quinta-feira, 13 de março de 2014

Montanha Russa

"Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguir umas das outras."
Poucas coisas são tão verdadeiras quanto a oração da serenidade. Ela está presente em diversos lugares  e serve para nos lembrar que é necessário compreender que as coisas acontecem a despeito da nossa vontade. Ela é sábia porque a partir do momento que aprendemos a conviver com as adversidades sem nos entregar a elas, tornamos a nossa vida infinitamente mais fácil. Há coisas nas quais podemos interferir. Há coisas que dependem exclusivamente da nossa espera. Identificá-las não é fácil, mas uma vez que conseguimos, a situação toma outro rumo. A angústia, porém, parece ser o sentimento mais evidente nessas horas. Tanto para agir quanto para esperar, é angustiante atravessar uma "tempestade".
Quando nos permitimos parar e apenas contemplar os mandos e desmandos da vida, conseguimos canalizar nossa energia para outras coisas. Não é fácil ver a própria vida através de uma tela sem poder interferir nela. Não é fácil também tomar atitudes que causam medo, insegurança, incerteza. Em um caso ou em outro, a sugestão é simplesmente deixar acontecer.
Viver um dia de cada vez é a atitude mais acertada. É um absurdo nos deixarmos levar por coisas se só acontecerão muito depois do "agora" porque o "agora" é tudo que temos.
Manter o foco em coisas que podemos interferir é a melhor forma de levar essa vidinha louca com a qual fomos presenteados. É como uma montanha russa. A adrenalina é constante, o ritmo alucinante que rege os nossos dias vai acabando pouco a pouco com o nosso organismo. Nunca se viu tantas pessoas jovens sofrendo com problemas que só apareciam com o avanço da idade. Ainda sobre os trilhos vamos tentando descobrir o que virá depois da curva, como se fosse possível viver antecipadamente para escolher a melhor decisão a tomar. Ascensão e queda estão presentes o tempo todo. E, assim como no brinquedo radical, quanto mais surpreendidos, maior o susto. É sempre desse jeito. Quando a vida entra em uma reta e nos acostumamos com ela, logo vem um solavanco para nos sacudir. E aí entramos em um "looping" que da mesma forma que na montanha russa, parece nunca ter fim. Quando ele passa temos a sensação de que supervalorizamos o que aconteceu já que, depois de tudo, sobrevivemos.
De uma forma ou de outra o que fazemos entre uma curva e outra é que dá sentido à vida. No carrinho vamos colocando e retirando pessoas que conhecemos, que perdemos contato, que decidimos não mais ficar perto. O que vale é a viagem. O fim, ninguém quer, mas uma hora ele chega. Enquanto isso, vamos curtindo. Braços para o alto, gritos, risadas e uma pausa para relaxar.
De qualquer modo, vale a pena cada minuto.

Boa viagem!

Até a próxima.

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