terça-feira, 3 de abril de 2012

Entre bolsas e sapatos: comprar!

Li em algum lugar que os homens na pré-história deixavam suas famílias para ir em busca de caça. Saíam com o objetivo definido de trazer alguma comida para casa. Já as mulheres iam em companhia das outras e de seus filhos para andar pelos campos e, se possível, colher frutos e alimentos que pudessem servir. Ao contrário dos homens, não era nenhuma vergonha que não trouxessem nada no retorno à casa (ou caverna, suponho!rs).
Dizem que este comportamento definiu os hábitos que hoje nós temos em relação às compras. Os homens são, em geral, objetivos, práticos, sem muita paciência para procurar o produto certo. As mulheres, por sua vez, gastam horas em frente às vitrines enquanto conversam com as amigas e não ficam frustradas se chegarem em casa de mãos vazias. Admito que nem todos os homens e mulheres são assim. Como toda regra há as suas exceções. Mas o fato é que, de um jeito ou de outro, temos visões muito diferentes sobre o mesmo "tema".
Mulheres gostam de quantidade. Gostam de miudezas, objetos bonitinhos ou qualquer artigo que seja vistoso. Gostam de sapatos, bolsas, roupas e cosméticos. Os homens, como meninos grandes, gostam de jogos, brinquedos ou coisas que sejam úteis. Gostam de qualidade e preferem menos itens, porém mais caros. Não é sem razão que há no mercado muito mais variedade para mulheres do que para homens. Assim como também não é sem motivo que quando homens ou mulheres diferem do comportamento esperado socialmente são rapidamente rotulados como se fossem do sexo oposto. Se uma mulher não gosta de maquiagem ou acessórios, escuta logo um: "nossa, você parece até homem!". Já se um homem demora para se arrumar é chamado de "dama", "noiva" ou coisas do gênero.
Vivemos a era do consumo. Nunca se descartou tanto pela facilidade de adquirir coisas novas. A questão é que o apelo é tão grande que fica difícil resistir às tentações. Há pessoas que compram por impulso, há pessoas que só compram o necessário, há as que pensam duas vezes antes de passar o cartão de crédito, e as que não ponderam se aquele objeto é, de fato, o seu desejo ou se o seu desejo é, apenas, o de comprar!
Pelo sim, pelo não, escolhemos geralmente os mesmos itens. Você já observou em quê você gasta o seu dinheiro? Eu sou uma confessa apaixonada por cosméticos, maquiagens e livros. Ao contrário da maioria das mulheres, não sou muito de comprar bolsas e sapatos. Tenho apenas o essencial. Não entendo quem tem vinte, trinta ou mais pares. Complexo de centopeia? Quem sabe...
Gosto de coisas incomuns e que, nem sempre, servem para alguma coisa. Compro livro pela capa, papeis que não vou usar, dúzias de batons em busca da cor perfeita. Gosto de presentear, surpreender, agradar. Gosto de arte, cultura e coisas que me fazem bem... nem todas "compráveis".
Compro por impulso, dou um jeitinho naquele que era o último da prateleira, mas que não era exatamente o meu número, compro com a promessa de que vai me servir algum dia! Compro quando gosto e, em geral, tenho o dom de fazer outras pessoas gostarem também. Gosto de cores, flores e cheiros. Compro para mim, compro para os outros.
O bacana dessa conversa é que numa época em que tudo parece disponível nas vitrines, as melhores coisas da vida não vêm em frascos ou embrulhos brilhantes... vêm em forma de abraço, beijo, carinho, por-de-sol, lua cheia...

Para você uma brisa com cheiro de hortelã!

Até breve.

2 comentários:

  1. Que gostosura esse texto!

    Muitas vezes, a sensação que tenho, quando entro aqui, é de estar em uma varanda, em um fim de tarde fresco papeando com as melhores pessoas. O papo flui, acontece!

    E o bacana são as provocações, as reflexões! Olha que curioso... essa questão "coisas de mulher, coisas de homem", mulher demora, mulher é detalhista, mulher adora bater perna", "homem tem pressa, escolhe qualquer coisa"... isso é coisa antiga! E eu nunca parei pra pensar... Gostei, gostei mesmo!

    Sobre o valor do que nos faz bem, do que faz nossos olhos brilharem de verdade, "cristianezando", digo que mais vale um dia com quem a gente gosta, mais vale sentir o vento bater no rosto, mais vale usar aquela cor bacana ou ter alguma coisa daquela cor, só pq existe nela memória. O que mais vale não tem preço, né?

    Valeu a pena me conectar só pra "ver qual era" do novo texto!

    Em qual cartaz que vc está?! No que é só seu... Certas pessoas são mais únicas que as outras... Lembra disso?

    Beijocas!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. ah, Patricia... seus comentários fazem valer cada texto postado aqui... realmente me chama atenção o fato das melhores coisas da vida não serem compradas... ainda bem!rs
      Obrigada por me fazer sentir especial.

      bjs

      Excluir