quinta-feira, 31 de maio de 2012

Apesar dos pesares...

Particularmente me encanta ver como que, apesar das adversidades, algumas pessoas insistem em manter determinadas posturas não condizentes com sua situação.
Semana passada estava atravessando uma praça para ir trabalhar, quando vi uma varredora de rua, certamente em seu horário de descanso, com um alicate na mão fazendo as próprias unhas. É bonito ver como uma pessoa assim mantém uma atitude de vaidade e beleza quando seu trabalho lhe mostra exatamente o contrário. Quando na luta do dia-a-dia, o lixo e a desordem fazem moradia no seu “escritório”. Não seria muito mais fácil e esperado que ela se deixasse sucumbir pelo cansaço ou pelas adversidades do seu trabalho? Não seria muito mais simples perder a vaidade já que esta, caprichosa, exige dedicação e tempo?
Outra situação que me deixa encantada de ver é quando cobradores de ônibus e mecânicos usam seu tempo ocioso lendo livros. É claro que suas profissões não são determinantes (e deterministas) para um comportamento não leitor, mas é que hoje em dia os livros, muitas vezes, são tão desvalorizados que me toca, particularmente, encontrar este tipo de situação. Fico verdadeiramente admirada de ver que a vontade de fazer algo que seja benéfico, ainda que contrário à circunstância, é maior do que a própria dificuldade. Fico com a sensação de que vale a pena insistir que as coisas podem ser melhores do que são.
É igualmente admirável para mim, quando adolescentes, que dentro de sua rebeldia habitual são avessos a qualquer norma estabelecida, tomam uma atitude de cortesia, de educação, de cavalheirismo. Um dia desses, ao sair do elevador, um deles fez sinal de que eu saísse primeiro, e acompanhou o gesto com um "por favor!". Tem coisa mais linda que isso?
Tem coisa mais linda que perceber que uma mãe de 6 filhos, com todas as dificuldades financeiras e sociais que enfrenta, permaneça junto de seu marido e ainda demonstre admiração por sua luta e disposição para o trabalho? Uma mãe que valoriza a própria família e que tenta, apesar dos pesares, manter uma organização dentro de casa? Nos dias de hoje, isso não tem preço.
Confesso que renovo minhas forças quando tomo conhecimento de histórias como estas. Talvez, se olhássemos mais atentamente ao nosso redor, perceberíamos tantas mais! É uma pena que a maioria de nós esteja tão pouco disposta a ver o mundo com lentes cor-de-rosa...
Eu não dispenso as minhas... e você?
Até breve!

terça-feira, 29 de maio de 2012

Frustrações...

A expectativa é prima-irmã da decepção. Parece que nada nem ninguém é capaz de suprir o que desejamos que aconteça, principalmente porque muitas vezes nem sabemos bem o que desejamos que aconteça. É engraçado isso! Às vezes não fazemos a imagem de alguma coisa, ou pessoa, mas quando conhecemos é bem diferente do que imaginamos. E assim é quando criamos expectativa sobre algo. Nem temos uma definição do que queremos. Preferimos a surpresa à escolha, mas quando a ideia se torna realidade não corresponde ao que se havia imaginado.
Dizem que a esperança gera otimismo, enquanto a expectativa leva à frustração. Mas será que existe maneira de viver sem criar expectativa? Não seria isso uma vida conformada demais? Acho que a expectativa é uma alavanca para fazer as coisas acontecerem, sobretudo quando dependem de atitude própria. E a decepção, ainda que muito ruim de sentir, ensina que nem sempre as coisas são exatamente do jeito que queremos.
Administrar as frustrações parece ser a solução para o problema. Isto exige uma boa capacidade de virar a página e de reagir. A primeira coisa que sentimos é que somos vítimas de alguma coisa que não saiu conforme devia. E isto é o que se precisa para deixar tudo como está. Se não foi criado por mim, não posso, igualmente, modificar a realidade.
A frustração doi. Há que se ter cuidado, portanto, para não viver uma vida "retilínea" para não correr o risco de se deparar com a decepção. É claro que a intensidade com que se vive é algo pessoal, que varia de cada um, mas evitar sonhar para não "cair do cavalo" é covarde. É o mesmo que não se arriscar para não perder. O que se esquece, porém, é que na mesma proporção, arrisca-se para ganhar.
A decepção faz parte da vida. O objeto de desejo que o bebê tenta pegar na mesinha ao lado, e rapidamente é retirado do seu alcance, leva ao choro. A nota na prova que não reflete o tanto de estudo empregado. O beijo que não fora roubado porque o medo de se frustrar não permitiu o risco. A boa notícia que o telefone não tocou para avisar. Tantas são as oportunidades que a vida oferece... No caso do bebê a frustração rapidamente é substituída por algo que desperte novamente o seu interesse. Por que então que quando crescemos, cresce também a nossa dificuldade de lidar com a decepção? Por que temos tanta dificuldade de criar estratégias para sair dela o mais rápido possível? Temos uma tendência a alimentar o sofrimento, e como a frustração é um "prato cheio" para ele, mergulhamos de cabeça. E aí, o que era para ser pequenininho, torna-se um monstro, quase como a sombra de um bichinho projetada na parede.
Disso tudo concluo que frustrar-se faz parte da vida, desde quando nem mesmo sabemos da existência dela. Cultivar a frustração e sofrer mais do que o necessário, já é uma questão de escolha.
Que a gente possa agir mais e reagir mais rápido...
Que as sombras na parede sejam de fadas.

Até!

domingo, 27 de maio de 2012

Enfim sós...

Casamentos sempre me emocionam. Houve um tempo em que não era assim. Talvez eu fosse um pouco descrente do que isso representa. Na verdade vemos tantas encenações por aí que às vezes é mesmo difícil acreditar nessa instituição. Para falar a verdade, nem gosto muito dessa palavra "instituição". Não sou lá muito adepta de coisas instituídas. Parece que só acontecem porque tem que ser assim. Casamento não "tem que ser assim"! Durante a cerimônia fico observando os casais que têm uma identificação imediata. Há aqueles que a gente bate o olho e sabe que foram "feitos um para o outro". Há aqueles, no entanto, que apesar da insistência, sabemos de cara que não irão muito longe. Determinista demais? Talvez sim... talvez não.
Antigamente o casamento era encarado de uma forma diferente. Os casais permaneciam unidos, ainda que só da porta para fora, pois uma separação poderia ser o passaporte para o ostracismo, sobretudo para as mulheres. Isto quando elas podiam se dar o direito de se separarem, já que muitas dependiam economicamente de seus maridos. Com isso, passavam anos e anos de suas vidas amargando uma relação que de "relação" restava muito pouco. Não sou a favor da traição, mas existe um filme que retrata essa situação de maneira tão bonita, que quase a torna perdoável. Acabei de me lembrar dele e, sinceramente, está na lista dos meus favoritos. O filme em questão é "As Pontes de Madison". Lindo!
Mas, voltando ao casamento, hoje em dia as coisas estão diferentes e, ao invés do casal ser composto por duas metades que se unem, ele é feito de duas pessoas inteiras que decidem ficar juntas. Costumo dizer - e ser mal interpretada! - que para um casamento dar certo precisa de mais do que amor. O amor, sozinho, não é suficiente para manter uma relação duradoura. Eu explico! Ninguém é capaz de viver em permanente estado de amor pelo outro, quando este outro é tão diferente de nós. Somos criados de maneiras diferentes, com personalidades bem diferentes, gostos, rumos e histórias de vida muito diferentes. Há os momentos de irritação, de discórdia, de decepção, de desconforto. E, nessas horas, não conseguimos lembrar do amor que sentimos. Logo depois, pode até ser, mas na hora, não tem como! E aí, o que faz com que o casamento dê certo, além do amor (claro!) é a vontade de dar certo, vontade de construir algo maior: uma família! Só para esclarecer, isso não quer dizer, necessariamente, ter filhos, afinal hoje em dia, cada vez mais, as famílias são compostas por animais de diferentes tipos: humanos, gatos, cães, pássaros... enfim! Construir uma família é o objetivo maior que faz um casal querer ficar junto. É este objetivo que mantém de pé o compromisso firmado, seja ele perante um sacerdote, juiz, amigos ou apenas os dois envolvidos.
Casamento não tem receita. E não tem mesmo! A única coisa que parece fazer parte de todas as relações é a cumplicidade. Isto inclui, claro, a confiança. Sem estas duas, não há amor ou família que resistam. Porque os opostos até podem se atrair, mas não se sustentam. Se não houver companheirismo, vontade de ficar junto e  de dividir a sua vida com o outro, para então, somar, não há como - e nem porquê! - levar a relação adiante.
Ontem fui testemunha de um desses momentos. Um casal começando uma vida juntos, o olhar de cumplicidade e admiração de um pelo outro e a crença de que aquele é um desses casais que se complementam e se amam... verdadeiramente!

Parabéns a João Caetano e Sabrina pelo começo de caminhada!

E que possamos encontrar por aí mais e mais casais tão especiais assim...

Até a próxima.

sábado, 26 de maio de 2012

Olha a chuva! É só bolinho...

Costumo dizer que sábado de manhã é aquele momento em que tudo é possível. A semana de trabalho acabou, o fim de semana está apenas começando e precisamente às 10 da manhã de sábado, tenho a impressão de que todo o tempo dos próximos dias está reservado para mim. Como o período está no comecinho, parece que qualquer planejamento pode ser executado. Uma viagem curta, uma festa com amigos, um cinema com o namorado, uma caminhada no parque. Dá tempo para tudo!
Este sábado, então, amanheceu particularmente especial. Um dia lindo convidava a sair de casa. A temperatura estava agradável, o céu de um azul indiscutível, umas poucas nuvens para dar uma "mesclada". O sol ajudava a aquecer o dia de outono. Tudo mais que perfeito!
As pessoas costumam reclamar do frio, mas o que elas não se dão conta é que enquanto se preocupam com o lado menos convidativo da temporada perdem os belos dias que a natureza nos dá de presente. Nesta época a temperatura varia menos ao longo do dia, as chuvas ocorrem com menos frequência, e o baixar do termômetro é uma ótima desculpa para ficar junto das pessoas queridas.
Temos uma tendência natural a querer prolongar o que é bom e afastar o que não nos agrada tanto. Precisamos nos lembrar, no entanto, que cada coisa tem seu tempo e agora, definitivamente, é hora de fazer frio. E que bom que é assim! Imagine viver em um eterno verão, onde não temos tempo nem para descansar direito? Imagine não ter clima para comer uma comida quentinha, ou ver um bom filme embaixo do edredom? Portanto, cada coisa a seu tempo. Agora é hora de aproveitar as boas coisas da estação fria. Posso até imaginar o final de tarde perfeito para um dia como este: com uma boa xícara de café ou chá e uns bolinhos de-li-ci-o-sos feitos rapidinho para o lanche. Quer aprender? Aí vai a receita:

Bolinho de Chuva

½ xícara leite
3 xícaras farinha de trigo
3 ovos
4 a 5 colheres de sopa de açúcar
1 pitada de sal
1 colher sobremesa fermento em pó
Açúcar e canela a gosto

Modo de fazer:
Misture todos os ingredientes em uma vasilha. Se a massa ficar muito dura, é só colocar um pouquinho mais de leite. Se ficar muito líquida, acrescente mais farinha. Quando a massa fica mais molinha o bolinho fica mais irregular. A massa mais consistente resulta em bolinhos mais redondinhos. Fica a critério do cozinheiro! Aqueça uma panela com bastante óleo. Depois de estar quente, é só molhar uma colher no óleo e pegar uma pequena porção de massa. Por causa da gordura, ela escorrega sozinha para dentro da panela. Os bolinhos costumam se virar sozinhos na fritura, mas se você perceber que já está ficando muito moreninho de um lado e ele ainda não tiver se virado, dê uma ajudinha. Importante: O óleo não pode estar quente demais, pois corre o risco do bolinho ficar cru por dentro. Vá regulando a temperatura do fogo para que isto não aconteça. Uma boa opção para variar é picar uns pedaços de banana na massa. Fica tudo de bom! Depois de fritar, deixe escorrer em um papel e polvilhe açúcar com canela. Rende uma média de 30 bolinhos. Fica uma delícia!

Importante 2: Coma sem culpa. É calórico mesmo, mas de vez em quando não é nenhum pecado mortal!

Ps.: Antes eu tinha postado a receita sem a foto, porque eu não tinha feito. Agora, eu resolvi deixar a preguiça de lado e executá-la. Olha aí o resultado!
Bon Appetit!
Até mais.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Idas e vindas...

A Constituição nos garante o direito de ir e vir. Algumas pessoas usam mais este direito do que outras. Observar o caminhar frenético de pessoas no seu local de trabalho é algo que merece destaque. Há aqueles que passam e cumprimentam a cada um que encontram pelo caminho. Há aqueles que pisam firme, fixam o olhar no seu destino e sequer o desviam para o lado. Parecem ir ao encontro de um pote de ouro e qualquer distração pode ser fatal para alcançar seu objetivo.
Para ser sincera, vendo de fora, tenho a impressão de que muitas vezes nem mesmo eles sabem o que estão, de fato, querendo fazer. Parece que a forma retilínea e fixa com que se dirigem ao local em questão, é uma maneira de se fechar para qualquer interferência que venha de fora. Caso contrário, perderiam, eles mesmos, a noção do que os levou a aquele lugar. 
Comparar o trabalho dessas pessoas ao de formiguinhas, não seria inadequado. Se tivéssemos tal capacidade, provavelmente enxergaríamos o rastro que denota o traçado de seu caminho. Não precisamos ir muito longe. Basta ver como o revestimento do chão, onde muitas pessoas costumam passar, fica desgastado em um só lugar. Isto é a prova de que também fazemos nossas trilhas.  
Outros rastros são menos visíveis, os emocionais. Como marcamos e somos marcados pelas pessoas nos lugares por onde passamos! Posso dizer que tenho a sorte de ser marcada por experiências muito positivas. É claro que coisas negativas também passaram por mim, mas felizmente meu reservatório para coisas ruins é pequeno. Prefiro ficar com os bons exemplos, prefiro os bordados aos vincos. Prefiro ficar com as pessoas bacanas que me ensinaram coisas. Coisas estas, aliás, que já não sei dizer quanto têm de mim ou de quem as trouxe. Lidar com as marcas emocionais é difícil. Se são positivas, não queremos abrir mão. Quando negativas, são difíceis de esquecer. O segredo é saber o próprio limite. É saber até onde nos permitimos ir. Eu costumo dizer que não "esquento lugar". E é bem por aí mesmo. Se está ruim, por que continuar? Por que nos permitimos carregar um fardo pesado demais em nome de um compromisso que, na verdade, é uma via de mão única? Isto serve para trabalhos, amizades, relacionamentos amorosos. Nada pode ser mais doloroso do que arrastar uma situação incômoda por muito tempo. Pense em uma pedrinha dentro do sapato, próxima ao dedinho mindinho! É impossível esquecer que ela está ali. Você não caminha mais como devia, não consegue se concentrar no que tem que fazer e é bom parar para retirá-la antes que a lesão seja instalada, pois a dor será ainda mais sofrida. A mesma coisa acontece com as emoções, com as situações incômodas, com as pendências... se não são resolvidas, ficam ali nos lembrando que é preciso fazer alguma coisa. E acredite: a resolução traz muito mais alívio do que sofrimento!
Só para esclarecer, não é para todo mundo sair por aí cortando relações de forma intolerante. É, apenas, para exercitar a percepção de quando vale a pena ir adiante e quando é hora de parar. Quando é preciso insistir, e quando deixa de ser saudável dar mais um passo.
Que tenhamos discernimento!
(Nossa... acabei de me lembrar qual era o rumo que eu ia dar a este texto! Acabei me deixando levar, e o caminho percorrido foi na direção contrária. Mas tudo bem... se eu corrijo, deixo de ser eu mesma: múltipla, livre, imprevisível! Portanto, deixa como está!)
É isso.
Até mais!


domingo, 20 de maio de 2012

A vida em seu curso natural

Alguém certa vez disse que a vida é como um imenso transatlântico. Há quem aproveite todos os espetáculos, eventos, jantares e coisas boas que a viagem tem para oferecer. Mas há aqueles, entretanto, que só pensam em chegar ao seu destino. Sempre me considerei do primeiro grupo. Sempre fui de aproveitar cada pequeno prazer que a vida pode me proporcionar. Costumo brincar dizendo que trabalho como uma formiga, mas mantenho a minha alma de cigarra. Porém, em alguns momentos, me pego aprisionada a chegar no objetivo, seja ele qual for. Não estou dizendo que o bacana é viver sem rumo. Viver de um jeito que se conforma com tudo, pois tanto faz conquistar ou não alguma coisa. A questão é que se o caminho não pode ser apreciado, muito menos o fim dele dará o sentido da caminhada. Em outras palavras, os fins não justificam os meios... ao menos, não todas as vezes!
A vida é feita de pequenos momentos. Conhecer pessoas novas, novos lugares, experimentar sensações diferentes, fazer o bem, esquecer uma situação ruim, dar mais importância ao que é bom... disso é feito o caminho de cada um.
Costumamos ficar tão preocupados com o fim de um período que não apreciamos o seu decorrer. Um exemplo simples é a semana. Ficamos tão loucos para a chegada do fim de semana que não sabemos, muitas vezes, dizer o que aconteceu de positivo na segunda ou na quinta-feira. Mas se pararmos para pensar, é muito triste sabermos que de cada sete, apenas 3 dias são verdadeiramente vividos. E os outros quatro? No fim de um ano é muito tempo sem significado. Imagine então durante uma vida inteira!?
Hoje é domingo. A tendência natural de um dia como hoje é esperar que ele passe rápido, para que a semana, igualmente, voe. Já observou o tanto que você deixa de estar no presente para estar no futuro? Isto, ao contrário do que imaginamos, faz com que aquele momento chato do qual queremos nos livrar torna-se ainda mais pesado! Quando estamos aqui e agora damos sentido às coisas. Mudar esta realidade não é tarefa fácil, mas não é impossível, tampouco. Que tal, então, fazer diferente esta semana?
Aí vai a dica:
1 - Segunda-feira - Faça um caminho diferente do que está acostumado. Observe tudo ao seu redor.
2 - Terça-feira - Experimente, ainda que por alguns minutos, focar simplesmente em uma única tarefa que não seja prazer para você. Prestar atenção em uma aula, ou em um texto denso, na arrumação de algum ambiente, etc.
3 - Quarta-feira - Faça uma atividade física qualquer. Uma caminhada ou corrida no parque, dançar em casa, jogar uma partida de volei com amigos.
4 - Quinta-feira - Acorde 30 minutos mais cedo e perceba como é interessante fazer as coisas com calma.
5 - Sexta-feira - Procure experimentar alguma comida que você nunca teve coragem. Você pode se surpreender e perceber que não comia por puro preconceito.
No fim de semana, você usa o seu tempo para fazer o que quiser. Aproveite para estabelecer novos desafios para a outra semana e viva-a em cada momento.
Se você conseguir fazer pelo menos uma dessas coisas, certamente a sua semana será diferente, interessante, significativa. Viver é isso! Um dia de cada vez...
Semana passada disseram algo para mim que agora repito aqui: "Curta! Aproveite! Deixe que as coisas aconteçam no seu momento certo!"

É isso o que eu desejo... para mim e para você!

Até mais!

Ps.: Ontem vivi um desses momentos memoráveis que fizeram o meu dia diferente. Estive com pessoas novas, compartilhando histórias e ideias novas, experimentando lugares, rostos e situações igualmente novas. Fiz pessoas felizes, me fiz feliz também! Agradeço ao meu namorado que me permitiu participar daquele momento tão simples e, ao mesmo tempo, tão especial!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Por quê?

Acho que já disse aqui outras vezes que tenho uma necessidade vital de entender. Entender tudo e qualquer coisa. Fico com a minha atenção focada naquilo que não consigo compreender. A esta altura você pode estar pensando que eu era daquelas alunas que copiavam até o espirro do professor e perguntava tudo o que se relacionava com a matéria até entendê-la completamente. Não, eu não era assim! Em geral a minha necessidade se refere mais às relações. Se estou em um ambiente e chega um casal que aparentemente não tem uma ligação direta, fico observando até conseguir entender o que acontece. E isso se estende a fatos, atitudes e comportamentos que eu, simplesmente, não consigo elaborar. Sou do tipo "perguntadeira". Do tipo mais irritante deles! Sei que desestruturo as minhas "vítimas", mas é mais forte que eu... Quando me dou conta vejo que já lancei em direção ao outro um milhão de "porquês". Não sei se o que os incomoda é o fato de eu perguntar ou de tornar claro para eles o que, por muitas vezes, nem eles mesmos pararam para questionar. Minhas perguntas não param! Quero saber, quero analisar, quero entender. Algumas coisas, simplesmente, não têm respostas... há quem me diga que eu não me satisfaço quando não escuto a resposta que quero. Não sei se é bem assim. O que sei é que somente a partir do momento que questionamos a nós mesmo, somos capazes de planejar uma ação diferente da anterior. Eu gosto tanto de perguntas que queria que me perguntassem mais coisas! Eu me sinto pouco desafiada nesse sentido. Analiso tanto as coisas que acontecem que eu adoraria ser mais questionada. Por que será que o ser humano tem tanta dificuldade de parar para pensar? É como se ainda vivéssemos em um tempo onde as coisas da vida fossem explicadas através da presença de deuses e outros seres míticos. Em uma época onde podemos questionar de tudo, o fazemos cada vez menos. Por que aceitar os acontecimentos passivamente se podemos discutir sobre eles e repensar se determinadas atitudes são as mais indicadas para o momento? Por que continuar seguindo um modelo "falido" quando temos todas as ferramentas, e um cérebro cada vez mais poderoso? Engraçado, não sou de perguntar coisas como "de onde viemos?" e "para onde irá a humanidade?". Minhas questões vêm, basicamente, de coisas do cotidiano. Por que homens e mulheres pensam de modo tão diferente? Por que as pessoas não nos tratam da forma como gostam de ser tratadas? Por que, em geral, nos sentimos mais atraídos por quem nos desafia, quem é "difícil"? Mas tem também perguntas do tipo: Por que buscamos um padrão, ainda que inconscientemente? Ou, por que as pessoas mentem quando sabem que a mentira nunca vai muito longe? Para todas estas perguntas a resposta é a mesma: Não sei!
O que eu sei é que nunca terei todas as respostas do mundo, mas para ser muito sincera, acho que nem gostaria... assim não teria mais perguntas a fazer!

E você? O que gostaria de saber?

Até a próxima.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Coisas do acaso

Algumas situações simplesmente tiram você do trilho. É... Com maior ou menor intensidade, andamos em um trilho. Em parte por culpa do sistema que nos faz trabalhar no mesmo horário sempre, no mesmo lugar, com as mesmas pessoas. Imagine um autorama em que os carrinhos são presos por um ganchinho a um trilho. Eles andam em círculos, sem possibilidade de mudar o percurso. A não ser que você seja um "desastre" no controle e em uma derrapagem tire o carrinho do seu lugar. Às vezes derrapar é interessante ...
Mas voltando à vida sobre trilhos e o bem que uma mudança súbita pode fazer, vem automaticamente à minha cabeça uma cena que aconteceu comigo recentemente. Vinha eu fazendo o percurso de todos os dias, subindo aquela estrada linda que eu já mencionei aqui, e em meio à necessidade de chegar depressa e ao traçado imperfeito da rua, eis que surge, sem aviso prévio, um esquilo. Isso mesmo! Um Tico... ou Teco! Não há a menor possibilidade de passar ileso pela sensação de ter sido agraciado com o fato de estar no local certo, na hora certa. Quantas e quantas vezes já passei por ali e em quantas delas eu tive a possibilidade de ver isso? O cálculo é impreciso, mas posso afirmar que mais de cinquenta vezes... e destas, em quantas eu vivi o mesmo? Apenas duas.
É como encontrar um arco-íris após a chuva...
Depois do esquilo, não há pressa, desatenção e mau humor que persistam... não há como não se importar com a belezinha que é esse bichinho! Um outro dia, em outra situação, chamou minha atenção também em um momento de pressa - vale lembrar que estou sempre correndo! - entre uma curva e outra da estrada, um menino de seus 4 anos, carregando, desajeitadamente nos braços, um gatinho. Qualquer sensação de irritação passa numa hora como essa. É como se a vida nos forçasse a diminuir o ritmo, nos mostrasse que apesar de toda a agitação e do ritmo frenético em que vivemos, ainda há espaço para a beleza das coisas simples.
Quando paro para pensar, tenho vontade de ser mais organizada para acelerar menos, diminuir o número de atividades e me dedicar mais a cada uma delas, planejar mais para não correr tanto... Tenho me questionado sobre essas coisas da vida! Até que ponto vale a pena se render ao sistema e ver a vida passar pela janela de uma máquina de lavar roupa em funcionamento - estando dentro dela? Às vezes é como eu me sinto. Acabamos incluindo coisas demais na nossa rotina, incorporando-as a ela até não conseguirmos mais nos imaginar sem fazê-las. E para quê?
Quero imaginar que serei mais feliz se correr menos, trabalhar menos, tiver mais lazer.
Quero brincar de "ficar à toa", de dormir depois do almoço, de andar em slow motion.
Quero tudo isso e muito mais...
Eu sei que amanhã já esqueci minhas promessas vãs... Mas que o esquecimento seja, apenas, até a próxima visita do acaso...

Até!

domingo, 13 de maio de 2012

Ser mãe é...

Ser mãe é...
Sentir-se a mais importante das pessoas só por ter alguém te chamando de mamãe...
Ter um sentido especial para distinguir um “mamãe” no meio da multidão como sendo pra você e não para as outras 478 mães presentes...
Identificar os tipos de choro como sendo de fome, dor, pirraça ou sono, embora para os outros mortais eles pareçam absolutamente iguais...
Acordar no meio da noite e sair tropeçando em todos os móveis da casa até chegar no quarto do filho que despertou chorando de um pesadelo...
Decifrar um “báá” como água, bala, colo, babá, etc...
Ser mãe é...
Pagar o maior mico quando na festa do coleguinha o seu filho dá uma mordida no aniversariante...
Abandonar o próprio nome para se tornar a “mãe do fulaninho”...
Cuidar dos seus filhos e dos colegas deles no fim de semana...
Planejar uma ida ao zoológico com o mesmo entusiasmo que costumava ter para as noitadas...
Acordar linda e ir trabalhar mesmo depois de uma noite-em-claro-de-febre-de-38 do filho...
Ser mãe é...
Ficar feliz em trocar um jantar com a família por uma tarde de shopping SÓ com as amigas...
Ficar culpada por ter trocado o jantar por um momento SÓ seu...
Participar das reuniões escolares com a empolgação de uma ida ao cabeleireiro...
Vibrar com o sucesso do seu filho como sendo seu...                  
Ser a pessoa mais importante do mundo simplesmente por ter gerado uma vida...
Ser mãe é...
Passar a maior vergonha quando, apesar de todos os anúncios, o filho não faz nenhuma das gracinhas que você gostaria de mostrar...
Sentir-se eternamente em dúvida sobre a educação que dá aos seus pequenos (ou grandes!)
Virar uma onça quando alguém OUSA falar mal da sua cria...
Achar que o seu filho é, indiscutivelmente a criança mais linda, educada e fascinante de todo o mundo (mesmo que se tenha em casa 5 crianças mais lindas, educadas e fascinantes de todo o mundo!)
Enfim...
Ser mãe é doar-se, entregar-se de corpo e alma para fazer de uma pequena criaturinha uma GRANDE PESSOA!


* Este texto foi escrito em 2008... quando eu ainda nem pensava em escrever!

Até a próxima.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Autoindulgente, eu?

Ontem fui dormir cheia de motivação para ir à academia hoje. Ia aproveitar o dia tranquilo para dar uma "turbinada" na ginástica. Acordei com preguiça, pensando se realmente seria necessária aquela pressão toda e confesso que precisei de muita força de vontade - e uma olhada insatisfeita para o espelho - para me convencer de que, sim, eu precisava ir.
Saí rumo ao meu objetivo ainda não muito certa do que estava fazendo. É mais simples pensar que uma vez sem fazer o que se deve não pode ser assim tão mau. Comecei a me dar conta de que usar o argumento do "só esta vez! é mais comum do que se pensa. Vejo pessoas fazerem a coisa errada pelo simples fato de que tomar uma resolução importante dá trabalho, doi, exige desprendimento.
Quantas pessoas mantêm-se em um relacionamento falido por não conseguirem tomar uma atitude? Quantas vezes comemos aquele doce mesmo sabendo que estamos de dieta? E a compra imprevista daquele sapato da vitrine em um mês que suas contas não permitiam adqurir sequer um grampo?
O nome disso é autoindulgência. No dicionário é definido como tolerância, condescendência. Neste caso, tolerância e condescendência consigo mesmo. Em outras palavras, isto quer dizer "adiar sofrimento".
A mecânica da autoindulgência é mais ou menos assim: "eu me satisfaço agora porque eu mereço!". Ou então "Vai que as coisas mudam sozinhas! Deste jeito eu não preciso fazer nada!". Só depois é que a cobrança chega. A fatura entra embaixo da porta. Há quem a ignore, mas de modo geral, ela é paga em débito automático... e sem autorização!
Ser tolerante com as próprias falhas é necessário em vários momentos. Sofreríamos demais se não pudéssemos nos perdoar de vez em quando. O que não podemos é aceitar todos os nossos erros como parte da nossa personalidade. Eu mesma tenho um hábito, que acaba sendo uma forma de condescendência: falo com frequência que sou indisciplinada. É quase como retirar a responsabilidade sobre os meus ombros no caso de não conseguir atingir meu objetivo. Quase como uma advertência. É mais fácil agir assim do que tentar mudar. Logo eu que gosto tanto das mudanças...
Fazer o que é certo é difícil, mas não é impossível! Comprometer-se consigo é a melhor forma de ir além. Avançar quando o que se quer é recuar dá trabalho, mas igualmente dá um alívio... uma sensação de capacidade que não tem preço! A recompensa demora, mas vale a pena. Muitas vezes nos aprisionamos no argumento de que é a nossa essência e isto não muda, mas tomar uma atitude que vai contra a própria natureza é um passo enorme para a libertação de si mesmo! 
Tenho experimentado me reinventar. Tem sido maravilhoso! Sugiro que tente...
E a academia? Arrasei... treinei, corri e ainda melhorei meu tempo! Bom né? Eu acho!

É isso...

Até mais!

terça-feira, 8 de maio de 2012

As razões do coração

Dizem que o coração tem razões que a própria razão desconhece. Esquecem-se, porém, que o coração, esse músculo que bombeia o sangue e nos mantém vivos, não se emociona. Não se sabe bem ao certo porque atribuímos a ele o amor que sentimos, mas o fato é que ele, pobrezinho, serve de argumento para as "burrices" cometidas em nome dos sentimentos.
Por falar em sentimentos, coisa estranha é o que nos acontece. Criamos um campo de batalha, colocando em lados opostos os adversários "razão e emoção". Mas qual adversários, que nada! Razão e emoção habitam o mesmo espaço: o cérebro!
Os desavisados, sobretudo os jovens, padecem de suas dores afetivas, do abandono do "ser amado" colocando no coração a culpa por suas escolhas irracionais. Mas se não é a razão quem decide por quem nos apaixonamos, muito menos é o coração!
Costumo dizer que não escolhemos por quem iremos nos apaixonar, mas escolhemos, sim, o que fazemos com o que sentimos... por que nos utilizamos de um argumento quase exterior a nós mesmos para justificar esta escolha? Agimos como se o coração, sozinho, pudesse definir por quem produziremos tantas substâncias que nos dão a sensação de prazer, de estar nas nuvens, de ser eterna e irremediavelmente felizes. Esquecemos, mais uma vez, que é o cérebro quem faz tudo isso...
Falando desse jeito, parece até que o amor é uma simples constatação do que acontece por dentro da nossa cabeça, mas a questão é que a partir do momento que entendemos que o sentimento vem dela, e não do peito, fica mais fácil gerenciar as dores.
Amor não tem que rimar com dor. Assim como paixão e coração.
Se o coração tem razões que a própria razão desconhece é porque, ainda que temporariamente, os neurônios tiraram uma folguinha. E isso, que fique claro, não torna o sentimento coisa de quem não age com a razão. Muito pelo contrário, nos dá a liberdade de escolher por qual motivo decidimos gostar mais de uns que de outros. Simples assim.
O que não nos damos conta, muitas vezes, é que estabelecemos critérios que nos fazem escolher por aquela pessoa. E ainda que, aparentemente, não tenhamos nada a ver com o "eleito", no fundo é uma tentativa de fazer tudo diferente... mais uma vez por influência do cérebro.
Só se apaixona quem está predisposto a isso. Só vive esta paixão quem a alimenta. O sentimento é um bichinho que vai crescendo dentro da gente, parte do cérebro rumo ao corpo inteiro... sacia, preenche, invade, entontece, desorienta...
E o coração, coitadinho, segue cumprindo o seu nobre papel de bater, bater, bater... tantas vezes quantas forem necessárias para nos manter assim: racionalmente apaixonados!

Permita-se!

Apaixone-se!

Até.

domingo, 6 de maio de 2012

Eu tenho a força!

Ontem fui ao cinema. Fui ver um desses filmes que só mesmo por amor. Seria um desses que poderiam ficar em cartaz por seis meses que não me despertariam a vontade de ir ver. O título? Avengers. Em português, Os Vingadores. Para quem ainda não se situou, é a história de super-herois que se reunem, apesar de suas diferenças e rusgas nítidas, para salvar o mundo mais uma vez. O que espanta é perceber que, talvez, a extraterrestre da história fosse eu. O cinema estava lotado, isso porque não era a versão 3D, já que esta, na sessão anterior, havia arrastado uma multidão para a sala de projeção. E foi assim por todos os horários... imagino na semana de estreia!
Cartaz do Filme
Mas voltando ao filme, fiquei impressionada com a quantidade de pessoas que se dispõem a ir assistir a um filme cujos personagens principais, locações e antagonistas não existem na vida real. Talvez seja esta, exatamente, a magia do cinema: viver por algumas horas uma vida que não é de verdade! O filme é longo, quase 2 horas e meia, e me deixou com a sensação de ter perdido o começo e o fim dele, já que eu não sendo fã do gênero, nunca vi os filmes anteriores, tampouco li sobre eles. É, sem dúvida, uma grande aventura com pitadas de humor, mas por vários momentos me remexi na cadeira buscando uma posição que me tornasse menos incômoda aquela situação... em vão, já que o incômodo era do lado de dentro. O que estava querendo dizer é que em uma dessas vezes, pude observar os rostos compenetrados dos espectadores que nem mesmo pareciam piscar os olhos, a custa de perderem alguma cena genial. Então fiquei pensando, porque crianças, homens e mulheres precisam deste tipo de filme? Se perguntar a alguns deles, dirão que é por diversão, mas desconfio que seja mais do que isso. Suponho que seja uma necessidade de acreditar, uma necessidade de entender porque coisas ruins acontecem e porque não temos capacidade, algumas vezes, de simplesmente acabar com elas. Os monstros de lata combatidos valentemente pelos nossos herois representam as coisas que não podemos controlar. Tudo aquilo que foge ao nosso domínio nos causa incômodo... e como seria bom que tivéssemos super poderes para exterminar nossos medos, ou aquilo que os causa. O desejo de ver esse tipo de filme esbarra na vontade, própria, de fazer o bem, de agir dentro das normas, mesmo que os meios para isso não sejam os mais ortodoxos. O que faz as pessoas se disporem a assistir a um filme desses é a maravilhosa crença, ainda que ingênua, de que o bem sempre vence. Não sei se na vida real é assim que acontece, mas quero acreditar que sim!
O que faz as pessoas irem em busca desses filmes é a procura por um sentido maior, por algo que as façam querer ser melhores, para que a luta do dia a dia se justifique em benefício de um "final feliz". O cinema nos mostra finais felizes. O que nos esquecemos, às vezes, é que os finais felizes da vida real são muito mais significativos. Mas não as culpo. Seria muito pesado viver sem ilusão. Pequenas ou grandes, elas nos fazem acreditar que o dia seguinte será sempre melhor. Que perder uma batalha hoje não significa ter perdido a guerra. Que talvez tenhamos mais poderes do que qualquer super-heroi dos quadrinhos.
Se eu fosse uma heroína, desejaria que meu poder fosse o de trazer à tona a beleza do mundo, o melhor de cada um. O traje? Rosa e bem brilhante, claro! (rs)
O que consola nisso tudo é que não precisamos de poderes fabulosos para fazer a vida acontecer aqui e agora! A vida é feita de bons e maus momentos, boas e más pessoas ao nosso redor... e mesmo sem raios que saem dos olhos, carros invisíveis ou a capacidade de voar, vamos nos esquivando aqui e ali e fazendo pequenos milagres a cada dia! Isso é viver...

Até!

sábado, 5 de maio de 2012

Penedo é logo ali!

Diz a música: "Nada melhor do que não fazer nada, só para deitar e rolar com você!" A isso eu acrescentaria um lugar aconchegante...
Ler esta frase, aliás, me remete exatamente a um monte de travesseiros e a um edredom fofo. Tenho adoração por edredons, por sinal.
No último fim de semana, tive oportunidade de exercitar a estimulante tarefa de não fazer nada! Conheci um lugar novo: Penedo! Tão perto daqui e ao mesmo tempo tão desconhecida para mim até recentemente... Fui advertida, porém, de que naquele lugar não havia nada para se fazer. Tirar fotos, então? Coisa difícil! Entretanto, o mesmo aviso, vinha seguido de um " mas é uma delícia de lugar!"
Eu e meu namorado - companheiro fiel de viagens - saímos rumo a Penedo com a ideia de descansar. Ainda que o local não nos oferecesse passeios animados ou relíquias históricas bem ao nosso gosto enquanto turistas, resolvemos ir lá ver qual era. A viagem não é longa e a estrada é boa. Não levamos mais do que três horas e qualquer coisa para chegar. Como em toda cidade turística, os preços não são propriamente convidativos, mas tenho certeza de que alguma hospedagem mais barata pode se achar por lá. Outra boa alternativa é pegar um fim de semana comum, já que não se demora a chegar. Dá perfeitamente para sair do Rio no início da noite de sexta e retornar no domingo. Lá perto há programa para quem gosta mais de atividades junto à natureza, mas como muita gente sabe, nós não somos propriamente um casal adepto deste tipo de passeio. Somos mais urbanos, o que, naquele lugar nos restringe um pouco.
A cidade é bonitinha, embora não tenha uma identidade muito bem definida. Não parece ser do tipo que conserve sua história como forma de expressão para atrair o turista, mas isso não diminui em nada o charme do lugar. Existe uma cultura finlandesa bastante forte por lá. Nas placas das lojas, inclusive, encontram-se palavras escritas em um idioma completamente estranho. O chocolate e as trutas fazem parte dos cardápios dos mais variados restaurantes e lojas.
www.villaluna.com.br
Como eu gosto de fazer quando visito um lugar, algumas dicas podem ser interessantes para quem quiser se aventurar nessa viagem.
Por indicação de uma amiga que esteve em Penedo no carnaval, ficamos hospedados na Pousada Villa Luna. Para quem quer conforto sem frescuras desnecessárias é uma ótima escolha. Minha amiga definiu muito bem ao dizer que a pousada faz o estilo "Rústico Chique"... é bem por aí! Outra grande vantagem da pousada é o fato de ser muito pertinho da rua principal. Dá tranquilamente para fazer tudo a pé, o que é muito bacana para o caso de você querer beber um vinho, por exemplo, que combina bastante com atmosfera do lugar.

Entrada da pousada
O atendimento da pousada é bom, tem um clima familiar. E para completar eles têm um pizzaria que funciona na frente. A pizza é bem gostosa, mas se estiver por lá sugiro que experimente o calzone de abobrinha também. É simplesmente delicioso. A massa é perfeita e o recheio combina maravilhosamente bem! Para a entrada, a burrata é uma ótima escolha. Aliás, comer em Penedo é uma tarefa fácil, pois a comida é gostosa e há bons lugares para conhecer. Um dos restaurantes que eu indico é o Parrilla. Sugestão do meu cunhado. É uma casa bonita, agradável e a comida, muito gostosa. Tem um cardápio baseado em carnes, mas há menu infantil e pratos com peixe. Vale a pena!
Para conhecer, já que este é um dos pontos fortes de Penedo, eu sugiro ir à Casa do Chocolate. O que não falta por lá é loja deste artigo, inclusive. Se estiver frio, tome um chocolate. É um copo de bebida bem quente e cremosa, que ainda vem acompanhada de uma barrinha para colocar dentro e esperar derreter. Imbatível! Eu não comprei, mas há o preparado em pó para levar e fazer em casa.
Se quiser um programa romântico e puder desembolsar um pouco mais de dinheiro, sugiro o restaurante Pérgola, da Chef Tatiana Martins. É um casa de especialidades italianas, com um ambiente muito acolhedor, apesar de refinado. Ele fica na mesma rua da pousada, a Avenida das Mangueiras e não é difícil de achar.
Se eu tivesse que resumir Penedo em três palavras, seriam "cama, mesa e banho"...

E precisa mais? Só uma boa companhia!

Até a próxima!

terça-feira, 1 de maio de 2012

É maio!

E maio chegou!
Maio é aquele mês que ainda traz uma sensação de que o ano apenas começou. Quase não nos lembramos que o próximo mês já é o meio do ano. Como o recesso escolar é em julho, acabamos atribuindo a este, a metade do período, mas é apenas uma convenção equivocada!
Maio é um mês que nos dá a certeza de que o tempo já está frio. Já não temos coragem de sair de casa sem levar um casaco - e é bom que seja assim! -  pois percebemos que após o "sumiço" do sol, a temperatura cai vertiginosamente. Confesso que maio para mim tem um certo charme. O trabalho já engrenou, as coisas já estão no "piloto automático" e logo, logo o período do descanso se aproxima. Os programas começam a se transferir para os ambientes fechados, e o aconchego dos edredons e almofadas toma conta das casas.
Maio representa o tempo em que começamos a "inaugurar" o uso de roupas da estação mais charmosa do ano. Época de novidades nas vitrines. O vento é frio, o céu um pouco mais cinzento, as manhãs mais preguiçosas. A vontade de ficar na cama até mais tarde lembra a cada um que o dia será longo. O ar geladinho que entra pela fresta da janela é um convite a uma bebida quentinha e a uma companhia agradável. Garante a cada um o direito de desejar ter uma lareira por perto. Neste mês todas as noites deveriam ser de sábado, todos os encontros deveriam ser românticos, todos os programas reservados a receber os amigos. No mês de maio, uma nostalgia gostosa invade o espaço. Uma vontade de resgatar o que nos é caro se faz cada vez mais presente. Uma espécie de contemplação incita o espírito a se preparar para os tempos de reclusão que se fazem necessários com a chegada do inverno.
Em maio, finalmente nos damos conta de que o verão ficou para trás. A consciência do tempo passado torna toda atitude urgente, visto que perdemos muitas oportunidades de pensar na vida nos últimos meses. Afinal, os dias e as noites do verão não foram feitos para análises. Eles foram estrategicamente arquitetados para deixar a vida nos levar. Se eu pensar no verão como um elemento natural, diria que é uma grande onda, morna e cheirosa que nos carrega para lá e para cá. Agora a "farra" acabou. Em maio, é o vento quem dita as regras. Ele também no leva para todos os lados, mas por alguma razão desconhecida, conseguimos navegar esse gigante. Parece que as ações estão mais pensadas, o ir e vir de cada um é proposital, o planejamento faz parte do dia. Logo ao acordar nos preocupamos com a roupa que vestiremos, os objetos que levaremos, os lugares onde iremos. Cada pequena atitude é pensada com antecedência. A temperatura e o clima variam com as horas e é necessário estar no controle de cada mudança. A natureza é mesmo perfeita. Muda dentro de seu tempo para nos mostrar que é hora de fazer o mesmo!
Maio é para isso! Para planejar os meses do inverno, para se reestruturar antes de uma nova primavera, é tempo de equilibrar os exageros do verão. É outono com cheirinho de inverno...
Não temos aqui por perto tantas árvores que perdem suas folhas nessa época, mas certamente as nossas folhas já apontam para a necessidade de trocá-las.

Que maio nos traga força!

Até logo.