quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Mau humor

Sou uma pessoa declaradamente bem humorada. Eu me considero assim e várias pessoas dizem o mesmo. Digo também por aí que sou alguém que não tem problemas. Não, eu não sou uma extraterrestre, só acho que problema de verdade é doença. Porque doença não depende da gente para ser resolvida, então, isso sim é um problema real. Não é o meu caso, graças a Deus. Entretanto, com tudo isso, ando em uma fase, digamos, difícil. Ando sem paciência, irritada, ficando nervosa por qualquer coisa. Tenho um grande defeito e, acho eu, compartilhado por muita gente, que é o de querer resolver as coisas do meu jeito, no meu tempo. Espero demais, desejo demais, quero coisas demais. Quando só depende de mim, é fácil! Eu arrumo uma maneira de dar conta, e fazer o que eu quero e preciso. Mas quando eu dependo de outras pessoas, a coisa se complica... como mostrar para alguém que a sua necessidade é real, legítima? Como mostrar para alguém a importância vital que esta resolução tem para você? Tenho mais um grave defeito que é insistir nas coisas enquanto eu acredito e abandoná-las quando percebo que não podem se realizar. Acredito que isto seja uma defesa, mas eu mudo de ideia como quem muda de roupa. Quando percebo que o barco vai afundar, pulo antes e embarco na primeira lancha que aparecer! Isto me torna uma pessoa intolerante, ou, ao contrário, eu já faça isso por ser uma pessoa intolerante. Paradoxalmente, costumo dizer também que sou capaz de aceitar quase tudo, desde que eu entenda. Eu só preciso entender o que acontece para aceitar. Isto é uma medida que, quando adotada, me torna mais paciente. Acredito que explicar o que quer que seja é uma atitude respeitosa. Ninguém é obrigado a passar por cima da própria vontade para satisfazer a minha, mas eu tenho o direito de saber quais razões o levam a não compartilhar comigo daquele desejo. Assim posso definir por conta própria qual rumo tomar. Assim posso decidir se quero mudar de desejo para adequá-lo ao outro ou insistir no meu sem acompanhamento. Acho que passei tempo demais da minha vida tomando conta de mim. Talvez eu não saiba mais não fazer isso... quando vejo, já tomei uma atitude. Muitas vezes deixo só a poeirinha na estrada. Quando dão falta, já estou longe! Mas isto é só uma metáfora... não sou tão radical quanto gostaria, nem tão desapegada, nem tão livre. Assim como eu sei que isto é uma fase e, como todas, também vai passar. Talvez eu esteja só em um mau dia, ou em uma semana ruim...

Ofereceram-me uma casa ampla e arejada com varandas em frente ao mar, mas eu sou capaz de ficar com um pequeno quarto e sala de fundos... basta que eu entenda o porquê!

Até.

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