terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A lua

A lua é fêmea. Não só por ser uma palavra deste gênero, mas porque ela própria tem um "quê" de mulher. Vinha para casa no cair da noite e avistei uma lua que nunca tinha visto. Não sei dizer em que fase ela está, mas está quase redonda, só não sei se indo, ou voltando. Até aí, nenhuma novidade. Sabemos de suas quatro fases e, pelo formato, podemos dizer que está quase cheia ou quase minguando. A novidade de hoje era "alguém" que a acompanhava bem ao seu lado. Uma pequena estrela que parecia estar presa à lua por um fio invisível. Admirei sua delicadeza e cheguei à conclusão que escrevi no começo do texto. Sem dúvida, a lua é fêmea. Não há como negar que as suas fases tão distintas e significativas se assemelham às oscilações de um corpo feminino, mas além, muito além disso, a lua é fêmea por sua sutileza. Muito diferente do sol que é forte, provedor, impiedoso. A lua não é assim. Ela é a própria tradução da delicadeza, da beleza. A lua é inspiradora, é contemplativa, é acolhedora. É generosa pois se permite ser apreciada, diferente do sol. A lua cumpre seu papel de acalmar, de fazer a pausa necessária no fim do dia. Quem nunca suspirou ao vê-la imensa e dourada nas noites quentes de verão? Por ela podemos saber das chuvas, das marés, dos nascimentos, dos comportamentos. Usamos a lua para justificar nossas esquisitices e nossas loucuras. A lua consegue tocar os corações mais desavisados e o próprio acaso, que a torna mais bela em uns dias do que outros, traz para quem a observa a sensação de ser brindado com uma imagem inesquecível. O sol agrega, a lua acalenta. O sol aquece, mas é a lua quem envolve. O sol nutre. A lua faz sonhar. 
Sou uma confessa apaixonada pela lua. Rendo a ela, nesta noite tão especial, todas as homenagens. Se o dia foi perfeito, a noite não está sendo diferente. Que ela possa ser testemunha de muitos sonhos possíveis e muitas esperanças de dias melhores. Se o homem esteve em sua superfície, certamente é aos olhos femininos que ela se torna mais luminosa... a cada noite!



Até logo.

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