sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Ocupe seu tempo crescendo

Fim de ano. Hora de fazer um balanço de tudo o que passou e de traçar metas para o que se aproxima. Você já se perguntou, de verdade, o que deseja mudar para o próximo período? Ontem conversava com uma amiga sobre isso e, apesar de parecer loucura, perguntei a ela se realmente desejava se cuidar. Parece loucura porque pensar que se nós mesmos não queremos o nosso bem, quem irá? Mas não é bem assim. A nossa cabeça é tão louca que é capaz de nos boicotar. De conseguir que não façamos nada só para que no final as coisas não saiam como o planejado. Já até falei sobre isso aqui em alguns outros textos. Talvez isto seja mais para mim do que para qualquer outra pessoa, mas enfim... Agora repito aqui a mesma questão. Você está realmente querendo mudar? Querendo que as coisas funcionem?
Se a sua resposta é sim, acho bom começar a pensar. Você sabe a diferença entre objetivo e meta? A distinção entre eles talvez seja o diferencial que você precisa para fazer os planos darem certo. Objetivo é aquilo que queremos atingir. A meta é o objetivo quantificado. Meta prevê números. Quer um exemplo? Meu objetivo em 2013 é emagrecer. Minha meta é emagrecer 5 kg até março. Percebeu a diferença? Quando você traça uma meta você se sente mais envolvido, mais propenso a cumprir. A partir daí, é necessário traçar um plano para que a sua meta seja alcançada, senão, você vai deixá-la cair no esquecimento. Nesse momento você vai definir os passos que precisa percorrer até que chegue ao seu destino. No exemplo que eu dei, procure fazer um plano de alimentação e exercícios semanais, eleja uma roupa que você quer caber perfeitamente dentro, junte-se a um grupo para fazer caminhada, baixe um aplicativo que te ajude a controlar as atividades. Mas é importantíssimo que você registre tudo. Quanto mais você escreve os seus planos, mais se compromete a fazer o que está se propondo. Outra dica valiosa é pensar em coisas que só dependam de você para acontecerem. Desejar que uma determinada pessoa se apaixone por você, que você ganhe na loteria ou que descubra que um parente milionário lhe deixou uma herança, além de ser imprevisível, depende muito mais do destino do que das suas atitudes, portanto, é perda de tempo. Quanto mais simples e possíveis forem os projetos, maiores são as chances de sucesso.
Outra coisa fundamental é não colocar coisas muito distantes, objetivos para se cumprir por 10 meses, por exemplo, pois a chance de você desistir deles no meio do caminho é muito grande.
De resto vale a pena se comprometer com coisas simples, como ter mais tempo para você mesmo, dar mais atenção a alguém que está precisando, se comprometer a fazer um elogio por dia a alguém, fazer uma oração por aquela pessoa que perturba sua vida, adotar uma instituição de caridade, doar suas roupas usadas a cada estação. Os projetos para um ano novo podem não ser palpáveis, que gerem ganhos imediatos, ou que façam diferença direta na sua vida. Os projetos podem estar muito mais associados ao desprendimento de si mesmo, que é tão difícil quanto necessário.
De uma forma ou de outra, recicle suas energias, seus sentimentos, perdoe e se perdoe. Você não é perfeito, assim como eu também não sou. Estamos aqui a cada novo ciclo para enterdermos que a vida é um momento de aprendizado constante. 
Por isso, encerro este texto com uma frase retirada de um objeto que ganhei há tempos de uma pessoa muito especial, que diz:


Que 2013 seja um ano mais do que especial e que possibilite a todos nós muito crescimento!

Até lá.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A lua

A lua é fêmea. Não só por ser uma palavra deste gênero, mas porque ela própria tem um "quê" de mulher. Vinha para casa no cair da noite e avistei uma lua que nunca tinha visto. Não sei dizer em que fase ela está, mas está quase redonda, só não sei se indo, ou voltando. Até aí, nenhuma novidade. Sabemos de suas quatro fases e, pelo formato, podemos dizer que está quase cheia ou quase minguando. A novidade de hoje era "alguém" que a acompanhava bem ao seu lado. Uma pequena estrela que parecia estar presa à lua por um fio invisível. Admirei sua delicadeza e cheguei à conclusão que escrevi no começo do texto. Sem dúvida, a lua é fêmea. Não há como negar que as suas fases tão distintas e significativas se assemelham às oscilações de um corpo feminino, mas além, muito além disso, a lua é fêmea por sua sutileza. Muito diferente do sol que é forte, provedor, impiedoso. A lua não é assim. Ela é a própria tradução da delicadeza, da beleza. A lua é inspiradora, é contemplativa, é acolhedora. É generosa pois se permite ser apreciada, diferente do sol. A lua cumpre seu papel de acalmar, de fazer a pausa necessária no fim do dia. Quem nunca suspirou ao vê-la imensa e dourada nas noites quentes de verão? Por ela podemos saber das chuvas, das marés, dos nascimentos, dos comportamentos. Usamos a lua para justificar nossas esquisitices e nossas loucuras. A lua consegue tocar os corações mais desavisados e o próprio acaso, que a torna mais bela em uns dias do que outros, traz para quem a observa a sensação de ser brindado com uma imagem inesquecível. O sol agrega, a lua acalenta. O sol aquece, mas é a lua quem envolve. O sol nutre. A lua faz sonhar. 
Sou uma confessa apaixonada pela lua. Rendo a ela, nesta noite tão especial, todas as homenagens. Se o dia foi perfeito, a noite não está sendo diferente. Que ela possa ser testemunha de muitos sonhos possíveis e muitas esperanças de dias melhores. Se o homem esteve em sua superfície, certamente é aos olhos femininos que ela se torna mais luminosa... a cada noite!



Até logo.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Sua cor para o Réveillon 2012-2013

É engraçado. O blog tem apenas pouco mais de um ano e já se tornou tradicional o fato das pessoas procurarem nele a cor que elas "devem" usar no Réveillon de acordo com a numerologia. Tudo começou há muitos anos atrás quando vi em um programa de televisão a ideia de que cada pessoa tem uma cor diferente para usar a partir do cálculo do seu número. A partir daí, comecei a fazer as contas para a família e amigos que assim desejassem. Resolvi, então, postar isto no blog em 2011. Assim poderia dar a oportunidade de outras pessoas também terem acesso à informação. O que eu não esperava é que isto seria tão procurado. A dica é usar alguma peça de roupa ou acessório que traga a "sua" cor. Por isso repito este ano a tradição ensinando, primeiro, como fazer o cálculo para chegar ao seu número. É muito simples. Basta somar o dia e o mês do seu aniversário e acrescentar o número 7. Em seguida basta reduzir o total para apenas um dígito. A cada ano o número, que este ano é 7, muda. Este cálculo eu não sei como se faz. Ele é fornecido por um numerólogo. Para facilitar, aí vai um exemplo. Imagine que seu aniversário é no dia 27 de agosto, portanto, mês 8.
Ex: 2 + 7 + 8 + 7 = 24. Agora reduza: 2 + 4 = 6. Portanto, seu número para esta virada de ano é o número 6. Veja abaixo as cores para cada número e o que isto significa.

O primeiro número revela que o momento é de coragem, autoconfiança e dinamismo. Você começa o ano com muita vontade de tomar decisões, fazer as coisas acontecerem e iniciar um novo ciclo na sua vida. O VERMELHO traz a força e a energia dinâmica para começar os projetos que você idealizar, bem como ajuda a se desvencilhar daquilo que te impede de realizar suas propostas. Ouse, tenha coragem e aproveite o momento para conquistar. É o momento de tomar decisões e, principalmente, agir. Que venha 2013!


O número 2 traz os sentimentos de amor e cooperação. Se você já tiver alguém sentirá vontade de ficar com ela por toda a vida. O momento é propício para programas a dois como um jantar a luz de velas por exemplo. É uma energia voltada para os casais, onde surgirá o desejo de firmar compromissos. Uma dica para este número é passar a meia noite de mãos dadas. A influência da lua associada a este número trará um clima de romantismo. E a cor LARANJA traz o acolhimento, o aconchego e a intimidade, tão próprios da luz e do fogo. A noite promete trazer a emoção do encontro e a troca. No ano de 2013 busque o entendimento.

O número 3 traz a vibração, a alegria e a vitalidade como marcas registradas dessa noite. Por isso climas intimistas não são os mais indicados para quem chegou a este somatório. Bom mesmo será passar a noite em uma festa, rodeado de muitas pessoas e muita energia positiva. Pode ainda viajar para passar a virada com um grupo grande. Cuide do visual, pois será o centro das atenções. Bom momento para fazer novas amizades. O AMARELO é a cor ideal para as pessoas do número 3, pois ele aumenta a alegria de viver, o entusiasmo, a vitalidade e a energia para realizar todos os desejos em 2013. É ou não é a própria cara do Réveillon?


Se você chegou até o número 4 é sinal de que você sentirá necessidade de ter mais controle sobre a sua vida. É o momento de buscar estabilidade, tranquilidade e sossego. Por isso não é hora de grandes festas nem passar a noite na companhia de pessoas desconhecidas. A pedida é pelas festas em família ao lado de pessoas queridas e de sua confiança. Convide apenas os amigos mais próximos e comemore em um lugar que você já conheça, sem grandes surpresas. A cor VERDE tem o papel de limpar, refrescar e harmonizar este momento, para que o ano de 2013 comece com equilíbrio, desejo de solidez e estabilidade.

Quem chegou ao número 5 está em clima de movimento. Não significa que tenha que estar em um ambiente agitado. O movimento é no sentido das mudanças, das renovações. Portanto, algo inusitado é o mais indicado para essa noite. Pode ser uma festa a fantasia ou em um barco, um evento na praia ou um ambiente não convencional. A ordem é ousar,  sair do padrão. Terá vontade de mudar a maneira de vestir e, porque não, de ser. A cor para a noite é o AZUL-CLARO que diminui o caos, remove os bloqueios, aumenta o fluxo de energia vital e ajuda a trazer um clima de paz para 2013.


A energia da noite para as pessoas de número 6 será o amor. Não só o amor romântico, mas o amor universal. O clima será de aconchego, junto da família e das pessoas mais queridas. Na decoração não poderão faltar flores, música e muito calor humano. A paixão também estará presente. Vista-se com roupas confortáveis e elegantes e capriche na cor AZUL-ROYAL que ajuda a aumentar a sensibilidade das emoções e favorece o profundo entendimento. Use tecidos delicados, cuide bastante do ambiente para que uma energia de grande amor possa dar o tom da virada para 2013. Apaixone-se!

Nesta noite de Réveillon você vai preferir os ambientes calmos e quietos que possam ajudá-lo a se conectar consigo mesmo. O momento é de reflexão sobre o passado e suas influências para o futuro. É um tempo de renovação, de contemplação e de voltar-se para a espiritualidade de cada um. Não fique sozinho. Apenas escolha lugares mais recolhidos e pessoas que sejam significativas para você. Os bons pensamentos dessa hora se concretizarão no próximo ano. O LILÁS é a cor indicada para quem obteve somatório 7 pois ajuda a aumentar a intuição e perceber o que não é visível aos olhos. Comece 2013 com grande confiança em si mesmo.

A energia do número 8 traz a capacidade de tomar grandes decisões. Você está cheio de sonhos possíveis e este é o momento de planejá-los para realizar no próximo ano. Será necessária muita energia para encarar todos os projetos que irá concretizar. O ambiente ideal para passar esta noite é sofisticado, elegante, rodeado de pessoas bonitas, boa comida e um ótimo serviço. As cores ideais para as pessoas de número 8 são os tons que vão do BEGE ao MARROM, incluindo os TONS DE TERRA. Este número também é associado ao dinheiro e à estabilidade financeira. Comece 2013 com vitalidade, disposição e a certeza de que seus projetos irão se realizar.


Nesta noite você estará com uma enorme vontade de colocar um ponto final em tudo o que impede você de viver o futuro de maneira livre. Será interessante passar a virada com pessoas do seu passado, reencontrar antigos amigos ou algum lugar que lhe seja significativo. Desta forma, eliminar pendências e tomar importantes decisões sobre o seu  futuro estão em pauta. A cor indicada para as pessoas de somatório 9 é o ROSA. Ele trará um clima de abertura ao amor, ao perdão e ao esclarecimento de pendências. Em 2013, abra seu coração para o amor.


Desejo toda a sorte do mundo para todos que vierem até aqui. Estas dicas se não fizerem bem, muito menos farão mal. Vale usar a regra do branco, que parece ser a cor universal do Ano Novo, e mesclar com uma destas cores. Se não trouxer o que prometem, ao menos deixarão mais alegre e colorido o ambiente em que  você estiver. Portanto, que seu Réveillon possa ser um momento de renovação, reflexão, esperança, paz e muito amor... com quem você quiser!

Até breve.

Fonte: aparecidaliberato.terra.com.br

Em dia...

Eu já desconfiava. Muito tempo se passou desde a última postagem, porém, quando traduzido em números fica ainda mais significativo! Na matemática do blog, dezembro tem sido um mês "fraco". Apenas 3 postagens até essa e um impressionante intervalo de 12 dias entre uma e outra. Nunca havia ficado tanto tempo sem escrever desde que eu o criei, mas se pensar pelo lado positivo, postar menos significa estar vivendo mais. Não sobra tempo para quase nada. Às vezes me surpreendo com o tanto de coisas que consigo fazer em apenas um dia. E os finais de semana que, teoricamente, seriam de descanso e pouca atividade, também não têm sido usados para isto. Mas está bom! Viver é isso. Viver não é, ao contrário do que se pensa, esperar pelo melhor que virá. Viver é agora... e eu já falei isso tantas vezes aqui! Eu lamento pelas pessoas que acham este fim de ano algo desagradável, de lojas cheias e milhões de tarefas para dar conta. Eu não! Mesmo com todos os possíveis transtornos, eu adoro esta época. Adoro as pessoas felizes na rua. Adoro ter mais uma oportunidade de ajudar aos outros. Adoro poder comprar presentes e demonstrar o meu carinho pelas pessoas através de objetos cuidadosamente pensados para cada uma delas. Adoro as luzes de Natal e o trânsito caótico que parece levar todo mundo para o mesmo lugar da cidade. Isso, como eu disse, é viver! O que faz diferença entre mim e as pessoas que reclamam de tudo isso é que eu me dou o direito de parar para curtir cada momento desses... mesmo em meio a tanta correria!
Então, peço desculpas pelas ausências dos últimos tempos e aviso que o próximo post, se Deus quiser, escrito ainda hoje, será o "tão esperado" guia de cores para usar no Réveillon. Há quem deteste, há quem me peça para fazê-lo. As pessoas são assim... tão diferentes, tão múltiplas e todas sensacionais!

Até...

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Crível ou Incrível?

O que é considerado incrível? Bem, pelo dicionário, algo sobre o qual não se pode crer. O que sai do convencional, do esperado, do previsível. Algo incrível pode ser visto como uma mentira ou algo que não acontece pelo simples fato de não poder ser explicado pela razão humana. Entretanto banalizamos o uso da palavra "incrível" quando a colocamos no meio de uma frase para classificar algo que foi, no máximo, "legal".
"Incrível" deveria ser usado somente quando falasse de algo sem justificativa. Que acontece a despeito de todas as probabilidades. Alguém que escapa de um acidente aparentemente fatal, algo que despenca de um lugar seguro sem que ninguém o tenha tocado, uma situação que foge à explicação lógica. Costumo dizer que é muita pretensão humana querer explicar tudo o que acontece. A ciência se utiliza da regra para prever o que acontecerá na situação seguinte, por isso, busca os padrões, as coisas tangíveis e explicáveis. Mas como ignorar histórias que, apesar de não terem explicação, continuam acontecendo aqui e ali? Histórias inimagináveis em que a realidade simples não acredita ser possível. Por outro lado, os olhos se traem vendo aquilo que não poderia ser, mas é. Nessa hora imagino aquela cena clássica de esfregar os olhos para tentar provocar uma nova imagem. Como disse Shakespeare "Há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que julga a nossa vã Filosofia." E  quer saber sinceramente? Acho que é bem por aí! Como acreditar em um corpo humano completamente ao contrário do normal? Mas ele existe. Como explicar que em meio a uma multidão se possa achar um rosto conhecido em um lugar absolutamente improvável? Mas isso acontece. Quando pequena, fui a um show no Rio de Janeiro (tudo bem, eu já tive meus maus momentos... o show era do Menudo!) e o grupo com o qual eu fui partiu de Teresópolis. Em meio a milhares de pessoas, quando chegamos à arquibancada, encontramos com um primo que havia ido de Petrópolis. Qual era a probabilidade disso acontecer? Ou em outra vez, no Réveillon de Copacabana, com cerca de 3 milhões de pessoas, encontramos amigos com os quais não havíamos combinado. É como achar agulha em um palheiro. Incrível, mas acontece.
Por que nos recusamos a acreditar naquilo que foge à nossa compreensão embora esteja estampado na nossa cara? Porque nossos olhos aprenderam a enxergar assim. Sou absolutamente a favor da ciência, mas como produto do Homem ela também é falha. E que bom que é! Seria muito chato se tudo fosse passível de  comprovação, previsão, regularidade. 
Incrível é algo que excede à nossa compreensão, mas de tão real nos salta ao olhos tornando-se incontestável. Milagre, magia, energia cósmica, fé. O mundo não é cartesiano. Não é matemático. O mundo é um emaranhado de coisas que acontecem para nos mostrar que vale a pena acreditar. Seja no que for!

Que a vida siga nos surpreendendo. Que o dia de hoje seja sempre melhor do que ontem e que os milagres permaneçam acontecendo...

Até!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Coisas da Paixão

Dia desses li sobre os efeitos químicos da paixão no cérebro. Os sintomas sabemos todos de cor. Quem nunca sentiu? Ah! Se você não está nesta lista, perde o melhor da vida. Estar apaixonado é, inevitavelmente, sentir-se a alguns centímetros do chão. É sentir vontade de rir sem motivo, sentir calor e frio no mesmo instante. É sentir-se agraciado pela vida e não ter a menor condição de explicar o que acontece. Estar apaixonado é ter borboletas fazendo algazarra dentro do estômago enquanto o mundo para a nossa volta simplesmente porque o ser amado passou ao nosso lado. Quem se diz apaixonado e não sente nada disso está, na melhor das hipóteses, apenas interessado em algo ou alguém. Porque quem está, de fato, sob domínio de uma paixão não tem tempo de organizar as emoções. Sente tudo de uma vez só. É um estar permanente de bem com a vida. Desejar que a vida se congele desta forma. Há quem diga que a paixão só dura uma temporada. Prefiro pensar que ela se transforma de tempos em tempos. Não é necessário estar apaixonado por alguém. Pode ser por alguma coisa. E sendo alguém não precisa fazer um par romântico. 
Apaixona-se quem olha a vida com um brilho diferente. Apaixona-se quem se permite demorar longos minutos observando o que tantas vezes passa "batido" aos nossos olhos de todo dia. O frio na barriga tão característico deste estado pode ser conseguido com aquele beijo que arrepia de tão surpreendente, ou aquele simples presente desejado sem maiores pretensões e recebido acompanhado de um "você não tinha gostado? Então... comprei!". As sensações da paixão podem ser sentidas quando amigos demonstram afeto gratuito pela sua simples companhia, ou quando alguém de quem nada se espera lhe rende um elogio sincero. 
A paixão é algo que defendo desde sempre. Não se pode viver sem ela. A paixão é intensa, extremista, radical. Com ela não há meio termo, serenidade, tampouco sossego. Entretanto, sem ela, o cotidiano fica cinza, sem graça. Lamento pelas pessoas que não são apaixonadas. Que veem a vida passar como uma história escrita por outro. Não há idade certa para a paixão. Não há momento certo para deixar de senti-la. 

A hora é agora. Ainda que o agora dure para sempre!

Apaixone-se

Até mais.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Momentos mágicos...

O relógio avisava que a hora marcada já havia passado. Mesmo assim nos dispusemos a sair para fazer o que, então, havíamos nos programado para tal. Descemos o elevador e entramos em um táxi. Ir de outra forma até lá seria loucura. A viagem foi desagradável. Enquanto o ponteiro do velocímetro acusava 80km/h sentíamos como se fossem 150km/h. Apesar do incômodo o motorista nos deu uma notícia boa, sobretudo porque inesperada. Disse ele que o horário, ao contrário do que imaginávamos, ainda estava em tempo. Ficamos contentes, porém não nos apegamos muito ao fato. Seguimos pela rua, ladeiras acima e abaixo, tentando frear no banco de trás como se isso fosse possível. Chegamos ao local. Fomos até onde era permitido seguir. Como esperado, muitas pessoas estavam presentes. Descemos do carro. Atravessamos a rua até nos aproximar do lugar exato. De repente, enquanto procurávamos pela estrela da festa, ela nos encontrou! Mal pisamos o jardim onde esperaríamos pelo momento, e a gigantesca estrutura de metal revestida de sonhos nos fez perder o fôlego por um instante. Quando ainda procurávamos saber onde a árvore imensa e colorida apareceria, ela se iluminou linda, imponente, majestosamente perfeita. Bem na nossa frente!


Os gritos, aplausos e suspiros audíveis preencheram o vazio da expectativa. A energia que pairava naquele lugar era tão impressionante que tive vontade de chorar. Em seguida um espetáculo de fogos veio tornar a festa ainda mais emocionante. Foram quase 15 minutos de magia enquanto a grande árvore exibia seus desenhos de luzes coloridas e nos fazia a todos desejar que o clima de amor e paz, tão típicos desta época, pudesse perdurar por muito mais tempo. Foi impossível não se encantar com aquela manifestação! Sons de sinos e músicas natalinas tomaram conta do ambiente que mais parecia um réveillon de acordo com o clima. 
Saímos de lá extasiados com a beleza do que acabávamos de ver. Subimos a rua seguindo o fluxo de pessoas que tinham a mesma intenção: voltar para casa guardando em si um pouquinho da magia do momento. 
Mas como pensar em Magia do Natal sem falar de sua figura mais representativa (deixando um pouco de lado a questão religiosa)? Enquanto andávamos no meio da multidão avistamos, ainda ao longe, alguns caminhões contornados de luzes fazendo um desfile. No carro da frente, ninguém menos que ele: Papai Noel. Quem disse que ele não existe? Eu estava lá e não há quem me possa convencer de que o bom velhinho não exista. Na minha noite de Natal perfeita, naquela em que eu idealizo o melhor dos meus sonhos, ele está lá. E posso garantir que esta visão não é só minha porque enquanto ele passava pude ver o encantamento de todos que tiveram a sorte de dividir comigo aquele pequeno instante. Eram homens, mulheres, crianças, idosos, todos encantados com a Magia do Natal. Se pudéssemos ver, tenho certeza de que uma chuva mágica e dourada caiu sobre nós...
E todos os desejos daquele instante se realizarão...

É realmente incrível o que o acaso decide!


Até breve!


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Mentira?!!

Nunca fui boa em mentiras! Sempre que conto às pessoas que eu não colava em provas, recebo um olhar "reprovador" como quem não acredita! Certamente pensam que eu quero me fazer passar por santinha, mas logo explico que não é por uma questão moral, é por incompetência. Sempre foi difícil para mim disfarçar o desconforto sentido logo após cometer o "delito". Fico tão incomodada que pareço carregar na testa um letreiro luminoso indicando que eu menti. Felizmente descobri isto bem cedo, o que me possibilitou entender minhas limitações e nem tentar uma ousadia maior. Mentir dá trabalho! Exige desprendimento de si mesmo, da própria verdade para vestir um personagem que faz coisas que eu não faço. Mentir denota uma certa dificuldade de lidar com a realidade. Tanto é que as crianças, em plena fase da fantasia, mentem como quem respira. É claro que diante da sua então inocência, não é permitido ao adulto acreditar em tudo o que eles falam. O problema da mentira é quando ela se estende a outros momentos da vida. Não há mentira menor ou maior. Há mentira. E há quem minta com frequência. Ponto final. Mas é claro que a verdade absoluta nem sempre pode ser dita. Fosse assim não nos relacionaríamos com as pessoas. É o caso da "mentira social", que é aquela que você lança mão para não magoar quando não há outro jeito. Por exemplo, a resposta que você dá para aquela amiga que te pergunta se o cabelo, já cortado, ficou bom. Adianta dizer que não ficou? Vai fazer o cabelo crescer? Não! Vai, no máximo chatear a sua amiga que, no fundo, já sabe disso!
Há quem pense que omitir é um pouco melhor do que mentir. Talvez seja mesmo, mas o resultado não muda muito, eu acho. Omitir alguma coisa não é simplesmente não contá-la. Omitir é uma atitude planejada. É decidir não contar algo que é significativo para o outro. A diferença da omissão para a mentira é que não foi perguntada. Apenas isso!
Mentir é um ciclo. Dificilmente se para na primeira. Uma história inventada exige que vários outros fatos sejam agregados e aí, novas mentiras se fazem necessárias. Com a omissão não é muito diferente, por isso acho que no fim das contas, uma coisa está intimamente ligada à outra.
Não sei dizer se toda mentira é castigada. O que eu sei é que as poucas vezes que menti na vida sofri algum tipo de punição e, sinceramente, ela veio a jato. Aí entra outra questão do meu incômodo que é ser chamada atenção. Eu odeio ser chamada atenção! Por isso, faço o possível para que isto não ocorra.
Para encerrar, deixo duas frases sobre o assunto que ajudam a pensar um pouco mais...
"É possível enganar algumas pessoas por algum tempo. É possível enganar muitas pessoas por muito tempo. Mas não é possível enganar todas as pessoas o tempo todo!"
E a outra é: 
"A verdade encerra qualquer discussão."

Por isso na hora de mentir, pense bem se vale a pena. Pense se está disposto a abrir um ciclo, porque com toda certeza ele será fechado em algum momento e posso garantir que é com uma verdade. 

Até mais.

domingo, 25 de novembro de 2012

Quattro Stagioni

Após muito tempo e desculpas, resolvi pegar um livro para ler. Adoro ler, mas por alguma razão (chamada computador!) argumentei minha falta com os mais diversos títulos por um longo tempo. Hoje decidi que isso iria mudar. Peguei de forma bastante despretensiosa um livro que havia comprado no início deste ano e que, na ocasião, confesso ter me sentido seduzida pelo título. Sabia que era uma "trilogia" de bestsellers, mas se tantas pessoas leem, pensei que seria interessante. Por que não?
Comecei minha leitura tentando me apropriar das palavras, uma vez que para se mergulhar em uma história é preciso fundir-se a ela. Entretanto, nem sempre a forma de escrever de um autor torna isto uma tarefa fácil. Há pessoas que escrevem como quem conversa. Há pessoas que buscando algo mais lírico ou, simplesmente por dificuldade de sintetizar, tornam as histórias morosas. Mas sou uma pessoa perseverante e fui em frente. Confesso que ainda não avancei muito. Embora leia rápido, é impressionante o que faz a falta de treino. Leio tanto para o trabalho que acabo deixando o prazer em segundo plano. E não precisa ser especialista para saber que textos técnicos exigem outro tipo de compreensão daquilo que se lê. 
No entanto, após passar o dia inteiro buscando um assunto para desenvolver aqui no blog, encontrei nesta leitura uma frase que me fez pensar e querer escrever sobre ela. A frase em questão é: "Algo que o tira de você mesmo também o restitui a você com uma liberdade maior." Parei uns instantes para entender o que aquilo queria dizer. E dentro da minha interpretação significa apenas que quando você se permite ousar, você se liberta dos vícios que te aprisionam e, ao se desvencilhar, volta-se para si mesmo, porém alheio aos seus medos de outrora. Fugir do nosso comportamento padrão é tão difícil que quando conseguimos fazer isso ganhamos uma força extra ao mesmo tempo que nos livramos daquilo que nos impede de ir adiante. Temos tantas manias que nos castram, que vencê-las é como evoluir mais um pouquinho. E então, no reencontro com o nosso "eu" reinventado não nos reconhecemos mais como éramos antes. Diante disso, só nos resta mudar. Não sei se consegui me explicar. Talvez você, leitor, tenha uma visão diferente desta mesma frase. Talvez ela não faça qualquer sentido para você agora, mas certamente em algum momento isso te fará refletir. Pode não parecer, mas sou uma pessoa de muitos medos. Talvez tenha mais coragens que medos, mas tenho muitos medos. E percebo que quando me permito "pensar fora da caixinha" vejo maravilhas acontecerem. Não porque o mundo inteiro tenha mudado em apenas um instante, mas porque a forma como eu percebo o mundo se tornou diferente depois que eu  me modifiquei...
É, sem dúvida, libertador! Esta é, definitivamente, a palavra. Palavra esta que me remete imediatamente à imagem de alguém andando de bicicleta com os braços abertos tendo o pôr-do-sol ao fundo. Totalmente clichê, eu sei, mas eu não sou tão isenta assim dos padrões instituídos!

Se o restante do livro valerá a pena eu ainda não sei, mas certamente estas poucas palavras já valeram por todo ele!

Até.

*Quatro Estações

Ah! Para você que está curioso, o livro de que falei se chama Todos os dias na Toscana, de Frances Mayes.


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

365 dias de parabéns!

Há exato um ano eu me aventurei a escrever neste espaço. Ainda me lembro do dia em que isto aconteceu. Eu estava um tanto entediada, coisa meio comum para mim. Pensava de que maneira eu tornaria aquele meu momento mais interessante. Não tinha a menor ideia de que iria tão longe. É preciso coragem. É preciso perseverança. É preciso ainda desprendimento, alguma técnica e muita história para contar. Quem me conhece diz que isto não é problema já que eu, com todas as minhas "confusões", tenho várias! Mas não é bem assim que funciona. Nem tudo merece ser escrito. Nem tudo desperta o desejo de ser lido. De uma forma ou de outra, quase 17000 acessos depois, considero que o blog é um sucesso. Pode não ser campeão de visitas, pode não ser dos mais conhecidos, mas dentro da razão pela qual ele foi criado, considero que sua missão se cumpriu. Não gosto muito deste termo "missão cumprida" pois traz a sensação de que não necessita mais existir e isto, definitivamente, não se aplica ao meu cantinho virtual. Ainda que ninguém mais o queira ler eu continuarei escrevendo... tudo bem, se ninguém mais ler uma hora eu também vou parar (rs), mas até que isto aconteça, continuamos aqui. Eu, deste lado, com o "microfone" na mão. Você, do outro lado, lendo e dialogando comigo nos seus comentários e reproduções dos trechos preferidos nas redes sociais. Já disse o tanto que isto me enche de orgulho e vaidade! É feio se envaidecer, né? Mas eu já me confessei vaidosa aqui mesmo, então não me cabe agora o papel de modéstia ou o comportamento politicamente correto.
Uma coisa é certa: escrever me dá a possibilidade de expor meus pensamentos, de ajudar outras pessoas, de refletir sobre a vida e disseminar por aí uma visão mais otimista. Isto é o que eu acredito. E depois de 180 textos escritos neste um ano tenho a certeza, cada vez maior, que o tanto de coisas que eu sei, que eu penso, que existe para ser escrito ainda está por vir. 
Que venham mais tantos outros anos e que o desejo de espalhar sementes por aí não se esvazie!
Conto com você, meu leitor, nesta jornada.

Parabéns a nós!

Até logo.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ondas Artificiais

A fila estava enorme. Um incontável número de pessoas esperava a sua vez. Um imenso galpão escondia o que, de fato, seria enfrentado lá dentro. Mesmo sabendo do que se tratava, não fazia ideia de como me sentiria. A fila andava pouco a pouco e a sensação era de que não se poderia escapar. Uma vez que se decidisse entrar naquele espaço só restava encarar o desafio. Chega a minha vez. O ímpeto de correr toma conta de mim, mas àquela altura não podia mais. O carrinho para. Tentando fugir do inevitável, sento-me no lugar determinado e me certifico de que o cinto está bem atado. Se tem uma coisa que aprendi nas minhas idas e vindas é que quanto maiores são os dispositivos de segurança, maior é a sensação de medo provocada. Tive certeza de que dessa vez não seria diferente. Tudo o que eu desejava era que aquilo terminasse logo. O carrinho sai em uma velocidade alucinante. Sinto meu corpo colar no assento. Antes que eu pudesse me preparar uma sequência de sobe e desces começa freneticamente. Fechei os olhos, pois ver aquilo era, para mim, como se consentisse em participar. O escuro se tornou meu companheiro por toda a viagem. Além dele, apenas gritos surdos e rock pesado. A adrenalina que tomou conta do meu corpo fez com que, neste momento, apenas uns poucos flashes ainda permanecessem, me permitindo contar o episódio. Mãos geladas, pavor, vontade de simplesmente fazer parar tudo. A viagem chega ao fim. Na verdade o trajeto interminável durou alguns poucos minutos... talvez menos de dois. Pareceram uma eternidade. Depois, relaxamento. Sensação de se dominar, de enganar o medo, de vencer-se a si mesmo. Por um instante veio a vontade de tentar mais uma vez. Foi só uma vontade. A coragem momentânea não se estendeu por muito tempo. Quis mostrar a mim mesma que o medo, então vazio, pois apenas fictício, não poderia por si só causar danos mais significativos. Porém a sensação, ainda viva, não me permitiu fazer de novo. Quem sabe um dia eu tenha novamente a possibilidade de embarcar nessa aventura igualmente louca e maravilhosa. Porque estou aprendendo que uma montanha russa, com todas as suas impressionantes oscilações, nem de longe se compara com a aventura de viver.

Sentir medo é normal. Deixar que ele nos paralise, não!

Ps.: Quem quiser ter uma vaga ideia do que é, assista ao vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=YoKWD_yPJk4

Até mais.

domingo, 18 de novembro de 2012

Hello Kitty!

O homem convive com os gatos há cerca de 3000 anos. Parece muito, mas não é quando comparamos com os 10000 anos que os cachorros têm perto de nós humanos. Gosto de cachorros, mas eu e os gatos temos uma relação quase de "espécies iguais"... eu os entendo, eles me entendem. Desde pequena convivo com os bichanos, pois na família eles sempre estiveram presentes em casas de avós, primos e outros parentes. Na minha casa, o primeiro "exemplar" foi quando ainda tinha meus dentes de leite, mas assim como a pouca referência que eu tinha na época, acho que sua presença entre nós foi bastante curta. Tenho a sensação, inclusive, que ele não chegou a virar adulto. Seu nome era Fofinho, como tantos outros gatos que vemos por aí. Desde então, passamos a curtir apenas os gatos alheios, já que viver em apartamento nem sempre nos possibilitava mais do que isso. Na adolescência tentamos novamente. Desta vez veio a Cindy, uma siamesa linda que esteve entre nós por 4 anos e se foi de maneira inexplicável, mas isso já faz muitos anos. Superar a perda de um animal de estimação não é uma tarefa fácil. Prometemos que nunca mais os teremos, dizemos que desta vez será a última, mas tão logo passe a dor - e até como uma homenagem aos nossos queridos - vem a vontade de tê-los por perto novamente. 
Clarinha/curiosa de plantão!

O brasileiro tem predileção declarada pelos cachorros. Com eles se pode sair de casa, nas lojas há uma infinidade de produtos, além do que, dos cães se tem uma fidelidade única. Costumo brincar dizendo que somos um povo muito carente e precisamos de alguém literalmente babando por nós seja do jeito que for. Sinceramente, acho linda esta relação, porém, não daria conta dela. Os gatos são perfeitos para mim: independentes, cheios de personalidade e representam um grande desafio na tentativa de domá-los... entretanto, são afetuosos, muito sensíveis e companheiros. São como pessoas dentro de uma casa. Se estão com vontade, estão perto de você, mas se não estão, preferem ficar quietinhos no seu canto. Gatos brincam até consigo mesmos. Adoram rolar por aí, correr atrás de um reflexo, desenrolar novelos de qualquer coisa.
Há alguns anos atrás tive a infeliz surpresa de encontrar um rato bem na minha casa. Poucos dias antes havia visto na televisão que a simples presença de um gato era suficiente para espantá-los. Foi aí que, de maneira absolutamente desesperada, resolvi adotar um gato. Liguei para o GAPA rapidamente e sem nem mesmo vê-la pessoalmente escolhi a minha "filhinha". A única informação que tinha sobre ela era seu nome "Clarinha", que segundo constava era, também, a sua pelagem. Marcado o dia para a entrega fui ao encontro da minha preciosidade, então com pouco mais de um quilo e uns 3 meses. Hoje é uma deliciosa gata bege rajada de cinza com bem pesados 5,2 quilos. Alguns meses depois, uma outra gata entrou em conflito com ela no quintal. Qual não foi a nossa surpresa uns dias a mais, quando a "brigona" que veio enfrentar a minha Clarinha, teve filhotes no porão.
Bartolomeu /enfeite de árvore de Natal
Agora eram 5: Clarinha, a gata intrusa e seus três filhotes. Decidimos dá-los. Apenas um se foi. Os outros, bem, estão aqui até hoje. O que era apenas um se transformou em quatro. Os filhotes ficaram, a mãe veio se chegando de vez e ainda tinha a dona da casa. Dizem que quando se dá nome aos animais os tornamos parte de nós. E não dá outra. Nomeamos e eles passaram a fazer parte do ambiente. Hoje vivem aqui a Clarinha, a Bela, o Bartolomeu e o Edgard. Todos lindos, felizes e muito arteiros. Nossos dias são mais animados por causa deles. São como crianças aprontando bobagens por todo canto. Preenchem o espaço, nos fazem tomar conta o dia inteiro, conversam através de olhares e miados irresistíveis. Elegem seus donos e convivem "quase" pacificamente! Uma delícia.
Bela/preguiçosa de carteirinha...
A foto do Edgard ficarei devendo, pois como ele é o mais assustado não se deixa clicar com facilidade, mas posso garantir que é lindo tanto quanto os outros.
Se você nunca experimentou conviver com gatos por puro preconceito vale a pena dizer que ao contrário do que falam eles não são traiçoeiros e egoístas. São animais encantadores, cheios de amor e muito inteligentes. E se ainda assim você não se convencer, sugiro que leia a reportagem do link aqui embaixo.


http://www.anda.jor.br/20/05/2012/quem-convive-com-gatos-vive-melhor-segundo-estudo

Miau!

Até.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O que você tem feito...?

O que você tem feito para cuidar bem de você? Esta pergunta pode dar a impressão de que é inútil, afinal se eu não cuido de mim, quem vai? Mas pense friamente no assunto. Você tem realmente cuidado de você pensando no futuro? Tudo bem que não sabemos exatamente quanto futuro teremos, mas o fato é que independente do tempo de vida, é de consenso que se quer viver bem. A gente ouve falar tanto ultimamente no aumento da expectativa de vida que considero este um assunto importante para se pensar. Sobretudo porque eu li, em algum lugar, que as gerações que estão começando a viver agora podem ser as primeiras que viverão menos do que os próprios pais. Isto é muito sério, uma vez que a medicina tem avançado tanto. Chega a ser cruel. Mas voltando à pergunta inicial, o que você tem feito para cuidar bem de você? É importante dizer que cuidar bem não inclui apenas o corpo, mas a alma, a mente e o coração. Não o coração que é um músculo, mas o coração no sentido figurado, aquele que reúne em si todas as emoções que somos capazes de sentir. Isto é tão significativo que da última vez que eu fui ao cardiologista, um senhor muito simpático, ele falou pra mim da importância de estar feliz para ser saudável. Olha que coisa? Geralmente os médicos são tão técnicos e tão voltados para o que é comprovado cientificamente que chega a ser engraçado ouvi-lo falando do coração de maneira tão poética. Na ocasião falou-me da importância de estar apaixonado, não só por alguém, mas pelas coisas vida. Falou-me dos aborrecimentos e das tristezas que afetam o coração, desta vez o músculo. Achei bonita a sua compreensão sobre a relação tão direta e estreita entre os "dois" corações. Dentro desta perspectiva, buscar a alegria, a serenidade, a contemplação que eu tanto falo, passam a ter um sentido novo... como um remédio para o corpo. 
Cada vez mais eu me convenço dos efeitos do estresse na nossa vida. Ele sempre me pareceu tão distante, tão "dos outros" que não dei a devida importância. Alguém estressado para mim era alguém aborrecido, sisudo, mal humorado até. Sendo assim, eu sempre tão sorridente e, aparentemente, distante da turbulência do mundo, estaria imune a esta praga dos novos tempos. Qual não foi minha surpresa quando comecei a perceber em mim os efeitos de um estresse que eu desconhecia? Ele veio na minha direção através do trabalho em excesso, da falta de sono, da vida um tanto desregrada. Não que eu seja uma louca varrida a esta altura do campeonato, mas devo considerar que disciplina nunca foi muito o meu forte. Então, de maneira insana, sempre lutei contra a mania que a vida tem de nos tornar rotineiros,  o que, sem a menor dúvida, é estressante! 
Fiquei pensando, a partir disso, no que eu tenho feito para cuidar bem de mim. A meu favor tenho a terapia (que eu voltei, ainda bem!), tenho os sorrisos frequentes, a prática de exercício e a alimentação que não é completamente de se jogar fora. Tenho a companhia dos amigos, a família, o meu blog que me ajuda a exorcizar minha cabeça louca, e tenho o amor da minha vida.
Contra mim eu tenho a dificuldade de me disciplinar, o que faz muitas vezes os pontos positivos serem quase esporádicos, o sono deficitário, a dificuldade de esquecer o que me atormenta. Tenho a paixão por doces, a imensa vontade de fazer nada e a mania de achar que tudo de ruim acontece comigo. 
Coisas tão contraditórias, tão próprias de mim...
Coisas que eu preciso melhorar, e tantas outras que eu preciso simplesmente deixar passar...
Coisas que me fazem bem lutando incessantemente contra as que não fazem...

Projetos para uma vida inteira, afinal, cuidar-se bem é algo para se fazer todos os dias!

Até mais.

domingo, 11 de novembro de 2012

Realidade nua e crua...

Chega de desculpas! Chega de tanta autoindulgência... é isso mesmo! Chega de arrumar desculpas para explicar o inexplicável. Por que tentar encontrar justificativa para o que não tem? 
Você reclama que não consegue emagrecer, mas enche a "cara" de chocolate. Costuma se queixar de não ter mais o corpo que tinha, mas se esquece que naquela época não ficava colado no sofá como agora. Chega de inventar problema onde não existe!
Isto vale para o corpo, as relações, o trabalho, a falta de grana. Já se perguntou qual é a sua verdadeira responsabilidade sobre esta situação?
Então vamos lá! Se você responder "sim" às perguntas seguintes, realmente você é uma vítima da natureza. Mas se a sua resposta for "não", trate de parar de se lamentar e faça alguma coisa!
Você só come alimentos saudáveis, mantém uma rotina de exercícios, dorme bem e bebe água o suficiente?
Seu dinheiro é usado para as necessidades, as compras são planejadas e você não se rende aos apelos das propagandas?
No trabalho se dedica ao máximo, vai atrás de todas as oportunidades e se qualifica sempre mais para exercê-lo?
Aposto que a maioria das suas respostas foi negativa. E sabe por quê? Porque é muito mais fácil se lamentar do que assumir a responsabilidade sobre seus resultados. A questão é que quando nos responsabilizamos, nos damos oportunidade de agir diferente. Difícil, mas não impossível. E por que eu estou falando sobre isso? Porque eu me encaixo neste perfil. Porque muitas vezes eu me esqueço que tenho o poder de mudar tudo. Porque como tantos outros eu me desculpo sempre que não ajo como deveria. E no que isso interfere? Em tudo! Assim, eu me permito errar o tempo todo e achar que é um descaso do universo comigo quando a consequência é bem diferente do meu desejo. A culpa é minha, a falta de iniciativa é minha e a solução para o problema, também me pertence. Ninguém pode me ajudar a não ser eu mesma!
Um bom banho é um grande remédio, já dizia um farmacêutico conhecido da família. E ele tinha razão. Foi durante o banho que tive a ideia de escrever sobre este assunto. O banho leva embora a capa que nos esconde de nós mesmos e, ao olhar-nos no espelho de cara limpa não nos permitimos mentir para o nosso reflexo. Chega de fugir da realidade. Chega de acreditar que o universo conspira contra nós... o nosso maior adversário, quase sempre, somos nós mesmos. 
Então, aproveite a segunda-feira, o dia mundial das promessas, para colocar em prática o seu plano de ação... seja para o que for! Assim, na próxima vez que se olhar no espelho, verá o orgulho estampado no rosto!

Quem quer faz! Mexa-se... agora!

Até breve.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Felicidade hoje e sempre!

Uma aluna me pediu que escrevesse um texto. Sim, as pessoas me "encomendam" temas. Digo que aceito a sugestão, mas não sei quando ela será posta em prática. Pediu-me com toda a delicadeza que a define: - Professora, escreve um texto sobre pessoas felizes? - Na hora respondi que já havia feito isso, mas que como o tema era interessante e inesgotável, pensaria em algo apropriado quando a inspiração viesse me visitar. Pois bem. Como sou uma pessoa que gosta de desafios, resolvi escrever o tal texto justo no dia em que me sinto menos adequada para isso. E por quê? Ora, se devo falar de pessoas felizes deveria escolher um momento onde este sentimento, em mim, estivesse transbordando, certo? Errado. Ainda hoje de manhã eu perguntei a um grupo de alunos que falava sobre namoro, bem próprio da adolescência, se eles achavam possível ser feliz com alguém todos os dias. As respostas, obviamente divergentes, fizeram suas atenções se virarem para mim em busca de uma sentença única, indiscutível, capaz de convencê-los. E a minha resposta, para surpresa de alguns, foi: Sim. É possível. E complementei dizendo que eu sou feliz todos os dias. Os rostos se dividiram entre a esperança e a dúvida. 
Ainda agora postei no meu mural, no Facebook, uma frase que denotava um certo incômodo, indefinido porém perceptível, sobre este finzinho de sexta-feira, dia habitualmente tão festivo. E por que escrever um texto sobre pessoas felizes quando não está se sentindo na sua melhor forma? Simples. Exatamente para mostrar que ser feliz independe de pequenas oscilações do dia-a-dia. Ser feliz é um estado da alma. Pode-se estar triste, desanimado, inquieto, angustiado, mas quando se é feliz, tão logo passe esta onda de desconforto, retoma-se a forma original.
Ser feliz não é estar sempre com um sorriso no rosto aconteça o que acontecer, porque isso é insanidade. Ser feliz é entender que nem sempre as coisas estão bem, mas de uma forma ou de outra, depois da tempestade o céu se acalma novamente e tudo volta ao seu lugar. Ser feliz é aceitar quando tudo parece ir na contramão dos seus planos, mas você sabe que lá no final você chega ao seu destino. Ser feliz é perceber, inclusive, que mesmo quando contrariado, quando tudo a nossa volta parece feito para nos tirar do eixo, sabemos que é uma fase e vai passar. Acho que a serenidade é uma aliada da felicidade. Apesar da palavra nos remeter à festa, fogos de artifício e pessoas efusivas, a felicidade verdadeira está muito mais associada à calma do que à ebulição. Ser feliz é ter um olhar contemplativo para além - e apesar - de todo o  tumulto que nos cerca. É ver o mundo passar em câmera lenta enquanto se admira um por-do-sol. Ser feliz é esperar não que dias melhores virão, mas que os melhores dias são aqui e agora.
A felicidade é compreender, independente do humor do dia,  que a vida é a única oportunidade que nós temos de exercitá-la... sempre!

Seja feliz... seja você... seja como for.

Até a próxima

domingo, 4 de novembro de 2012

Afeto puro!

Queria escrever. Às vezes me imponho tarefas como esta. Achei que era hora de ter um texto novo. O segundo passo seria, então, escolher sobre o que iria escrever. Ontem assisti a um filme que me fez querer escrever sobre ele. Mas hoje pela manhã recebi uma mensagem que me fez desejar falar sobre, igualmente. Só depois de pensar sobre os dois assuntos cheguei à conclusão de que eles eram correlatos. 
O filme em questão foi o "Até que a sorte nos separe". Muito mais do que uma comédia bastante divertida e sem maiores consequências, o filme mostra a capacidade de um casal de passar por cima das dificuldades, das adversidades e permanecer junto. E a mensagem que eu recebi hoje, tão despretensiosa e, aparentemente, fora de contexto também falava sobre a importância de se dar e ter apoio quando é necessário. Todos nós passamos por problemas, maiores ou menores, que nos afetam diariamente. Alguns nos atingem mais e por isso mesmo são mais difíceis de solucionar. A diferença entre o tempo que levamos para nos reerguer, rápida ou lentamente, assim como a intensidade do golpe, ficam por conta do suporte que recebemos para combater as adversidades.
Muitas vezes quem nos apoia nem mesmo se dá conta da importância do gesto. Há pessoas que são tão generosas que percebemos claramente como gostariam de dividir conosco a nossa dor. Tenho certeza que a intenção de quem consola é apenas se doar um pouco. Entretanto sei que uma atitude dessas não passa impune. Quem apoia são pessoas dotadas de grande sensibilidade apesar de muitas vezes nem demonstrarem. Tomam para si o que nem é de sua responsabilidade, só para nos mostrar que estão do nosso lado aconteça o que acontecer. São pessoas que sabem a hora de criticar, de dar um conselho, uma bronca, mas sabem especialmente aquele momento em que a nós só importa ouvir um "vai ficar tudo bem!".
Receber uma palavra, um toque, um olhar ou um "eu te entendo!" quando não esperamos tem o efeito de um bálsamo. Vai direto na alma e restabelece o ânimo. Quando é feito com o desprendimento que a doação exige, vem como um sopro de esperança de que dias melhores virão. Não precisa acontecer uma grande tragédia para precisarmos de apoio. Cada um sabe o que fere, o que incomoda e o remédio para curar a dor.
E o que este assunto tem a ver com o filme? É simples. Só quem sabe o que é dar e receber apoio é capaz de ver que a vida é muito mais do que as pedras no caminho. Aliás, quem apoia não é alguém ausente de dificuldades. É alguém que se desvencilha momentaneamente das próprias, para dar sustentação à parte mais fragilizada. E as relações que sobrevivem às intempéries são exatamente aquelas que se alternam e se complementam quando necessário... que não crescem sem trazer junto consigo seus parceiros.
O que posso dizer é que a demonstração de apoio que eu tive hoje é a maior manifestação de afeto que se pode desejar... na verdade foi um complemento de um abraço dado na hora certa, na hora em que estava precisando e que hoje, depois de muito tempo, veio também em forma de palavra.
Desejo apenas que o mundo seja feito, cada vez mais, de pessoas que se apoiam e que mostram o tempo todo que vale a pena acreditar que nenhuma tempestade dura para sempre!

Até mais.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

E novembro chegou...

Novembro é um mês especial. É aquele mês que a gente reúne as últimas forças, respira fundo e acredita que o fim do ano realmente está próximo! Acho até que o exame de consciência feito habitualmente nessa época começa mesmo em novembro.
Tradicionalmente, este mês era o nono do calendário romano que começava em março. Para nós que baseamos frequentemente as contagens em dez, é bastante significativo que o penúltimo mês do ano seja o nono, não? Pois é, mas a verdade é que em se tratando de ano a base é doze... de um jeito, ou de outro, sendo o nono ou o décimo primeiro, o que não muda é que novembro é a porta de entrada para o ano novo. Pode reparar que nas ruas a decoração de Natal já começou a aparecer, as pessoas já estão entrando no clima de férias, os afazeres já começam a redobrar em virtude do término de mais um ciclo. E sabe de uma coisa? Eu A-DO-RO isso! Esse é o tipo do estresse que não me incomoda nem um pouco. 
Novembro é aquele mês que o horário de verão já começou, o calor já está "bombando" e o ritmo é frenético. Parecemos formiguinhas correndo de um lado para o outro buscando sabe-se lá o quê! Novembro nos lembra diariamente que muito tempo já se foi, que grande parte deste tempo passou despercebido e que é necessário fazer alguma coisa enquanto dá. E se temos 30 dias pela frente até o "início oficial" do fim do ano, aí vão algumas dicas para usá-los a seu favor.
Semana de 1 a 10 - Aproveite para adiantar algumas coisas que você puder. Algum trabalho para entregar, planejamento para fazer, colocar pautas e notas em dia (no caso dos meus colegas professores), encontrar alguns amigos que você não vai ter tempo quando ficar mais próximo das festas. 
Semana de 11 a 20 - Aproveite para pensar sobre presentes que você precisa comprar, para definir de que forma vai comemorar o Natal e o Ano Novo, veja se precisa encomendar algo ou se vai precisar de alguma roupa especial para os eventos do fim do ano. Desta forma, as tarefas não se acumulam no último mês. Ah! E ainda dá tempo de perder uns quilinhos para caber melhor na roupa que você quiser. 
Semana de 21 a 30 - Hora de tirar os papeizinhos de todos os sorteios de amigo oculto que você for participar. Nesse momento também é bom organizar as lembrancinhas que você vai dar para as pessoas que não vão passar as festas com você. Se você vai receber as pessoas na sua casa é hora de escolher os cardápios e fazer a lista do supermercado. Parece precipitado, mas deixar as compras para depois do dia 15 de dezembro é arriscado. Além dos preços subirem, alguns itens não são mais encontrados nas gôndolas. E ainda tem as confraternizações, formaturas e outras festas que vão tomar ainda mais o seu tempo, portanto, faça o que puder nessa última semana do mês.

Ah! E não se esqueça de curtir os momentos... todos eles. O fim do ano é para ser comemorado, celebrado e aproveitado. Não permita que a correria tome conta do bom humor e da sensibilidade. Viva cada momento como único... porque é assim que ele é!

E que venha novembro... 

Até mais.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Entre páginas e perfumes...

Ontem uma aluna me fez uma pergunta. Certamente me escolheu para fazê-la porque considerava que eu estaria apta a respondê-la. Seu questionamento, de tão simples, me deixou sem resposta. Disse ela que iria a uma feira de livros e gostaria de uma indicação sobre quais títulos deveria comprar. Fiquei sem palavras. Em parte por não conseguir organizar na minha cabeça o sem número de histórias que vieram de pronto. Em parte pelo constrangimento de perceber que há muito não exercito minha leitura franca, pelo simples e maravilhoso prazer de ler. 
Livros são como perfumes, na minha opinião. São particulares, pessoais e escolhidos de acordo com a personalidade de cada um. Assim como as fragrâncias, os livros bons são do tipo que ficam impregnados. Entram no corpo de uma forma tão intensa e arrebatadora que ficam como uma marca registrada. É difícil não mudar a forma de pensar depois de ler alguma coisa que lhe seja significativo. Já os livros ruins intoxicam assim como os perfumes baratos, de qualidade duvidosa. Muitas vezes classificamos as pessoas de acordo com o estilo literário com o qual se identificam. Assim também são os cheiros. Um perfume agradável atrai, traz para perto as pessoas que valorizam as boas coisas. Os textos interessantes têm o mesmo poder agregador. Através deles conhecemos melhor as pessoas, iniciamos conversas, compartilhamos ideias.
Os bons livros despertam memórias. Os bons perfumes também. O olfato tem uma relação direta com o afeto. Olfato = Afeto. Até as palavras combinam. E falando neles, que delícia é sentir o cheirinho daquele livro que estava guardado e que nem nos lembrávamos mais. É o resgate de outro tempo que remete a vivências tão significativas quanto o conteúdo do próprio livro encontrado. 
Uma boa história desperta sorrisos, lágrimas, reflexões. Um bom perfume desperta paixões, boas lembranças, aconchego.
Para que um livro seja envolvente é preciso que seja capaz de abrir um portal que conduza o leitor a um mundo de imaginação. Para que um perfume se torne parte de alguém, é preciso que ele traduza em aroma o momento vivido. Eis aí a dificuldade em responder a pergunta que me foi feita. Porque os cheiros e as histórias são como passaportes mágicos, prontos para imprimir em cada um a sua marca... indelével!

Até.

sábado, 27 de outubro de 2012

Bom dia? Só se for para você!

Ontem lancei um "desafio" aos meus alunos do 1º ano do ensino médio. Perguntei a eles sobre o que havia ficado deste ano, uma vez que a entrada neste segmento impõe ao aluno uma postura diferente daquela dos anos anteriores. Para mim, surpreendentemente, um dos alunos respondeu: Nada! Esta resposta caiu como uma bomba na minha cabeça. Não por ter feito parte de um ano que pareceu nulo para ele, mas por pensar em como podem 365 dias passar em vão. Dias estes que não retornarão nunca mais! Isto é pesado demais para mim. 
É claro que existe uma certa preguiça de pensar na pergunta que foi feita. Muitas vezes um período ruim faz com que a gente apague todo o resto, por defesa, bloqueio ou coisa que o valha. Mas a questão é que passar um ano em branco é de se parar para pensar! O que eu tenho feito dos meus dias?
No dia dos professores li um texto postado por uma amiga minha no site da Allere* e, depois de ter sentido uma pontinha de inveja por não ter sido escrito por mim (rs!), fez com que eu parasse para analisar um pouco mais as coisas. (Talvez eu analise demais. Ontem esta foi uma das palavras que meus alunos usaram para me definir: pensativa, analítica...). O texto em questão trazia uma pergunta ao mesmo tempo simples e crucial. Dizia: O que valeu a pena hoje?
Há dias com tantos acontecimentos que temos até dificuldade em selecionar as coisas que fizeram aquele dia valer a pena. Já outros, tão improdutivos e mornos, nos fazem acreditar que foram realmente inúteis. Mas dentro de um ano, qual o balanço que você faz sobre o valor dos seus dias? Já se fez esta pergunta? O que você tem feito para que os seus dias valham a pena? Será que só os grandes acontecimentos merecem registro ou o simples fato de acordar se sentindo bem seria um motivo para isso? De modo geral, e eu já falei isso aqui, só damos o devido valor ao estar bem quando não estamos!
Não é por acaso que existe uma grande corrente de pessoas que, nas redes sociais, deseja bom dia aos amigos, como se isso fosse quase uma intimação ao prazer de viver! É como se estas pessoas já tivessem despertado para isto e se sentissem no dever de passar adiante a sua ideia. Acho bacana e acho ainda mais bacana usar um canal assim para expressar sentimentos que, muitas vezes, pessoalmente não conseguimos.
Se mesmo depois de ler isso você ainda achar que a maioria dos seus dias não têm valor, observe como o horário de verão tem deixado as tardes mais longas e lindas. E se der para assistir ao por-do-sol, não perca esta oportunidade. É mágico!
Observe crianças brincando em um parquinho, como se o movimento em volta ficasse em câmera lenta. Parecem bichinhos testando a própria capacidade do corpo em se esticar, encolher, saltar. Perceba como eles caem e se levantam com uma facilidade que não devíamos perder ao longo dos anos.
Tome um sorvete de um sabor novo. Há tantas opções hoje em dia que é um crime permanecer nos mesmos gostos de sempre e aí, no fim do dia, você vai poder dizer que valeu a pena experimentar algo novo... mesmo que seja para não repeti-lo nunca mais!
Visite um site de algum assunto interessante para você. Demore-se nisso. Planeje uma viagem que provavelmente você nem vá fazer um dia, ou programe-se para torná-la real.
Faça um elogio a alguém e perceba a reação que a pessoa tem ao seu comentário. É engraçado como a maioria das pessoas não se sente confortável com isso e tenta se justificar em contrário. Diga a ele que elogios devem ser apenas agradecidos, não justificados. (Meu irmão me ensinou isso!)
Tome um banho demorado, cante no chuveiro ou faça outra coisa que você não tenha tido muito tempo ultimamente. Traz um bem-estar inigualável.
E se puder, caminhe, corra, ande de bicicleta, fique em um parque por um tempo. Se der, vá com alguém. Fica muito mais divertido. Mas se não puder, vá sozinho mesmo e exercite o prazer de sua companhia. A maioria das pessoas que eu conheço não sabe ter prazer com isso. Vá ao cinema sozinho alguma vez... é libertador.
E quando se deitar, no fim do dia, não se esqueça de trazer à tona tudo o que aconteceu. Por menor que seja. Sempre há um motivo para que seu dia tenha valido a pena. Se não encontrar, tente no dia seguinte. Aos poucos se pega o jeito...

Depois disso seus dias nunca serão como simples datas no calendário.

Até breve!

*Allere Estimulação Pedagógica (www.allere.com.br)

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Os opostos se atraem. Atraem?

Os opostos se atraem, diz o ditado. Eu o complemento dizendo que podem até se atrair, mas não se sustentam. Se tem uma coisa que eu aprendi é que muito mais do que as diferenças, são as semelhanças que fazem um casal permanecer junto... nem que seja a concordância entre cada um fazer o que gosta sem "perturbar" o outro. Mas, "começando do começo", é claro que similaridades não são uma regra quando se trata de vida a dois. Já começa pela forma de pensar que é muito diferente entre homens e mulheres. Além disso tem a criação dada pelos pais, a formação acadêmica, a carreira escolhida e tantas outras coisas para se definir. O que vemos muitas vezes, no entanto, é que apesar de todas as condições adversas, alguns casais têm muitos gostos parecidos e, na minha opinião, é isso o que mais une as pessoas.
Hoje ouvi uma frase interessante a este respeito: "A relação começa na discordância!". Ao ouvir, parei um minuto para processar a informação. Ora, a relação começa nas afinidades, não? - Pensei em um primeiro momento. Porém, em seguida, entendi o que isto queria dizer. O significado da sentença é que quando discordamos é que começamos a nos relacionar, de fato, no sentido de "negociar" nosso papel naquele espaço. Enquanto concordamos fica fácil conduzir-se lado a lado com alguém. Quando começamos a divergir é que exercitamos a relação verdadeira. E, nestas horas, muitas não sobrevivem. Aí entra a questão dos opostos! Uma relação não se faz entre pessoas que concordam em absolutamente tudo. Ela acontece quando temos a capacidade de ceder sem nos agredir, enquanto fazemos feliz quem está conosco. Mas é um caminho de ida e volta. É preciso que ambos estejam dispostos a abrir mão de algumas coisas pelo bem-estar do outro, sem para isto, se submeter aos caprichos alheios. Eu sempre fui contra a ideia de me doar em uma relação. Eu achava que deviam me aceitar do jeito que eu sou e ponto final. Hoje eu aprendi que estar com o outro é saber verdadeiramente o que o faz feliz e ter prazer nisso. Ao contrário do meu pensamento de outros tempos, hoje eu vejo que as relações bacanas são aquelas onde ambos são companheiros e ao invés de tentarem impor seus desejos, ficam felizes pela simples presença do outro. Seja pela razão que for, ceder não é se anular. É dar ao outro maior importância do que a coisa que se almeja.
Eu escolhi ser feliz com a pessoa por quem esperei toda a minha vida. Confesso que somos bem parecidos, de certa forma até fisicamente, e isto facilita um bocado as coisas. Mas a questão é que ao seu lado eu exercito a doação com o maior prazer do mundo. Não existe imposição, tampouco submissão. Existe respeito, cumplicidade, companheirismo, dedicação, alegria em estar juntos e amor, muito amor. O sentimento, sozinho, não faz uma relação durar. É preciso, além disso, querer que dê certo.

Sobre a minha história, especificamente, fico muito emocionada ao perceber a torcida sincera das pessoas que me conhecem e se sentem tocadas por ela. É surpreendente ver os rostos perplexos e esperançosos de viverem o mesmo conto de fadas.

Desejo a todas elas, portanto, a oportunidade de experimentar não uma relação perfeita, mas a possibilidade de construi-la assim!

Até mais.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Andar com fé eu vou...

Muitas pessoas atribuem a palavra fé a um Deus, a uma religião, a um ser supremo. No dicionário, ela significa crença, fidelidade a compromissos, convicção de uma verdade. É difícil definir o que é invisível. Aquilo que é intangível e abstrato, é igualmente difícil de compreender porque inexplicável! Como criar argumentos para defender o que nem mesmo sabemos dimensionar? Como mostrar a outra pessoa que aquilo que te faz levantar todos os dias pode ser sentido? Como apenas duas letrinhas podem conter tamanho significado? A palavra fé vem do Latim FIDES que significa o mesmo que em português. O curioso disso é que a palavra fiel vem da mesma origem. Se fé e fiel derivam do mesmo lugar, que ligação estas duas palavras têm? Para mim, ter fé é acreditar em algo muito maior do que a minha própria capacidade de gerenciar meus atos. Ter fé é confiar no poder de algo ou alguém muito grande que me protege, me guarda, me salva. Não existe fé sem confiança. Não existe confiança sem fidelidade. Esta é uma via de mão dupla. Se falamos da fé em Deus, isso se torna muito evidente. É claro que eu acredito em um Deus que é misericordioso, muito mais do que o Deus punitivo que muitas vezes me foi mostrado. Mas eu também acredito que é preciso fazer a nossa parte. Dia desses eu li uma frase que eu achei linda e carrego comigo. Dizia "quando você não vai à igreja Deus não se aborrece. Ele sente saudade.". Acho que Ele tem sentido saudade de mim em sua casa, mas posso assegurar que nos falamos frequentemente. Quem me conhece bem costuma dizer até que eu tenho uma ligação direta com Ele. E eu me orgulho disso! Acho bonito quem tem a capacidade de colocar verdadeiramente a sua vida nas mãos de Deus. Minha mãe, quando temos uma decisão a tomar, costuma falar: Entrega para quem resolve! Nem sempre é fácil. Às vezes é difícil aceitar o que vem para nós, sobretudo quando é diferente do que desejamos, mas isso é fé. Isso é acreditar verdadeiramente que os planos traçados para a nossa vida nem sempre passam pelo trajeto que nós criamos. Muitas vezes, só lá na frente enxergamos o porquê das coisas terem acontecido de um jeito e não de outro. Ter fé é aceitar. A aceitação é o ato de compreender e parar de agir momentaneamente sobre uma situação que foge ao nosso desejo. 
A fé é o sentimento que nos torna fortes para ir atrás dos nossos objetivos. Pode ser na vida, em si mesmo, naquela ideia maravilhosa, no projeto que se sonhou. Ter fé é saber, com toda a convicção do mundo, que o dia de amanhã será melhor do que todos os anteriores. Ter fé é colocar toda a sua energia em algo que se acredita. E quando as coisas não saírem como desejado, acreditar que o que é seu, em algum momento, virá. 

Que possamos renovar a fé no bem, nas coisas certas, nos dias iluminados.

Que a minha fé em Deus possa te contagiar...

Até breve!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Entre Carminhas e Ninas...

Se tem uma coisa que reúne as pessoas das mais diferentes classes, idades, grupos sociais e opiniões é a última semana de uma novela de sucesso. É exatamente o que tem acontecido com Avenida Brasil. Poucas novelas mobilizaram tanto o público quanto esta. Até pessoas que declaradamente não são noveleiras estão envolvidas na trama. Seja por gosto, por raiva ou por massificação, o fato é que o assunto do momento nas rodas de conversa, nas tevês das lojas ou até nas redes sociais internet afora, é tentar "adivinhar" como, afinal, terminará o folhetim.
Confesso que achei desnecessário incluir mais um vilão na história que já trazia, desde o começo, lados opostos, e muito bem definidos, para mocinhos e bandidos. Como era de se esperar, no meio da novela eles trocaram de papeis e transitaram livremente entre os bons e os maus. Mas colocar a responsabilidade em uma terceira pessoa que acabou de aparecer como justificativa para as insanidades da Carminha, é o mesmo que retirar dela a própria culpa. Eu acredito que pessoas possam ser "conduzidas" por uma moral tortuosa e elástica em função de uma criação inadequada, entretanto, se fosse assim, filho de bandido seria sempre bandido, e sabemos muito bem que várias pessoas que cresceram em condições absolutamente adversas, conseguiram dar a volta por cima e se tornarem gente de bem! Eu, particularmente, prefiro ver na trama as pessoas cujo posicionamento sempre foi bem definido. Gosto mais de ver aqueles que parecem com qualquer um que temos por perto, na vida real. Gosto do Tufão cuja honestidade e compaixão chegam a ser tocantes. Gosto da Monalisa que tem suas loucuras saudáveis, que trabalha, que tem seus desafetos como qualquer gente normal, como eu ou você. Entendo, porém, que fazer uma novela só com pessoas comuns não dá muita audiência, por isso a necessidade de incluir as personagens que sacodem a história.
O que é curioso nesses casos é que assistir a uma novela, muitas vezes é colocar uma lente de aumento sobre si mesmo. É quase inevitável pensar de que modo agiríamos quando na mesma situação. Ficamos como loucos pensando e repensando se faríamos da mesma forma. É uma pena que o irreal, ou o surreal, seja o que nos chama atenção. Ficamos tão pasmos com as atitudes dos vilões, que os mocinhos quase funcionam como pano de fundo para as suas confusões. Parece também uma tendência nas novelas atuais, abordar a vida das pessoas economicamente menos favorecidas e suas vidas que figuram alheias aos cartões postais da cidade. Com maior ou menor realidade, as novelas refletem, de certa forma, o que vemos do lado de fora das telas: ricos, pobres, jovens, velhos, lugares bonitos, comunidades desestruturadas. As novelas trazem para o grande público o que nem todo mundo conhece na prática. Elas trazem o bom e o ruim da nossa sociedade, e, como obra aberta, muda com os ventos dos comentários nas ruas. As novelas lançam modas, tendências, comportamentos. Fazem pensar ou apenas distraem a cabeça. E falando especificamente de Avenida Brasil, o assunto principal deste post, temos que render aplausos ao escritor e sua imensa capacidade de surpreender o tempo todo. Concordo que em determinados momentos a trama amorna, enrola e faz apenas passar o tempo, mas o fato é que nas últimas semanas todo dia parece capítulo final. Há uma surpresa atrás da outra. Sabemos que no último capítulo muitos casarão, muitas ficarão grávidas e surgirão pares perfeitos para os bonzinhos que ficaram sozinhos. 
De uma forma ou de outra, este é o momento de fazermos as apostas, pois semana que vem, o assassino do Max já não nos fará parar nossas atividades para grudar na telinha.

Afinal, quem matou o Max? (Será que ele morreu?)

A seguir cenas dos próximos capítulos... (quem tem mais de 30 anos sabe o que isso significa...)

Até a próxima novela

domingo, 14 de outubro de 2012

A insustentável leveza do ser

Há pessoas que insistem em trazer um peso à sua existência. Concordo que viver não é fácil e se pensarmos muito nisso, não fazemos a metade do que precisamos, já que a vida é tão frágil. O caso é que não sabemos onde e quando a nossa trajetória por aqui terá fim e, por isso mesmo, o negócio é fazer valer cada minuto. Então, se é para aproveitar, que seja de uma maneira leve, agradável, divertida, alegre. Por que perder tempo com o que não interessa? Se tem algo que me ressinto é a incapacidade de esquecer algumas coisas. Nós seres humanos deveríamos ter compartimentos diferentes para cada tipo de lembrança. As boas, seguem à direita... as necessárias, à esquerda, e as ruins? Ah! Lá atrás, no cantinho que sobrar. Aí eu penso: será que, de certa forma, não somos nós que controlamos isso? Será que nós não temos como escolher por quanto tempo vamos sofrer por alguma coisa? Não posso dizer que seja algo com precisão matemática, mas de modo geral, de maneira insana, escolhemos sofrer mais do que o necessário. Por tudo e qualquer coisa. 
Tenho escolhido, ultimamente, não prolongar os meus sofrimentos. Busco a leveza e a serenidade. Não é um caminho fácil, mas tenho tentado. Conhecer-se é um passo importante para atingir este estágio. Quando nos conhecemos, sabemos até onde temos que ir. Não fujo do sofrimento, mas não o alimento. Sei o meu limite, sei o que me faz bem e sigo por este lado. O curioso disto é que eu sempre fui ao contrário. Sempre fui de ficar maquinando na minha cabeça as coisas que me incomodavam, fosse por raiva, tristeza, dor, inveja,  medo, ciúme ou qualquer outro sentimento. De vez em quando eu ainda me pego remoendo desconfortos, mas estou aprendendo que deixá-los passarem. Percebo que faço um bem para a alma e para o corpo. É saudável saber lidar com as emoções. Adoecemos menos, nos cansamos menos, vivemos mais. 
Por isso eu sugiro que ao invés de ficar caçando problemas que limitam, construa asas. Exercite a inesgotável capacidade de inventar coisas que puxem para cima, para o alto. Do alto vemos melhor. Do chão só vemos poucos centímetros. Quando voamos temos oportunidade de nos distanciar da realidade em que estamos frequentemente imersos, e isso nos impede de enxergar o problema sob diferentes ângulos. Visualize um labirinto. Se você andar por ele, será difícil encontrar a saída. Agora veja o mesmo labirinto por cima. É tão fácil enxergar o caminho. Tão simples. Assim acontece quando temos asas. 
Enxergar a vida de forma leve é irresistivelmente contagiante. Você agrega boas pessoas ao seu redor, distribui sorrisos gratuitamente, enfrenta as batalhas com um exército muito mais forte. 

Por isso, voe... voe alto! Aí, quando valer a pena, você desce... só para se divertir!

Porque a leveza é tudo o que a gente precisa para ir longe...


Até breve!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Escolhas: difíceis, mas necessárias!

O ano estava acabando. Com ele, o prazo para decidir o que fazer da vida. O desejo de ir embora do lugar ao qual pertenceu por toda a vida se tornava cada vez maior. A vontade era estudar em outra cidade, ganhar independência, caminhar com as próprias pernas. A ruptura se fazia necessária. Não havia porque, nem como, desistir agora que estava tudo tão favorável. Naquele momento tudo parecia tão perfeitamente encaixado que não fazia sentido voltar atrás. O que poderia ir contra isso? Aparentemente nada! O que não se contava era sentir falta das menores coisas, ter que trabalhar em dobro para sustentar a própria vida, nem sacrificar-se tanto por algo que agora não parece significar tanto. O que aconteceu com o desejo irremediável de fazer tudo aquilo? Por que a certeza de outros tempos já não mais fazia parte de seus pensamentos? 
Histórias como esta acontecem todo o tempo com muitas pessoas. O desejo de conseguir algo se mostra tão forte que muitas vezes nem pensamos no caminho para consegui-lo, e indo mais longe, não pensamos, sequer, porque queremos! Seja estudar fora, trocar de emprego, mudar de cidade, casar, terminar um relacionamento, comprar um objeto de desejo... a questão é que parece que a vontade de alcançar o objetivo é tão grande que acaba sendo um querer esvaziado no próprio ato de conseguir. Isso acontece porque toda ação exige uma série de outras que interferem na vida como um todo. Ficamos tão presos ao fim do trajeto que desconsideramos o caminho até lá. Quando paramos para pensar em todas as modificações que temos que fazer, percebemos, muitas vezes, que não queremos tanto assim. Comprar algo muito caro exige que se deixe de comprar tantas outras coisas... às vezes por um longo tempo! Ir embora para outro lugar significa deixar para trás pessoas queridas, o conforto da família, a segurança de pertencer a aquele grupo. Casar, ou descasar, envolve desprendimento, maturidade, autoconhecimento. São tantas as mudanças que caem de "paraquedas" na nossa cabeça, que é realmente necessário pensar se vale a pena investir tanto. Fazer escolhas não é fácil... mas é necessário. Para facilitar quem está vivendo um impasse neste momento, aí vão algumas dicas:
1- Escreva de forma clara qual é o seu objetivo - isto ajuda a dar corpo ao seu pensamento. Queremos tantas coisas que não definimos exatamente o que queremos.

2 - Identifique as razões pelas quais você quer atingir este objetivo - esta etapa serve para você perceber se você realmente quer isto, qual é a real importância deste objetivo para você, ou se é apenas um desejo vazio.

3 - Liste os meios para alcançar o seu objetivo - neste ponto você deve fazer uma relação de tudo o que será necessário, enquanto planejamento, para você conseguir o que deseja.

4 - Relacione as vantagens e desvantagens do seu objetivo - este item serve para verificar se o seu objetivo tem mais prós ou contras. Se a segunda lista for maior, é necessário ter cuidado. Mas lembre-se que é necessária honestidade, porque quando desejamos algo temos uma tendência a só enxergar os pontos positivos e não é bem assim que funciona!

5 - Imagine-se vivendo o que você deseja - projete-se para o futuro e imagine que você já está vivendo a situação que deseja... com os prós e os contras. Tente perceber como se sente! Talvez você se descubra menos feliz do que imaginava.

Fora isso, converse com pessoas de várias idades e experiências para ouvir suas opiniões. Procure saber mais sobre o assunto, pesquise, analise e tire suas conclusões. Às vezes é apenas uma questão de tempo. O que pode não dar certo agora, pode ser a melhor opção mais tarde. Às vezes é uma questão de postura, algumas mudanças no próprio comportamento para que a coisa dê certo. Nada é totalmente certo, nem totalmente inadequado... é apenas uma questão de ponto de vista.

Faça sua escolha e seja feliz! Eu já fiz as minhas...

Até!

Ps.: Dedico este texto a todos os meus alunos que vivem este tipo de dilema todos os anos... que eles tenham discernimento, serenidade e boas oportunidades... sempre!