domingo, 26 de agosto de 2012

Pequenas atitudes, grande diferença!

Algumas atitudes fazem diferença. Estava em um restaurante no Rio de Janeiro, quando entrou um casal e suas duas filhas, todos japoneses. Falavam um português bastante precário, mas pareciam ser residentes da cidade, além de clientes habituais do local. No instante em que chegaram, um dos garçons se prontificou a dar um pratinho para cada uma das meninas com o que parecia ser um pão redondinho. Por um milésimo de segundo pensei: Por que não ganhamos? Até que o garçom se afastou e eu pude ver com mais clareza do que se tratava. Era um pedaço de massa crua de pizza, como se fosse uma massinha de modelar para que as crianças se distraíssem enquanto esperavam o jantar. Achei aquilo extremamente atencioso e, porque não dizer, carinhoso! Gosto de atitudes que excedam o convencional, o esperado. Prosseguimos com o nosso jantar enquanto ouvia o diálogo incompreensível entre os pais e as meninas. Por alguns momentos uma delas, a mais velha, arriscava uma palavra em português e prontamente era "corrigida" pelos pais que dominavam melhor o idioma. E assim a noite seguiu, quando de repente eu ouvi algo que fazia sentido para mim. A menina pequena cantava uma música do Seu Jorge. Fiquei encantada e em um gesto automático, sorri para ela. Como uma legítima japonesinha ela ficou sem graça e passou a me olhar de cantinho de olho apenas. Uma graça! 
Mas não era este o foco da conversa... (retornando!)
As meninas brincaram, modelaram, criaram bichinhos e quando me distraí, percebi que o garçom retornava à mesa com as massinhas assadas. Fiquei encantada. E tenho certeza de que as meninas também. É este tratamento especial que faz o nosso povo ser tão especial.
Quem já viajou para outros países sabe o quanto é difícil encontrar pessoas dispostas a prestarem um bom atendimento. Como isso é difícil por aí! Quando muito, limitam-se a um serviço padrão. Cordialidade, sorrisos, boa vontade e um "algo a mais" são artigos de luxo por outras bandas. Não saberia dizer em qual lugar atendem pior, pois não viajei para tantos lugares assim, mas o fato é que nós brasileiros temos um hábito quase provinciano de nos sentirmos íntimos! Tudo bem que é irritante aquele motorista de táxi que se sente seu amigo de infância sobretudo quando não se está em um bom dia, mas de modo geral, eles acertam na dose. Dizem que os latinos, como nós, gostam de tratamento personalizado. Já os anglo-saxões preferem a impessoalidade. Talvez isto explique a forma como cada um destes grupos lida com o outro, sobretudo nos serviços prestados. Mas a verdade é que o mundo anda tão impessoal, tão confuso, que um pouquinho de "afago e colo" não fazem mal a ninguém. Receber um carinho a mais ou uma atitude inesperada acalentam a alma. Somos humanos e independente da origem, necessitamos de contato. E o mais bacana disso é que uma atitude que traz aconchego atinge não só as pessoas diretamente envolvidas, mas a todos que de uma forma ou de outra participam do acontecimento. Ainda que não tenha sido agraciada com o carinho, me senti tocada pela singela brincadeira das massinhas. Tenho certeza, inclusive, que estas memórias serão parte da história daquelas meninas, pois o que nos atinge afetivamente fica para sempre impresso em nós.
Que possamos, então, ter muitos momentos como este para lembrar...

Até mais!

2 comentários:

  1. quem sabe num dia desses vc ate me convida pra almoçar aqui na cidade maravilhosa. pode ser tb pruma sobremesa. cafezinho nao vale, vc sabe. bj

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    1. kkkkk... cheguei a comentar com o meu amado... se o "anonimo" sabe q eu vim pra cá, vai reclamar, q eu venho e não aviso... prometo q da próxima eu falo! kkk.. bj

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