quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

De outros tempos...

Estive em Paraty quando criança. Incrível como a maturidade dá outro sentido à história. Estar naquela cidade novamente foi como a primeira vez. Os caminhos que percorri não lembravam em nada algo que eu já conhecesse além das fotos guardadas na caixa de memórias da família. Era como se eu nunca tivesse estado ali. Cada rua, cada casa ou igreja, tudo era novidade para mim.
Paraty, como todos sabem, é uma cidade do período colonial do Brasil e, como tal, conserva em cada fachada um pouco dessa época. Conta a história que esta "senhora" tem quase a idade do nosso país, já que sua localização foi descoberta apenas uns poucos anos após a chegada dos portugueses por aqui. A atmosfera é encantadora. Assim como em outras cidades do mesmo período, o calçamento pé-de-moleque dá o tom do passeio. A dificuldade de andar naquelas pedras é como se arquitetassem uma forma de convidar o visitante a caminhar bem devagar, apreciando o que está à sua volta.


O clima nesta época do ano, assim como em qualquer cidade litorânea, é bastante quente e úmido. Portanto, roupas frescas, calçados confortáveis e firmes, e uma boa dose de protetor solar são itens indispensáveis para quem quer desfrutar do prazer de conhecer a cidade. (Minha irmã diz que por lá chove muito, então, um guarda-chuva também é um bom acessório. De fato, observei várias pessoas carregando-os na mão.)
Voltando ao centro histórico, Paraty apresenta em cada rua uma grande quantidade de casinhas bem ao estilo arquitetônico da época colonial. Li em algum lugar que ela é considerada a cidade que mantém a melhor conservação desse patrimônio. Como várias outras construções da época, muitos dos prédios de lá foram feitos à base de pedras, areia e óleo de baleia. Acho que nem eles que construíram imaginavam que seriam tão resistentes! Paraty foi uma cidade minimamente "programada". Suas ruas são dispostas de uma forma que permite ao mar avançar para dentro delas a cada cheia de maré. É um espetáculo que eu não tive o privilégio de ver, já que fui na lua minguante e em dias onde a chuva não caiu. A maré subiu, mas não o suficiente para encher as ruas.

O que me encanta em Paraty não é a praia, como para a maioria das pessoas, mas a possibilidade de ter contato com um tempo em que eu sequer sonhava em existir. Tempo este, entretanto, que ajudou a definir a pessoa que eu sou. Além disso, me toca, particularmente, o fato de saber que pessoas habitaram aquele lugar. Que sonhos, expectativas e planos foram feitos ali.


Estas paredes, portanto, permanecem como testemunhas "vivas" da cidade que se reiventou tantas e tantas vezes ao longo de sua existência. Nós, simples mortais, somos apenas parte disso, porque a vida (essa sim!), é transitória.


Se você quiser saber um pouco mais sobre a cidade antes de visitá-la, encontrei um site que considero bastante interessante por sua organização e qualidade do conteúdo. O endereço é: http://www.paraty.tur.br/

Até breve.

5 comentários:

  1. Muito bom! Vc acredita que eu senti saudade de lá???? Bjs

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  2. Ei!! (Antes de mais nada, "EU CONSEGUI"!!)
    Sou fã de cidades históricas, mas NUNCA estive em Paraty...dps de ler esse texto, será a minha próxima viagem!

    Que vc sempre escreveu mt bem, é fato e eu já falei algumas vezes, né?!
    Bem, mas o que eu queria deixar registrado aqui é que eu me sinto bastante orgulhosa de ver que vc conseguiu fazer com que outras pessoas tb pudessem desfrutar desse seu dom.
    PARABÉNS e SUCESSO!!

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    1. kkkk... pois é! Vc conseguiu!!! De fato Paraty, para quem, como nós, gosta de cidades históricas, é encantadora. Fico lisonjeada com o seu comentário... digamos que gosto mesmo de escrever e ter um blog me deu oportunidade de exercitar isso! Adorei a visita... apareça sempre! bjs

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  3. Paraty é uma delícia!

    O que mais me marcou, no centro histórico, foram mesmo as ruas, os estabelecimentos, cujo aspecto é de um "outro tempo". Estive em um barzinho, onde rolou uma festa no estilo Maracangalha, que misturava a memória de Paraty e a música brasileira. É um lugar muito bacana! E assim, acontece em outros espaços, por lá. O legal é conversar com quem trabalha nesses lugares! Tem uma pizzaria bem próxima ao largo daquela igreja mais famosa, que antes era um depósito de escravos. Não era senzala, era um depósito de escravos que seriam vendidos. Poucas modificações foram feitas por lá. Dava para perceber, e por ter feito amizade com o garçom, acabei sabendo dos detalhes que os livros não dão conta de explicar. Minha imaginação me leva a outros tempos, o que é uma característica bastante visível, em mim! Dessa maneira, comecei a imaginar como era a vida naquele "lugar".
    Uma coisa que não foi dita, mas imagino que vc tenha visto, é que em cada rua, no início da noite, têm artistas alternativos se apresentando... flautas transversais, acordeons, violões, gaitas, gente pintando nas calçadas! Me fiz, lá, né?!
    Sobre a chuva... nesta época quente, até que cai muitíssimo bem! Rs
    Uma pena vc não ter passado em Trindade para conhecer as praias, fazer as trilhas, entrar em contato com aquela comunidade alternativa, que me apaixonei de cara!
    Jabaquara também! Tem aquela praia famosa, onde as pessoas vão para tomar banho de lama medicinal. Quando fui, tinham famílias inteiras curtindo o banho de lama. Olhei...
    Seu post me deu uma saudadinha de lá...!

    Beijocas!

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