domingo, 22 de abril de 2012

Apenas equívocos...

Dia desses eu estava ouvindo umas músicas antigas. Para ser sincera, muitas que eu nem lembrava mais que existiam. A breguice delas impressiona. Na verdade eu não estou me referindo a clássicos que, por isso mesmo, são atemporais, mas àquelas canções que duram o breve instante de uma temporada, dessas equivocadas, que geralmente acontecem no verão. Alguém aí se lembra de "Bamdamel"? E "Banda Reflexus"? Melhor que não! Aliás, por falar nisso, parece que no verão damos férias não só a nós mesmos, mas também ao nosso senso estético... e com as músicas não é diferente! Por que será que nos damos o direito de inventar "moda" literalmente com aquilo que deveria ficar guardado no canto mais atrofiado do nosso cérebro? Ontem resolvi pegar umas fotos velhas para levar para meus amigos verem. Um festival de cortes de cabelo surreais, modelos assimétricos e as benditas ombreiras, foram alguns dos muitos absurdos "fashionísticos" dos anos 80 e 90. O que era aquele cabelo arrepiado no melhor estilo Chitãozinho e Xororó que fazia a cabeça das pessoas mais descoladas? Assim como a calça de cintura altíssima (meu namorado tem um termo ótimo pra isso: calça rulê! rs), que era um coringa dentro do guarda-roupa. A maquiagem, nos anos 80, então nem se fala! Tinham o estilo "soco na cara", com um blush forte e mal distribuído nas bochechas.

Olha só! Até a Sarah Jessica Parker, que atualmente é um ícone da moda por causa de sua personagem Carrie Bradshaw, já viveu seus momentos de insanidade capilar.
Os anos 80 foram determinantes para a moda que encontramos hoje. Acho que foi o primeiro período da história recente em que a moda mudou com bastante frequência e as pessoas começaram a buscar uma identidade própria. Eram várias tribos que dividiam o espaço nas ruas. Havia gosto para tudo! Os anos 80 ficaram marcados pelo começo da diversidade declarada. Nessa época nos permitimos ser mais livres sem sermos vistos como estranhos. Digo isso porque em décadas anteriores tinham os hippies, mas eles eram um grupo a parte, com um estilo de vida idem. Na década seguinte cada um podia desfilar seu estilo aqui e ali sem ser "incomodado". E era possível realmente encontrar-se de tudo. Faixas para colocar na testa, calças com estampas absolutamente duvidosas, blusas com recortes que pareciam ter saído de filmes de ficção científica... tudo nas vitrines das melhores lojas. Ser básico naquela época era quase um pecado mortal! E ainda assim, se você viveu aquela época e está dizendo para você mesmo que as coisas não eram bem desse jeito, sugiro pegar no armário aquela caixa de fotos e dar uma olhadinha. Aposto que irá se surpreender com as coisas que teve coragem de usar.
Refrescar a memória nesses momentos, aliás, faz um bem enorme, pois acabamos sendo mais condescendentes com o tempo que passou. Estou mais velha, porém menos cafona! Aliás, existe palavra mais cafona que ela própria? CA-FO-NA. Até a sonoridade é brega. Lembra uma buzina!
Rir de tudo isso é um alívio para a alma. Mostra que evoluímos, felizmente. E quando a dúvida fizer parte dos seus questionamentos, quando você se perguntar porque não foi forte o suficiente para resistir àquelas investidas impróprias da moda sucumbindo a ela, lembre-se que poderia ser muito pior. O máximo da capacidade instantânea de compartilhar os momentos era uma Polaroid. Sorte nossa que a internet só veio aparecer muito depois!

Ainda bem!

Até.

2 comentários:

  1. Cris, eu sempre me surpreendo com esta capacidade maravilhosa que vc tem de escrever!

    Achei o texto muito bacana, traz um recorte histórico interessantíssimo, além, claro, das lembranças de como tudo na vida passa. E como a gente faz e usa coisas cafonas rs!!!

    Bom, não vivi este tempo... Faço parte do grupo dos vinte e poucos anos! Mas, é curioso pensar que estes estilos já foram vivos, um dia, né?
    De qualquer forma, na infância, minha mãe me vestia de maneira duvidosa, também... rsrsrs

    Beijocas!

    Patricia Bastos

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    1. é, Patricia. As vezes eu começo um texto de maneira tão despretensiosa que nem sei como vai terminar... e em alguns casos eu gosto do resultado. Gostei desse, achei divertido! De fato os anos 80 foram recheados de boas coisas para se lembrar... sobretudo para não repetir! rsrsrs.. que bom que gostou... bjs

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