terça-feira, 24 de abril de 2012

Sonho ou realidade?

Quando adolescente eu adorava ver filmes de suspense, de histórias policiais, de grandes crimes e descobertas fantásticas. Nunca fui fã do gênero terror, mas os "thrillers", os suspenses, eu sempre gostei. Ficava tentando decifrar os mistérios dos assassinatos antes deles serem revelados na trama. Quanto mais complicado fosse o enigma, mais eu gostava. Com o passar do tempo fui substituindo meus filmes favoritos por aqueles que traziam mais emoção. Andei assistindo um bocado de filmes que precisavam de caixas de lenços de papel ao lado. Sofria através daquela histórias que me mostravam uma vida que era bem diferente da minha, e, por isso mesmo, despertavam o meu fascínio. Para falar a verdade, acho que até uma certa idade os sofrimentos passam meio de "raspão" por nós. O máximo que nos permitimos é chorar pelo término de um namoro ou por uma probabilidade grande de reprovação na escola. De resto, tudo é festa! As histórias tristes do cinema, embora me fizessem chorar, não eram capazes de transpor as telas e entrar, de fato, na minha vida.
Aí cresci um pouco mais, virei adulta e, como tal, comecei a ver que o sofrimento acontece de verdade, que pessoas morrem todos os dias, que a miséria é uma condição humana mais frequente do que imaginamos. E aí, não consegui mais ver "graça" nos títulos que me lembravam esse sofrimento. Perdeu o sentido pegar numa locadora um filme que mostra uma situação que nas ruas, do lado de fora, é tão mais real, é tão repleta dessa realidade. Não desconsidero os filmes que mostram a realidade nua e crua. Acho até que eles têm a sua parcela de contribuição na mudança dessa situação. Acho que cumprem seu papel de trazer a tona questões importantes, fundamentais, necessárias. Só não quero isso pra mim! Há quem pense que eu estou me alienando, fechando os olhos para o que acontece do lado de fora da minha casa.
Mas meu pensamento é o seguinte: se a realidade dura transborda seus próprios limites, por que eu iria querer ver ainda mais disso, sobretudo em um lugar que foi feito para sonhar? Se eu posso fazer alguma coisa para mudar essa questão, não é para o cinema que eu irei. Assistir a esses filmes, para mim, é como um "desencargo de consciência". Algo do tipo: "- Já vi, já sei do que se trata, posso voltar para o meu mundinho!". É claro que tem espaço e gosto para tudo. Há quem prefira esse gênero. Eu não!
Eu quero ver beleza, coisas que me façam rir por nada, filmes, como eu costumo dizer, "sem maiores consequências". Filmes que eu até esqueça o enredo, mas que perdure a sensação de bem estar que eles me trazem. Menos realidade, mais lirismo...
Quero ver comédias rasgadas, ainda que a qualidade não seja das melhores...
Quero sonhar, ter bons pensamentos, sair leve do cinema...
Quero brincar com a fantasia, desejar ser aquela personagem por um instante, me transpor para a história...
Quero ver o mundo cor-de-rosa sem que isso signifique me fechar para o que ocorre lá fora...
Quero hoje, amanhã e sempre!
Porque ver o mundo em cores turvas não torna ninguém mais capacitado a mudá-lo para melhor!

Um brinde às coisas bonitas da vida...

Até breve!

2 comentários:

  1. Um Brinde, eu tbm querooo muito, sonho muito, e faço de tudo para ter esse mundo. Lindo, lindo, lindo!

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    1. Ah, Carla... eu tb!! Prefiro ver o mundo com lentes coloridas... sempre! rs... bjs

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