terça-feira, 16 de outubro de 2012

Entre Carminhas e Ninas...

Se tem uma coisa que reúne as pessoas das mais diferentes classes, idades, grupos sociais e opiniões é a última semana de uma novela de sucesso. É exatamente o que tem acontecido com Avenida Brasil. Poucas novelas mobilizaram tanto o público quanto esta. Até pessoas que declaradamente não são noveleiras estão envolvidas na trama. Seja por gosto, por raiva ou por massificação, o fato é que o assunto do momento nas rodas de conversa, nas tevês das lojas ou até nas redes sociais internet afora, é tentar "adivinhar" como, afinal, terminará o folhetim.
Confesso que achei desnecessário incluir mais um vilão na história que já trazia, desde o começo, lados opostos, e muito bem definidos, para mocinhos e bandidos. Como era de se esperar, no meio da novela eles trocaram de papeis e transitaram livremente entre os bons e os maus. Mas colocar a responsabilidade em uma terceira pessoa que acabou de aparecer como justificativa para as insanidades da Carminha, é o mesmo que retirar dela a própria culpa. Eu acredito que pessoas possam ser "conduzidas" por uma moral tortuosa e elástica em função de uma criação inadequada, entretanto, se fosse assim, filho de bandido seria sempre bandido, e sabemos muito bem que várias pessoas que cresceram em condições absolutamente adversas, conseguiram dar a volta por cima e se tornarem gente de bem! Eu, particularmente, prefiro ver na trama as pessoas cujo posicionamento sempre foi bem definido. Gosto mais de ver aqueles que parecem com qualquer um que temos por perto, na vida real. Gosto do Tufão cuja honestidade e compaixão chegam a ser tocantes. Gosto da Monalisa que tem suas loucuras saudáveis, que trabalha, que tem seus desafetos como qualquer gente normal, como eu ou você. Entendo, porém, que fazer uma novela só com pessoas comuns não dá muita audiência, por isso a necessidade de incluir as personagens que sacodem a história.
O que é curioso nesses casos é que assistir a uma novela, muitas vezes é colocar uma lente de aumento sobre si mesmo. É quase inevitável pensar de que modo agiríamos quando na mesma situação. Ficamos como loucos pensando e repensando se faríamos da mesma forma. É uma pena que o irreal, ou o surreal, seja o que nos chama atenção. Ficamos tão pasmos com as atitudes dos vilões, que os mocinhos quase funcionam como pano de fundo para as suas confusões. Parece também uma tendência nas novelas atuais, abordar a vida das pessoas economicamente menos favorecidas e suas vidas que figuram alheias aos cartões postais da cidade. Com maior ou menor realidade, as novelas refletem, de certa forma, o que vemos do lado de fora das telas: ricos, pobres, jovens, velhos, lugares bonitos, comunidades desestruturadas. As novelas trazem para o grande público o que nem todo mundo conhece na prática. Elas trazem o bom e o ruim da nossa sociedade, e, como obra aberta, muda com os ventos dos comentários nas ruas. As novelas lançam modas, tendências, comportamentos. Fazem pensar ou apenas distraem a cabeça. E falando especificamente de Avenida Brasil, o assunto principal deste post, temos que render aplausos ao escritor e sua imensa capacidade de surpreender o tempo todo. Concordo que em determinados momentos a trama amorna, enrola e faz apenas passar o tempo, mas o fato é que nas últimas semanas todo dia parece capítulo final. Há uma surpresa atrás da outra. Sabemos que no último capítulo muitos casarão, muitas ficarão grávidas e surgirão pares perfeitos para os bonzinhos que ficaram sozinhos. 
De uma forma ou de outra, este é o momento de fazermos as apostas, pois semana que vem, o assassino do Max já não nos fará parar nossas atividades para grudar na telinha.

Afinal, quem matou o Max? (Será que ele morreu?)

A seguir cenas dos próximos capítulos... (quem tem mais de 30 anos sabe o que isso significa...)

Até a próxima novela

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