terça-feira, 14 de maio de 2013

Amanheceu...

O dia está só começando. Tenho receio de não dar conta de tudo o que preciso fazer. Acho mesmo que não vou dar conta.
Acordo, me levanto, vou rápido para o banho. Os quarenta minutos que me dou o direito de usar entre o "pular da cama" e o "sair de casa" passam muito rápido.
Saio do banho. Os cabelos desalinhados me lembram que o secador está a espera.
Vou para a cozinha, arrumo alguma coisa para comer... talvez beber, afinal toma menos tempo.
A televisão ligada ajuda a controlar o tempo gasto. O jornal mostra as últimas notícias, sobretudo as trágicas. Impressionante a vocação que os telejornais têm de mostrar o pior lado da vida!
Escolho uma roupa dentre as tantas que já me acompanharam até o trabalho em outras ocasiões. Nessa hora identifico meu humor e decido a imagem que quero (e preciso!) passar com aquela roupa. Penso rapidamente em todas as tarefas do dia e elejo um sapato. O tempo corre. Tenho menos 25 minutos do que tinha quando acordei.
Vou me atrasar. Sei que vou. Tento, em vão, manipular o relógio.
Volto ao banheiro. Desta vez para melhorar a aparência do rosto que precisava de uma hora a mais de sono.
Blush, delineador, máscara para os cílios. Pronto. Estou mais apresentável. O cabelo, agora arrumado e seco, completam a boa imagem.
Confiro os pertences. Computador, celular, chaves, maçã para o intervalo, batom. Esqueci o batom!
Lembro do perfume e o coloco também.
Pego a bolsa. Pego o computador. Chaves do carro.
Saio.
Entro no carro e lembro que a maçã ficou para trás. Por um segundo penso em voltar, mas confiro o relógio e percebo que, como previa, já estou atrasada.
Ligo o rádio do carro e começo a cantarolar junto com a música.
Busco na bolsa os óculos escuros. Não encontro. Relembro que o vi em cima da cômoda na noite anterior. Tento me esquivar do sol, procuro "apertar" os olhos para evitar a luminosidade. Quando chego em frente ao trabalho, ao tirar o cinto, percebo que os óculos estavam todo o tempo presos ao decote da blusa.
Respiro fundo. Rio de mim mesma. Diante do lapso compreendo que é hora de DE-SA-CE-LE-RAR.
Entro no trabalho caminhando devagar, rindo das bobagens da vida, procurando fazer uma coisa de cada vez.
Tomo uma xícara de café e prometo que as coisas agora serão diferentes.

(...)

Pelo menos até o relógio despertar novamente!

Até logo.

4 comentários:

  1. Nossa! Que bom saber que não sou a única que decide desacelerar... até o relógio despertar, novamente rs!

    Este texto é tão a sua cara, que até senti saudades de vc!

    Beijocas!

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    1. pois é... decidimos coisas o tempo todo... na mesma proporção em que desistimos das decisões! rsrsrsrs
      Qualquer semelhança NÃO é mera coincidência, né, Patricia? Essa é a minha vida... kkkk..
      saudade tb... embora tenhamos nos visto ontem! he he he

      bjs e obrigada por aparecer por aqui de novo!

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  2. Nossa...lindo...adorei!!!!

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    1. Q bom que gostou... bem "autoral"... rsrsrsrs obrigada pelo comentário... bjs

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