segunda-feira, 19 de março de 2012

Mr. Pac-Man

A tela era preta. Um monstrinho redondo percorria um caminho quadrado comendo pastilhinhas e, eventualmente, fugindo de um inimigo. Esse era o Mr. Pac-Man. A imperfeição dos traços e os parcos efeitos do jogo não diminuíam em nada a nossa vontade de jogar. O ano era algo em torno de 1984. Num mundo onde a tecnologia ainda evoluía a passos lentos, o Atari se mostrava um videogame para lá de moderno. Ele era o sonho de consumo das crianças daquela época.
Em um tempo onde nem mesmo os controles são necessários, onde o corpo é o instrumento usado para jogar, as crianças de hoje certamente não veriam tanta graça em manejar de forma tão arcaica um bonequinho monocromático. Mas o fato é que nós éramos muito felizes. A brincadeira só era legal quando dividida com os amigos em pequenos torneios para ver quem tinha mais habilidade. E, para isso, não existia uma rede interligando todos os aparelhos. O grupo tinha que se reunir, presencialmente, na casa de alguém. Outra coisa bem interessante era o intercâmbio que fazíamos para ter acesso a vários cartuchos, já que eram caros. Então, trocávamos com amigos para experimentar jogos diferentes dos que tínhamos. Com isso, exercitávamos a troca, a generosidade, o desapego. Vivenciávamos uma competição saudável e uma das muitas oportunidades de estar com os amigos. Digo que era uma das oportunidades, pois as brincadeiras naquela época não se restringiam à frente da televisão, mas iam até o pátio atrás do prédio para jogar vôlei ou brincar de pique-esconde com a "molecada" da rua.
Não posso dizer que éramos mais felizes porque não há pra mim, cronologicamente falando, como viver uma infância no século XXI, mas tenho minhas sérias desconfianças de que nós éramos, ao menos, mais crianças!
Estive ontem na cidade em que eu vivi a maior parte dessas situações. Hoje de manhã visitei a feira livre de lá. Me deparei com algo que preenchia as minhas tardes saídas do colégio e que eu não via há pelo menos uns 25 anos... sendo generosa com o tempo passado: a pipoca de macarrão. Hoje, para ser sincera, nem teve o mesmo gosto de outras épocas... se o paladar não foi tão satisfatoriamente atendido, a memória, sem dúvida, ganhou um grande presente! E foi um saquinho de pipoca que me fez recordar todas essas coisas.
Desejo portanto (e apenas!) que os meus filhos, se um dia existirem, possam experimentar dessas doces experiências... com ou sem pipoca de macarrão!

Até breve.

4 comentários:

  1. Ah Cris!! Adorava PC- Man, Endure a aquele joguinho do aviãozinho que já não me lembro mais o nome correto. Hoje em dia, meu filho tem um PC-Man para Play 2 mas nada comparado com o da nossa época, ou seja da época do cartucho. Mas confesso uma coisa....acho que nunca comi essa pipoca de macarrão. Teria um outro nome? Rsrs ou talvez essa pipoca não seja da minha época, afinal ainda estou na flor da idade (kkkk) Bjs

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    1. ah.... os jogos eram td de bom, né Marcela? O joguinho do avião, por acaso era o River Raid? Eu amava tb. E ainda tinha o Hero, o Pitfall, Donkey Kong e tantos outros... sobre a pipoca, eu comia muito em uma carrocinha em frente ao Santa Isabel, mas há mto não via... até este domingo, na feirinha de Terê. Um presente! Acho q não tem outro nome não. Ela é doce e em nada lembra pipoca ou macarrão. kkk.. bjs

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  2. Ai que saudade...minha boca encheu dágua!!!! Bjs

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    1. Pois é... com o advento da pipoca de micro-ondas deixamos de lado a das carrocinhas, que no fundo são muito mais saborosas. Eu só comia essa de macarrão. E vc comia a salgada sem casca. Pois nessa carrocinha tinha todas elas. Fica na feirinha do Alto. Vai lá qqr hora! bjs

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