quarta-feira, 27 de junho de 2012

Seis graus de separação

Já ouviu falar nos "seis graus de separação"? Já falei sobre isso aqui. Trata-se de uma teoria que diz que podemos conhecer qualquer pessoa com uma diferença de seis pessoas entre uma ponta e outra. Dizem, inclusive, que com a internet e as redes sociais, este grau já caiu de seis para quatro e qualquer coisa. Conheço muitas pessoas. Não porque eu seja popular, mas porque dificilmente me esqueço das que conheço. Às vezes o nome me falha, mas a fisionomia, frequentemente fica gravada na memória. Como morei em vários lugares, estudei em escolas diferentes, e participei de diversos grupos sociais, vou agregando aqui e ali, no meu arquivo particular os rostos que vão passando pela minha vida. Histórias também me dizem muito. Na verdade, os rostos, sem as histórias não fazem muito sentido. Costumo dizer que memória é associação. Ao menos comigo funciona assim. Crio uma verdadeira teia de fatos que me fazem lembrar de pessoas mesmo quando as vejo poucas vezes e muito tempo já se passou. Sou capaz de identificar alunos que ainda estavam na infância e que, em algumas situações, nem mesmo se lembram de mim, depois que se tornam adultos. Faço isso não só porque minha memória é boa (aliás, sou referência entre os amigos como aquela que se lembra de tudo!), mas porque para mim, o que vale da vida, são as relações que estabelecemos. Sou fã das redes sociais, sobretudo, pela questão humana e pela possibilidade de estreitar laços que ela proporciona. Algumas pessoas que têm dificuldade de estabelecer vínculos, ou que têm incompatibilidade com a coletividade dizem que gostariam de viver sozinhas. Engraçado, que eu sempre fui muito independente e, em grande parte do meu tempo, eu me "viro sozinha", mas eu sou um ser social por essência! Não saberia não conversar, não trocar ideias, não emitir opiniões. Acho que escolhi minha profissão pela possibilidade que eu tenho de conhecer pessoas e entrar em contato com as cabecinhas loucas e maravilhosas dos seres humanos. Nunca fui uma boa aluna no sentido disciplinar e acadêmico da coisa. Sempre frequentei a escola no intuito de criar laços. Gostava muito mais dos intervalos. Não porque aulas eram chatas, tinham regras insanas e conteúdos irrelevantes, mas porque eu não podia conversar. Eu me lembro de não ter guardado um só caderno, mas tive durante muitos anos os bilhetinhos (sms´s arcaicos!) trocados com os colegas de sala durante as aulas.
Sou uma pesquisadora desde sempre. Adorava ver outras crianças brincando, as regras que criavam, enquanto exercitava a minha capacidade de fazer associações. Quando na casa dos meus avós, meus irmãos e primos, todos mais velhos que eu, debochavam de mim por ficar no meu canto, fazendo qualquer coisa que na brincadeira não tinha a menor relevância, mas mal sabiam eles que eu estava fazendo a minha cabeça funcionar. Imaginava mil coisas, inventava mundos só meus, e os observava muito. Tanto, que me lembro com vários detalhes, de episódios vividos naquela época.
O barato de se viver em meio a um mundo tão lotado é ter infinitas possibilidades de conhecer pessoas. Pessoas estas que não sabemos, no momento em que as conhecemos, que papel elas terão na nossa vida. Algumas passam. Outras ficam e nos transformam de alguma maneira. Mas todas elas, certamente, estarão gravadas de mãos dadas com suas histórias, na minha memória. Todas dentro do seu espaço, maior ou menor, mais acessado ou não, mas jamais esquecidas.
Você faz parte deste acervo... tenho certeza!

Até mais...

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