quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Viagem e cultura

A cultura de um povo está estampada nas pequenas coisas, nos pequenos detalhes que tornam aquele conhecimento único, peculiar. É bem verdade que com a "falta de sossego" do ser humano, o que era próprio de um grupo passou a ser de outros através dos movimentos que definiram as populações geograficamente distribuídas como encontramos hoje. Sabemos aqui e ali como funcionam determinados costumes, mas a verdade é que não existe melhor maneira de conhecer outras culturas senão viajando! Viajar dá a possibilidade de conhecer melhor a nós mesmos, ter capacidade de analisar, através do parâmetro dos outros, a nossa própria realidade.
A cultura se faz no jeito particular de lidar com as coisas do cotidiano. O que se come, veste, fala... A cultura se expressa na arte, nas roupas, danças, músicas e tantos outros elementos que trazem a identidade daqueles que a criam, absorvem e a transformam. A forma como um povo valoriza a sua cultura define o conhecimento que se tem de si mesmo e o orgulho que torna aquele povo forte, inteiro, lutador. É bem verdade que temos o péssimo hábito de achar que a grama do vizinho é sempre mais verde, mas se isso serve como motivo de admiração, igualmente serve de inspiração para ser tão bom quanto!
Para mim, o valor de uma viagem está no conteúdo cultural que ela pode me proporcionar. É tão importante vivenciar aqueles momentos que, até muito pouco tempo atrás, eu mal tirava fotos dos lugares por onde eu passava. O que foi vivido por mim não é transferível para quem quer que seja, sobretudo através de uma foto. Hoje, porém, eu já compreendi que fotografar um lugar é eternizar-se num instante. E por isso, embora não sejamos capazes de congelar o momento nem, tampouco, transmitir a sua emoção a quem observa a imagem impressa, a fotografia é a história contada através de um piscar de luzes.
A cultura dos lugares que eu já visitei se apresenta nas feiras livres, nos trens de um metrô, na fala incrivelmente deliciosa das crianças locais, nos acessórios ostentados pelos moradores. Nas minhas andanças descobri que as mulheres francesas não costumam fazer as unhas, os paraenses são educados e acolhedores, os vendedores do Mercado San Telmo andam em duplas, e os mineiros são receptivos. Descobri que as barreiras do idioma não são assim tão intransponíveis, que os problemas existem em todos os lugares, que nem sempre é preciso sair do lugar para viajar. Descobri que adoro o inverno em qualquer lugar do mundo, que plumas de ganso esquentam mais do que lã, que o frio seco é mais cruel do que o úmido. Descobri que em outras partes do mundo o sol não fica no ponto mais alto ao meio dia e que não dei a devida atenção às aulas de História. Confirmei que andar é muito bom, que visitar só pontos turísticos não te credencia a profundo conhecedor de uma realidade qualquer e que é preciso conhecer o que está aqui ao lado antes de explorar outros lugares.
A cada viagem descubro um pouco mais que somos um cisco na multidão e que o roteiro perfeito é aquele que toca fundo na alma de cada um.

Portanto, na próxima vez que for viajar, dispa-se dos seus conceitos e mergulhe naquilo que faz pulsar o coração do lugar que você escolheu!

Boa viagem...

Até a volta!

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