quarta-feira, 20 de junho de 2012

Bons e maus momentos

Não sei dizer se a neurose é só minha ou se isso acontece com mais gente. Uma vez disse à minha psicóloga algo que parece loucura - e talvez seja mesmo! Disse a ela: Como é difícil ser feliz! Na hora ela me respondeu: Difícil coisa nenhuma! Para com isso. Talvez eu não tenha me expressado bem. Por que eu acho difícil ser feliz? Porque quando tudo está muito bem, bem demais, bate aquela sensação de que algo de ruim tem que acontecer. É como se quase fosse proibido estar assim. Não é possível que algumas pessoas sofram tanto enquanto outras são irremediavelmente felizes. Na minha cabecinha "condenada" penso logo que algo vai acontecer para me tirar da minha zona de imenso conforto. E aí, quase fico procurando razões para tentar entender porque eu sou a escolhida para ter tantos privilégios. Não é possível! Talvez a neurose seja só minha, mas a situação que eu acabei de descrever realmente faz parte dos meus pensamentos. É como se de tanto medo de perder a benignidade do meu momento feliz, cavasse alguma adversidade para então as coisas entrarem nos eixos.
É ainda mais louco, mas quando algo ruim acontece, parece que tudo volta ao normal e aí sim é possível desfrutar dos benefícios concedidos a mim. Por outro lado, como é difícil aceitar que alguma coisa ruim aconteça...
Costumo pedir a Deus que me mostre o caminho certo. Que as coisas que eu desejo só devem acontecer se assim for o melhor. Minha mãe sempre me diz que na hora em que somos contrariados nos revoltamos ou entristecemos e tentamos entender porque aquilo aconteceu logo conosco. Porém, passado algum tempo, uma outra situação vem e nos mostra a razão das coisas terem sido resolvidas daquele e não de outro jeito. A aceitação é o fator fundamental. Se deixamos as coisas na "mão de quem resolve" não há porque nos incomodarmos se a resolução fugir das nossas expectativas. E assim é com tudo. Tudo bem que existe o livre arbítrio, e quem acredita em Deus sabe do que eu estou falando, mas no instante em que eu entrego o meu momento a Ele, devo, igualmente, aceitar o que vem para mim.
Não sei se acredito em um Deus punitivo, tantas vezes mostrado pela Igreja. Um Deus justo, certamente. O que fizemos ontem fatalmente definirá os rumos do hoje. Mas sempre é tempo de redesenhar um novo amanhã.
Por isso, neste momento, eu me limito a desfrutar das boas coisas que vêm para mim e procuro não pensar no lado "não bom" dessa vida. Sei que sou merecedora! E os maus pensamentos? O medo de tudo de repente acabar? Ah... dá uma topada em uma pedra e pronto... alguma coisa ruim já vai ter acontecido. (rs)

Viva a vida e seja feliz!

É isso!

Até breve.

4 comentários:

  1. Gostei, gostei mesmo deste texto (como se eu não gostasse dos outros, né rs?!)

    O que acontece é que me identifiquei bastante, por ter esta mesma sensação... de que tudo que é muito bom, que dá muito certo, não pode ser tão bom assim, que em um dado momento, algo vai acontecer só porque nada pode ser "perfeito". Mas, na verdade, aceitar a própria felicidade, enquanto há tanta gente infeliz traz uma sensação esquisita...

    Esses dias, falava com um amigo, sobre acreditar em "gotas" de felicidades... que no caminho, conquistamos essas gotas, que fazem parte de algo maior do que podemos imaginar. Pode ser que esta seja uma saída para dar conta de aceitar a própria felicidade... rs...

    Sobre Deus, me veio uma história... Serei breve. Não me lembro bem, mas lembro do sentido.

    Uma vez, pediram a um homem que apresentasse Deus a um menino. Tarefa difícil... O homem aproveitou o trovão para falar da bravura do Pai, a noite para falar dos perigos... No fim do dia, o Pai apareceu. O menino não teve coragem de conhecê-lo e se escondeu atrás do homem. Este homem não entendeu.

    Um outro homem, então foi encarregado do mesmo trabalho. Era tanta coisa para falar sobre o Pai, que ele precisava correr... Passou rápido pelo riacho e falou que era criação do Pai... Quando o menino ouviu o canto de um pássaro, se percebeu sendo puxado, pq não havia tempo para admirar as obras do Pai. No fim da tarde, o Pai apareceu, mas o menino, com as bochechas vermelhas de cansaço de tanta correria, não teve vontade de conhecer o Pai...

    Um terceiro homem, então foi encarregado da mesma atividade. Desta vez, era um homem que sentia mais que explicava... Então, deitado sob a sombra de uma árvore, falou sobre o Pai de maneira leve e inteira... sobre o acolhimento. Ao canto do pássaro, relacionou as nossas orações que o Pai nunca deixa de ouvir... Sobre a chuva, lembrou da misericórdia do Pai, sobre os cuidados. No fim da tarde, o Pai apareceu. O menino correu ao seu encontro e o abraçou. O homem foi esquecido; ele estava feliz.

    O meu Deus, assim como o seu, me foi apresentado por este terceiro homem.

    E não poderia finalizar melhor que vc... "E os maus pensamentos? O medo de tudo de repente acabar? Ah... dá uma topada em uma pedra e pronto... alguma coisa ruim já vai ter acontecido. (rs)".

    Beijocas, querida!

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    1. Poxa Patricia, que comentário lindo! Mto emocionante até. Também acredito em um Deus que é misericordioso e Pai, acima de tudo! Que a gente saiba ser feliz e merecer as boas coisas que a vida nos proporciona.

      Bjs! Adorei...

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  2. Adorei... o final então... bacanérrimo... temos que afastar esses pensamentos ruins mesmo... bjão. Vanessa ps- saudades

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    1. é... as vezes é meio difícil isso, mas precisamos tentar... sempre! Obrigada pelo carinho, pela visita e pelo comentário... a saudade, recíproca, a gente mata em breve! rs... bjs

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