quarta-feira, 18 de abril de 2012

Botox!

Um dia a gente acorda e se dá conta de que envelheceu? Acho que não. Afinal, envelhecer é o dia-a-dia. Eu me lembro, quando bem mais nova, que eu me imaginava no alto dos meus "quase quarenta anos" muito diferente de quem eu sou hoje. Talvez porque já tenha "conhecido" a minha mãe com esta idade. Não, eu não fui adotada! Mas quando eu nasci minha mãe já tinha 31 anos e, entendendo um pouco como as coisas funcionavam, ou seja, já aos 7, minha mãe tinha a idade que eu tenho hoje. Sempre disse a ela que não a conheci nova. Hoje eu sei que isso não é bem verdade! (rs). Mas voltando...
Eu me imaginava muito distante disso porque a referência que eu tinha de uma mulher dessa idade era a minha mãe e, tendo ela uma vida muito diferente da minha atual, eu acreditava que este era o padrão para uma mulher adulta: casada, com três filhos e uma carreira profissional próxima do fim. Com ela, de fato, foi assim. Apenas sete anos mais tarde ela era aposentada... condição que permanece até hoje - graças a Deus! - há vinte e quatro anos!
Devo confessar que venho de uma família de longevos. Minha família, em sua grande maioria, morre de velhice. Um dia a máquina para de funcionar... simples assim! Por conta disso tenho pouca vivência de perda (ainda bem!), mas em compensação tenho muita noção do que o tempo faz com o corpo e de que é preciso cuidar bastante agora já que ele foi feito para durar muito... pelo menos aqui em casa!
Por falar em corpo, um dia desses eu estava na academia, em uma aula de jump, aquelas caminhas elásticas que a gente pula ao som de uma música frenética seguindo uma coreografia, e umas jovenzinhas (vocabulário de velho! rs) faziam tudo como se fossem movidas a pilha quando eu já estava prestes a ter um infarto. Eu brincava com a situação dizendo "um dia eu já fui assim..." como quem fala de jovens adultas. Qual não foi minha surpresa quando a professora me disse que estas mocinhas tinham entre 14 e 16 anos. Foi uma libertação! Com esta idade eu seria capaz de fazer aquilo e muito mais. Aos 15 anos a gente tem obrigação de conseguir ir longe, ir além. Aos 38, estou feliz em sair viva da aula. Parece pouco, mas eu poderia ser mãe delas. E aí, me vi no lugar da minha mãe quando eu dizia que ela era velha... que ironia!
Desejo pela beleza
Mas qual é a exigência fisica para alguém da minha idade? A quais regras eu devo me curvar e quais delas são apenas bobagens dessa ditadura infeliz que diz que nós temos que nos manter bonitos, magros e jovens eternamente? Até a rainha má da Branca de Neve pagou um preço alto pela sua beleza. Por que nós, pobres mortais, nos sujeitamos a isso? O mundo é cruel com quem é natural. E se nós sucumbimos a isso, nos tornamos estranhos até a nós mesmos. Eu quero ter direito a ter uma "gordurinha" aqui e ali sem me martirizar por isso. Quero ter direito a comer um doce ou tomar um refrigerante sem ser zero e sem causar estranhamento. Quero poder dormir até mais tarde e não ir a academia para poder me entregar aos braços da preguiça. Quero não ter uma barriga de tanquinho e nem pernas excessivamente torneadas porque em seu lugar eu estava fazendo musculação no cérebro. Quero fazer ginástica sim, mas pelo bem-estar que ela me proporciona o dia inteiro e não por um ideal inalcançável de perfeição.
Quero, por fim, ser aceita pela minha porção humana, que engorda, envelhece e, por que não dizer, se torna mais bonita por dentro do que por fora com o passar dos anos...

Até mais!

6 comentários:

  1. Gostei muito de ter um texto dedicado a mim...só não sei muito bem "onde" eu entro nessa!!!! sinceramente, me encontrei na velha, gordinha, barriga de tanquinho (para não dizer o contrário), etc...rsrsrsrs

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    1. na verdade eu lembrei de vc por continuar bonita além e independente de tudo isso... por vc não precisar de nada disso pra ser linda! rs... bj

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    2. Kkkkkk! Se saiu bem, hein??? Valeu! Bjs

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  2. Acredito que as pessoas deveriam ter orgulho de seus anos a mais. Ao se enxergar apenas o preço que se paga ao se chegar a uma idade mais avançada, não se dá o valor merecido para toda a sabedoria que o tempo nos dá. Uma marca na pele não é um sinal de um corpo gasto ou enfraquecido, mas sim um atestado de experiência e maturidade.
    Ainda assim não posso negar que é um sentimento engraçado trabalhar com pessoas que nasceram em 92, 94...
    A juventude de nossos conhecidos desperta nossa imaginação sobre as possibilidades que teríamos no lugar deles. Mas o engraçado é que os mais jovens não possuem maturidade para enxergar as oportunidades - logo não valeria de nada.
    Ninguém por aqui é velho, mas vale a pena refletir: "se a juventude soubesse, se a velhice pudesse"...

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    1. pois é, Leo... concordo com tudo o que disse... uma pena que no auge da vitalidade não tenhamos maturidade para pensar no amanhã. Mas a vida é assim mesmo... o que não podemos é deixar que essas regras malucas sejam a base da visão que temos de nós mesmos né... o tempo nos concede muito mais do que nos tira... bjs

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  3. Cris....feito pra gente? Amei, afinal de contas...quem foi que disse que o mundo tem que ser magro? E cá pra nós existem muita gordinha dando um banho em muitas magrinhas e novinhas! Estou satisfeita com os meus atributos físicos e não pretendo ser escravizada pela busca da perfeição física. Eu já vi muita gente desejar ser mais magra, ter peitos maiores, bumbum menores, nariz mais finos... e isso deixa essas pessoas para baixo! Sou gordinha, mas sou feliz (hehehe)

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