sábado, 10 de março de 2012

O amor nos tempos do cólera

Sempre gostei de ler. Aliás, me alfabetizei antes de ir para a escola. Minha irmã, quase 3 anos mais velha que eu me passava em casa as lições que ela aprendia. Então, aprendi a separar sílabas e identificar a sílaba tônica antes mesmo de saber ler! Já na alfabetização, minha mãe comprava os livros solicitados pela professora no dia de entregá-los na escola, pois se o fizesse com antecedência eu lia antes de levar para a turma. Lembro ainda do primeiro livro inteiro que li sozinha. Chamava "Mimosa, a bezerrinha formosa". Como eu gostava daquela história! Ao recebê-la de volta no fim do período letivo carreguei-a por alguns anos como o meu livro predileto. Depois veio "Sonho de Prequeté", "Vinda com a Neve", e tantos outros títulos que me fizeram imaginar, criar um mundo diferente e gostar cada vez mais da leitura. Ainda hoje contava para os meus alunos que aos 10, 11 anos eu lia as revistas femininas adultas, pois as destinadas ao público adolescente continham matérias muito pequenas. Sou do tipo que lê de tudo um pouco. Quando criança, me lembro de tomar leite com chocolate lendo o rótulo dos produtos em cima da mesa. Ler para mim é quase uma mania, um vício.
Já na adolescência, passei por todos os livros exigidos pelas aulas de literatura e, confesso, burlei um bocado de "provas de interpretação". Aí eu me pergunto: Por que será que a escola conseguiu, temporariamente, acabar com o meu desejo pelas letrinhas? Será que a obrigatoriedade faz com que o prazer fique em segundo plano?
Fora da escola, recuperei o gosto pelos livros. Como qualquer outra atividade não obrigatória, ler exige uma boa dose de autoconhecimento, experimentação e capacidade de escolher o que mais lhe agrada. Não dá para considerar o prazer, ou não, de ler como uma coisa única, um pacote. Ler exige empatia com o título que foi escolhido!
Certa vez fui "apresentada" a Gabriel Garcia Marquez. O título não era aquele pelo qual ele recebeu o prêmio Nobel, mas apesar da aparente falta de identificação, ao ler as primeiras páginas, tive certeza de que aquele livro me marcaria para sempre. Tratava-se de "O amor nos tempos do cólera". Simplesmente apaixonante!
Tudo bem que eu conheço mais pessoas que não conseguem lê-lo, do que pessoas que conseguem. Isto porque o seu estilo fantasioso, muitas vezes, causa um certo "incômodo" pela não compreensão de algumas situações descritas. Outra questão é sua forma super detalhada de escrever. Costumo dizer que consigo sentir o calor e os vapores da Colômbia enquanto leio seus textos, tamanha fidelidade dos relatos. Este livro, para quem nunca leu, é uma história de amor maduro, tardio e cheio de beleza. É poesia pura! Há tempos concluí sua leitura. Preciso mergulhar novamente nesse universo.
Devo admitir que tenho uma "paixão" nada secreta pelo Gabo (para os íntimos! rs). Já conto com uma pequena coleção de seus títulos,  o que me torna absolutamente suspeita, mas pelo sim, pelo não, sugiro que experimente. Só assim você poderá decidir se gosta ou não da sua literatura. Agora, um alerta: Dispa-se de seus conceitos e do seu entendimento de mundo. Nem tudo nas suas obras pode ser explicado de forma lógica. Apenas sinta e divirta-se!

Boa leitura!

Até breve

4 comentários:

  1. Já ouvi alguns bons comentários a respeito desse livro, mas nunca tive a oportunidade de ler. Gostei da dica! Bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É, Marcela, de fato é uma história linda! Conheço algumas pessoas que não conseguiram ler pq sua forma de escrever é, para alguns, difícil de seguir, tamanha quantidade de detalhes. Ou vc embarca na história, ou vc não consegue ir adiante! Mas eu recomendo de verdade!
      bjs

      Excluir
  2. "Me empresta"?????

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Claro... sou ciumenta com meus livros, mas eu sei que de vc ele vai voltar! rs... bjs

      Excluir