domingo, 3 de fevereiro de 2013

Ô abre alas que eu quero passar...

Sou, em geral, uma pessoa alegre, mas se tem uma coisa que me remete a quem eu sou, de fato, a toda a alegria contida em mim, é o carnaval. Irônico isso, uma vez que é exatamente no carnaval que as pessoas menos são verdadeiras. Carnaval é o tempo em que todas as fantasias são possíveis. Particularmente me assusta um pouco o caráter que a festa ganhou sobre permitir todas as loucuras do mundo. Perder o controle, o limite e o senso geral nunca fizeram parte dos meus planos. E quer saber? Nunca me diverti menos por causa disso! Eu me lembro muito bem dos meus bailes de carnaval serem regados a água mineral. Acredite se quiser, mas a minha teoria era a de que carnaval era sinônimo de dançar até os pés criarem bolhas e, para isso, nem refrigerante servia, já que pesaria demais no estômago! Nunca fui santa e nem tenho a pretensão de passar esta ideia. Simplesmente eu não via necessidade de me embriagar para me divertir. A alegria já era, por si só, inebriante. E assim percorri todas as formas de folia que eram oferecidas. Baile de salão, carnaval de rua, bloco, trio elétrico, desfile. Cada uma com suas particularidades, porém com a mesma diversão. Sinto, até hoje, um "foguinho" que me consome cada vez que a festa de Momo começa. Não consigo conceber a ideia de que alguém possa não gostar de carnaval. Gosto até quando não faço nada! Gosto do feriado, do clima quente ainda que faça frio, gosto do mês, gosto da atmosfera. No meu carnaval, na realidade paralela que se instala nesse momento, não há espaço para tristezas, acontecimentos ruins ou situações indesejadas. Apenas a emoção boa, o som da bateria, os brilhos e as plumas, sejam elas reais ou imaginárias, têm lugar. O carnaval que, para muitos, é visto como uma ilusão vazia dada por poucos instantes a um povo sofrido é, para mim, a grande expressão de agradecimento aos "deuses da folia" por mais um momento de felicidade explícita, gratuita, espontânea, contagiante.
Por isso, neste carnaval, desejo que a vontade de brincar seja maior que a de criar problemas. Que os tamborins tragam o ritmo que embala os corpos, que convida a dançar, que faz remexer o mais duro dos quadris. Que o sorriso esteja estampado na cara e reflita o que vem do coração. Que o sol brilhe mais do que tudo e que, caso chova, seja apenas para riscar um imenso arco-íris no céu.

Que na próxima semana tudo acabe em samba...(até a quarta-feira!)

Até breve!

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