa, encontramos na mesma proporção os Mc Donald's, Burger King e KFC´s da vida. Desconsiderando a implicância nutricional da comida oferecida nestes lugares, não posso negar que encontrar uma dessas lojas em meio ao "nada" acaba sendo um momento bastante reconfortante, já que o cardápio muda muito pouco apesar do idioma local, e tem ainda a vantagem dos preços também serem algo conhecido do grande público. Muda a moeda, mas a equivalência varia pouco.
Este ano, estando em Viena, descobri uma nova rede de "fast food". Na verdade acabei descobrindo ser uma rede alemã que se concentra basicamente lá e na Áustria. Confesso que em Munique eu não me lembro de ter visto nenhuma loja, mas...
O restaurante em questão se chama "Nordsee". É uma loja com cara de fast food, rapidez de fast food, mas comidas (e preços!) não muito de fast food. Trata-se de um bandejão que corre em um trilho e você escolhe o que vai comer dentre as coisas expostas na vitrine. É uma infinidade de opções de peixes e frutos do mar que torna bastante difícil a escolha do prato. Para quem gosta do tema, há variedades de lagostas, camarões, polvos, peixes e outras coisas mais. A principal e mais vistosa vitrine exibe travessas de lagostas cortadas ao meio e deitadas em uma cama de gelo como quem convida o visitante a entrar. Esta, aliás, é a primeira escolha que você terá que fazer. Feito isso são dadas as opções de acompanhamentos. Tudo muito gostoso! Em seguida passam à sua frente as variações de sobremesa que você mesmo já seleciona e coloca na bandeja. É preciso ter agilidade, pois como o sistema é de bandejão não há muito tempo para pensar. Há uma grande fila de pessoas atrás de você esperando apenas pela sua decisão! Antes de pagar, você escolhe ainda a bebida que conta com o tradicional, como sucos e refrigerantes, mas traz também cervejas e (pasme!) prosecco. Neste caso eles lhe entregam taças de pé alto, de vidro. Só então você paga pelo seu almoço. Para quem não abre mão, há opções também em forma de sanduíches. É claro que tudo isto tem um preço e, certamente, não equivale ao de um simples Big Mac, mas o fato é que sem dúvida é uma opção muito interessante de comida rápida e muito diferente do convencional. Foi mais uma peculiaridade da nossa viagem! Muito legal...

Estando em alguma cidade que tenha este "fast food", sugiro que experimente!


Querendo saber mais acesse: www.nordsee.com

Até mais!