quarta-feira, 5 de março de 2014

Esse ano não vai ser igual...

Recomeços são bem-vindos e necessários. Pequenos, grandes, espontâneos ou obrigatórios eles são inerentes à nossa condição. É possível obrigar alguém a recomeçar? Talvez sim, talvez não. Acredito que, assim como para qualquer outra coisa, seja necessária uma motivação para o recomeço e, relembrando as aulas de Psicologia, motivação é um processo interno. Não é possível motivar o outro, é possível estimular. Motivar é de cada um e depende muito mais do que está dentro do que daquilo que vem de fora. Entretanto quando se trata do calendário e o término de um feriadão, somos obrigados a voltar à ativa, ainda que nosso corpo e nossa mente não colaborem para isso. Devemos ir mesmo que não estejamos preparados, pois o cotidiano nos colocará novamente no prumo.
Recomeços são oportunidades para se conhecer novamente. Testar limites, fazer diferente da vez (ou das vezes!) anterior. Se antes você se queixava com frequência das tarefas compulsórias, tente fazê-las sem reclamar, pois parecerão menos difíceis. Lembre-se que há coisas que não têm jeito!
Estamos inaugurando um novo começo. No país do carnaval dizem que o ano só começa depois dele. Escuto isso há tempos, mas penso que a realidade mudou e ninguém se deu conta! Houve um tempo em que o ano letivo começava em março, agora há escolas que iniciam no fim de janeiro se este coincidir com uma segunda-feira. As lojas não fecham mais, feriados são apenas para algumas classes profissionais, mas tudo o que eu escuto é que precisamos de mais trabalho! Trabalhar mais? Já não somos suficientemente atribulados? Os que não querem nada, não vão querer mesmo se tivermos menos feriados. Quem quer estuda no feriado, trabalha em casa, faz as coisas acontecerem. Eu sou absolutamente a favor dos feriados e nem me envergonho disso! Faço uma porção de atividades no meu dia-a-dia, então me considero merecedora do descanso.
Neste recomeço não deixe que a volta à rotina seja sofrida mais do que o necessário. Rotinas são necessárias para o nosso bem-estar embora tenhamos a sensação contrária. Pense em como você se sentiria depois de um mês sem horários para dormir, comer ou fazer suas atividades. Certamente esgotado como se estivesse prestes a entrar de férias. Ficar a toa é legal, mas tudo que é demais também cansa. Faça a sua parte para sentir-se digno de aproveitar o ócio. E quando ele chegar não se culpe ou fique arrumando coisas produtivas para fazer. Entregue-se apenas! Tire o relógio do pulso, a dieta da porta da geladeira, a lista de afazeres urgentes da sua cabeça. Seja livre. Depois o descanso acaba e você tira o atraso. Vá até o fundo e encontre impulso para subir. Se ficamos sempre na superfície, com uma atenção desfocada, um ter-que-fazer permanente, uma necessidade de contribuir para a nação, nem bem conseguimos concluir as tarefas satisfatoriamente, nem bem descansamos. Faça cada coisa a seu tempo. A natureza nos ensina a ser assim e fazemos questão de não aprender. Há a hora de plantar, de crescer, de colher, de replantar. Nós só queremos colher. Só não atentamos para o fato de estarmos colhendo stress, angústia, tristeza e cansaço. Chega! Que possamos recomeçar depois de um profundo "far niente". E se o feriado passou e você não aproveitou como devia, programe-se para o próximo... logo, logo ele estará aí!

Bom recomeço...

Até!


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