quarta-feira, 2 de abril de 2014

Retrato ou Paisagem

O cenário é uma cidade pequena. Os personagens, muita gente de todos os tipos e lugares. Gente interessante, descolada, muito diferente das minhas companhias habituais (não que as minhas pessoas de todo dia não sejam interessantes, mas essas, sem dúvida, são de um tipo diferente de gente!). Gente acima do bem e do mal. As estrelas, todos os modelos de câmeras fotográficas que nos é permitido imaginar. Assim foi o festival de fotografia de Tiradentes. Sim, fui para lá mais uma vez. Precisamente a sétima nos últimos 3 anos. No ano passado também estive presente ao evento, mas sem dúvida desta vez de forma muito mais significativa. Não, eu não enveredei pelo mundo maravilhoso da fotografia, apenas acompanhei meu amado, fotógrafo nas horas vagas. O festival é uma mistura muito feliz de gente alternativa, com uma cabeça completamente fora do convencional, uma paisagem deslumbrante e muitas atividades interessantes. Impossível não se deixar envolver! Fareja-se cultura em todos os cantos. Diferente dos turistas de todo feriado, a cidade fica povoada por intelectuais, artistas, pessoas que deixam sua marca no mundo seja por meio de um livro, de uma imagem, de uma fala imortalizada. Embora não faça parte do universo em si me sinto absolutamente em casa. Ou quase. Não é possível transitar por um evento como esse e achar tudo normal. Não é. O normal não me transmite boa coisa. Normal vem de norma, de coisa padrão. Nada naquele festival é normal. Tudo é mesmo muito diferente. Os sotaques, as roupas, as ideias compartilhadas. Mas os participantes não são assim tão imunes ao mundo real. Existe um tanto de vaidade em exibir o último modelo de câmera ou, para os mais "cult" os modelos mais antigos em funcionamento. E tem exposição na praça, impressão em madeira, artistas tentando se tornar conhecidos, ou apenas compartilhar sua arte. Tem loja de livros, palestras e atividades ao ar livre. Pelas ladeiras da velha cidade sobem e descem, sem pressa, os protagonistas da festa. E não se furtam, em sua caminhada, de parar para clicar os mais belos cenários. Momentos de conhecimento, de alegria e partilha. Foi o que vivi nesse último final de semana. 
Em um dos estados mais generosos desse nosso país, estar em Minas Gerais é sempre motivo de confraternização e resgate dos costumes mais genuínos do nosso povo. Os sorrisos são constantes, as conversas carregadas de regionalismo, os melhores encontros são em torno da boa mesa. Tudo isso se encontra por lá. E desta vez, como que inacreditável após tantas visitas, ainda tive oportunidade de conhecer dois lugares muito especiais que recomendo: Um é a "Pizzaria Seu Barthô". Fica pertinho do chafariz e é bem fácil de achar. A pizza de lá é divina e o atendimento tem o jeitinho mineiro de ser, embora seja uma pizzaria à moda paulista. E o outro lugar é o "Tragaluz Restaurante Casa". Mas esse, de gastronomia fina, exige que se faça reserva. Não por uma regra local, mas porque frequentemente há fila na porta. O lugar é um convite ao bem viver. Desde a decoração, de mobiliário rústico e visivelmente antigo, até a mistura de penumbra e nostalgia, com profissionais bem treinados e totalmente antenados com as tendências. Alguns usam "piercings" e tatuagens. O cardápio é uma atração a parte! Feito em forma de cordel e todo manuscrito mistura pratos, histórias e recadinhos deixados por gente famosa que andou por la. Terá que desembolsar um pouco mais de dinheiro, mas vale cada centavo gasto. Estando lá sugiro o risoto de arroz negro com surubim defumado e abobrinha italiana. Espetacular. E nós mulheres ainda recebemos um "mimo" na saída. Um alfinete com a pomba do Espírito Santo. Fofo!

Bem, comecei falando de uma coisa e terminei falando de outra, como é o meu perfil! Tudo bem, a vida é uma mistura de coisas mesmo. E se elas forem tão deliciosas quanto foi o meu fim de semana, não tem o que dizer...

Impecável!

Até mais.

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