terça-feira, 25 de setembro de 2012

Das relações...

Tudo começa muito leve. Divertido, consensual, delicado. Tudo são flores. Há só risadas, conversas amenas e uma atmosfera de gentileza domina o espaço. As relações quase sempre começam assim. Já observou que as séries de TV são deste jeito? No início os episódios são engraçados e as relações entre os personagens, quase sempre, são agradáveis. Com o passar das temporadas, as relações vão se aprofundando e os conflitos começam a aparecer. Além dos conflitos vem as situações dramáticas, as experiências negativas e os problemas. Sempre me "queixei" disso. Escolhia as séries pela leveza e diversão que podiam me proporcionar, e aos poucos, elas iam perdendo a alegria e se tornando "pesadas". O mais curioso disso é que só conseguimos perceber a mudança quando revemos episódios antigos. A coisa acontece de forma tão gradual que vamos vivendo aquelas vidas retratadas nas séries como sendo um pouquinho nossas. E apenas quando recorremos ao passado identificamos a revolução ocorrida na trama. 
E por que isto acontece? Ora, porque na vida real as coisas são do mesmo jeito...
Quando conhecemos alguém nos esforçamos (com prazer!) para agradar, para mostrar o nosso melhor lado, para construir uma relação amistosa. Quando iniciamos uma relação, seja de afeto, trabalho ou apenas social, buscamos ser empáticos, ouvir o outro com todos os sentidos, compreender (e dar razão!) o que vem de fora. Falsidade? Acho que não. Instinto de sobrevivência, talvez. Precisamos ser aceitos, queremos mostrar nossos talentos, desenvolvemos um dom especial de agradar. Mas aí o tempo vai passando e o espaço que era ocupado por frases simpáticas e atitudes cordiais, aos poucos vai sendo substituído pela autenticidade. Com o passar do tempo, agimos de maneira mais natural e os trejeitos "programados" dão lugar ao verdadeiro "eu" de cada um. E aí, não cabe mais vestir a melhor cara, escolher as palavras que massageiam o ouvido do outro, nem decidir previamente o que fazer. Uma vez revelada a sua verdadeira identidade, resta pouco a ser feito.  No entanto, é neste momento que definimos as pessoas que permanecerão ao nosso lado e as que estavam apenas de passagem. Não é fácil se revelar. Não é fácil, igualmente, nos aceitarem do jeito que somos. O que é fato, porém, é que as pessoas cujas relações não se aprofundam, não se sustentam. São apenas "conhecidas". Há pessoas que fazem parte da nossa vida em determinadas épocas. Por circunstâncias várias se afastam de nós e outras vão entrando no circuito. Entretanto, uma vez que se aceita o outro como ele é, um laço se estabelece para sempre. E ainda que afastados por um longo tempo, aquela relação não se desfaz. Uma conexão foi criada e, de alguma forma, ela se refaz tão logo seja possível. A estas pessoas, chamamos AMIGOS. A razão que fez esta relação começar pouco importa. Pode ser um colega do colégio, pode ser parente, pode ser marido. Não faz diferença que outro título se possa ter. O que importa mesmo é que cada um tenha o direito de se mostrar do jeito que é, de apresentar seus talentos e suas fraquezas, de rir ou chorar a despeito da plateia.
O que importa mesmo é que seja de verdade... seja inteiro... seja genuíno. 

A todas as pessoas que conhecem o pior e o melhor de mim, e me aceitam do jeito que eu sou, o meu eterno agradecimento!

Até mais...

2 comentários:

  1. É impressionante como vc se supera a cada texto que vc escreve! Beijos Karina Melo

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    1. Ah, Karina... q linda vc é... Obrigada pelo carinho imenso! São comentários como o seu que me incentivam a escrever sempre mais... bjs

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