sábado, 14 de abril de 2012

É ouro, prata ou bronze...

Já disse algumas vezes aqui que muitas são as coisas que me emocionam. Não é difícil me ver chorar por coisas extremamente simples como comerciais de margarina, por exemplo. Mas se tem algo que realmente me toca é o esporte. Só para esclarecer eu não estou falando de qualquer jogo de futebol no domingo, mas de grandes competições como panamericanos e olimpíadas. Embora estejamos falando de atletas de performance e isso, por si só, exige uma grande dose de preparação e um excelente nível técnico, a farta distribuição de medalhas dá a sensação daquela olímpiada da escola onde todo mundo tem chance de ganhá-las. Aliás, as crianças têm uma visão muito particular dessas situações. Lembro de um episódio há uns anos, quando a Maurren Maggi conquistou uma medalha de ouro e, ao comunicar à filha que naquela época devia ter os seus 4 anos, ouviu como resposta um "ah! eu queria uma de prata!"... o que dizer diante disso?
O esporte agrega, o que é paradoxal à competição. Apesar da seleção ser rigorosa, o esporte dá a qualquer um, democraticamente, a condição de se tornar o melhor. Há aquelas modalidades que segregam a começar pelo equipamento e local de treino exigidos, como o hipismo, o golfe ou o polo. Mas não é difícil encontrar aquele menino pobre que trabalhava como apoio dos atletas e que, de repente, se mostra em condição de fazer o mesmo que eles.
Tenho uma predileção pelas modalidades em que a competição se resolve de forma rápida, como o judô, a natação ou o atletismo.Torço como se estivesse na arquibancada e vibro a cada conquista suada. As olimpiadas chamam atenção não só para os atletas do nosso país, mas para todos aqueles que têm uma história de superação para contar. Aliás, esporte rima com superação. Os atletas profissionais costumam dizer que ser profissional sem sentir dor não existe. Acho que isso se aplica a qualquer área, para ser sincera. A dor do atleta é física, mas também é emocional. Dar tudo de si e no fim das contas perder a competição, onde só se tem uma chance para mostrar suas muitas horas de dedicação, deve trazer uma frustração sem tamanho. Por outro lado, são pessoas que exatamente por andarem na corda bamba das emoções, se fortalecem a cada queda. Nas outras profissões somos privilegiados em ter a oportunidade de tentar várias vezes, mas o sacrifício pode ser comparado quando gastamos horas e horas de estudos, anos e anos de dedicação, fins de semana em busca de aprimoramento. Não ganhamos medalhas, mas por outro lado também não temos que nos contentar com apenas os três primeiros lugares no pódium. Nos concentramos diante de um evento importante, abdicamos de programas sociais e do convívio com a família ou amigos para nos dedicar com mais ênfase àquela tarefa tão importante.
Os atletas são frágeis na mesma intensidade que demonstram sua "opulência" física. Parece contraditório, mas não é. Os corpos perfeitamente esculpidos funcionam no limite da sua capacidade, e isso os torna inacreditavelmente definidos, porém um mínimo passo em falso causa uma lesão que denota o quão frágeis eles são.
Fora o aspecto competitivo disso tudo, o esporte é pura beleza. É poesia em forma de imagem. É dor, é lágrima, é riso, é festa... tudo na mesma proporção, em cores saturadas, em contornos recheados de música.
A fluidez da ginástica, a estética do ritmo, a força dos movimentos. É a vida em uma perspectiva tridimensionalmente lírica.

Que venha Londres!

Até.

2 comentários:

  1. Adorooo também. Acordo cedinho e tudo pra acompanhar as disputas.... bjs

    ps: agora com fotinha. Bjs

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    1. ai, Marcela, eu tb!!! E chooooooro toda vez q tem brasileiro no pódium... rs...

      bjs...

      ps.: agora com fotinha... rs

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