quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Nunca tão sem sentido...

Vivemos tempos de tristeza! Sim, vivemos. No plural. Como coisa coletiva mesmo! Não acho que seja pessoal. O cinza diante dos meus olhos, relatado no último texto, até então interpretado como exclusivo de mim, não o é! E eu me dei conta disso apenas recentemente. A "letargia" que tomou conta das pessoas talvez seja o resultado do excesso de estímulos. Estamos cansados. Mais que isso! Estamos esgotados. O que fizemos de nós mesmos? O que fizemos dos outros e do mundo à nossa volta? Os tempos do "produzir é preciso" geraram dias mais longos, noites mais curtas e muitos remédios para aguentar o tranco. Para uns o alívio vem em forma de farras, para outros, esportes. Para outros ainda um simples desligar da máquina humana. Seja como for, é triste! Triste e desnecessário. Não precisaríamos de válvulas de escape (ou segurança!) se não tivéssemos criado a pressão. A sociedade pressiona, a modernidade pressiona, a globalização pressiona. O que é isso tudo senão produto de nós mesmos? Vivemos tempos de tristeza! Não podemos perder tempo, não podemos ficar ociosos, não podemos fazer o que queremos, não podemos ser quem somos. Na certa, você que está lendo, pensa que não sucumbiu aos apelos de "mexa-se"! Ledo engano. Talvez você seja dos mais absorvidos pelos gritos da multidão. Não sabemos dividir, não sabemos parar, não sabemos girar a máquina ao contrário. Se você dedica horas demais do seu dia a uma única atividade (seja ela qual for!) já está fazendo parte "do clube".
Queria desacelerar. Mas nem sei se sei como fazer isso. Lamento pelos dias não vividos, pelas horas desperdiçadas com as coisas que nem queria fazer, ressinto pelos minutos de preocupação experimentados intensamente na insana busca pelo ideal.
A partir de hoje eu quero me comprometer mais com a minha respiração. Ela é tão importante, nunca me deixou na mão e eu, sequer, me dou conta de sua existência.
Cansei de ser politicamente correta porque o mundo me quer assim. É de amor que o mundo precisa. E de desapego. Entramos na "Era de Aquário" e seu sentido se perdeu. A generosidade, a fraternidade e o amor desinteressado nunca pareceram tão distantes de nós. Lamentável.
Não sou eu que estou vendo o mundo cinza. O mundo está cinza... chumbo! Pesado, feio, perdido. Não quero mais isso! Chega de protesto, chega de achar que temos que lutar com tudo para que as coisas, enfim, comecem a melhorar. Não vão melhorar! Ou a gente freia a mundo ou ele vai passar por cima de nós como um rolo compressor. 

Aceite. 

Seja compassivo.

Simplesmente viva.

Até!


2 comentários:

  1. Perfeito, como todos os seus textos, Cris. Mas este encaixou perfeitamente com meu ritmo de vida, atualmente. Tinha acabado de falar com vc como tenho trabalhado demais, estou sempre estudando, pesquisando, lendo, analisando, redigindo... eita correria. Enfim, para desanuviar, resolvi dar uma espiada no seu blog. Eis que me deparo com esse texto, que caiu como uma luva. Sigamos tentando prestar mais atençäo na respiraçäo, a gente ate costuma dizer que nao tem tempo nem de respirar... rsrsrrss Ainda bem respiramos ao mesmo tempo em que vivemos essa vida loka !!! Bjussss

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  2. Que prazer te encontrar por aqui, Gabi! Muito bem colocadas as suas palavras... fico muito feliz de saber que pude contribuir um pouquinho com as reflexões próprias de cada um que visita meu espaço... nada me dá mais satisfação do que saber que alguém encontrou um texto que cabe direitinho nas suas ideias... sigo escrevendo por razões como esta! Obrigada pelo carinho e venha sempre que sentir vontade! bjs

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